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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Uma lagrima (intelectual) para... Kenneth Waltz

Kenneth Waltz and His Legacy

Alianca do Pacifico; nem observador o Brasil pretende ser; complexo de vira-latas?

Pos é, assim diria o Nelson Rodrigues, tão mal lembrado nos últimos tempos...
Paulo Roberto de Almeida

Aliança do Pacífico terá mais sete países observadores e visto comum para turistas

23/05/2013 - 22h53
Leandra Felipe
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Bogotá - Ao encerrar na noite de hoje (23) a 7ª Cúpula da Aliança do Pacífico, em Cáli, na Colômbia - bloco econômico, criado em 2011, formado pelo Chile, pela Colômbia, pelo México e Peru - os presidentes dos quatro países assinaram o "acordo marco" em que são definidas todas as regras e objetivos do bloco.
Eles também aprovaram a entrada de mais sete países como observadores: Equador, El Salvador, França, Portugal, Paraguai e República Dominicana e ainda a criação de um visto turístico para promover o turismo regional.
"Se estabeleceu o visto para que os cidadãos de outras nacionalidades possam visitar, sem restrições, os território dos países que fazem parte deste bloco", disse à imprensa o presidente anfitrião, Juan Manuel Santos, ao lado dos colegas do México, Enrique Peña Nieto; do Chile, Sebastián Piñera e do Peru, Ollanta Humala.
Foi firmado ainda um acordo de transparência fiscal entre os países para combater a sonegação de impostos. A medida será importante porque, cerca de 90% dos produtos produzidos pelos quatro países-membros poderão ser comercializados sem nenhuma tarifa. Os acordos deverão entrar em vigência a partir de 30 de junho.
Os presidentes também assinaram um documento com regras que definindo os que países da região devem cumprir para fazer parte do bloco. O primeiro pedido em estudo é o da Costa Rica, que já firmou um tratado de livre comércio com a Colômbia. 
Agência Brasil

Brasil-EUA: irracionalidade vs racionalidade da organizacao laboral -Carlos Alberto Sardenberg

Crescer e proteger

Carlos Alberto Sardenberg
O Globo, 23/03/2013

“Ninguém aqui em Chicago pode trabalhar por menos de US$ 4,50 por hora”, conta o garçom de um bom restaurante, um rapaz de menos de 30 anos. Feitas as contas, considerando jornada de 40 horas por semana, dá US$ 800/mês.
“Mas gente ganha mais, dá para fazer mais de 300 dólares em um dia de bom movimento”, explica o rapaz. É a gorjeta, claro. O rendimento variável é o que vale e depende não das horas de trabalho, mas do movimento e da capacidade de atendimento do garçom.
A gorjeta, pelos costumes americanos, varia de 10% a 20%, e vai direto para o bolso do garçom, no dia mesmo de trabalho. Afinal, acrescenta o rapaz, “a gente trabalha para o freguês, não para o restaurante”. Mas, considerando que a gorjeta está incluída na conta, junto com comida e bebidas, como calculam e como pagam por dia (ou por noite)?
O garçom traz então os boletos, as contas pagas por cada mesa que atendeu naquela noite. Já está tudo grampeado e calculado.
Ele mostra e explica: “Eu vendi hoje 2.060 dólares, a gorjeta foi de uns 350 (cerca de 17%). Aí eu pago uma parte para o ajudante e outra para o pessoal do bar. Vou levar limpos uns 250 dólares”.
Repararam os verbos? “Eu vendi... eu pago...”
O restaurante, a empresa, paga na base do mínimo, a cada duas semanas. E só. Ou seja, é o trabalhador, nesse setor, que precisa cuidar de sua previdência e seu plano de saúde.
Claro que em outros setores da economia, em fábricas, por exemplo, ou em empresas maiores, o sistema é diferente, com salários semanais fixos maiores que a parte variável. Mas em boa parte do setor de serviços (incluindo comércio), a variável é maior.
Assim, esse caso dos restaurantes é um bom exemplo das vantagens e desvantagens de uma legislação trabalhista bastante flexível e na qual vale mais o combinado entre as partes.
Para o restaurante, a empresa, a vantagem é a redução do custo fixo. Gasta pouco com a folha de salários, ao contrário, por exemplo, de um restaurante no Brasil, cujo dono paga salário fixo e todos os demais itens (FGTS, INSS, 13º, adicionais diversos e por aí vai).
Nos EUA, quando o movimento cai, o prejuízo se distribui entre empresa e empregados, pois os dois lados passam a “vender” menos.
No Brasil e em muitos outros países, europeus, por exemplo, caindo o movimento, aumenta proporcionalmente o custo do restaurante , já que não é possível passar parte dos garçons para um sistema de trabalho apenas nos fins de semana.
Não raro, cria-se um impasse: o restaurante (ou a empresa) só consegue se manter funcionando no prejuízo, dado o baixo faturamento combinado com custos fixos elevados. No fim, a casa fecha e não se protegeram os empregos.
Nos EUA, para o garçom, a vantagem é receber diariamente e conforme a qualidade reconhecida de seu serviço. Para o público, a regra é um incentivo ao bom atendimento. Diferente, por exemplo, do sistema dominante no Brasil, no qual o caixa do restaurante recolhe toda as gorjetas e distribui por igual no final do mês.
(Aliás, o Congresso está discutindo uma legislação que obriga os restaurantes a repassar pelo menos 80% da gorjeta para os garçons e cozinheiros. Devia ser 100%, não é mesmo?).
Por outro lado, nos EUA, havendo uma crise, a empresa tem ampla possibilidade de cortar pessoal e reduzir os pagamentos. A taxa de desemprego praticamente dobrou de 2008 para 2009, nos momentos mais difíceis da crise financeira que quase paralisou a toda a economia .
E os salários também caem rapidamente, pois são basicamente negociados e não garantidos em lei.
Nos países que têm ampla e meticulosa legislação trabalhista, o ajuste — com desemprego e redução do nível médio de salários — sempre acaba acontecendo, mas demora mais e é mais custoso, como está acontecendo na maior parte dos países europeus.
Pelo outro lado, a recuperação econômica é sempre mais rápida nos Estados Unidos. Começa a melhorar e os empregos começam a voltar. Mas o desemprego cai antes de subirem os salários. Neste momento, por exemplo, a taxa de desemprego, que chegou a passar dos 10%, está na casa dos 7%. Já o salário médio, descontada a inflação, é praticamente o mesmo de 2009.
Em compensação, todo o sistema permite que as empresas reduzam custos e se esforcem para ganhar produtividade, que é, de novo, o que acontece. A produção por trabalhador/hora cresce 1,5% ao ano, desde que se iniciou a recuperação. E isso é a chave do crescimento.
No Brasil, onde o emprego formal é superprotegido, a produtividade está em queda e o custo unitário do trabalho em alta. Resultado: empresas menos competitivas. As que podem, reduzem a produção, mas mantêm a os trabalhadores, na expectativa de retomada da atividade. Se a retomada demora e essa expectativa enfraquece, o ajuste — corte de custos e de empregos — vem, então, mais forte.
Difícil combinar crescimento e proteção.

