Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
sábado, 4 de abril de 2015
Uma mensagem quase apocaliptica, de um brasileiro indignado - Joao Cesar de Melo
Sabado de Aleluia: ja que estamos malhando o Judas, melhor esclarecer... - Gonçalo Portocarrero de Almada
Renan Calheiros? Eduardo Cunha? O chefe da quadrilha? O poste que ele colocou para guardar lugar?
Ao fim e ao cabo, todos são Judas dos outros, reciprocamente, e sobretudo traidores das causas do povo brasileiro, que só gostaria de ter um país: ordeiro, com estabilidade, sem corrupção, com menos delinquância, com políticos decentes, com menos impostos, com mais serviços públicos decentes, sem toda essa roubalheira acintosa, com uma Justiça que funcione, enfim, com muitas coisas mais que merecemos como cidadãos honestos e pagadores de impostos.
Todos esses Judas mencionados têm dificultado a tarefa.
Seria o caso de dizer, como os argentinos: Que se vayan todos!
Talvez. Eis aí um bom cartaz para o dia 12 de Abril.
Paulo Roberto de Almeida
São Judas Iscariotes?
P. Gonçalo Portocarrero de Almada
Sacerdote católico
4/4/2015
Há quem pretenda a desculpabilização de Judas, que não teria sido o mau da fita, mas um instrumento da providência divina, o executante de uma inevitabilidade histórica
São Judas Tadeu, um dos doze apóstolos de Jesus, muito tem sofrido, desde há dois mil anos, à conta da homonomia com o infame Iscariotes, o Judas que traiu Jesus com um beijo. Com efeito, quem se atreve a rezar ao Tadeu se, afinal de contas, é um Judas?! Mais vale ir pelo seguro e recorrer a algum santo menos ambíguo e, se possível, de nome arrevesado – como Santa Agatónica, São Guilhebaldo ou São Zoilo – porque, sendo menos solicitados, é de supor que sejam mais solícitos do que os bem-aventurados de grande nomeada, sempre assoberbados por inúmeras petições.
Se é verdade que o Judas bom muito tem padecido por causa do Judas mau (aonde é que eu já ouvi isto do bom e do mau?!), também é certo que, de alguns anos a esta parte, têm-se feito grandes esforços para reabilitar o Iscariotes. Se não, vejamos.
Por um lado, ele era um dos doze apóstolos escolhidos por Cristo. Não sendo crível que o divino Mestre se enganasse na escolha, um tal chamamento parece garantir, a priori, o seu bom desempenho.
Jesus disse, pelo menos três vezes, que iria ser crucificado, depois de traído por um dos seus mais próximos discípulos. Se o Iscariotes foi o instrumento para a concretização desse plano divino, vendendo o seu Mestre por trinta dinheiros, poderá ser responsabilizado por isso?! Poder-se-á condenar alguém por ter realizado um desígnio providencial?!
Por último, os Evangelhos narram o suicídio do Iscariotes, que parece manifestar algum arrependimento pela sua colaboração na paixão e morte de Jesus. Portanto, não seria tão mau como o pintam …
Há até quem atribua a Judas uma boa intenção, se a sua ação tivesse sido apenas um meio para precipitar a manifestação gloriosa do Messias, que o Iscariotes e os outros apóstolos impacientemente esperavam e na qual Cristo não parecia muito interessado. Quem sabe se Jesus – pensaria ele – posto entre a espada e a parede, não apelaria aos seus poderes divinos, tantas vezes evidenciados nos seus milagres, e instauraria, por fim, o tão desejado reino messiânico?!
Resulta assim a desculpabilização de Judas Iscariotes que, afinal, não teria sido o mau da fita, mas apenas um instrumento da providência divina, o executante, entre outros, de uma inevitabilidade histórica. Alguém teria que fazer aquele papel e, por azar, foi a Judas que coube aquela tarefa ingrata, embora ele, por si próprio, não fosse pior do que os outros apóstolos, que a Igreja venera sobre os altares.
