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terça-feira, 18 de junho de 2013

Ach so: a recuperacao alema de 1948; alguma licao para o Brasil? - Hans F. Sennholz

Como se deu o milagre econômico alemão do pós-guerra
Instituto Ludwig Von Mises Brasil, quarta-feira, 26 de setembro de 2012

 

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Em 1945, o último bastião da resistência nazista na Alemanha entrou em colapso, o III Reich deixou de existir e o país ficou sob o controle militar dos Aliados.  Mesmo antes desta rendição final, os Aliados já haviam se dado conta de que um de seus problemas mais graves seria o que fazer com a economia alemã. 
Durante a Segunda Conferência de Quebec, em setembro de 1944, tanto Franklin Roosevelt quanto Winston Churchill concordaram em criar um programa para "eliminar as indústrias bélicas do vale do Ruhr e do Sarre... visando a converter a Alemanha em um país primariamente agrícola e de caráter bucólico."  Isso passou a ser conhecido como o Plano Morgenthau, em homenagem ao Secretário do Tesouro americano Henry Morgenthau, o mais fervoroso defensor de tal ideia.
A própria ideia de transformar um país altamente industrializado e densamente habitado como a Alemanha em uma nação de camponeses rústicos já era em si absurda.  Mais tarde, o próprio Roosevelt viria a admitir que "ele não tinha ideia de como ele havia levado isso a sério; que ele evidentemente não havia pensado muito em tudo aquilo."[1]
Infelizmente, mesmo após a rejeição do Plano Morgenthau, em decorrência de uma forte reação crítica do público e da imprensa, a ideia de se desindustrializar a Alemanha permaneceu fazendo parte da plataforma dos Aliados.
Na Conferência de Potsdam, em julho de 1945, a questão da economia da Alemanha surgiu novamente.  Ficou decidido que a capacidade industrial alemã seria limitada a 50-55% do seu nível de 1938, ou a aproximadamente 65% daquele de 1936.  Algum tempo depois, esse nível foi elevado para 100% do nível de 1936 nas zonas sob ocupação americana e britânica (Bizona); porém, enquanto isso, a capacidade produtiva alemã era de apenas 60% daquela de 1936, e a produção vigente era de apenas 39% daquela de 1936.[2]
A inflação reprimida
A economia alemã continuou definhando ao longo de 1946 e 1947, incapaz de começar a apresentar qualquer sinal de recuperação.  Pudera: os Aliados haviam mantido intacto praticamente todo o sistema de controle econômico dos nazistas.  Isso porque eles não chegavam a nenhum acordo sobre o que fazer com a economia e, por conseguinte, optaram por manter o status quo até onde pudessem.  No final, provou-se impossível conciliar os objetivos do Ocidente com os da União Soviética, o que resultou na divisão da Alemanha na Alemanha Ocidental e na Alemanha Oriental. 
Após esta divisão, a principal razão para manter os controles sobre a economia era a inflação monetária: a quantidade de dinheiro na economia, no sentido amplo, havia aumentado seis vezes entre 1936 e 1947, de menos de 50 bilhões de reichsmark para algo em torno de 300 bilhões (70 bilhões em cédulas, 100 bilhões em conta-corrente e 125 bilhões em contas de poupança).[3]  Em decorrência desta contínua inflação monetária, o marco havia se tornado virtualmente sem valor.
As autoridades ocidentais esperavam que, se os controles fossem mantidos, com preços e salários rigidamente congelados, a economia continuaria funcionando.[4]
Este curioso fenômeno de controle direto sobre todos os preços e salários, em conjunto com uma rápida inflação monetária, passou a ser conhecido como inflação reprimida.  Infelizmente, ao se combinar os efeitos nocivos tanto da inflação monetária quanto do planejamento estatal, o resultado final é muito pior do que seria com apenas um deles.  Há uma distorção dupla sobre a oferta e a demanda: além das distorções normais provocadas pelo planejamento estatal e pela inflação monetária, a estrutura de preços deixa de refletir as mudanças no valor do dinheiro causadas pela inflação monetária.  Isso leva a uma queda acentuada na produção; a escassez torna-se inevitável.  O resultado final e inevitável é a regressão à economia de escambo.  E foi exatamente isso o que ocorreu na Alemanha.[5]
As empresas que desejassem continuar operando tinham de contratar especialistas chamados "compensadores".  A função deles era conseguir trocar o que a empresa havia fabricado por aquilo de que ela necessitava.  Consequentemente, tal processo era muito longo e confuso, dado que várias transações intermediárias tinham de ser feitas com grande frequência.  O resultado era um enorme desperdício em tempo e gastos indiretos para se obter coisas que, antes, poderiam ser conseguidas quase que imediatamente.
Desnecessário dizer que isso deixou a já deprimida economia alemã terrivelmente emperrada. 
Não demorou muito para que os trabalhadores e empregados em geral também insistissem em ser pagos em mercadorias.  Ato contínuo, eles trocavam as mercadorias que recebiam por aquelas coisas de que necessitavam.  Uma consequência adicional era que os trabalhadores não mais tinham qualquer incentivo para trabalhar mais e ganhar mais dinheiro: como havia racionamento, todos trabalhavam apenas o necessário para comprar os poucos e racionados bens que podiam obter a cada semana a preços estipulados artificialmente.  Por lei, era necessário ter um emprego para se obter as papeletas de racionamento; sendo assim, os trabalhadores adquiriram o hábito de ir trabalhar apenas três ou quatro dias por semana.  Seu tempo livre adicional passou a ser gasto em trabalhos de jardinagem, na confecção de artigos para escambo ou atuando diretamente no mercado negro, bem mais lucrativo.
A reforma monetária
Finalmente este pseudomercado entrou em colapso.  Como notou um observador, a economia alemã "estava organizada de tal forma que o interesse próprio dos indivíduos e das empresas era estritamente oposto ao interesse comum.  Trabalhar em um emprego regular era a menos lucrativa das ocupações, e a mera sobrevivência dependia de se saber aproveitar as brechas da lei.  Já em meados de 1948, a economia havia atingido um estado de total paralisia que resultou na quase inanição de uma grande fatia da população".[6]
