terça-feira, 20 de agosto de 2013

China: quem disse que o capitalismo nao funciona na China?

L'Asie devient trop chère pour H&M, qui se tourne vers l'Afrique

Le Monde.fr avec AFP |  • Mis à jour le 

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Logo du géant de la mode suédois H & M.

Après l'Asie, direction l'Afrique. Le numéro deux mondial du prêt-à-porter, Hennes et Mauritz (H&M), a indiqué vendredi 16 août qu'il allait étendre son réseau de fournisseurs à l'Ethiopie, après avoir concentré 80 % de sa production sur le continent asiatique. Des commandes-tests ont été passées auprès de fournisseurs éthiopiens, qui doivent bâtir des usines dans le pays d'ici à la fin de l'année. Dans un communiqué, le géant suédois reconnait ne pas encore savoir combien de ces fournisseurs seront retenus et quand ces usines seront prêtes.

"Nous sommes une entreprise vaste et nous cherchons constamment de nouveaux marchés d'achat potentiels pour garantir que nous avons la capacité de livrer les produits dans tous les magasins", a expliqué une porte-parole,Camilla Emilsson-Falk"Nous faisons cela en augmentant la productivité sur les marchés de fabrication existants ainsi qu'en recherchant de nouveau marché", a-t-elle ajouté.

MOITIÉ MOINS CHER

Mais derrière cette ligne officielle, ce changement majeur dans la stratégie du groupe s'explique surtout par l'augmentation des salaires en Chine. Selon leWall Street Journal en effet, le coût de production d'un vêtement fabriqué actuellement en Ethiopie est moitié moins cher qu'un vêtement fabriqué enChine en 2011, dernière année pour laquelle ces statistiques sont disponibles. En outre, les coûts de transport et les délais de livraison pourraient s'en trouverréduits, du fait de la plus grande proximité entre les côtes africaines et le marché européen, principale source de revenus du groupe.

Une différence de coût qui pourrait cependant être très limitée dans le temps. Selon le quotidien économique, qui cite un analyste de Berstein, les coûts ont augmenté de 18 % en Ethiopie entre 2010 et 2011, tandis qu'ils n'ont connu qu'une augmentation de 7,7 % en Chine sur la même période. Si ce mouvement se poursuit, le coût de production dans le pays africain sera plus important qu'en Chine dès 2019.

"ANALYSE DES RISQUES POUSSÉE"

Cette nouvelle délocalisation pourrait, en outre, poser d'autres problèmes au géant de la mode suédois. "Nous avons fait une analyse des risques poussée pour l'Ethiopie, en nous penchant sur les questions de droits de l'homme et d'environnement", a souligné la porte-parole de H&M. Car le pays, malgré une croissance annuelle moyenne de 10 % depuis 2004 selon la Banque mondiale, reste l'un des plus pauvres du monde. Et un an après la mort du premier ministre, Meles Zenawi, son exécutif est toujours sous le feu des critiques des défenseurs des droits de l'homme.

Pour rassurer les investisseurs étrangers, le gouvernement éthiopien a lancé un vaste plan de soutien au secteur textile, moteur de croissance du pays dans les prochaines années. L'Ethiopie veut en effet attirer les grands groupes en offrant une main d'oeuvre et des terrains bon marchés, des aides à l'installation, ainsi que des exonérations de charges. Du pain béni pour les marques, dont certaines, comme l'enseigne britannique Tesco ou le fabricant de chaussures chinois Huaijan (qui fournit les marques Guess et Tommy Hilfiger), ont déjà franchi le pas. D'autant que l'Ethiopie a une longue tradition dans le textile, le cuir et la chaussure depuis l'invasion italienne en 1935.

Luz "engarrafada": uma invencao brasileira genial


Brasileiro inventor de ‘luz engarrafada’ tem ideia espalhada pelo mundo

Ambiente Brasil, 20/08/2013

Alfredo Moser poderia ser considerado um Thomas Edison dos dias de hoje, já que sua invenção também está iluminando o mundo.

Em 2002, o mecânico da cidade mineira de Uberaba, que fica a 475 km da capital Belo Horizonte, teve seu próprio momento de “eureka” quando encontrou a solução para iluminar a própria casa em um dia de corte de energia.

Para isso, ele utilizou nada mais do que garrafas plásticas pet com água e uma pequena quantidade de cloro.