Carlos Alberto Sardenberg é jornalista.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Uma lagrima para... Georges Moustaki (muito ouvi suas cançoes)


Cantor francês Georges Moustaki morre aos 79 anos

Músico e poeta se tornou mundialmente conhecido no final dos anos 60 com temas como 'Milord', na voz de Edith Piaf, e 'Le Métèque'

Le Monde, 23 de maio de 2013 | 14h 54, EFE
O cantor francês de origem grega Georges Moustaki morreu nesta quinta-feira, 23, em Nice, no litoral mediterrâneo da França, aos 79 anos de idade, informou sua família.
O cantor Georges Moustaki  - AP
AP
O cantor Georges Moustaki
O cantor, nascido em Alexandria e autor deMilord e de Le Métèque, havia deixado os palco em 2011 por causa de uma doença pulmonar. No entanto, a causa da morte de Moustaki ainda não foi confirmada.
"Tive uma vida apaixonante. Espero que seja assim até o final", declarou o cantor em 2011, quando explicou à imprensa que tinha uma doença pulmonar incurável, a qual o deixou "definitivamente incapaz de cantar".
Contemporâneo de uma geração de artistas da chamada "chanson française", como seu mestre Georges Brassens, Jacques Brel e Serges Gainsbourg, Moustaki compôs letras interpretadas por Edith Piaf, que foi sua amante, Yves Montand, Barbara e Serge Reggiani.
Nascido com o nome de Joseph Mustacchi em 1934, o sedutor e revolucionário músico e poeta se tornou mundialmente conhecido no final dos anos 60 com temas como Milord, na voz de Edith Piaf, Le FacteurLa Mer m'a DonnéMa Solitude Le Temps de Vivre.

Voltando ao seculo 17, com os Amish (menonitas da Pensilvania)

A caminho de Baltimore, onde vim participar de um encontro da Economic and Business History Society (com um pequeno paper de revisão bibliográfica sobre a historiografia econômica brasileira), paramos no condado de Lancaster, Pensilvânia, onde Carmen Lícia organizou uma visita a alguns sítios históricos e atuais da comunidade Amish isto é, os menonitas (anabatistas, emigrados da Europa para os EUA séculos atrás), e que ainda conservam hábitos, costumes e tecnologia próprias da era pré-Revolução Industrial. Ou seja, eles não usam nada moderno, com exceção de máquinas de costura (Singer, manuais, ou pedalais) e máquinas de lavar impulsionadas a gás.
Aliás, não existe nenhuma, repito, nenhuma eletricidade numa residência Amish, apenas coisas movidas a querosene ou a gás, ou então tração humana, animal, força da natureza (como bombas acionadas por rodas d'água).
Enfim, não tem iPad, iPhone ou coisas do gênero para a juventude Amish (a menos que inventem um Facebook movido a gás).
A foto abaixo foi tirada por uma família oriental que também visita a Amish Village (uma espécie de condensação turística do que eles têm), onde tinha um simpático pavão, carregando sua enorme plumagem (deve ser um incômodo para dormir ou fazer amor), que é uma das maravilhas da seleção natural (e que eles devem achar que foi criado por deus).
A comida é sem graça, mas de boa qualidade, e eles são muito simpáticos e prestativos. Adoram vender quilts e outras manufaturas para os turistas, e tem quilts de 900 dólares: capitalistas esses Amish.
Paulo Roberto de Almeida

A frase do dia, da semana, do mes, de sempre: anotar, sempre...


