segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Enquanto isso, num certo apartamento, cheio de livros...

Ainda estou tentando organizar minha biblioteca, em primeiro lugar, tirar os livros das caixas e colocá-los nas estantes (que sempre são insuficientes para o volume de livros).
O problema é que cada vez que tiro um livro para guardar, ponho-me a ler, novamente ou não...
Vai dar para terminar, em mais ou menos dois anos, e aí já será hora de pensar em nova mudança...
Paulo Roberto de Almeida

O segredo do sucesso da Alemanha: capitalismo, altos salarios, consenso social

Eu diria que tudo se resume, independentemente das formas que assume o capitalismo alemão, a uma condição fundamental: alta qualidade do capital humano, o que se traduz em alta produtividade, em qualquer esfera (até nas menos desejáveis, como se revelou durante o nazismo).
Paulo Roberto de Almeida

BBC31/01/2016 07h59 - Atualizado em 31/01/2016 07h59

O segredo que faz da Alemanha a economia mais sólida do mundo

Sistema que congrega capitalismo, altos salários e grande participação das forças de trabalho nos processos de decisão levou país a sair fortalecido de várias crises.

Milagre do pós-guerra, a "economia social de mercado" alemã parece ser inabalável: superou as explosões nos preços do petróleo nos anos 1970 e 1980, o impacto da reunificação nos 1990, a recessão mundial de 2008-2009 e está passando firme pela atual crise que atinge a zona do euro.
Hoje, o país é um dos três maiores exportadores globais, tem o crescimento per capita mais alto do mundo desenvolvido e um índice de desemprego de 6,9%, bem inferior à média da eurozona, de 11,7%.
Segundo o professor Reint Gropp, presidente do Instituto Hall para a Investigação Econômica (IWH), da Alemanha, o modelo germânico se diferencia de forma muito clara do anglo-saxão dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Mas o que faz dele algo tão particular? Quais são os segredos de seu êxito?
"É um sistema baseado na cooperação e no consenso mais do que na competência, e que cobre toda a teia socioeconômica, desde o setor financeiro ao industrial e ao Estado", explicou Gropp à BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC.
Cooperação e capitalismo
A chamada "economia social de mercado" teve sua origem na Alemanha Ocidental do pós-guerra, que estava sob o governo democrata-cristão do chanceler Konrad Adenauer, e se manteve, desde então, como uma espécie de política de Estado.
Sebastian Dullien, economista do Conselho Europeu de Relações Exteriores, concorda que o consenso e cooperação estão presentes em todos as camadas da economia.
"No centro estão os sindicatos e os patrões, que coordenam salário e produtividade com o objetivo obter um aumento real dos rendimentos dos funcionários, além de manter os postos de trabalho. A integração é tal que, por lei, os sindicatos estão representados no conselho de administração, participam das decisões estratégicas nas empresas", afirmou.
No sistema financeiro, as cooperativas e os poderosos bancos públicos se encarregam de fazer com que o crédito alcance a todos, não importa o tamanho da empresa ou o quão distante ela fica de um centro econômico.
Essa filosofia permite superar uma das limitações do sistema anglo-saxão, no qual as pequenas e médias empresas, diferentemente das multinacionais, não têm acesso ao mercado de capitais e muitas vezes enfrentam dificuldades para se financiar.
"Os bancos públicos têm regras claras. Por exemplo: para favorecer o desenvolvimento local, podem emprestar para empresas de sua área, mas não para as de outras regiões. O governo tem representantes nestes bancos, e eles são fundamentais na tomada de decisões. Um princípio que rege sua política de crédito é a manutenção do emprego", afirma Gropp.
'Mittelstand'
Esse modelo está enraizado na história germânica.
A unificação nacional de 1871, sob Bismark, reuniu 27 territórios governados em sua maioria pela realeza e que haviam crescido rapidamente e de forma autônoma durante a Revolução Industrial.
Dessa semente histórica surgem as Mittelstand (pequenas e médias empresas), que, segundo os especialistas, formam 95% da economia alemã.