Nos últimos dois anos, sua ideia já alcançou diversas partes do mundo e deve atingir a marca de 1 milhão de casas usando a “luz engarrafada”.

Mas, afinal, como a invenção funciona? A reposta é simples: pela refração da luz do sol em uma garrafa de dois litros cheia d’água.

“Adicione duas tampas de cloro à água da garrafa para evitar que ela se torne verde (por causa da proliferação de algas). Quanto mais limpa a garrafa, melhor”, explica Moser.

Ele protege o nariz e a boca com um pedaço de pano antes de fazer o buraco na telha com uma furadeira. De cima para baixo, ele então encaixa a garrafa cheia d’água.

“Você deve prender as garrafas com cola de resina para evitar vazamentos. Mesmo se chover, o telhado nunca vaza, nem uma gota”, diz o inventor.

Outro detalhe é que a lâmpada funciona melhor se a tampa for encapada com fita preta.
“Um engenheiro veio e mediu a luz. Isso depende de quão forte é o sol, mas é entre 40 e 60 watts”, afirma Moser.

Apagões – A inspiração para a “lâmpada de Moser” veio durante um período de frequentes apagões de energia que o país enfrentou em 2002. “O único lugar que tinha energia eram as fábricas, não as casas das pessoas”, relembra.

Moser e seus amigos começaram a imaginar como fariam um sinal de alarme, no caso de uma emergência, caso não tivessem fósforos.

O chefe do inventor sugeriu na época utilizar uma garrafa de plástico cheia de água como lente, para refletir a luz do sol em um monte de mato seco e, assim, provocar fogo.

A ideia ficou na mente de Moser que, então, começou a experimentar encher garrafas para fazer pequenos círculos de luz refletida. Não demorou muito para que ele tivesse a ideia da lâmpada.

“Eu nunca fiz desenho algum da ideia. Essa é uma luz divina. Deus deu o sol para todos e luz para todos. Qualquer pessoa que usar essa luz economiza dinheiro. Você não leva choque e essa luz não lhe custa nem um centavo”, ressalta.

Pelo mundo – O inventor já instalou as garrafas de luz na casa de vizinhos e até no supermercado do bairro. Ainda que ele ganhe apenas alguns reais instalando as lâmpadas, é possível ver pela casa simples e pelo carro modelo 1974 que a invenção não o deixou rico. Apesar disso, Moser aparenta ter orgulho da própria ideia.

“Uma pessoa que eu conheço instalou as lâmpadas em casa e dentro de um mês economizou dinheiro suficiente para comprar itens essenciais para o filho que tinha acabado de nascer. Você pode imaginar?”, comemora Moser.

Carmelinda, mulher de Moser há 35 anos, diz que o marido sempre foi muito bom para fazer coisas em casa, até mesmo para construir camas e mesas com madeira de qualidade.

Mas parece que ela não é a única que admira o inventor. Illac Angelo Diaz, diretor executivo da fundação de caridade MyShelter, nas Filipinas, parece ser outro fã.

A instituição MyShelter se especializou em construção alternativa, criando casas sustentáveis feitas de material reciclado, como bambu, pneus e papel.

Para levar à frente um dos projetos do MyShelter, com casas feitas totalmente com material reciclado, Diaz disse ter recebido “quantidades enormes de garrafas”.

“Enchemos as garrafas com barro para criar as paredes. Depois enchemos garrafas com água para fazer as janelas”, conta.

“Quando estávamos pensando em mais coisas para o projeto, alguém disse: ‘Olha, alguém fez isso no Brasil. Alfredo Moser está colocando garrafas nos telhados”’, relembra Diaz.

Seguindo o método de Moser, a entidade MyShelter começou a fazer lâmpadas em junho de 2011. A entidade agora treina pessoas para fazer e instalar as garrafas e assim ganhar uma pequena renda.

Nas Filipinas, onde um quarto da população vive abaixo da linha da pobreza (de acordo com a ONU, com menos de US$ 1 por dia) e a eletricidade é muito cara, a ideia deu tão certo, que as lâmpadas de Moser foram instaladas em 140 mil casas.

As luzes “engarrafadas” também chegaram a outros 15 países, entre eles Índia, Bangladesh, Tanzânia, Argentina e Fiji.

Diaz disse que atualmente podem-se encontrar as lâmadas de Moser em comunidades que vivem em ilhas remotas. “Eles afirmam que viram isso (a lâmpada) na casa do vizinho e gostaram da ideia”.