"Always carry a notebook. And I mean always. The short-term memory only retains information for three minutes; unless it is committed to paper you can lose an idea for ever."
– Will Self

Por que os companheiros tem vergonha do que escrevem?:Petrobras-Bolivia, Vale-Argentina, etc...

Recebi o comentário abaixo a propósito deste meu post:


Por que será que os companheiros têm medo de se expor, e sempre escrevem anonimamente para este pequeno e desimportante blog?
Transcrevo e depois comento:

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Hermanos pero no mucho: Argentina trata mal a Vale...":

acho q vc esta um pouco desinformado. A bolivia no caso da petrobras nao tinha outra solucao por causa das privatizacoes ilegais realizadas no governo anterior, problema de quem paga mal, paga 2x. que abrir a caixa preta da petro? vc nao vai gostar do q vai ver la e aqui tb, talvez por isso ficou por isso mesmo.
a vale foi privatizada aki ilegalmente, somando aos processos trabalhistas e ao dinheiro publico que "ganhou" e a falta de compromisso com o meio ambiente, nao era de se esperar este caso na argentina. nao pense que tudo é rosas, pq o buraco é mais em baixo , muito mais!! nopsso hermanos so estao dizendo que nao sao idiotas e que podem superar as dificuldades, e sei que vao conseguir. 

Pois bem, vejamos o que pode ser dito sobre os comentários acima.
Primeiro, que ele é praticamente incompreensível, não só pelo Português arrevesado, mas sobretudo porque seu autor junta informações diversas numa mesma frase e não traz nenhuma prova do que disse.
Segundo, porque ele mal disfarça suas tomadas de posição, contra as privatizações e a favor dos hermanos bolivarianos e peronistas de botequim.
Terceiro, porque ele se acha bem informado e eu estaria mal informado. Obrigado pela preocupação, fico aguardando essas informações fabulosamente verdadeiras sobre os bolivarianos-bolivianos e os idem-peronistas e sua gestão excepcional dos bens públicos. A Argentina, como vocês sabem, vai muito bem, e depois que expulsou a Vale vai melhor ainda. Não mais será explorada por uma companhia que destrói o meio ambiente (e o inteiro ambiente também).
Esses mercenários a soldo são mesmo muito ruins. Os companheiros mandões poderiam pelo menos pagar um pouco mais para ter gente mais qualificada.
Minha contribuição para a melhoria do exército de militantes mal pagos segue abaixo.

Que tal um anúncio assim?:

Governo contrata mercenários de luxo. Paga-se bem. Exige-se Ph.D. Mas que saiba escrever. Propostas, com CV Lattes para o e-mail: ...........@companheiros.org

Acho que eles estariam bem melhor servidos.
Pela sugestão...
Paulo Roberto de Almeida

Uniao Africana: 50 anos de sucessos

Ministério das Relações Exteriores
Assessoria de Imprensa do Gabinete

Nota à Imprensa nº 172
23 de maio de 2013

Participação da Presidenta Dilma Rousseff no Jubileu de Ouro da União Africana
Adis Abeba, 25 de maio de 2013

A Presidenta Dilma Rousseff participará, em 25 de maio, como convidada especial, em Adis Abeba, da comemoração do Jubileu de Ouro da União Africana. A Presidenta da República será recebida pelo atual Presidente da organização, o Primeiro-Ministro da Etiópia, Hailemariam Desalegn.
A União Africana, criada em 25 de maio de 1963, sob o nome original de Organização da Unidade Africana, assumiu papel de crescente importância na busca de soluções africanas para questões do próprio continente, assim como no processo de progressiva democratização e fortalecimento institucional da região. As relações do Brasil com a África se expandiram substancialmente, na última década, com a abertura ou reativação de 19 das 37 Embaixadas brasileiras no continente e a instalação de 18 novas Embaixadas africanas no Brasil. Brasília é a capital latino-americana com o maior número de Embaixadas de países africanos.
O Brasil trabalha em conjunto com as nações africanas em áreas como saúde, agricultura, energia e infraestrutura, com projetos de cooperação técnica em 40 países do continente e a presença cada vez maior de investimentos privados.
O continente africano tem apresentado nos últimos anos crescimento econômico acima da média mundial, criando oportunidades para o desenvolvimento sustentável de seus países.
O intercâmbio comercial entre Brasil e África cresceu cinco vezes nos últimos dez anos, evoluindo de US$ 5 bilhões, em 2002, para US$ 26,5 bilhões, em 2012.