Diferentemente do modelo anglo-saxão, centrado na maximização da rentabilidade para os acionistas (objetivo de curto prazo), as Mittelstand são estruturas familiares com planos a longo prazo, forte investimento na capacitação do pessoal, alto sentimento de responsabilidade social e forte regionalismo.
"A Alemanha é especialmente forte em empresas que têm umas 100 ou 200 pessoas. Com uma característica adicional: apesar de seu tamanho, muitas dessas firmas competem no mercado internacional e são exportadoras", explica Dullien.
Exportações
Como consequência, a Alemanha tem figurado entre os três principais exportadores mundiais nas últimas décadas, uma prova da eficácia desse sistema para competir mundialmente com produtos tecnologicamente complexos, feitos por uma força de trabalho altamente qualificada e bem paga.
Enquanto o comércio mundial dominado por multinacionais que representam cerca de 60% de toda a movimentação global, na Alemanha as Mittelstand são responsáveis por 68% das exportações.
O setor automotivo, de maquinário, de eletrônicos e medicamentos estão entre seus pontos fortes.
Mas isso não se deve somente às Mittelstand.
Das 2.000 empresas com maior rendimento em todo o mundo, 53 são alemãs, entre elas marcas de grande tradição, como Bayer, Volkswagen e Siemens.
A recuperação do doente
Sob o peso da reunificação, a Alemanha ganhou nos anos 1990 o apelido nada simpático de "doente da Europa".
Era consenso que um sistema com altos salários e forte participação sindical não poderia sobreviver em um mundo governado por um conceito novo, a "deslocalização".
Aproveitando-se de um mundo mais liberal e do fato de que as novas tecnologias das grandes empresas poderiam mudar de um país para outro em busca de maior rentabilidade, obtida com custos salariais menores, as empresas alemãs começaram a migrar pra outros pontos do mundo.
No entanto, no início deste século um governo social-democrata implementou uma série de reformas, classificadas por seus concorrentes de "neoliberais", para reativar a economia nacional.
O remédio funcionou – a economia voltou a crescer. Mas teve um preço: aumento da pobreza, do subemprego e do "miniemprego".
"O lado positivo é que o sistema mostrou um alto grau de adaptabilidade. Porém, as reformas da seguridade social e do mercado de trabalho aumentaram a pobreza e a desigualdade", avalia Sebastian Dullien.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, durante discurso sobre a crise de refugiados no Parlamento em Berlim nesta quinta-feira (24) (Foto: Hannibal Hanschke/Reuters)País liderado por Angela Merkel precisa rever algumas regras, diz especialista (Foto: Hannibal Hanschke/Reuters)
Futuro
Os desafios se acumulam. No curto prazo, os problemas na China afetam as exportações. No médio, a taxa de natalidade alemã não é suficiente para manter seu mercado de trabalho.
Mas não se trata unicamente de uma ameaça externa ou de uma bomba-relógio demográfica.
Um estudo do Instituto Hall mostra que, mesmo em uma economia social de mercado, a interdependência de bancos, empresas e governo pode possibilitar situações de interferência política.
De acordo com a pesquisa, os bancos do Estado emprestam consideravelmente mais durante os anos eleitorais.
"Isso requer um modelo de governo melhor, que impeça a interferência política. Acredito que o sistema precisa de mais liberalização, não é possível que um banco estatal de Frankfurt não possa emprestar para outra região", afirma Gropp, presidente do instituto.
"Estamos no meio de uma grande revolução tecnológica e a economia alemã não está respondendo como deveria porque tem uma estrutura rígida demais. O modelo foi excelente, mas é possível que seja anacrônico."
No entanto, pode ser que mais uma vez o sistema alemão lance mão de sua extraordinária flexibilidade para sustentar um modelo que procura aliar capitalismo, altos salários e plena participação da força de trabalho.

domingo, 31 de janeiro de 2016

Academicos estao sempre demonizando os mercados, ate inconscientemente

Leio um artigo jurídico sobre processos criminais no Brasil, de boa argumentação, mas logo no começo encontro esta afirmação:

"Embora vivamos numa sociedade em que o mercado produz constantes desigualdades econômicas, isso não deveria reproduzir-se no tratamento político-jurídico dos cidadãos."