Pessoas em áreas pobres também são capazes de produzir alimentos em pequenas hortas hidropônicas, usando a luz das garrafas para favorecer o crescimento das plantas. Diaz estima que pelo menos 1 milhão de pessoas vão se beneficiar da ideia até o começo de 2014.

“Alfredo Moser mudou a vida de um enorme número de pessoas, acredito que para sempre”, enfatiza o representante do MyShelter.

“Ganhando ou não o Prêmio Nobel, queremos que ele saiba que um grande número de pessoas admira o que ele está fazendo.”

Mas será que Moser imagina que sua invenção ganharia tamanho impacto? “Nunca imaginei isso, não”, diz, emocionado. “Me dá um calafrio no estômago só de pensar nisso.” (Fonte: G1)

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politica com "p" minusculo, quase desaparecendo; Promiscuidade com P maiusculo, vergonhoso...

Dilma libera lote recorde de emendas para congressistas

GUSTAVO PATU
BRENO COSTA
DE BRASÍLIA

Folha de S.Paulo, 19/08/2013

Sob pressão dos partidos aliados e ameaça de derrotas no Congresso, o governo Dilma Rousseff promove neste mês uma liberação inédita de verbas de interesse direto de deputados e senadores.

Apenas nos primeiros nove dias de agosto, as autorizações para despesas incluídas por congressistas no Orçamento -conhecidas como emendas parlamentares- já atingiram o maior montante mensal do ano, com folga.

Análise: Ameaça à reeleição fez Dilma acelerar abertura de cofres

Segundo levantamento feito pela Folha, as 20 iniciativas orçamentárias que mais concentram emendas receberam, no curto período, R$ 1,2 bilhão, pouco abaixo do R$ 1,4 bilhão autorizado ao longo dos sete meses anteriores.

Desde o início da atual administração, tal volume só tem precedentes nos meses de dezembro, quando o governo inscreve gastos atrasados para execução no ano seguinte, e em julho do ano passado, por ser prazo limite definido pela lei eleitoral para operações do gênero.

Os dados evidenciam uma nova postura da articulação política do Planalto, que, até a queda dos índices de popularidade de Dilma, submetia os partidos da base de apoio a uma ração modesta de recursos orçamentários.

Antes de agosto, as autorizações de verbas para emendas se concentravam em apenas dois dias atípicos: 28 de maio, quando a presidente ouviu queixas de líderes petistas, e 3 de junho, quando ela prometeu ao PMDB acelerar a liberação de dinheiro.

A insatisfação do mundo político coincidiu com o enfraquecimento do Executivo e deu impulso à proposta, já aprovada em primeiro turno pela Câmara, que torna obrigatória a execução da maior parte das emendas individuais -aquelas apresentadas por deputados e senadores.

Cacete nao e santo, mas de vez em quando faz milagres

64% dos leitores acham que manifestantes violentos devem ser contidos pela conjugação de diálogo e força

Os leitores desta página consideram que a Brigada Militar deve dialogar com manifestantes e só usar a força quando ela for absolutamente necessária. 64% dos leitores que responderam a enquete disponibilizada ao lado, optaram pela resposta. Uma parte menor, 32%, acha que não tem nada que dialogar, mas apenas prender e arrebentar. Leia tudo:

Como a Polícia deve interagir com manifestantes que a confrontam pela violência?
 Dialogando, mas sem empregar a força. 3 (2%)
 Usando a força, prendendo e arrebentando. 35 (32%)
 Dialogando e usando a força sempre que necessário. 69 (64%)

Da coluna do jornalista Políbio Braga, 20/08/2013

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Reserva de mercado para "istoriadores": um tema em debate (Ivan da Costa Marques)

O artigo do professor, pesquisador, cientista, historiador Ivan da Costa Marques é preciso, abrangente, elegante. Acho que ele escreveu bem e tem razão em todos os seus argumentos substantivos.
Talvez, no entanto, não precisasse de tanto: bastava dizer que os "istoriadores"  da Anpuh só estão atrás de uma reserva de mercado para exercitarem aquilo que menos sabem fazer: pesquisar, de maneira aberta, divulgar, num ambiente sadio de diálogo com todas as correntes das humanidades, desfazer-se de comportamentos corporativos.
Paulo Roberto de Almeida