Lei de Say e sua "inversao" por Keynes - Ludwig von Mises

Lord Keynes e a Lei de Say

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I
A principal contribuição de Lord Keynes não esteve no desenvolvimento de novas ideias, mas, sim, “em fugir das antigas”, como ele mesmo declarou no fim do prefácio de sua Teoria geral. Os keynesianos dizem-nos que seu feito imortal consiste na refutação cabal do que veio a ser conhecido como Lei dos Mercados ou Lei de Say. A negação dessa lei, afirmam, é a essência de todas as lições de Keynes; todas as outras proposições de sua doutrina derivam, por necessidade lógica, desse insight fundamental e têm de ruir se o fracasso desse ataque na Lei de Say puder ser demonstrado. [1]
É importante compreender agora que aquilo que é chamado de Lei de Say foi, num primeiro momento, proposto como refutação de doutrinas popularmente aceitas nos tempos anteriores ao desenvolvimento da economia como um ramo do conhecimento humano. Ela não era uma parte integrante da nova ciência econômica conforme ensinada pelos economistas clássicos; era, antes, um preâmbulo — a revelação e a eliminação de ideias deturpadas e insustentáveis que turvavam a mente das pessoas e eram um sério obstáculo à analise racional das circunstâncias.
Sempre que os negócios iam mal, os comerciantes comuns tinham duas explicações à mão: o mal era causado por uma escassez de moeda e por uma superprodução geral. Adam Smith, em uma famosa passagem de A riqueza das nações, implodiu o primeiro desses mitos. Say dedicou-se predominantemente a uma refutação meticulosa do segundo mito.
Contanto que algo determinado seja um bem econômico e não um “bem gratuito”, sua demanda obviamente não é absolutamente abundante. Ainda há necessidades não satisfeitas que uma oferta maior do bem considerado poderia satisfazer. Ainda há pessoas que gostariam de obter mais desse bem que estão de fato obtendo. Em relação aos bens econômicos, nunca pode haver superprodução absoluta. (E a economia lida apenas com bens econômicos, não com bens gratuitos como o ar, que não são objeto de ações humanas que obedeçam a finalidades, e, portanto, não são produzidos, e em relação aos quais o emprego de termos como subprodução e superprodução simplesmente não faz sentido.)
Em relação aos bens econômicos, pode haver apenas superprodução relativa. Enquanto os consumidores estão demandando quantidades determinadas de camisas e de sapatos, os produtores fabricam, digamos, uma quantidade maior de sapatos e uma quantidade menor de camisas. Isso não é uma superprodução geral de todos os bens. À superprodução de sapatos corresponde uma subprodução de camisas. Consequentemente, o resultado não será uma depressão geral de todos os ramos produtivos, mas, sim, uma mudança nos termos de troca entre sapatos e camisas. Se, por exemplo, anteriormente um par de sapatos poderia comprar quatro camisas, agora ele compra apenas três camisas. Enquanto os negócios vão mal para os fabricantes de sapatos, eles vão bem para os fabricantes de camisas. As tentativas de explicar a depressão geral do comércio referindo-se a uma suposta superprodução geral são, portanto, falaciosas.
Bens, diz Say, são pagos, em última análise, não com dinheiro, mas com outros bens. O dinheiro é simplesmente o meio de troca mais comumente utilizado; ele desempenha apenas um papel intermediário. O que o vendedor quer receber em troca pelos bens vendidos são, em última análise, outros bens. Cada bem produzido é, por conseguinte, um preço, digamos assim, por outro bem produzido. Qualquer aumento na produção de um bem melhora a situação do produtor de qualquer outro bem. O que pode prejudicar os interesses do produtor de um bem determinado é não antecipar corretamente o estado do mercado. Ele superestimou a demanda dos consumidores por seu bem e subestimou sua demanda por outros bens. Os consumidores não veem utilidade nesse empreendedor atrapalhado; eles compram seus produtos apenas a preços que o fazem acumular prejuízos, e eles o forçam, caso ele não corrija seus erros a tempo, a deixar o mercado. Por outro lado, aqueles empreendedores que foram bem-sucedidos na antecipação da demanda do público colhem lucros e têm condições de expandir suas atividades produtivas. Essa, diz Say, é a verdade por trás das afirmações confusas dos homens de negócios de que a principal dificuldade não está na produção, mas na venda. Seria mais apropriado declarar que o primeiro e principal problema dos negócios é produzir da melhor e mais barata maneira aqueles bens que satisfarão as mais urgentes necessidades ainda insatisfeitas do público.
Assim, Smith e Say demoliram a explicação mais antiga e ingênua do ciclo de negócios, estabelecida pelas expansões populares de negociantes ineficientes. É verdade que seu feito foi meramente negativo. Eles implodiram a crença em que a recorrência de períodos de maus negócios era provocada por uma escassez de moeda e por uma superprodução geral. Mas eles não nos deram uma teoria elaborada do ciclo de negócios. A primeira explicação desse fenômeno foi proporcionada muito mais tarde, pela British Currency School.
As importantes contribuições de Smith e de Say não foram inteiramente novas e originais. A história do pensamento econômico pode registrar alguns pontos essenciais de seu pensamento em autores mais antigos. Isso de maneira alguma deprecia os méritos de Smith e de Say. Eles foram os primeiros a lidar com o assunto de modo sistemático e a aplicar suas conclusões ao problema das depressões econômicas. Eles foram também, portanto, os primeiros contra os quais os defensores de doutrinas populares espúrias dirigiram seus violentos ataques. Sismondi e Malthus escolheram Say como o alvo de uma saraivada de críticas quando tentaram — em vão — salvar os preconceitos populares desacreditados.
II
Say emergiu vitoriosamente de suas discussões com Malthus e Sismondi. Ele provou sua tese, ao passo que seus adversários não conseguiam provar a deles. Assim sendo, durante todo o resto do século XIX, o reconhecimento da verdade contida na Lei de Say era a marca distintiva de um economista. Aqueles autores e políticos que tornavam a suposta escassez de moeda responsável por todos os males e advogavam a inflação como uma panacéia não eram mais considerados economistas, mas “monetaristas ranzinzas”.
Os embates entre os defensores da moeda estável e os inflacionistas perpetuaram-se por muitas décadas. Mas não eram mais considerados uma controvérsia entre várias escolas econômicas. Eram vistos como um conflito entre economistas e anti-economistas, entre homens racionais e fanáticos ignorantes. Quando todos os países civilizados haviam adotado o padrão ouro ou o padrão de trocas em ouro, a causa da inflação parecia ter perdido para sempre.