Permito-me comentar este argumento em particular, num artigo que de resto me pareceu bom.
Creio que seu autor revela, até inconscientemente, suas "deformações de formação", ao afirmar que os mercados criam desigualdades, o que é uma bobagem reveladora da prevenção contra os mercados geralmente encontrada nos meios acadêmicos.
Minha pequena lição:
    Mercados são espaços absolutamente neutros, até intangíveis, para interações entre duas ou mais partes. Se as partes são diferentemente dotadas em informação, bens e outros ativos, o mercado não pode fazer nada para corrigir essa condição de origem, ele apenas oferece a oportunidade para um intercâmbio, que deve ser sempre voluntário. Se existem restrições, monopólios e outras condicionalidades, elas não foram criadas nem impostas pelos mercados, mas por regras de governos, ou de coalizões poderosas, mas cada um é livre para interagir e intercambiar conforme sua vontade.
    Acadêmicos em geral exibem uma prevenção contra os mercados por motivos errados e preconizam medidas para “equalizar as partes”, que só podem ser aplicadas pelos Estados, ou governos, e com isso começam as deformações, que geralmente criam mais desigualdades que se os mercados fossem deixados livres.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 31 de janeiro de 2016

Um manifesto contra a CPMF - Vittorio Medioli

Não só contra esse imposto extorsivo, contra o próprio ogro famélico que passa por Estado. A sociedade brasileira começou finalmente a perceber que seu problema está no Estado. 
Paulo Roberto de Almeida 


A qualidade dos impostos 

Vittorio Medioli

O Tempo, 31/01/16


O presidente dos Estados Unidos durante o período da Primeira Guerra Mundial, Prêmio Nobel da Paz, Thomas Woodrow Wilson, do Partido Democrático, marcou seu tempo com atitudes contraditórias em assuntos raciais, mas foi considerado o “pai do idealismo” político.

A ele se devem inovações especialmente na consolidação de direitos do cidadão, limitando abusos de poder do Estado.

Reitor de Princeton, berço que forneceu uma dezena de presidentes aos Estados Unidos, deixou uma frase lapidar: “A história da liberdade é a história da luta para limitar o poder do governo”. O governo é, por natureza, tirânico, seja de uma cor ou de outra, disposto a cuidar mais de seus interesses que da nação.

Trata-se de um organismo com estômago no lugar do cérebro e sem braços. Não constrói, não se esforça, se alimenta apenas do que consegue tirar da labuta dos outros. A condição parasitária do Estado precisa, evidentemente, de limitações para não resvalar em desgraças como o petrolão.

Deve-se constatar que, quando se arroga entrar em setores competitivos, fracassa, como no caso da Petrobras. Mesmo com um monopólio que a protege, os riscos de desmandos são imensos.

A lei sacra faz referência ao dízimo, mas a máquina do Estado cobra quatro dízimos do governado. O excesso faz, assim, do cidadão brasileiro um escravo moderno à mercê dos faraós que ocupam o poder, dito acintosamente “democrático”.

Açoitado, tratado como sonegador, privado do seu direito constitucional à boa-fé, o cidadão enfrenta limitações no Brasil que superam os limites de uma organização civilizada de direito. Acorrentados pela burocracia e asfixiados pelos tributos que alimentam um Estado perdulário e afamado, tirano e velhaco, o cidadão e as famílias sofrem privações ilegais.