Desacordo entre associações acadêmicas
Jornal da Ciência, 19/08/2013

Artigo de Ivan da Costa Marques* para o Jornal da Ciência aborda os posicionamentos discordantes em torno do projeto de lei que regulamenta a profissão de historiador

O Projeto de Lei 4699/2012 trouxe à tona um forte desacordo entre as comunidades acadêmicas brasileiras cujas atividades podem ser atingidas pela palavra "história". Ao estipular que "o exercício da profissão de historiador é privativa (sic) dos portadores de diploma de curso superior, mestrado ou doutorado em História" o projeto propõe um divisor formal entre quem pode e quem não pode legalmente ensinar, divulgar, pesquisar o passado e fazer historiografia no Brasil. Ou seja, o Projeto de Lei 4699/2012 adota um indicador radicalmente simplificado e reduzido - a posse de um diploma - para quem poderá, caso a lei seja aprovada nos termos propostos, legalmente exercer a "profissão de historiador." De tão radical pode-se duvidar que este indicador se afirme, mesmo que eventualmente amparado em Lei. Vários profissionais, com diferentes diplomas e matizes ideológicas (ao que vi, José Murilo de Carvalho, Renato Janine Ribeiro, Francisco Marshall, mas certamente há outros) vieram a público argumentando que o projeto é, no mínimo,ameaçadoramente tosco.

O projeto traz para um primeiro plano um problema de fronteiras. Onde estaria o reduto "puro" do historiador, um reduto bem delimitado por um indicador simples e reduzido? O historiador que pesquisa o passado vive o presente e seu próprio agir acontece em meio às categorias do presente. Seu mundo é formado e informado não só pela historiografia feita pelos que o precederam, mas também pela sociologia, pela filosofia, pela antropologia e, não menos, pela tecnologia do presente. Que historiador atualizado poderia deixar de reconhecer que não só o ensino da história mas talvez ainda mais o fazer da historiografia, a construção do conhecimento histórico, mudou radicalmente, não se precisa dizer de 50 ou 100, mas de 30 anos para cá? Mesmo os mais empedernidos reconhecem que não se escreve da mesma maneira depois dos processadores de textos e não se pesquisa da mesma forma depois da Internet. Não mais se duvida que as condições e as ferramentas usadas na obtenção de um conhecimento condicionam e conformam o próprio conhecimento. Hoje acumulam-se as evidências de que a compreensão das entidades de conhecimento (objetos, fatos e teorias) não se completa dentro das fronteiras das disciplinas que as estabelecem. E isto vale, felizmente, inclusive para as ciências ditas naturais. A constatação de que as histórias temáticas são limitadas enquanto forem "história de" é um resultado crucial para os historiadores que, por décadas intimidados pela suposta falta de cientificidade do fazer historiográfico, podem agora dizer que os conhecimentos científicos, eles próprios, também têm historicidade. Mas este resultado crucial não só não foi obtido só por historiadores (com ou sem diploma) como também tem seu preço epistemológico.

Ao tornar históricos, e portanto impuros ou de fronteiras problemáticas,os próprios conhecimentosda Química, da Biologia, da Física e da Matemática, ao fazer histórias das ciências e não só histórias dos cientistas ou das ideias nas ciências, o historiador também abre mão da possibilidade de ter para si um reduto "puro", um reduto de entidades de conhecimento que ele possa legitimamente considerar só suas. Hoje o historiador vê-se na contingência de situar-se, ele próprio e seu fazer, em uma rede interdisciplinar. Daí o retumbante fracasso operacional do Art. 4 do projeto de Lei 4699/2012, ao não ir além de uma tautologia ao definir as "atribuições do historiador". A leitura do Art. 4 mostra que,nos termos do Projeto de Lei 4699/2012, são "atribuições do historiador" simplesmente todas as atividades atingidas pela palavra "história". Ou seja, os próprios proponentes da Lei acabam por deixar claro que não há limites estabilizados para o que vem a ser "atribuições do historiador".

Na ausência de uma definição não tautológica de "atribuições do historiador", isto é, uma definição que permita dizer o que é e o que não é parte delas, ou seja, uma definição operacional, restará à Lei, se aprovada, para atuar, unicamente o recurso ao diploma, um instrumento formal que ela mobiliza, radicalmente simplificado, para separar o que é e o que não é legal na construção de conhecimentos históricos. Um perigo! Pois tem-se então a legalização do que é feito baseada exclusivamente no privilégio formal, na prática quase sempre exorbitado, de quem está fazendo. Voltamos à "carteirada" ou ao "sabe com quem está falando?".É claro que os vícios da tradição cartorial mobilizam-se em surdina (talvez nem tanto) para fazerem-se valer pela Lei.

