Fusão? Não seria melhor fissão?
Mais um capítulo para os "fusions and mergers" da integração sul-americana: Alba com Mercosul?
Bem, ele deve saber do que está falando...
Paulo Roberto de Almeida
Fusión entre Dilma Rousseff y Cristina Fernández consolidará integración suramericana
Agencia Venezolana de Noticias (AVN), 31/10/2010
Una vez que Dilma Rousseff, candidata del Partido de los Trabajadores (PT), consiga el triunfo en las elecciones presidenciales de Brasil de este domingo, el próximo paso será la consolidación de una alianza estratégica de esta patriota con la presidenta de Argentina, Cristina Fernández para continuar promoviendo la unión suramericana.
Así lo manifestó el Primer Mandatario Nacional Hugo Chávez desde Caucagua, estado Miranda, desde donde se realiza el programa Aló Presidente número 366.
Chávez pronosticó que la candidata brasileña podría obtener una victoria con el apoyo de más del 60% de los votos.
Recordó que en un año serán las elecciones en Argentina y en dos años más en Venezuela, en este sentido, instó a la población de ambos países a estar alerta para evitar que los Estados Unidos intente empañar los triunfos de presidentes progresistas en la región.
“Lo sabemos, el imperio y su burguesía con sus medios de comunicación y su dinero van hacer todo lo posible para impedir este impulso y el curso de esta historia que está por escribirse”, afirmó Chávez.
Advirtió que los medios de comunicación la derecha internacional insistirán en la manipulación “sin límite y sin ética”, para intentar dividir a los que defienden los intereses de los más pobres y necesitados en los pueblos del sur.
En este sentido, aprovechó la oportunidad para hacer un llamado a los militantes del Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) para garantizar el triunfo de la Revolución en el año 2012.
“No dejemos para mañana lo que debemos hacer desde hoy, la batalla por el triunfo en el 2012 ya comenzó, será larga y dura y nosotros venceremos también en esa batalla”, puntualizó Chávez.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Novos tempos que virao: das palavras aos atos
Nunca se deve deixar levar apenas por palavras. Cabe aguardar as ações.
Em função disso, se saberá a agenda a ser cumprida.
Ou existem espaços de atuação independente, ou se vai para o quilombo da resistência intelectual.
Aliás, nada de muito diferente do que vinha sendo feito até aqui.
Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 1 de novembro de 2010)
Em função disso, se saberá a agenda a ser cumprida.
Ou existem espaços de atuação independente, ou se vai para o quilombo da resistência intelectual.
Aliás, nada de muito diferente do que vinha sendo feito até aqui.
Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 1 de novembro de 2010)
A frase do dia (para nossos tempos politicamente corretos)
Frase do dia
O politicamente correto continua sendo o melhor disfarce para o intelectualmente estúpido.
Guilherme Fiuzadomingo, 31 de outubro de 2010
Grandes amizades sao duradouras (e ate recebem "douraduras"...)
Chávez diz ter certeza que Dilma vencerá eleições brasileiras
Em artigo publicado neste domingo, presidente venezuelano dá 'boas-vindas' à candidata
Agencia Efe, 31 de outubro de 2010
CARACAS - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse neste domingo, 31, ter certeza que Dilma Rousseff vencerá as eleições brasileiras para suceder Luiz Inácio Lula da Silva.
O líder venezuelano expôs o ponto de vista em seu artigo "Las líneas de Chávez", que sai na imprensa do país aos domingos.
"Hoje o povo irmão do Brasil escreverá outra página desta nova história", manifestou.
"Quando cair o sol além do Amazonas, quando as estrelas começarem a iluminar a imensa terra de Abreu e Lima, a massa popular de Lula, esse outro grande companheiro, terá eleito outra mulher patriota para dirigir o novo destino do Brasil", acrescentou Chávez.
Para finalizar, Chávez escreveu mensagem direta à Dilma: "Bem-vinda, camarada!".
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Que bonito: nada como confiar nos amigos (e nos amigos dos amigos, também). Caracas e La Havana devem estar satisfeitos...
Não é para menos...