Basta considerar a natureza regressiva da CPMF, esquecida pela chefe do Estado brasileiro, descrevendo-a como panaceia e ao par que será mais uma praga sobre a economia nacional e devastará milhares de empregos.

Evidentemente, Dilma não entendeu o significado antropofágico desse tributo, como não entendeu que, dando desconto na energia elétrica em 2013, um bem escasso, levaria o sistema ao colapso e a desgraçar várias estatais do setor.

Quem paga hoje tarifas elétricas extorsivas, o deve exatamente a essas escolhas.

A CPMF fará amargar privações de alimentos na mesa do trabalhador, perda nas empresas, que terão mais limitações à competitividade. Quem ganhará, como sempre, serão os banqueiros, que receberão uma contribuição sobre movimentações financeiras de difícil fiscalização no repasse ao erário.

A defesa canina de teses vencidas caracteriza a presidente em seus sofridos cinco anos de governo, contudo poderá IMPOR mais essa cobrança com o apoio de parlamentares domesticados.

Quem estava lá no Planalto, na semana passada, para dar força à CPMF, brilhando a óleo de carvalho, o presidente do Bradesco, patrão de Joaquim Levy. O “cara” que festeja o maior lucro de todos os tempos em 2015, o pior ano da história da economia nacional, marcado com 1,5 milhão de novos desempregados.

Thomas Woodrow entendeu que o governo tem tendência a exagerar, a ser um tirano. Deve ser vigiado com rigor e limitado para não ser uma força destruidora, como vem se revelando o governo brasileiro.

A perda de liberdade individual gerada por uma praga descabida vai da impossibilidade de comprar um sorvete até um remédio, de ir e vir, de prover por si, sem ajudas, o que faz falta.

Retirar do cidadão brasileiro 40% de suas rendas num país com salário mínimo de US$ 215 e uma renda per capita de US$ 6.000 é absurdo. O Estado gasta para si mais que qualquer outro congênere do planeta sem retornar uma assistência minimamente decente. Ao mesmo tempo convive com gastos escabrosos, intoleráveis para uma democracia que pretenda o progresso.

A palavra “imposto” retrata uma ação unilateral, IMPOR. Uma coerção num país em via de desenvolvimento, com mais de 25 milhões de pessoas abaixo da linha da dignidade. A CPMF se abaterá cruelmente sobre os mais fracos com o encarecimento dos alimentos e dos produtos básicos.

Essa preocupação não passa na consciência dos governantes, que não explicam como será distribuída ainda essa arrecadação nem dizem que quem pagará é quem menos tem condição para tanto.

A qualidade desse tributo é péssima, a qualidade do tributo passa longe da preocupação do Estado. Provoca, assim, agressões à economia popular, aos mais fracos, a quem trabalha, não distingue absolutamente nada. A CPMF é um delírio de quem está gravemente ofuscado. Pior ainda, não cortou suas gorduras, não podou seus exageros.

Tributo de qualidade é aquele que se vincula ao desenvolvimento, a fazer crescer a economia que emprega e arrecada. Só com essa preocupação se poderá civilizar plenamente e engrandecer uma nação.


sábado, 30 de janeiro de 2016

Impeachment e Estado de Direito - Percival Puggina e comentaristas

Transcrevo artigo e comentários a partir do blog do meu colega de resistência democrática, gaúcho, Percival Puggina, como sempre lúcido, claro e objetivo.
Concordo inteiramente: um governo com 10% de aprovação num sistema parlamentarista já teria caído há muito tempo.
Num sistema presidencialista, só cai se cometeu crimes.
Mas, no Brasil, nem isso: enquanto ele tiver dinheiro para comprar parlamentares, e capacidade de subverter a corte suprema com seus servidores amestrados, ele não cai, mesmo se 90% da população quer o fim de um governo comprometido com corrupção, roubalheiras, fraudes e mentiras, ademais de ter provocado a maior recessão -- caminhando para uma depressão -- de toda a história do Brasil.
O Brasil é diferente? Certamente: na desfaçatez dos políticos, na conivência dos magistrados.
Assino embaixo, como sempre:
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 29/01/2016