Isto parece-me claro e até mesmo mero fruto do bem senso em meio ao saber sobre o saber que hoje detemos na interdisciplinaridade. A situação se complica quando lembramos que muitas vezes o apego a interesses específicos é maior do que a propensão a preservar o bom senso. Então, buscando uma atitude propositiva e conciliadora, o que fazer? Como buscar um acordo com a ANPUH (Associação Nacional de História), proponente e defensora do Projeto de Lei 4699/2012? Como chegar a uma estabilização provisional, uma vez que hoje nem mesmo as ditas leis da Natureza são eternas, muito menos as leis do homens? Parece-me que a busca de fronteiras disciplinares bem definidas na pesquisa, isto é, nas atividades de construção do conhecimento histórico, é não só indesejável mas também impossível, conforme sugeri acima. Tampouco cabem delimitações disciplinares, e muito menos de posse de diplomas, nas atividades de formação dos historiadores. Isto exclui a possibilidade de uma fronteira aceitável que delimite as "atribuições do historiador" nos estabelecimentos do ensino superior. Restaria então as atribuições no ensino fundamental e médio como área para uma negociação possível entre as diversas associações descontentes e a ANPUH.

Apresso-me a dizer que esta proposta não decorre da crença de que as atividades no ensino fundamental e médio são de menor complexidade e importância. Ou que elas caracterizariam um espaço de mera replicação de conhecimentos, como se isso fosse possível.Acreditar que atividades tidas como "mais técnicas" são desprovidas de imaginação e criatividade, como alguns muito equivocadamente chegam a sugerir no seu afã comparativo entre os historiadores, engenheiros e médicos, por terem estes últimos profissões rigidamente regulamentadas, é, além de preconceito arrogante, um grave erro analítico. Já há décadas provaram-se equivocadas as visões de mundo que retiravam da execução os atributos de imaginação e criatividade para concentrá-los na concepção. Um exemplo emblemático da superação deste equívoco foi o abandono da tradição fordista-taylorista como paradigma na organização da produção.

Feito este esclarecimento, insisto que minha atitude aqui é aquela de sugerir uma negociação de caráter político explícito e realçado- isto é, uma negociação em que será preciso ceder algo para se obter um acordo, uma situação em que o ótimo cede ao bom. Ou, alternativamente, mobilizar-se para impedir a regulamentação. Ponto.

Sabidamente, no quadro político brasileiro, a força dos interesses diretos das associações acadêmicas é limitada no âmbito do Congresso Nacional. O risco de modificações e emendas feitas à margem das associações acadêmicas, seja da ANPUH ou das descontentes, existe. Segue daí que apostar que as decisões sejam tomadas exclusivamente em função de interesses imediatos e que nossos deputados e senadores não sejam capazes de apreciar uma argumentação conceitual é perigoso. As associações acadêmicas deveriam se esforçar para mostrar que o que defendem é o que é atualizado, o que é melhor para a produção de conhecimentos históricos, melhor para o Brasil e melhor para os historiadores brasileiros, já alvo de um espanto que pode ser conferido nas manifestações de entidades internacionais contra o Projeto de Lei 4699/2012 na forma em que está. Felizmente, ao que parece, não há unanimidade na ANPUH quanto a até que ponto a própria ANPUH deve defender a aprovação da Lei nos termos propostos. Isto abre o espaço para a negociação de uma proposta alternativa, em vez de deixar para o Congresso Nacional julgar o que é melhor diante do desacordo nas comunidades acadêmicas.

Ivan da Costa Marques é professor associado e vice-voordenador do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, presidente da ESOCITE.BR (Associação Brasileira de Estudos Sociais das Ciências e das Tecnologias), membro do Conselho Consultivo da SBHC (Sociedade Brasileira de História das Ciências).

O Jornal a Ciência publica matéria sobre o assunto na página 4, o que rendeu a manchete e a charge da primeira página.

Link para acesso à publicação: http://www.jornaldaciencia.org.br/impresso/JC743.pdf

Retratos fugazes de estudantes brasileiros: vandalos e incendiarios...