Mas, felizmente para a Alemanha, um cavalheiro chamado Ludwig Erhard, que havia sido discípulo de Wilhelm Roepke — sendo que este havia sido discípulo de Ludwig von Mises —, foi nomeado Diretor da Administração Econômica Bizonal.  Erhard era um inflexível e vigoroso adepto do livre mercado, e estava disposto a dar a ele uma chance.  No auge da crise, em junho de 1948, ele propôs um ousado e extenso plano para restaurar a economia, um plano que combinava uma radical reforma monetária em conjunto com uma completa abolição dos controles econômicos.
A reforma monetária estava marcada para ocorrer nas zonas britânicas e americanas no dia 20 de junho de 1948.  O cerne deste programa seria uma redução da oferta monetária em incríveis 90% seguida da emissão de um novo marco alemão, o deutsche-mark, que manteria seu valor e que não mais seria inflacionado até perder totalmente seu valor.  Os detalhes da reforma monetária são um tanto intrincados e estão fora do escopo deste artigo.  Basta dizer que todos os reichsmark foram trocados por novos deutsche-marks a uma taxa de 10 para 1, sendo que a quantia máxima de deutsche-marks a ser impressa foi estipulada em 10 bilhões.
Adicionalmente, os depósitos bancários em nome de instituições públicas — do governo militar, dos estados e suas subdivisões, da empresa ferroviária estatizada, e dos Correios — foram invalidados sumariamente.  Da mesma forma, todas as obrigações assumidas anteriormente pelo Reich, bem como todos os seus depósitos interbancários, também foram invalidados.  Uma reserva em dinheiro e algum estoque de capital foram concedidos a todas as instituições financeiras, fornecendo desta forma os ativos necessários para lastrear os novos passivos destas instituições.
Além desta reforma monetária, o vasto emaranhado de controles estatais sobre a economia também tinha de ser abolido para que a reforma monetária pudesse funcionar.  Nos bastidores, isso não era algo fácil de ser feito, pois a Alemanha ainda estava sob ocupação militar, e virtualmente tudo o que os alemães quisessem fazer tinha de ter a prévia aprovação dos Aliados.  Uma dificuldade adicional estava no fato de que, na Grã-Bretanha, o primeiro governo socialista acabava de ser eleito e, como consequência, os britânicos já estavam tentando difundir suas políticas socialistas também para a zona de ocupação.[7]
Os Aliados observaram a reforma econômica com grande ansiedade, dúvida e apreensão.  Com efeito, o general Lucius D. Clay, nomeado pelos Aliados como diretor de política econômica, enviou um ríspido memorando para Ludwig Erhard alertando-o de que os controles econômicos do governo militar não poderiam ser alterados sem uma prévia permissão.  A corajosa resposta do professor Erhard merece ser repetida continuamente até o fim dos tempos: "Eu não alterei seus controles; eu os aboli".[8]
Como o próprio Erhard viria a dizer mais tarde: "Foi estritamente especificado pelas autoridades britânicas e americanas que seria necessário obter permissão para que qualquer mudança de preços pudesse ser feita.  Parece que os Aliados jamais haviam imaginado que alguém pudesse ter a ideia não de alterar os controles de preços, mas de simplesmente removê-los".[9]
E foi exatamente isso o que Erhard fez, e de uma só vez ele desatrelou toda a economia alemã. 
O livre mercado em ação
À medida que a data da implementação destas reformas se aproximava, o país ia se tornando mais apreensivo, e a crise econômica parecia piorar continuamente.  Ao mesmo tempo, os críticos socialistas se animavam e elevavam os gritos de condenação ao plano.
No dia 19 de junho, um sábado, a maioria das lojas estava vazia.  No dia 21 de junho, segunda-feira, como num passe de mágica, as lojas estavam novamente abastecidas. Dois franceses, Jacques Rueff e Andre Piettre, registraram de forma teatral este milagre ocorrido da noite para o dia:
O mercado negro de repente desapareceu. As vitrines das lojas amanheceram cheias de bens, as chaminés das fábricas voltaram a soltar fumaça intensamente, e as ruas fervilhavam de caminhões de carga.  Por todos os cantos, o barulho das construções substituiu o silêncio sombrio dos escombros. Se a recuperação foi uma surpresa grande, sua rapidez foi uma surpresa ainda maior.  Em todos os setores da economia, a vida foi retomada assim que os relógios badalaram as primeiras horas do dia da reforma.  Apenas uma testemunha ocular pode oferecer um relato acurado do súbito efeito que a reforma monetária teve sobre o tamanho dos estoques e sobre a variedade e riqueza dos bens à mostra.  As lojas se encheram de bens da noite para o dia; as fábricas voltaram a trabalhar a toda.  Na véspera da reforma monetária, os alemães perambulavam sem rumo pelas cidades à procura de alguns itens comestíveis adicionais.  Um dia depois, eles não pensavam em mais nada a não ser em produzi-los.  Num dia, a apatia era nítida em suas faces; no outro, toda a nação olhava esperançosa para o futuro.[10]
Como o próprio Erhard viria a observar este fenômeno: "Antes da reforma monetária, nossa economia era como um campo de prisioneiros de guerra; os reclusos eram mantidos vivos em parte pelos Aliados.... Imediatamente após a reforma, as cercas, barreiras e muralhas desabaram com estonteante velocidade tão logo o campo de prisioneiros ganhou uma nova e confiável moeda".[11]
Os resultados rapidamente comprovaram a sagacidade de ambas as reformas, a monetária e a de liberação geral dos preços e salários.  A tabela a seguir, por exemplo, mostra que, entre junho e dezembro de 1948, houve um aumento de 53% da produção naquelas áreas contempladas pelas reformas:
Índice de Produção (1936 = 100)[12]
Abril
53
Setembro
70
Maio
47
Outubro
74
Junho
51
Novembro
75
Julho
61
Dezembro
78
Agosto
65