Mateo Ricci - Palestra no Museu do Oriente, em Lisboa
Perderemos por pouco...
MATEUS RICCI - INTRODUTOR DO CRISTIANISMO NA CHINA
12 Novembro
Mateus Ricci - Introdutor do cristianismo na China
Conferência no Museu do Oriente, Lisboa, Portugal
Orador: Padre João Caniço, sj
18.00 - Entrada livre - Piso 4
MATEUS RICCI - INTRODUTOR DO CRISTIANISMO NA CHINA
MATEUS RICCI - INTRODUTOR DO CRISTIANISMO NA CHINA
Mateus Ricci - Introdutor do cristianismo na China
Conferência no Museu do Oriente, Lisboa, Portugal
Orador: Padre João Caniço, sj
18.00 - Entrada livre - Piso 4
Mateus Ricci foi um sacerdote jesuíta, filósofo, cartógrafo, astrónomo e matemático. Conhecido pelo nome chinês “Lì Mǎdòu, sobressaiu pela sua actividade missionária, fundada no diálogo, na China da dinastia Ming. É considerado o introdutor do cristianismo na China.
Mateus Ricci nasceu em Macerata, Itália, a 6 de Outubro de 1552 e morreu em Pequim, China, a 11 de Maio de 1610
Mafia Participacoes, SRL (sociedade a responsabilidade limitada)...
Limitada apenas aos companheiros, claro.
Alguns exemplos desse novo empreendimento capitalista, embora em escala restrita (e não seguindo exatamente aquela contabilidade que tinha sido inventada por um monge medieval), figuram nas duas matérias abaixo.
Talvez seja o prenúncio de um novo reino: o dos espertos. Vamos ter de conviver com isso por um bom tempo, ao que parece...
Paulo Roberto de Almeida
Telebrás, para comparsas
ETHEVALDO SIQUEIRA
O Estado de S.Paulo, 31 de outubro de 2010
"A Telebrás não está sendo recriada para servir à sociedade brasileira. Sua reativação tem o claro objetivo de atender a comparsas políticos. Exatamente como tem ocorrido na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Isso nos conduzirá, inevitavelmente, à degradação dos serviços, como, aliás, já ocorre no setor postal."
Essas palavras são do comandante Euclides Quandt de Oliveira, ex-ministro das Comunicações, de 1974-79, ao avaliar a recriação da Telebrás.
Quandt foi o primeiro presidente daquela estatal que retirou o País da situação de profundo atraso em suas telecomunicações em que vivia até o começo dos anos 1970.
Lúcido e franco aos 91 anos de idade, Quandt se preocupa com o futuro do País e relembra que cabe ao Estado fixar políticas públicas e mesmo prestar serviços, diretamente ou por intermédio de concessionárias.
"A prestação de serviços públicos é uma responsabilidade do Estado. Cabe-lhe, no entanto, fiscalizar a prestação de serviços com o máximo rigor", afirma Quandt.
Defensor histórico e convicto do modelo estatal, Quandt mudou de opinião no começo dos anos 1990.
Ele explica: "Depois de passar pela Telebrás e pelo Ministério das Comunicações, continuei a defender o modelo estatal, pois acreditava que ele seria capaz de cumprir sua missão de atender aos brasileiros em qualquer ponto do País. Fui, porém, forçado a reconhecer que, a partir de 1985, a escolha de dirigentes no Sistema Telebrás passou a ser feita com o claro propósito de atender a amigos e comparsas políticos, gente que, em sua maioria, não tem a qualificação profissional para o exercício do cargo. A partir daí, passei a ser defensor da privatização".
Loteamento. Por volta de 1990, Quandt já havia perdido sua esperança na possibilidade de a Telebrás atender a todos os brasileiros.
Hoje, o modelo estatal volta a ser desfigurado em vários setores governamentais pelo loteamento político, inclusive com a reativação da Telebrás, como acaba de ser feita.
Conheço Quandt há mais de 30 anos e fui testemunha de seu trabalho excepcional em favor das comunicações brasileiras, ao lado do segundo presidente da Telebrás, o general José Antonio de Alencastro e Silva.