É verdade que a vocação do Iscariotes não foi menos sobrenatural do que a de qualquer outro dos doze, mas a sua infidelidade não decorreu de um erro de casting de quem o escolheu. Também é certo que ele colaborou na realização da profecia da paixão e morte de Jesus Cristo, mas a sua participação não foi inocente, mas consciente e voluntária. Mesmo que, depois de ter comprovado o terrível resultado da sua deslealdade, tenha posto termo à sua vida, nada permite crer que tal gesto tenha brotado de uma verdadeira contrição, como foram, pelo contrário, as lágrimas de Pedro, depois de consumada a sua tripla negação, mas de desesperação, que acrescenta uma nova culpa à culpa da traição.
Com Cristo foram crucificados dois ladrões: um mau e um bom (outra vez a mesma história!), a quem Jesus prometeu, naquele mesmo dia, a glória do céu. A salvação, in extremis, deste último, que a Igreja venera como santo, não converte em boas as suas anteriores ações, pelas quais o próprio se considerava merecedor da morte. Outra coisa seria cair no relativismo e afirmar que não há atos bons nem maus em si mesmos. É evidente que uma moral tão amoral seria arbitrária, porque poder-se-ia sempre invocar, para legitimar qualquer ação, boas intenções, contrárias à sua objetiva maldade. O mal, feito por bem, seria bom e, portanto, a moralidade da ação dependeria sobretudo do sujeito e das circunstâncias, em vez do seu próprio objeto.
Não é inocente a devoção a “São” Judas Iscariotes: a ética relativista tudo reduz à ambiguidade do propósito do sujeito e, neste sentido, até a traição de Judas se justificaria. Pelo contrário, a moral cristã está fundada na lei de Deus, que Cristo não veio abolir, nem alterar, mas dar pleno cumprimento, na expressão misericordiosa do mandamento novo do seu amor.
Jesus disse, de Judas Iscariotes, que mais lhe valia não ter nascido, o que parece indiciar a sua condenação. É possível, como possível teria sido a sua salvação, até ao último instante da sua vida, pela graça da paixão, morte e ressurreição de Cristo. E, já agora, de uma especial intervenção do seu homónimo Tadeu, que não em vão é o intercessor das causas impossíveis. Feliz Páscoa !
Em 2050, cristaos e muculmanos se equiparao, e estes crescerao mais - Ishan Tharoor (WP)
Chart: There will be almost as many Muslims as Christians in the world by 2050
The project was a major undertaking for Pew and is one of the first such comprehensive demographic analyses of its kind. "We have spent years analyzing thousands of data sets, censuses and populations registers," says lead researcher Conrad Hackett. "It's been a tremendous amount of work."
"The projections are what will occur if the current data are accurate and the trends play out as expected," advises the report. Pew took into account a complex range of factors in making its model for projecting the world's religious populations. These include fertility rates, the size of youth populations, effects of migration and rates of "religious switching" — such as, for example, the tendency of some in various religious communities to eventually become, as the study puts it, "unaffiliated."
For the purposes of this study, Pew did not analyze differing depths of religiosity among certain populations, nor disparities between confessional sects within a particular religion. The broader picture it paints offers some interesting glimpses of a not-so-distant future.
According to the Pew report, growing "unaffiliated" populations in the West and parts of East Asia will be undercut by declining birthrates. "The ten countries with the largest 'unaffiliated' populations are shrinking," says Hackett.
As the chart above shows, Muslims are part of the only religious community that is projected to increase at a rate faster than the world population as a whole. After 2070, Pew predicts, there will likely be more self-identifying Muslims than Christians. India, while still a Muslim-minority country, will likely also be the world's largest Muslim nation by 2050.
Still, this hardly indicates some sort of global Muslim takeover, as many far-right Western nationalists fear. Even the most generous projection for 2050 in Europe, where a number of Islamophobic parties are in ascension, places the continent's Muslim population at just around 10 percent.
Pew's study also shows how the major cradle for world religions -- particularly its two biggest, Islam and Christianity -- will be in sub-Saharan Africa, where a population boom will make it the home of four out of every 10 Christians on the planet.