IMPEACHMENT, DEMOCRACIA E ESTADO DE DIREITO

por Percival Puggina. Artigo publicado em
 Se o que se quer, na política, é promover o bem comum, as divergências terão como foco principal o conceito de bem comum, seu conteúdo e o modo de produzi-lo em cada momento histórico. No entanto, se o objetivo é apenas alcançar o poder, ou mantê-lo, então a honestidade intelectual se torna um transtorno e o senso moral deve ser apartado, assim como se retira o incômodo ferrão em picada de marimbondo. Sob tais padrões, a estratégia, a propaganda e a arte do convencimento são concebidas e mobilizadas apenas pelo desejo de convencer e vencer, aferindo-se a qualidade dos meios pela eficácia em relação aos fins desejados e não por sua relação com a verdade e o bem.
Digo isso porque a defesa do governo na questão do impeachment tem-se valido de todos os meios possíveis de enganação. Não estou recusando aos governistas o direito de escudar o governo. O que estou afirmando é que quase todos os seus argumentos, a partir do mais constantemente repetido, são concebidos para iludir. Repetem, insistentemente, que: 1) o impeachment fere a democracia; 2) impeachment é golpe. Ora, não é possível que experientes jornalistas e doutos congressistas dardejem fogo dos olhos em frêmitos de indignação afirmando que impeachment fere a democracia. A democracia, a soberania popular, senhores, é ferida quando quem governa só tem apoio de 10% da população!
Talvez se inquiete o leitor: "Nesse caso, todo governo que perde o apoio da maioria da população deveria cair?". A resposta a essa pergunta é afirmativa em praticamente todos os países parlamentaristas (cerca de 95% das democracias estáveis). No presidencialismo, eu afirmo, sem pestanejar: nas atuais condições, um governo de democratas deveria renunciar. E mais, há algo muito errado num sistema político em que governos rejeitados são mantidos por força da Constituição.
O que sustenta esse governo no poder, então, não é a "democracia", obviamente, mas a regra do jogo político, o Estado de Direito como o temos. Há em nossa Constituição uma norma que determina em quais situações e mediante quais procedimentos, quem preside a república pode ser afastado do cargo. E a perda da aceitação social não está entre elas.
Entendido isso, fica mais fácil compreender o quanto é falso chamar de golpe o pedido de impeachment da presidente Dilma. Essa demanda nacional, nascida nas ruas, sem partido nem patrocínio, sem tanques nem canhões, deu causa a três dezenas de requerimentos, Brasil afora. Como o processo de impeachment é jurídico e político, as motivações políticas dispensam apresentação. Estão nas vozes das ruas. As motivações jurídicas, por seu turno, foram avalizadas unanimemente pelo TCU e são de perfeito conhecimento público.
Golpe, portanto, de um lado, é usar o que pertence ao Estado para subornar votos no Congresso, como vem fazendo o governo de modo a evitar que o impeachment prospere. E, de outro, é golpe fazer do STF, com o mesmo fim, um puxadinho do partido governista.
Em resumo: quem atenta contra a democracia é o governo quando insiste em ancorar-se no poder, enterrando o futuro do país contra a vontade nacional; e é ele quem novamente golpeia as instituições quando se defende com os meios que para tanto vem empregando.
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* Percival Puggina (71), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil, integrante do grupo Pensar+.

Comentários

Ismael de Oliveira Façanha .

O único impedimento eficaz para por termo ao mandato de Dilma Roussef, "impeachment", é o TEMPO, mais precisamente, 31 de dezembro de 2018. Infelizmente.

Antonio de Brito Carvalho .