A economia não se contentou com o que Smith e Say haviam ensinado sobre os problemas envolvidos. Ela desenvolveu um sistema integrado de teoremas que demonstrava convincentemente o absurdo dos sofismas inflacionistas. Ela retratou em detalhe as consequências inevitáveis de um aumento na quantidade de moeda em circulação e de uma expansão de crédito. Ela elaborou a teoria monetária ou de circulação do crédito do ciclo de negócios que demonstrava claramente como a recorrência de depressões comerciais é provocada pelas tentativas repetidas de “estimular” os negócios por meio de expansão de crédito. Assim, ela provou conclusivamente que a depressão, cujo surgimento os inflacionistas atribuíam a uma insuficiência da oferta de moeda, é, pelo contrário, a consequência necessária de tentativas de remover essa suposta escassez de moeda por meio de expansão do crédito.
Os economistas não contestaram o fato de que uma expansão de crédito em seu estágio inicial promove o crescimento dos negócios. Mas eles salientaram que esse crescimento artificial necessariamente ruirá após um tempo e produzirá uma depressão geral. Essa demonstração
poderia seduzir estadistas preocupados com a promoção do bem-estar duradouro de seu país. Ela não poderia influenciar demagogos que não se importam com nada exceto com o sucesso nas próximas eleições e que não se preocupam minimamente com o que acontecerá depois de amanhã. Mas são exatamente essas pessoas que se tornaram soberanas nesse tempo de guerras e de revoluções. A despeito de todos os ensinamentos dos economistas, a inflação e a expansão de crédito foram erguidas ao posto de primeiro princípio de política econômica. Quase todos os governos estão agora comprometidos com gastos irresponsáveis e financiam seus déficits emitindo quantidades adicionais de papel-moeda não-resgatáveis e com expansões creditícias ilimitadas.
Os grandes economistas foram arautos de novas ideias. As políticas econômicas que eles recomendavam discrepavam das políticas praticadas por governos contemporâneos e por partidos políticos. Por via de regra, muitos anos, até mesmo décadas, passavam antes que a opinião pública aceitasse as novas ideias transmitidas pelos economistas e antes que as necessárias mudanças correspondentes nas políticas fossem efetuadas.
Tudo foi diferente com a “nova economia” de Lord Keynes. As políticas que ele defendia eram exatamente aquelas que quase todos os governos, inclusive o inglês, já haviam adotado muitos anos antes de sua Teoria geral ser publicada. Keynes não foi um inovador e defensor de novos métodos de gerir assuntos econômicos. Sua contribuição consistiu, na verdade, em oferecer uma justificação visível às políticas que eram populares entre aqueles no poder apesar do fato de todos os economistas verem-nas como desastrosas. Seu feito foi racionalizar as políticas já praticadas. Ele não foi um “revolucionário”, como alguns de seus adeptos chamavam-no. A “revolução keynesiana” ocorreu antes de Keynes aprová-la e fabricar uma justificação pseudo-científica para ela. O que ele de fato fez foi escrever uma defesa das políticas prevalentes dos governos.
Isso explica o rápido sucesso do seu livro. Ele foi recebido entusiasticamente pelos governos e pelos partidos políticos dominantes. Um novo tipo de intelectuais foi particularmente arrebatado: os “economistas do governo”. Eles haviam sentido um peso na consciência. Eles estavam cientes do fato de que estavam executando políticas que todos os economistas condenavam como indesejáveis e desastrosas. Agora eles se sentiam aliviados. A “nova economia” restabeleceu seu equilíbrio moral. Hoje eles não se envergonham mais de ser o faz-tudo de políticas ruins. Eles se glorificam. Eles são os profetas do novo credo.
III
Os epítetos exuberantes que esses admiradores conferiram à sua obra não obscurecem o fato de que Keynes não refutou a Lei de Say. Ele a rejeitou emocionalmente, mas não apresentou um único argumento sustentável para invalidar seu fundamento lógico.
Keynes tampouco tentou refutar por meio de raciocínios discursivos as lições da economia moderna. Ele optou por ignorá-las, e isso foi tudo. Ele nunca enunciou qualquer palavra de crítica séria contra o teorema de que aumentar a quantidade de moeda não pode produzir nada exceto, por um lado, favorecer alguns grupos em detrimento de outros grupos, e, por outro lado, promover investimentos ruins e dissipação de capital. Ele se perdia completamente quando se tratava de apresentar qualquer argumento sólido para demolir a teoria monetária do ciclo de negócios. Tudo que ele fez foi reviver os dogmas auto-contraditórios das várias seitas do inflacionismo. Ele não acrescentou nada às suposições de seus predecessores, da antiga Birmingham School of Little Shilling Men à Silvio Gesell. Ele simplesmente traduziu seus sofismas — refutados uma centena de vezes — para a linguagem questionável da economia matemática. Ele ignorou todas as objeções que homens como Jevons, Walras e Wicksell — para citar apenas alguns — opunham às expansões dos inflacionistas.
O mesmo ocorre com seus discípulos. Eles pensam que chamar “aqueles que não conseguem comover-se admirados com o gênio de Keynes” de coisas como “idiotas” ou “fanáticos bitolados” [2] substitui o raciocínio econômico sólido. Eles acreditam que provaram sua tese repudiando seus adversários como “ortodoxos” ou “neoclássicos”. Eles revelam a mais extrema ignorância ao pensar que sua doutrina está correta porque é nova.
Na verdade, o inflacionismo á a mais antiga de todas as falácias. Era muito popular muito antes dos dias de Smith, Say e Ricardo, contra cujos ensinamentos os keynesianos não apresentam qualquer objeção exceto a de que são antigos.
IV
O sucesso sem precedentes do keynesianismo deve-se ao fato de que ele oferece uma justificação visível às políticas de “gastos deficitários” dos governos contemporâneos. É a pseudo-filosofia daqueles que não conseguem pensar em nada mais do que dissipar o capital acumulado pelas gerações anteriores.
Contudo, nenhuma expansão de autores, não importa quão brilhante e sofisticada, pode alterar as perenes leis econômicas. Elas são e funcionam e cuidam-se sozinhas. Não obstante todas as fulminações apaixonadas dos porta-vozes dos governos, as consequências inevitáveis do inflacionismo e do expansionismo, como retratadas pelos economistas “ortodoxos”, estão passando a ocorrer. E então, muitíssimo tarde, mesmo as pessoas simples descobrirão que Keynes não nos ensinou como operar o “milagre (…) de transformar a pedra em pão” [3], mas, sim, o procedimento nada milagroso de comer o milho para semear. [4]
Originalmente publicado na The Freeman, no dia 30 de outubro de 1950. Republicado com a permissão da Foundation for Economic Education.
Notas
[1] P. M. Sweezy em The New Economics, ed. por S. E. Harris, New York, 1947, p. 105.
[2] Professor G. Haberle, “The General Theory” em The New Economics, ibid., p. 161.
[3] Keynes, “Proposals for an International Clearing Union, em The New Economics, ibid, p. 332.
[4] Cf. Henry Hazlitt, The Failure of the New Economics, cap. 3 sobre “Keynes vs. Say’s Law”, pp. 32-43. Arlinton House, New Rochelle, New York, 1959.