Já em 1949, o índice de produção encerrou em 143% daquele de 1948.  Ao longo das duas décadas seguintes, a Alemanha continuou a ter uma das maiores taxas de crescimento do mundo.
Economia keynesiana
É óbvio que, perante estes resultados, vários economistas rapidamente se apressaram em querer atribuir os créditos do sucesso às suas ideologias favoritas.  Aqueles que não queriam dar nenhum crédito às políticas de livre mercado de Erhard prontamente começaram a oferecer suas próprias explicações para a fenomenal recuperação da Alemanha.  Uma explicação que se tornou bastante popular foi a de que a Alemanha utilizou princípios keynesianos em sua recuperação.[13]  Essa proposição já foi completamente demolida em outras obras,[14] mas continua sendo difundida porque economistas keynesianos são invejosos do fato de que nenhuma das notáveis recuperações ocorridas no pós-guerra realmente utilizou qualquer tipo de economia keynesiana.  Ao contrário: todas se basearam universalmente nos princípios do livre mercado.  Como observou o professor de Harvard, Gottfried von Haberler:
Em todos os países industriais desenvolvidos, as políticas de recuperação econômica, de estabilização e de crescimento foram muito mais bem-sucedidas após a Segunda Guerra Mundial do que após a primeira.  Porém, é difícil atribuir este fenômeno à difusão do pensamento keynesiano.  Nenhum dos economistas e nenhum dos estadistas que foram amplamente responsáveis pelos variados milagres econômicos do pós-guerra pode ser chamado de keynesiano: nem Camille Gutt na Bélgica, nem Luigi Einaudi na Itália, nem Ludwig Erhard na Alemanha, nem Reinhard Kamitz na Áustria, nem Jacques Rueff na França.  O maior milagre econômico de todos, o japonês, parece ter sido realizado sob governantes e estadistas japoneses bastantes conservadores, com o auxílio de conselheiros americanos ultraconservadores.  Aos numerosos keynesianos e marxo-keynesianos restou apenas observar o fenômeno, em impotente oposição.[15]
O que podemos concluir do episódio alemão? 
Primeiro, é necessário entender que qualquer interferência realizada por burocratas e planejadores estatais sobre o sistema de preços irá inevitavelmente distorcer o sistema de produção, gerando um arranjo menos satisfatório do que aquele que existiria caso não houvesse nenhum interferência. 
Segundo, não há na história econômica nenhum exemplo mais pungente de uma "política de pleno emprego" que tenha funcionado melhor que a alemã — não houve nenhum planejamento federal, não houve política industrial, não houve modelos computadorizados para a economia, não havia um exército de burocratas dando palpites e ditando ordens, não houve inflação monetária com intuito de 'estimular a economia', e não houve políticas keynesianas.  Foi justamente a ausência de todos estes componentes que infestam as economias intervencionistas atuais o que tornou possível o renascimento econômico alemão. 
Terceiro, o episódio alemão demonstra que uma deflação monetária, desde que ocorra em um ambiente com total liberdade de preços e salários, pode ser algo economicamente benéfico, sem necessariamente criar uma depressão — pelo menos no caso de uma economia que havia sido praticamente destruída pela imposição de controles de preços e salários.  A deflação restaurou a fé na nova moeda, uma vez que ela foi acompanhada da volta dos preços flexíveis e da abolição de todos os controles sobre a economia.  O processo de trocas indiretas intermediadas pelo uso do dinheiro pôde avançar firmemente, pondo um fim à economia baseada no escambo, à sua inerentemente baixa divisão do trabalho e aos seus mercados extremamente limitados e manietados.
As reformas de livre mercado de Ludwig Erhard restauraram a liberdade dos mercados na Alemanha e, com isso, libertaram as inexoráveis leis da ação humana.  Foi a livre concorrência baseada na propriedade privada o que deu novas esperanças e permitiu o surgimento de um fenômeno econômico que surpreendeu o mundo e se tornou conhecido como "o milagre da recuperação alemã".
Infelizmente, Erhard tinha uma vantagem política que o mundo atual não mais usufrui.  Ele teve a liberdade de abolir os controles que haviam sido impostos pelos Aliados; ao fazer isso, ele ganhou o apoio político da população alemã.  No entanto, os controles haviam sido criados originalmente pelos nazistas; os Aliados apenas os estenderam por mais três anos após a Alemanha ter se rendido.  É mais fácil abolir controles estatais criados por um exército de ocupação estrangeiro do que abolir todo um sistema de regulação que políticos nativos e eleitos democraticamente criaram em nome do "interesse público".  É politicamente muito mais difícil efetuar ações econômicas corretas e sensatas quando, nas imortais palavras de Pogo Possum, "Conhecemos o inimigo e ele somos nós".