Senhor PUGGINA, excelente artigo, com a sabedoria que lhe é peculiar. PARABÉNS!

maria-maria .

Um risco real é a banalização do escândalo,que apresenta, a cada dia, uma nova roubalheira ,dificultando que se acompanhem os fatos delituosos cometidos no âmbito dos podres poderes com o aval do que deveria ser a oposição, estivéssemos vivendo numa democracia.

Claudio .

Argumentação perfeita, politicos honestos pegariam seu chapéu e iriam embora. Tanto pelo apoio ínfimo como pelas mentiras deslavadas que estão tendo que ser usadas para justificar o estelionato eleitoral. Logo, golpistas são eles, da quadrilha.

Carlos Edison Domingues .

PUGGINA . A fragilidade de nossa democracia está, exatamente, no Legislativo. Este Poder é o prolongamento de um povo que, na sua maioria, é indiferente aos acontecimentos. O Banco Central perde R$90 bilhões para conter o dolar. o governo promete R$ 83 bilhões "para reativar a economia" (Jornal do Comércio 29/31 janeiro) mas o sucesso de todo este emprendimento depende de R$15 bilhões arrancadoxs da sociedade através da C.P.M.F, É estarrecedora a insanidade do Executivo e a tolerância do Legislativo. Carlos Edison Domingues

Genaro Faria .

Voltei. Escaldado de tanto ver triunfar a fraude, o assalto ao patrimônio público, o estelionato, enfim, o projeto de poder dessa organização criminosa camuflada de partido político, até esta semana eu receei que os golpistas resistiriam. Mas agora eu estou convencido de que não haverá retorno e não tem como o bando de Lula escapar. Faltava um símbolo, algo visualizável, tangível como o Fiat Elba de Collor. O Apê do Guarujá e o sítio de Atibaia surgiram para preencher essa lacuna. A casa caiu. Além disso, a operação Triplo X atingiu o sistema nervoso, a ponta do novelo do laranjal do PT e seu esquema milionário de corrupção institucionalizada e internacional. A partir de então as penas e línguas alugadas da mídia camarada não vão poder esconder o elefante na sala de jantar e tentar nos desinformar. E o megalômano "dono da enchente" vai se afogar nela. Que a nossa juventude e as pessoas humildes, que são as maiores vítimas dessa quadrilha, não fiquem conformadas diante da calamidade desse "partido dos trabalhadores" e saiam às ruas para protestar e cobrar respeito à nação.

Luiz Felipe Salomão .

Artigo irretocável. Parabéns Professor!

Francisco .

Simplesmente brilhante Mestre!

Odilon Rocha .

Caro Professor Não é pessimismo, não! A Lava-Jato está cumprindo muito bem o seu papel, andando a passos largos e tal e montando teias que deixariam muita aranha com inveja. Temos ainda toda uma cúpula criminosa para prender. Quem diria que um dia eu estaria escrevendo isso sobre o governo do meu país! Ao mesmo tempo, pressinto que estão nos enrolando 'bonitinho' até 2018.

Gustavo Pereira dos Santos .

Há muito tempo ficou claro que o objetivo do atual governo é enterrar o País para consolidar um Estado Totalitário. A criação do Conselhão teve a missão de desviar o foco da deterioração em 2016, para tornar-se o vilão da tragédia. E, assim, eles vão empurrando com a barriga até 2018. O Olavo de Carvalho foi muito feliz na caracterização da situação atual num video antigo: https://www.youtube.com/watch?v=PuCks1Hi8f0

Ismael de Oliveira Façanha .

Dezoito estados dos EEUU, possuem em suas constituições o instituto o "RECALL"; o último caso, muito conhecido, foi o que ensejou a eleição de Arnold Schwarzenegger para o governo da Califórnia, na vaga de um governador afastado pelos eleitores, de forma pura e simples. O parlamentarismo é causa perdida; o RECALL tem chances.

Genaro Faria .