SOBRE O AUTOR

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Ludwig von Mises foi o principal pensador da escola austríaca de economia.

Venezuela aprofunda o caos economico: penuria de dolares

Não existe país na América Latina mais repleto de dólares do que a Venezuela. E, no entanto, acumula atrasados de mais de 9 bilhões da moeda do Império estadounudense, como dizem com desprezo os companheiros, inclusive seus amigos bolivarianos.
Com a Argentina, é o pais candidato mais próximo a uma crise cambial, ou seja, desvalorização e empobrecimento geral de suas respectivas populações. Aqui no Brasil tambėm, os companheiros adoram uma desvalorização, são grandes amigos da burguesia dita exportadora.
Paulo Roberto de Almeida

Falta de dólar faz Venezuela atrasar pagamento a exportador brasileiro

A escassez de divisas na Venezuela está provocando um atraso no pagamentos dos importadores do país aos seus fornecedores e já afeta o comércio com outros países, entre eles o Brasil. Consultorias privadas e entidades empresariais venezuelanas estimam que o Cadivi, órgão governamental de administração de divisas, acumula um atraso na entrega de US$ 8 bilhões a US$ 9 bilhões a importadores locais. Desse total, cerca de US$ 1,5 bilhão seriam para pagar exportações brasileiras para o país vizinho, segundo cálculos da Câmara de Comércio e Indústria Venezuelano-Brasileira (Cavenbra).