[1] Henry L. Stimson and McGeorge Bundy, On Active Service in Peace and War (New York: Harper & Bros., 1948), 581.
[2] Ludwig Erhard, Prosperity Through Competition  (New York: Frederick A. Praeger, 1958), 10?11.
[3] Karl-Heinrich Hansmeyer und Rolf Caesar, "Kriegswirtschaft und Inflation (1936?1948)," in Währung und Wirtschaft, 418.
[4] Ver Nicholas Balabkins, Germany Under Direct Controls (New Brunswick, NJ: Rutgers University Press, 1964); Henry Hazlitt, "The German Paralysis," Newsweek (21 de abril, 1947), 82; John Davenport, "New Chance in Germany," Fortune  (Outubro de 1949), 73.
[5] Wilhelm Roepke, "Repressed Inflation," Kyklos, vol. 1 (1974), fasc. 3, 242?53.
[6] F. A. Lutz, "The German Currency Reform and the Revival of the German Economy," Economica (Maio, 1949): 122.
[7] Citado in Erhard, Prosperity, 12
[8] Volkmar Muthesius, Augenzeuge von drei Inflationen (Frankfurt am Main), 1973, 111.
[9] Erhard, Prosperity, 14
[10] Citado in Erhard, Prosperity, 13; ver também Jacques Rueff, The Age of Inflation (Chicago: Henry Regnery, Gateway Edition, 1964), 86?105
[11] Ludwig Erhard, Germany's Comeback in the World Market (New York: Macmillan, 1954), 21.
[12] Lutz, "German Currency Reform," 132.
[13] Walter Heller, "The Role of Fiscal-Monetary Policy in German Economic Recovery," American Economic Review (Maio, 1950): 533?47.
[14] Egon Sohmen, "Competition and Growth: The Lesson of West Germany," American Economic Review(Dezembro, 1959): 986?1003.
[15] Robert Lekachman, ed., Keynes' General Theory: Report of Three Decades (New York: St. Martin's Press, 1964), 295.