You can peruse the full report here.
Otaviano Canuto, o mais prolifico dos meus amigos economistas
1. BRICS Apart as Oil Prices Plunge
http://www.huffingtonpost.com/otaviano-canuto/brics-apart-as-oil-prices_b_6815590.html
2. Latin American Corporate Finance: Is There a Dark Corner?
http://www.huffingtonpost.com/otaviano-canuto/latin-american-corporate_b_6627016.html
3. Are Mega-Trade Agreements a Threat to Brazil?
http://www.huffingtonpost.com/otaviano-canuto/are-mega-trade-agreements_b_6763692.html
4. Fiscal Policy: Cycle and Space Matter
http://www.huffingtonpost.com/otaviano-canuto/fiscal-policy-cycle-and-s_b_6528258.html
5. The Costs of Brazil’s Closed Economy
- a. Financial Times (BeyondBRICS)
http://blogs.ft.com/beyond-brics/2015/01/14/guest-post-the-costs-of-brazils-closed-economy/
- b. VoxEU
http://www.voxeu.org/article/brazil-s-closedness-trade
5. Navigating Brazil’s Path to Growth
http://cfi.co/finance/2015/01/otaviano-canuto-world-bank-group-navigating-brazils-path-to-growth/
Best regards
Petrolao Chegou ao seu termo logico: encostou num membro da quadrilha
URGENTE: Pela primeira vez surge documento com assinatura de Dilma Rousseff e Renato Duque
Deu na Revista Istoé:
Documentos e testemunha mostram que a presidente Dilma avalizou o contrato de montagem do Estaleiro Rio Grande, envolvido desde a sua origem em esquemas fraudulentos e por onde escoaram mais de R$ 100 milhões em propinas para os cofres do PT e aliados
A Operação Lava Jato já concluiu que, a partir de 2010, pelo Estaleiro Rio Grande, escoaram propinas de cerca de R$ 100 milhões para os cofres do PT e aliados. A constatação foi extraída a partir de delações premiadas, dentre elas a do ex-gerente de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco, e de Gerson Almada, vice-presidente da Engevix. A partir das próximas semanas, o Ministério Público terá acesso a um outro capítulo sobre as falcatruas que envolvem o estaleiro e, pela primeira vez, um documento com a assinatura da presidente Dilma Rousseff será apresentado aos procuradores que investigam o Petrolão. Trata-se do contrato que deu início a implementação do Estaleiro Rio Grande, em 2006. Dilma, na época ministra da Casa Civil, assina como testemunha. Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras e hoje na cadeia, assina como interveniente, uma espécie de avalista do negócio.
O documento será entregue aos procuradores por um ex-funcionário da Petrobras que resolveu colaborar com as investigações, desde que sua identidade seja preservada. Ele atua há 30 anos no setor de petróleo e durante 20 anos trabalhou na Petrobras. Além do contrato, essa nova testemunha vai revelar aos procuradores que desde a sua implementação o Estaleiro vem sendo usado para desviar recursos púbicos e favorecer empresas privadas a pedido do PT. Na semana passada, a testemunha antecipou à ISTOÉ tudo o que pretende contar ao Ministério Público. Disse que o contrato para a implementação do Estaleiro é fruto de uma “licitação fraudulenta, direcionada a pedido da cúpula do PT para favorecer a WTorre Engenharia”. Afirmou que, depois de assinado o contrato, servidores da Petrobras “foram pressionados a aprovar uma sucessão de aditivos irregulares e a endossarem prestações de contas sem nenhuma comprovação ou visivelmente superfaturadas”. Um mecanismo que teria lesado a estatal em mais de R$ 500 milhões.
Integra da matéria aqui.