Leia mais em:

EUA: governo Obama viola a Constituicao

Group wants special court to release ruling on unlawful U.S. surveillance

Ellen Nakashima 

May 22, 4:02 PM

A civil liberties group is set to file a motion Thursday asking a special federal court to allow the release of a classified opinion that found the government engaged in unlawful surveillance on Americans.
The Electronic Frontier Foundation is turning to the Foreign Intelligence Surveillance Court after the Justice Department refused to release the court’s opinion under a Freedom of Information Act request.
The opinion’s existence wasrevealed in July by Sen. Ron Wyden(D-Ore.), who disclosed, with federal officials’ permission, that on “at least one occasion” the court had ruled that the government’s surveillance violated the Fourth Amendment’s protection against unreasonable searches and seizures.
The opinion involved the government’s collection of communications under a 2008 amendment to the Foreign Intelligence Surveillance Act, which broadened the government’s authority to collect e-mails and phone calls of foreign targets in the United States.
The court, which handles applications for surveillance under that law, conducts its proceedings in secret. Its opinions are generally classified.
The Justice Department argued in a separate U.S. District Court proceeding that disclosure of the opinion should be barred because it “implicates classified intelligence sources and methods.”
But it also said that the proper place to seek access to the opinion was the surveillance court itself.
David Sobel, an attorney for the Electronic Frontier Foundation, said the government is playing “a shell game.” He noted that in 2007, when the American Civil Liberties Union asked the surveillance court to release a different opinion, the Justice Department argued that the group should file an FOIA request to the department.
This “DOJ-imposed Catch-22 blocks the public from knowing more about the government’s illegal surveillance,” the group said in a statement.
In a letter to Wyden last year, Kathleen Turner, director of legislative affairs for the Office of the Director of National Intelligence, said the government had “remedied” the surveillance court’s concerns.

O racismo em construcao no Brasil: oficial, promovido pelo Estado, e nao menos vergonhoso

Racistas são racistas, independentes da cor da pele. Existem racistas brancos (hoje acuados) e existem racistas negros (ou que se pretendem tal), hoje triunfantes, gloriosos, babando de vontade de acuar os brancos, racistas ou não, ou seja, todo mundo que não for preto, retinto ou aproximado (eles aceitam afrodescendentes moreninhos, menos os de pele clara, que talvez sejam os traidores da raça...).
Ainda vamos ultrapassar a África do Sul numa modalidade bem mais ampla de Apartheid...
Paulo Roberto de Almeida


Reinaldo Azevedo, 22/05/2013

Está de parabéns o juiz José Carlos do Vale Madeira, da 5ª Vara da Seção Judiciária do Maranhão, que teve a coragem de defender a Constituição da República Federativa do Brasil. Vejam a que ponto chegamos: ter de parabenizar um juiz por… seguir a lei! O que Vale Madeira fez? Suspendeu editais do Prêmio Funarte de Arte Negra, do Ministério da Cultura, destinados apenas a projetos de “criadores negros”. Segundo o juiz, eles “abrem um acintoso e perigoso espectro de desigualdade racial”. Na mosca! O jornal O Globo não retrata a realidade ao afirmar que ele suspendeu os “editais de incentivo à cultura negra”. Errado! O problema não está em incentivar a cultura negra (na suposição de que ela exista, claro!, o que é falso). A odiosa discriminação — contra negros e não negros — está em restringir os projetos a pessoas que tenham uma determinada cor de pele.
A coisa é de tal sorte estúpida que a Funarte se recusou a receber o projeto de dez negros que, sob direção do dançarino Irineu Nogueira, também negro, tentaram inscrever o espetáculo “Afro Xplosion Brasil”. Ana Claudia Souza, diretora do Centro de Programas Integrados (CEPIN) da Funarte, informou que o grupo foi vetado porque está sendo representado pela Cooperativa Paulista de Dança, cujo presidente, o bailarino Sandro Borelli, é branco!!! Tratava-se de mera questão burocrática. O grupo apresentou a proposta por intermédio de uma pessoa jurídica para evitar o desconto de 27,5% do Imposto de Renda na verba pedida, de R$ 150 mil.
Marta Suplicy, a artífice genial da ideia, não teve dúvida: no programa “Bom Dia, Ministro”, desta quarta, classificou a decisão do juiz de “racista” e anunciou que o governo já recorreu. Essa grande pensadora institui um projeto que discrimina as pessoas pela cor da pele, em flagrante desrespeito à Constituição, mas chama de “racista” o ato que restabelece o império da lei.
O primeiro edital foi lançado no dia 20 de novembro do ano passado. O prazo teve de ser dilatado duas vezes porque os projetos não apareciam. No rádio, afirmou a preclara:
“No começo tivemos poucas pessoas apresentando projetos. Então nos demos conta de que os criadores negros não tinham acesso a esse edital. Quando pedimos para as regionais do Ministério da Cultura fazerem seminários, irem atrás das comunidades, das instituições negras, de 18 projetos chegamos a mais de dois mil (foram, no total, 2.827). Hoje temos o problema inverso, de selecionar para as poucas vagas que temos.”
É parolagem das grossas. Até os beneficiários do Bolsa Família (com suposta renda entre R$ 70 e R$ 140) têm acesso, como reconhece o governo, a telefone celular e redes sociais! São os excluídos sociais digitalmente incluídos, uma nova categoria criada pelo petismo, entendem?… Por que os “criadores negros” não teriam acesso aos editais? O que o governo fez foi buscar uma solução para o problema que ele próprio criou. Como os projetos não apareciam — e não porque negros sejam incapazes disso, é óbvio —, o ministério teve de dar um jeito de pari-los. E por que não apareciam? Porque o Brasil é menos racista do que o governo. País afora, apenas uma minoria extrema de criadores negros rejeita a presença de brancos.
De resto, “cultura negra”, assim como “cultura indígena” ou “cultura branca” são mistificações criadas pelo pensamento politicamente correto.  Não existem! Mas deixo para outro post.