Aquela Telebrás, nascida em 1972, funcionou de forma exemplar até 1985 e nada tinha de parecido com a "nova Telebrás", ressuscitada por Dilma Rousseff e por Erenice Guerra - e entregue, como um feudo, ao petista gaúcho Rogerio Santanna.
Heterodoxia petista. A volta da Telebrás tem sido justificada como estratégia para levar a banda larga a todo o povo brasileiro, "com a melhor qualidade e o menor preço".
Algo comovente, não? Os caminhos para alcançar esse nobre propósito, entretanto, não são nada republicanos. Confira, leitor:
Holding das antigas teles, a Telebrás foi privatizada em 1998, mas não foi extinta, por diversos problemas legais. Por ter sido criada por lei, não poderia ter sido reativada por decreto, com a mudança de suas finalidades. No entanto, esse decreto mudou sua condição de empresa holding transformando-a em uma operadora de serviços. Só uma lei específica, debatida e votada pelo Congresso poderia mudar sua atividade-fim.
Nenhuma concessionária ou outra parte legítima teve coragem de contestar, perante o Supremo Tribunal Federal (STF), essa inconstitucionalidade. Por isso, o País teve que engolir tudo em seco. Será que o Ministério Público não seria essa parte legítima para provocar o STF a se pronunciar sobre a constitucionalidade ou não desse decreto?
Além de recriar a Telebrás, o governo Lula aprovou, num só decreto, o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que, "a rigor, como plano, não existe", segundo Otávio Marques de Azevedo, diretor da Andrade Gutierrez, acionista da Oi.
O PNBL divulgado com o decreto não passa de uma breve carta de intenções, acompanhado agora por uma lista das primeiras 100 cidades a serem atendidas, 50% delas com população superior a 350 mil habitantes, nas quais já atuam pelo menos três operadoras com oferta de banda larga.
Um plano de banda larga de verdade deveria incluir metas específicas, fontes de financiamento, orçamento confiável, cronograma de investimentos, áreas prioritárias, população a ser atendida, evolução dos serviços e suas características técnicas.
Por sua importância, a questão da banda larga deveria ter sido debatida pelo Congresso Nacional há mais de 5 anos e com a participação de toda a sociedade. Só foi anunciada, entretanto, por um grupo palaciano ávido de poder, no sétimo ano do governo Lula, como um filão eleitoral.
O pior da heterodoxia e da ousadia petista na recriação da Telebrás foi alijar e marginalizar as duas áreas mais qualificadas e legalmente capacitadas a estudar e a propor modificações setoriais: o Ministério das Comunicações, ao qual a Telebrás sempre esteve legalmente vinculada, e a Anatel, que detém o maior número de especialistas em telecomunicações do governo.
Depois de tantas manobras, tudo acabou sendo decidido por Dilma Rousseff e sua sucessora, Erenice Guerra, sem o apoio do Ministério das Comunicações, que elaborou estudo de mais de 200 páginas sobre as linhas do PNBL - totalmente ignorado pela ministra Dilma.
Eis aí um pequeno retrato das comunicações brasileiras na era Lula.
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E por falar em Oi, "Oi internautas"...
Nunca uma saudação foi tão profética:
Da coluna "Holofote", de Felipe Patury, na VEJA desta semana, com três impressionantes flagrantes, como indica o jornalista Reinaldo Azevedo, "evidenciando como funciona a República dos Companheiros. Nos três casos, como vocês verão, o interesse público é apenas a alavanca ou o instrumento de ambições privadas. Esse é o modelo que, segundo as pesquisas, está recebendo hoje o endosso da maioria dos que decidiram votar."
Leiam:
Alô, é do BNDES? Não, é da Oi
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, convidou poucos profissionais do setor privado para acompanhá-lo na carreira pública. O economista Rafael Oliva foi um deles. Braço direito de Coutinho na sua empresa de consultoria, a LCA, Oliva se tornou assessor da presidência do banco. No cargo, participou das maiores operações feitas pela instituição, entre elas o empréstimo de 4,4 bilhões de reais concedido à Oi. Oliva deixou o BNDES. Agora, é diretor de planeja-mento regulatório da Oi. Oi?