O caso da escola incendiada por oito alunos demonstra que chegou a hora de endurecer e perder a ternura

Coluna diária do jornalista Políbio Braga, segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O site www.zerohora.com.br desta tarde, informou que a Polícia Civil de Eldorado do Sul, na Região Metropolitana, entregou ao Ministério Público (MP) a conclusão da investigação do incêndio que atingiu dois prédios da Escola Municipal La Hire Guerra há uma semana. Dos nove adolescentes apontados como envolvidos no ato infracional, apenas um não tem ligação com o colégio — como aluno ou ex-aluno. Leia mais:

. Conforme o delegado Alencar Carraro, alguns adolescentes confessaram a ação em depoimentos, acompanhados de advogados e pais. Um deles se apresentou na manhã desta segunda-feira. Eles teriam ingerido bebida alcoólica antes de colocarem fogo em dois prédios do colégio, pouco depois da meia-noite da segunda-feira passada. A polícia estima um prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão. 

— Ainda não posso revelar detalhes das medidas que sugerimos ao MP, mas fomos bastante duros e enérgicos. Concluímos que não houve motivação para o ato, foi vandalismo puro — diz o delegado.

Os adolescentes com idades entre 15, 16 e 17 anos, são repetentes e estão entre o 6º e 7º ano. Eles já teriam participado de outros atos violentos, como agressão de colegas e arrombamento da lancheria da escola.

- Os atos foram de vandalismo puro e replicam eventos recentes de enorme impacto criminoso. O editor registra sobre o que ocorreu: 1) A perda de valores move os delinquentes, sejam eles juvenis, como esses bandidos, ou seja adultos celerados, um problema que a curto prazo apenas legislação muito mais dura e cumprimento na base da tolerância zero poderá minimizar. 2) A impunidade generalizada, começando de cima, aciona os piores instintos pessoais de renegados sociais reconhecidos, o que a curto prazo apenas o Judiciário terá condições de atacar, punido exemplarmente os bandidos de colarinho branco alojados nos governos, no setor público em geral e nas camadas superiores da sociedade.

Fantasias companheiras: talibans do Brasil se congratulam com o estado excelente da economia

Eu nunca me surpreenderei com as fantasias companheiras, mas algumas são realmente uma surpresa...

Como esta aqui, por exemplo:


O vice-líder do PT na Câmara  analisou na sexta-feira (16) os números divulgados na segunda edição de 2013 do Caderno Destaques lançado pelo Governo Federal .   “Mesmo com o mundo em crise o Brasil acerta nos rumos da economia”, disse.  Para Bohn Gass, apesar das dificuldades  os investimentos foram mantidos, a inflação controlada e a distribuição de renda foi ampliada.

Na avaliação do deputado,  os resultados refletem a força dos programas sociais e mostram a sintonia do governo com seu programa.  “Porém, se quisermos ampliar temos que realizar reformas mais profundas como a reforma política, a reforma urbana e a reforma tributária”, destacou.

Um balanço da conjuntura econômica recente mostra que o emprego com carteira assinada continua crescendo e a inflação em queda deve encerrar o ano dentro da meta pelo décimo ano consecutivo.

A solidez econômica brasileira também é confirmada por outros indicadores. O superávit primário do setor público consolidado (Governo Central, governos regionais e empresas estatais) foi de R$ 52,2 bilhões no primeiro semestre de 2013, correspondendo a 2,25% do Produto Interno Bruto (PIB). Já o superávit do Governo Central – que inclui, além do Governo Federal, o Banco Central e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – correspondeu a R$ 33,7 bilhões (1,46% do PIB).

A manutenção de superávits primários sucessivos tem permitido uma queda consistente do endividamento público. Em junho de 2013 a dívida líquida do setor público correspondia a 34,5% do PIB.  Em 2002, último ano de FHC, a dívida  era 60,4%
.

Os companheiros acham que anda tudo uma maravilha, e estão sempre focados nos resultados do governo FHC, mais de dez anos atrás. Eles não dizem, por exemplo, que a dívida pública ao início do governo FHC era de apenas 32% do PIB, e que ela só aumentou porque o governo teve de absorver todas as dívidas estaduais e municipais, além de bancos em falência, com o que a dívida foi a mais de 60% do PIB. Mas, pelo menos ele deixou a casa em ordem para os companheiros.
Paulo Roberto de Almeida

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Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...