A Argentina afunda no populismo demagogico

Sem comentários (ou já feitos...).
Aliás, só um: depois de tudo o que se passou, e não só ali, mas também em outros lugares próximos, como é que líderes políticos conseguem ser tão néscios?
Eles não conhecem a história passada, não leram sobre ela?
E vejam que alguns são viejitos para ter vivido os tempos sombrios da decadência econômica, da fuga de capitais, da hiperinflação.
São caolhos, ou estúpidos mesmo?
Paulo Roberto de Almeida
May 22, 2013

Argentina: Increases of Cash Handouts to Poor

By THE ASSOCIATED PRESS

Argentina’s president has announced increases of as much as 35 percent in cash handouts to the poor, students, pregnant women and retirees. President Cristina Fernández de Kirchner said the programs also will reach nearly 700,000 more children, expanding the social safety net and encouraging consumer spending this election year. She said the total cost of the subsidies would grow $7.8 billion a year.
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Cristina anunció que "movimientos sociales y juveniles" controlarán los precios

Dijo que serán desplegados en todo el país, en el marco de una campaña llamada "Mirar para cuidar". Habló de "operativo permanente". Y aseguró que el Gobierno "no va a dejar librados" los precios "a la buena voluntad de los empresarios".
22/05/13 - 19:08
En medio de la escasez de productos en las góndolas de los supermercados y con un congelamiento parcial de precios vigente, la Presidenta anunció que "movimientos sociales y juveniles" controlarán esos precios, para así intentar contrarrestar la inflación en la canasta básica.
En un discurso ofrecido por cadena nacional, Cristina afirmó que "no vamos a dejar el acuerdo de precios a la buena voluntad y vamos a utilizar la fuerza de los movimientos políticos y juveniles para desplegarlos en todo el territorio". La campaña será llamada "Mirar para cuidar" y será un "operativo permanente".
Además, reclamó a los empresarios "generar empleo" ya que el Estado ya "tiene políticas activas", al tiempo que resaltó la necesidad de mantener "el nivel de consumo y de gente ocupada".
"El tema no es el aumento de precios sino producir mas", afirmó la mandataria. En ese sentido, pidió a los empresarios "si hay que tomar a alguien", hacerlo.
Pero la situación en los supermercados es más compleja. De hecho, mucho de los productos que integran la nueva canasta congeleada que elaboró el secretario de Comercio, Guillermo Moreno, no están en las góndolas. Según una recorrida de Clarín por supermercados de la Ciudad, faltan los productos más populares y económicos. De la lista representativa de 500 productos, entre el 50 y el 70 por ciento no pudo ser encontrado.
Por eso, varias asociaciones planean exigir la creación de una cláusula de garantía de stock. Fernando Blanco Muiño, presidente de la Unión de Consumidores de Argentina, sostuvo que la medida implica "que los supermercados se comprometan y obligen a ofrecer en góndola los productos del listado a toda hora, sin limitación alguna de cantidad y permanente en el tiempo que dure el congelamiento". 
Para Muiño, el no incluir esa cláusula, significa lanzar "una política pública incompleta y que, tal como sucedió con el congelamiento que venció el pasado 30 de abril, direccionada al fracaso".
En tanto, Héctor Polino, de Consumidores Libres, dijo que la lista "tiene muy poca verdura y fruta, nada de pescado, poca variedad de carne vacuna. En contraposición, mucha variedad de galletitas (21 presentaciones) y de sal fina y sal gruesa. También muchas presentaciones de vinagre y yerba mate, cincro presentaciones de palitos salados y helado bombón, que no es indispensable en la mesa familiar".