Um tempero pra lá de oleoso
Um dos pedidos que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez à presidenciável petista Dilma Rousseff foi que mantivesse por um ou dois anos o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Lula acredita que, propagandeando o pré-sal, Gabrielli construirá sua candidatura à sucessão do governador baiano Jaques Wagner. Até 2012, Wagner convidaria Gabrielli para seu governo - e, então, o presidente da Petrobras começaria a tocar sua campanha ainda mais à vontade
As exigências de Erenice à Anatel
O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ronaldo Sardenberg, recebeu em 5 de abril deste ano uma carta confidencial da então secretária executiva da Casa Civil, Erenice Guerra. Em duas páginas, a futura ministra Erenice exigiu mudanças no projeto do Plano Nacional de Banda Larga, anunciado no mês seguinte. Anexado à carta, seguiu um texto de doze páginas com o que Erenice queria ver encampado pela Anatel. O documento era assinado por Artur Coimbra de Oliveira, assessor da Presidência, e Gabriel Laender, da Casa Civil. O texto sugeria duas medidas que beneficiariam a empresa Unicel: novas regras para as licitações de bandas largas em freqüências de 450-470 mega-hertz e facilidades para novas operadoras móveis com rede virtual. O marido de Erenice, José Roberto Camargo Campos, trabalhou para a Unicel. O assessor Gabriel Laender também. Sardenberg fez as alterações cobradas por Erenice.
==============
Comento: Eu me pergunto por que certos personagens, que não precisariam dobrar a espinha, resolvem ser tão condescentes com o crime, e acabam manchando assim a sua própria biografia de servidores públicos? Não tenho respostas, mas talvez alguns leitores as tenham.
Alguns exemplos desse novo empreendimento capitalista, embora em escala restrita (e não seguindo exatamente aquela contabilidade que tinha sido inventada por um monge medieval), figuram nas duas matérias abaixo.
Talvez seja o prenúncio de um novo reino: o dos espertos. Vamos ter de conviver com isso por um bom tempo, ao que parece...
Paulo Roberto de Almeida
Telebrás, para comparsas
ETHEVALDO SIQUEIRA
O Estado de S.Paulo, 31 de outubro de 2010
"A Telebrás não está sendo recriada para servir à sociedade brasileira. Sua reativação tem o claro objetivo de atender a comparsas políticos. Exatamente como tem ocorrido na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Isso nos conduzirá, inevitavelmente, à degradação dos serviços, como, aliás, já ocorre no setor postal."
Essas palavras são do comandante Euclides Quandt de Oliveira, ex-ministro das Comunicações, de 1974-79, ao avaliar a recriação da Telebrás.
Quandt foi o primeiro presidente daquela estatal que retirou o País da situação de profundo atraso em suas telecomunicações em que vivia até o começo dos anos 1970.
Lúcido e franco aos 91 anos de idade, Quandt se preocupa com o futuro do País e relembra que cabe ao Estado fixar políticas públicas e mesmo prestar serviços, diretamente ou por intermédio de concessionárias.
"A prestação de serviços públicos é uma responsabilidade do Estado. Cabe-lhe, no entanto, fiscalizar a prestação de serviços com o máximo rigor", afirma Quandt.
Defensor histórico e convicto do modelo estatal, Quandt mudou de opinião no começo dos anos 1990.
Ele explica: "Depois de passar pela Telebrás e pelo Ministério das Comunicações, continuei a defender o modelo estatal, pois acreditava que ele seria capaz de cumprir sua missão de atender aos brasileiros em qualquer ponto do País. Fui, porém, forçado a reconhecer que, a partir de 1985, a escolha de dirigentes no Sistema Telebrás passou a ser feita com o claro propósito de atender a amigos e comparsas políticos, gente que, em sua maioria, não tem a qualificação profissional para o exercício do cargo. A partir daí, passei a ser defensor da privatização".
Loteamento. Por volta de 1990, Quandt já havia perdido sua esperança na possibilidade de a Telebrás atender a todos os brasileiros.