Taxando fortunas, sem grande sucesso - Celso Ming
Paulo Roberto de Almeida
Taxação de fortunas
A principal razão pela qual o
Imposto Sobre Grandes Fortunas deixou de existir em muitos países foi a
de que não vale a pena mantê-lo nem como instrumento de arrecadação nem
como de distribuição de renda
Esta Coluna (dia 22 de março) já mostrou que esse imposto não funciona, por arrecadar menos do que custa a estrutura de governo necessária para cobrá-lo. Hoje, a Coluna trata do que aconteceu com ele onde foi instituído e de outras dificuldades para seu funcionamento.
Ele já foi extinto no Japão (1950); na Itália (1992); na Áustria (1994); na Alemanha, Irlanda e Dinamarca (1997); na Finlândia (2006); na Suécia (2007); e na Grécia (2009). A principal razão pela qual deixou de existir foi a de que não vale a pena mantê-lo nem como instrumento de arrecadação nem como de distribuição de renda.
A Suprema Corte da Alemanha, por exemplo, entendeu, ainda no fim da década de 90, que não tinha cabimento mantê-lo nem com uma alíquota baixa, nem com uma alíquota alta. Se continuasse baixa, o Tesouro alemão arrecadaria menos do que gastaria para sustentar o aparato necessário para sua cobrança. Se a alíquota passasse a ser alta, o imposto se transformaria em instrumento confiscatório.
Está em vigor na França, onde foi adotado na década de 80. Hoje leva o nome de Imposto de Solidariedade Sobre Fortunas (Impôt de Solidarité sur la Fortune). Está sujeito à taxação anual patrimônio a partir de 1,3 milhão de euros (R$ 4,7 milhões). A alíquota varia de 0,5% a 1,5% – esta última, para patrimônios acima de 10 milhões de euros.
Os especialistas são unânimes em avisar que esse imposto dificulta a avaliação da base tributária que necessariamente tem de ser o valor de mercado de cada bem.
Esta é a principal razão pela qual, na França, obras de arte, antiguidades e “bens de uso profissional” não entram no cálculo. As questões judiciais se multiplicam a todo momento. Quem trabalha em casa (no regime conhecido por home office), por exemplo, pode deduzir o valor do imóvel? Como classificar uma peça: como obra de arte ou como antiguidade? E, nesse caso, como avaliá-la de forma adequada? O produto arrecadado na França não passa de alguma coisa entre 1,0% e 1,5% do total da receita anual.
No Brasil, a discussão sobre a regulamentação do imposto vem e reflui, como as fases da lua. O ex-secretário da Receita Federal e consultor tributário Everardo Maciel (foto) não vacila quando consultado sobre o assunto: “Este é um imposto complexo, ineficiente e ultrapassado. Só está previsto na Constituição brasileira de 1988 pelas influências do clima socialista francês que prevaleciam então. De lá para cá, ninguém teve coragem de colocá-lo para funcionar. Ficou como penduricalho”.
Ao todo, são 12 as propostas de regulamentação que tramitam na Câmara dos Deputados. A mais antiga delas é o Projeto de Lei Complementar (PLP) 202/89, de autoria do ex-presidente e então senador Fernando Henrique Cardoso.
O valor da fortuna a ser taxado, assim como a alíquota do imposto, varia em cada proposta. Na apresentada por Fernando Henrique em 1989, por exemplo, patrimônios avaliados a partir de R$ 6,3 milhões seriam taxados em 0,3%. Mas há projetos que preveem taxação a partir de um patrimônio de R$ 2 milhões.
O pesquisador do Núcleo de Estudos Fiscais da Fundação Getúlio Vargas (NEF) e ex-consultor do Fundo Monetário Internacional (FMI) Isaias Coelho aponta outra distorção: a dupla taxação. Como o capital financeiro tem muita facilidade de fugir do país em que fosse cobrado, esse imposto tenderia a recair mais sobre bens cuja propriedade já é taxada por outros impostos, como veículos (IPVA), imóveis urbanos (IPTU) ou imóveis rurais (ITR). E, no entanto, imóveis podem aumentar de valor sem que tenha proporcionado renda a seu proprietário.