Rebater o argumento dos governistas, que se resume a um só, qual seja, o de que a lei fundamental do país, quem sabe por um cochilo do legislador constituinte, insculpiu o dispositivo do impeachment não como salvaguarda da soberania popular, mas como uma afronta ao preâmbulo que a proclama como um postulado do estado de direito, cá entre nós, é fazer como o cordeiro acusado pelo lobo de sujar, a jusante, a água que o canídeo bebia a montante. Os primeiros a saber que a tese defendida por eles não passa nem pelo crivo de um aluno do curso fundamental, o antigo primário, são seus próprios defensores. Não passa de uma anedota sem graça, sem pé nem cabeça, que afronta o mais meridiano raciocínio. Em suma, é um argumento de quem não outro argumento senão mentir descaradamente, na suposição de que sua repetição à exaustão acabe pelo menos confundindo a sociedade. É chamar urubu de meu louro até o compre, enganado pelo vendedor de que o psitacídeo é muito novo e, por isso, ainda não aprendeu a falar. Mas não podemos deixar de reconhecer que o golpe já apresentou resultados altamente positivo para os vigaristas. Milhões acreditaram que Lula fosse um estadista, Dilma fosse uma super gerente e que o PT é o partido que defende os pobres da exclusão social que lhe impuseram os ricos. Por que a Constituição não poderia ser revogada pelo emprego desse mesmo método? E lançada no rol dos culpados pela incitação à prática de um ilícito institucional? Para tanto, o que não falta são penas alugadas e papel, que aceita tudo.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Capitulo em novo livro publicado: Presidencialismo no Brasil

Tenho um capítulo neste livro, que foi recentemente publicado pelo Senado Federal:

João Paulo Peixoto (org.), Presidencialismo no Brasil: história, organização e funcionamento (Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2015, 304 p.; ISBN: 978-85-7018-674-4)

Sumário:

Introdução - Antonio Paim
1. Presidencialismo no Brasil: dos militares ao PT – João Paulo Peixoto
2. O presidencialismo de coalizão e o Legislativo– Antônio Carlos Pojo do Rego
3. Governança presidencial e desenvolvimento: o poder dos presidentes – Antônio Lassance
4. Liderança presidencial no Brasil e nos Estados Unidos – Ted Goertzel e Guy Burton
5. A diplomacia presidencial brasileira em perspectiva histórica - Paulo Roberto de Almeida
6. A estrutura organizacional da Presidência da República no Brasil: agenda de pesquisa, marco institucional e reformas recentes (1995-2011) – Lúcio R. Rennó
7. A diplomacia presidencial brasileira e as mudanças em curso nas relações internacionais – Eiiti Sato
Biografia dos autores

Globalizacao: atualmente e cem anos atras - M. Bordo, B. Eichengreen, D. Irwin (NBER, 1999)

Um paper de 1999, mas ainda muito interessante, para demonstrar que existem coisas novas e boas, mas, como se diz, as boas não são novas, e as novas podem não ser boas...
Vale ler...
Paulo Roberto de Almeida

Is Globalization Today Really Different than Globalization a Hunderd Years Ago?

Michael D. Bordo, Barry Eichengreen, Douglas A. Irwin

NBER Working Paper No. 7195
Issued in June 1999
NBER Program(s):   DAE   IFM   ITI 
This paper pursues the comparison of economic integration today and pre 1914 for trade as well as finance, primarily for the United States but also with reference to the wider world. We establish the outlines of international integration a century ago and analyze the institutional and informational impediments that prevented the late nineteenth century world from achieving the same degree of integration as today. We conclude that the world today is different: commercial and financial integration before World War I was more limited. Given that integration today is even more pervasive than a hundred years ago, it is surprising that trade tensions and financial instability have not been worse in recent years. In the conclusion we point to the institutional innovations that have taken place in the past century as an explanation. This in turn suggests the way forward for national governments and multilaterals.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...