Hoje, o modelo estatal volta a ser desfigurado em vários setores governamentais pelo loteamento político, inclusive com a reativação da Telebrás, como acaba de ser feita.
Conheço Quandt há mais de 30 anos e fui testemunha de seu trabalho excepcional em favor das comunicações brasileiras, ao lado do segundo presidente da Telebrás, o general José Antonio de Alencastro e Silva.
Aquela Telebrás, nascida em 1972, funcionou de forma exemplar até 1985 e nada tinha de parecido com a "nova Telebrás", ressuscitada por Dilma Rousseff e por Erenice Guerra - e entregue, como um feudo, ao petista gaúcho Rogerio Santanna.
Heterodoxia petista. A volta da Telebrás tem sido justificada como estratégia para levar a banda larga a todo o povo brasileiro, "com a melhor qualidade e o menor preço".
Algo comovente, não? Os caminhos para alcançar esse nobre propósito, entretanto, não são nada republicanos. Confira, leitor:
Holding das antigas teles, a Telebrás foi privatizada em 1998, mas não foi extinta, por diversos problemas legais. Por ter sido criada por lei, não poderia ter sido reativada por decreto, com a mudança de suas finalidades. No entanto, esse decreto mudou sua condição de empresa holding transformando-a em uma operadora de serviços. Só uma lei específica, debatida e votada pelo Congresso poderia mudar sua atividade-fim.
Nenhuma concessionária ou outra parte legítima teve coragem de contestar, perante o Supremo Tribunal Federal (STF), essa inconstitucionalidade. Por isso, o País teve que engolir tudo em seco. Será que o Ministério Público não seria essa parte legítima para provocar o STF a se pronunciar sobre a constitucionalidade ou não desse decreto?
Além de recriar a Telebrás, o governo Lula aprovou, num só decreto, o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que, "a rigor, como plano, não existe", segundo Otávio Marques de Azevedo, diretor da Andrade Gutierrez, acionista da Oi.
O PNBL divulgado com o decreto não passa de uma breve carta de intenções, acompanhado agora por uma lista das primeiras 100 cidades a serem atendidas, 50% delas com população superior a 350 mil habitantes, nas quais já atuam pelo menos três operadoras com oferta de banda larga.
Um plano de banda larga de verdade deveria incluir metas específicas, fontes de financiamento, orçamento confiável, cronograma de investimentos, áreas prioritárias, população a ser atendida, evolução dos serviços e suas características técnicas.
Por sua importância, a questão da banda larga deveria ter sido debatida pelo Congresso Nacional há mais de 5 anos e com a participação de toda a sociedade. Só foi anunciada, entretanto, por um grupo palaciano ávido de poder, no sétimo ano do governo Lula, como um filão eleitoral.
O pior da heterodoxia e da ousadia petista na recriação da Telebrás foi alijar e marginalizar as duas áreas mais qualificadas e legalmente capacitadas a estudar e a propor modificações setoriais: o Ministério das Comunicações, ao qual a Telebrás sempre esteve legalmente vinculada, e a Anatel, que detém o maior número de especialistas em telecomunicações do governo.
Depois de tantas manobras, tudo acabou sendo decidido por Dilma Rousseff e sua sucessora, Erenice Guerra, sem o apoio do Ministério das Comunicações, que elaborou estudo de mais de 200 páginas sobre as linhas do PNBL - totalmente ignorado pela ministra Dilma.
Eis aí um pequeno retrato das comunicações brasileiras na era Lula.
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E por falar em Oi, "Oi internautas"...
Nunca uma saudação foi tão profética:
Da coluna "Holofote", de Felipe Patury, na VEJA desta semana, com três impressionantes flagrantes, como indica o jornalista Reinaldo Azevedo, "evidenciando como funciona a República dos Companheiros. Nos três casos, como vocês verão, o interesse público é apenas a alavanca ou o instrumento de ambições privadas. Esse é o modelo que, segundo as pesquisas, está recebendo hoje o endosso da maioria dos que decidiram votar."