Não se pode confundir, no entanto, Imposto sobre Grandes Fortunas com o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), que é cobrado apenas uma vez, ou quando há a doação ou quando morre o proprietário da fortuna./COLABOROU LAURA MAIA
Petismo aloprado: o Brasil nao precisava passar por isso - Percival Puggina
OS INDIGNADOS E OS QUE AINDA NÃO ENTENDERAM
por Percival Puggina. Artigo publicado emO Brasil vai como quem resvala rampa abaixo sobre um skate. É a crise. Em relação a ela, existem duas atitudes principais. A primeira, amplamente majoritária, é a atitude dos que entenderam o que aconteceu e estão indignados. A segunda é a dos que ainda não entenderam.
Estou entre os primeiros. E realmente indignado porque não precisávamos estar passando por isso. Nosso país viveu um momento promissor nos primeiros anos da década passada. Após enorme esforço fiscal, o Brasil derrubara a inflação, havia recuperado a credibilidade internacional, passara a atrair investimentos, construíra alguns fundamentos para a Economia, a arrecadação crescera e o governo ampliara a destinação de recursos para uma série de programas sociais. As condições para tanto foram obtidas a duras penas desde o governo Itamar Franco, com medidas de austeridade e privatizações que o PT combateu furiosamente. Seriam necessárias muitas outras providências, é verdade, mas nunca houve (e não sei se um dia haverá) apoio político, no Brasil, para fazer todo o dever de casa.
Mas íamos bem. Tanto assim que Lula e seus companheiros se convenceram de que governar o Brasil era uma barbada. A China vendia tudo barato e comprava montanhas de qualquer coisa. Jorrava dinheiro nas contas públicas. Obama dizia que Lula era "o cara" e o cara era o pai dos pobres, aqui e mundo afora. O Brasil virou um programa de auditório onde se atirava dinheiro ao público. Havia bastante. Dava para comprar todos que quisessem se vender. Uma parte da grana ia para os programas sociais e outra, muito maior, para os programas socialites, via contratantes de obras e serviços, e financiamentos do BNDES.
De formiga da revolução social, o petismo passou a cigarra das prodigalidades. Em vez de investir na qualidade da educação das classes de menor renda, preferiu remunerar a ociosidade. Em vez de estimular o mérito, favoreceu a mediocridade com leis de cotas. Em vez de gastar recursos públicos em infraestrutura, "conquistou" em dois lances, a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Em vez de diminuir o tamanho o Estado, agigantou-o com novos ministérios para usufruto da base de apoio. Para que o PT se exibisse como partido líder da esquerda continental, financiou de um modo escandalosamente secreto obras de infraestrutura que fariam muito bem, se feitas no Brasil. Bilhões de reais foram direcionados para os países do Eixo do Mal Latino-Americano (na expressão perfeita do Dr. Heitor de Paola).
A crise da economia mundial ganhou o apelido de "marolinha". E como tal, foi solenemente ignorada pela imprudência ufanista do presidente. Ele dava conselhos ao mundo sobre como acabar com a pobreza... A partir da metade do segundo mandato do estadista de Garanhuns, nos monitores dos analistas da realidade brasileira, as luzes amarelas se alternavam com as vermelhas. Mas nada importava. Era preciso eleger a senhora mãe do PAC, notória economista que pensou haver descoberto o segredo do bem estar geral: endividar a sociedade toda através do governo para manter as aparências e, adicionalmente, ampliar o endividamento das famílias. Se você examinar de perto, verá que não há muito espaço para geração de riqueza, poupança interna e investimento nessa inadequada concepção. Embora não conviesse ao Brasil reeleger Dilma, Dilma precisava ser reeleita. Paguemos todos, então, os custos das ilusões necessárias para produzir o absurdo e suspeitíssimo resultado eleitoral de 2014.
A notória falsificação, que já leva oito anos, enganou muitos, durante muito tempo. Não só no Brasil, diga-se de passagem. Agora veio a conta e levaremos alguns anos pagando. Quem sofrerá mais? Os pobres, justamente os mais vulneráveis e, por isso, os mais iludidos pela publicidade do governo. Mas não precisávamos passar por isso.
______________
* Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.
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