Leiam:
Alô, é do BNDES? Não, é da Oi
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, convidou poucos profissionais do setor privado para acompanhá-lo na carreira pública. O economista Rafael Oliva foi um deles. Braço direito de Coutinho na sua empresa de consultoria, a LCA, Oliva se tornou assessor da presidência do banco. No cargo, participou das maiores operações feitas pela instituição, entre elas o empréstimo de 4,4 bilhões de reais concedido à Oi. Oliva deixou o BNDES. Agora, é diretor de planeja-mento regulatório da Oi. Oi?
Um tempero pra lá de oleoso
Um dos pedidos que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez à presidenciável petista Dilma Rousseff foi que mantivesse por um ou dois anos o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Lula acredita que, propagandeando o pré-sal, Gabrielli construirá sua candidatura à sucessão do governador baiano Jaques Wagner. Até 2012, Wagner convidaria Gabrielli para seu governo - e, então, o presidente da Petrobras começaria a tocar sua campanha ainda mais à vontade
As exigências de Erenice à Anatel
O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ronaldo Sardenberg, recebeu em 5 de abril deste ano uma carta confidencial da então secretária executiva da Casa Civil, Erenice Guerra. Em duas páginas, a futura ministra Erenice exigiu mudanças no projeto do Plano Nacional de Banda Larga, anunciado no mês seguinte. Anexado à carta, seguiu um texto de doze páginas com o que Erenice queria ver encampado pela Anatel. O documento era assinado por Artur Coimbra de Oliveira, assessor da Presidência, e Gabriel Laender, da Casa Civil. O texto sugeria duas medidas que beneficiariam a empresa Unicel: novas regras para as licitações de bandas largas em freqüências de 450-470 mega-hertz e facilidades para novas operadoras móveis com rede virtual. O marido de Erenice, José Roberto Camargo Campos, trabalhou para a Unicel. O assessor Gabriel Laender também. Sardenberg fez as alterações cobradas por Erenice.
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Comento: Eu me pergunto por que certos personagens, que não precisariam dobrar a espinha, resolvem ser tão condescentes com o crime, e acabam manchando assim a sua própria biografia de servidores públicos? Não tenho respostas, mas talvez alguns leitores as tenham.
O Dia em que Adiaram o Carnaval: Barao do Rio Branco - livro de Luiz Claudio Villafane Gomes Santos
Não por ser meu amigo, mas por ser um grande historiador, recomendo vivamente, ainda antes de conhecer, este livro que acaba de sair no Brasil.
Como posso recomendar um livro sem tê-lo lido ainda?
Simples: prefaciei o primeiro livro de Luiz Claudio, que já conhecia desde a dissertação de Mestrado, e ali mesmo disse que deveria ser publicado, o que finalmente foi feito pela Editora da Universidade do Paraná. Trata-se de uma história das relações do Brasil com as repúblicas do Pacífico, especialmente através da figura especialíssima de Duarte da Ponte Ribeiro, o grande promotor do uti possidetis na definição das fronteiras do Brasil e um diplomata excepcional.
Depois conheci e acompanhei a edição de seu segundo livro, sobre as relações interamericanas no século 19, derivado de sua tese de doutoramento, que foi publicado pela Unesp. Finalmente, já conheço o novo livro parcialmente, por meio de artigos preparados para revistas especializadas.
Agora posso fazer um reparo: também estive associado ao trabalho de elaboração da capa, e fui eu quem forneci a foto do Barão (não fui eu quem fiz, mas eu possuía o clichê), que vem da Catedral de Washington, num vitral que tem outras figuras da América Latina, Bolívar, San Martin, esses "founding fathers" dos países da região, aos quais o Barão se encontra, assim (tardiamente), associado.
Agora, se vocês repararem bem, pela imagem do Barão, quase moçoilo, apesar da calvície já adentrando na cabeça, constataram que "esse barão" não poderia ser "o Barão", status que obteve já de cabelos brancos. Se trata de um barão back to the future. Mais passons sur cette bevue.
O que importa é que o Juca Paranhos, barão ou não, é um dos "santos protetores" na catedral ecumênica de Washington. Grande figura, sem dúvida, ainda que eu seja totalmente contrário a esse culto mítico, quse litúrgico, que existe na diplomacia brasileira. O que não diminui em nada, diga-se de passagem, o valor do Barão como historiador, negociador, diplomata e ministro. Um grande homem e um grande estudioso, o que para mim é o que importa. Como ministro, era um realista e não um ideólogo, e não ficava fazendo bravatas entre os impérios daquela conjuntura. Tinha uma percepção aguda do interesse nacional, que colocava acima dos partidos e das lutas políticas da sua época.
Agora posso fazer um reparo: também estive associado ao trabalho de elaboração da capa, e fui eu quem forneci a foto do Barão (não fui eu quem fiz, mas eu possuía o clichê), que vem da Catedral de Washington, num vitral que tem outras figuras da América Latina, Bolívar, San Martin, esses "founding fathers" dos países da região, aos quais o Barão se encontra, assim (tardiamente), associado.
Agora, se vocês repararem bem, pela imagem do Barão, quase moçoilo, apesar da calvície já adentrando na cabeça, constataram que "esse barão" não poderia ser "o Barão", status que obteve já de cabelos brancos. Se trata de um barão back to the future. Mais passons sur cette bevue.
O que importa é que o Juca Paranhos, barão ou não, é um dos "santos protetores" na catedral ecumênica de Washington. Grande figura, sem dúvida, ainda que eu seja totalmente contrário a esse culto mítico, quse litúrgico, que existe na diplomacia brasileira. O que não diminui em nada, diga-se de passagem, o valor do Barão como historiador, negociador, diplomata e ministro. Um grande homem e um grande estudioso, o que para mim é o que importa. Como ministro, era um realista e não um ideólogo, e não ficava fazendo bravatas entre os impérios daquela conjuntura. Tinha uma percepção aguda do interesse nacional, que colocava acima dos partidos e das lutas políticas da sua época.
Bem, está feita a recomendação
Paulo Roberto de Almeida
PS: Vou receber o livro proximamente, diretamente das mãos do autor...
O DIA EM QUE ADIARAM O CARNAVAL: POLÍTICA EXTERNA E A CONSTRUÇÃO DO BRASIL
LUÍS CLÁUDIO VILLAFAÑE G. SANTOS
(São Paulo: Editora Unesp, 2010, 278 p.; ISBN-13: 978-85-393-0060-0; ISBN-10: 85-393-0060-5)
LUÍS CLÁUDIO VILLAFAÑE G. SANTOS
(São Paulo: Editora Unesp, 2010, 278 p.; ISBN-13: 978-85-393-0060-0; ISBN-10: 85-393-0060-5)
SINOPSE:
Tido como o responsável pela consolidação do território brasileiro, o Barão do Rio Branco conquistou em vida a aura de herói nacional. Sua morte, em 1912, levou o governo a declarar luto oficial e a adiar o Carnaval de fevereiro para abril. Esse episódio ímpar, que mistura política externa e festa popular, é o ponto de partida de Luís Cláudio Villafañe G. Santos que, nesta inteligente obra, discorre sobre as complexas relações entre Estado, território e poder político no Brasil.
A transcendência da morte de Rio Branco não escapou a seus contemporâneos. Uma rápida consulta aos jornais da época deixa clara essa percepção. Na edição vespertina daquele mesmo 10 de fevereiro de 1912, o diário A República assinalou: "Nenhum brasileiro atingiu mais alto o culto da veneração popular. O Barão do Rio Branco era verdadeiramente um patrimônio nacional. A nação que o amou em vida há de idolatrar-lhe reverentemente a sua venerada memória". A Gazeta de Notícias (11/02/1912), por sua vez, comentou que "Dizer doBarão do Rio Branco uma rápida impressão de dor, de luto, de lágrimas, quando o país inteiro soluça é bem difícil. E sua obra foi enorme e grandiosa".
Nem os festejos de Momo escapariam do choque trazido pela perda de quem já em vida era considerado um herói nacional. O sábado seguinte ao passamento do Barão, dia 17 de fevereiro, seria carnaval. Seria, porque o carnaval em 1912 acabou adiado para abril. O governo determinou que, em virtude do luto nacional, os festejos fossem transferidos para o período de 6 a 10 de abril. A força do mito criado em torno de José Maria da Silva Paranhos Júnior como construtor na nacionalidade, sua identificação com "uma certa idéia de Brasil", merece reflexão. Trata-se de um caso único, de um diplomata que surge como referência para a construção da nação, um "fundador"da nacionalidade deslocado no tempo. Quando de sua morte, o Brasil já contava com quase noventa anos de vida independente. Já havia sido governado por imperadores, regentes e presidentes. Ainda assim, Rio Branco passou a disputar espaço importante na memória e no imaginário como um dos formadores da nação brasileira.
O fato de Juca Paranhos estar indubitavelmente no panteão dos santos do nosso nacionalismo certamente revelará algo do processo de construção da identidade brasileira, uma discussão que já conta com uma longa e respeitável tradição intelectual. São muitas as perspectivas e premissas que animam esse debate. A nação brasileira foi construída pela literatura, pela historiografia, pelas ciências sociais e pelas grandes explicações multidisciplinares dos "intérpretes do Brasil". Vários são os enfoques e os recortes possíveis. Aqui, trilharemos um caminho ainda pouco explorado: a construção da idéia de Brasil, da nação e da nacionalidade brasileiras a partir da política externa do país.
Apresentação do Autor:
Tomando como ponto de partida a tentativa de adiar o carnaval de 1912 por luto pela morte do Barão do Rio Branco, busco problematizar essa mistificação da política externa brasileira como uma continuidade inescapável das ideias e políticas de Paranhos, mas, principalmente, busco reconstruir o caminho trilhado na consolidação do sentimento de identidade brasileira e de nacionalidade e explorar o papel da ação do Estado nessa “invenção”. Mais especificamente, busco ligar a política externa e a construção da identidade/nacionalidade brasileira.
A utilização da figura do Barão como gancho retórico para isso pareceu-me extremamente adequada, pois nós temos um caso único de um “founding father” da nacionalidade deslocado no tempo. Enfim, espero que possa despertar sua curiosidade para um livro que, quem tiver o tempo e paciência, verá que, ainda por cima, acaba em samba…
A Profa. Doutora Maria Lígia Coelho Prado teve a gentileza de escrever uma belíssima apresentação que conclui, com generosidade, com o seguinte parágrafo:
“Concordando ou discordando das premissas e das teses esposadas – muitas delas controversas – não há dúvidas sobre a competência e sofisticação do autor. Este livro, sem dúvida, se constitui em leitura fundamental para todos aqueles que desejam entender as intrincadas mediações entre relações exteriores, identidade e nacionalismo no Brasil contemporâneo”.
A utilização da figura do Barão como gancho retórico para isso pareceu-me extremamente adequada, pois nós temos um caso único de um “founding father” da nacionalidade deslocado no tempo. Enfim, espero que possa despertar sua curiosidade para um livro que, quem tiver o tempo e paciência, verá que, ainda por cima, acaba em samba…
A Profa. Doutora Maria Lígia Coelho Prado teve a gentileza de escrever uma belíssima apresentação que conclui, com generosidade, com o seguinte parágrafo:
“Concordando ou discordando das premissas e das teses esposadas – muitas delas controversas – não há dúvidas sobre a competência e sofisticação do autor. Este livro, sem dúvida, se constitui em leitura fundamental para todos aqueles que desejam entender as intrincadas mediações entre relações exteriores, identidade e nacionalismo no Brasil contemporâneo”.
O livro já está disponível na Editora e no site da Livraria Cultura (ver aqui).
Sumário:
Apresentação – Maria Lígia Coelho Prado
O Barão, santo no altar da nacionalidade
Brasil ou Brasis?
Um Império tropical
Somos da América e queremos ser americanos
O Barão e outros santos
A consciência do atraso
Rompendo com o Barão?
Conclusão
Sumário:
Apresentação – Maria Lígia Coelho Prado
O Barão, santo no altar da nacionalidade
Brasil ou Brasis?
Um Império tropical
Somos da América e queremos ser americanos
O Barão e outros santos
A consciência do atraso
Rompendo com o Barão?
Conclusão
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Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida
Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...
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