Hans F. Sennholz  (1922-2007) foi o primeiro aluno Ph.D de Mises nos Estados Unidos.  Ele lecionou economia no Grove City College, de 1956 a 1992, tendo sido contratado assim que chegou.  Após ter se aposentado, tornou-se presidente da Foundation for Economic Education, 1992-1997.  Foi um scholar adjunto do Mises Institute e, em outubro de 2004, ganhou prêmio Gary G. Schlarbaum por sua defesa vitalícia da liberdade.

Tradução de Leandro Roque

Contra o protecionismo... dos outros (o nosso pode...) - Abimaq e outras maquinacoes...

Protecionismo confronta a indústria e os importadores, em lista da Camex
Brasil Econômico, 18/06/2013

A lista de produtos que terão aumento do Imposto de Importação, a ser divulgada este ano pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), está gerando atrito entre duas associações industriais.
De um lado, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq); de outro, a Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos (Abimei).
Entre os 262 itens pedidos à Camex para serem onerados, 55 deles são da categoria de bens de capital - grande parte pleiteada pela Abimaq sob o argumento de proteger a indústria nacional.
Entre os produtos, constam artigos básicos da indústria de transformação de metais, como tornos, motores elétricos e máquinas para serrar.
Em sua maioria, os bens possuem poucos fabricantes nacionais. Em um dos casos, o de tornos convencionais, apenas uma empresa instalada no Brasil tem produção nacional comprovada.
No total, 100 itens deverão ter suas alíquotas elevadas para até 35%, limite imposto pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
Segundo fontes próximas à Camex, a lista será publicada entre setembro e outubro deste ano.
Os importadores, temendo a restrição, contestaram dentro do prazo delimitado pela Câmara para tentar evitar o aumento.
Conseguiram argumentar contra a alteração da alíquota de oito itens.
Segundo o presidente da Abimei, Ennio Crispino (foto), a questão financeira impediu o questionamento de mais artigos. "A contestação de cada produto nos custou R$ 10 mil, que saíram do bolso dos associados.
Caso mais de uma empresa quisesse contestar aquele determinado produto, o custo era rateado, mas muitas se viram sozinhas e sem condições financeiras de seguir com o processo", explica.
Ele diz que se a Câmara, um órgão estritamente técnico, ceder às pressões para elevar a tarifa, ela corre o risco de ter sua imagem arranhada por "influências políticas". Segundo Crispino, a política dos "escolhidos" - prática do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e que alçou grandes empresas brasileiras à condição de gigantes do mercado mundial - agora se volta para o mercado interno.
O principal "escolhido" em questão são as Indústrias Romi. Maior fabricante brasileira de tornos, fresadoras e centros de usinagem, a companhia pode-se ver sozinha em um mercado no qual seus antigos concorrentes caíram com a perda de competitividade do país. Uma forcinha para ela já foi dada.
No ano passado, em outra lista com cem artigos com alteração do imposto de importação, a alíquota para centros de usinagem passou de 14% para 25%.
De acordo com a Abimaq, em nenhum dos pleitos feitos por ela existe apenas um fabricante instalado no país. No caso dos tornos convencionais, Klaus Curt Müller, diretor de comércio exterior da associação, cita a Ergomat, outra tradicional fabricante.
A empresa é um caso emblemático da queda de um fabricante nacional para os importados. Atualmente, a companhia representa quatro produtores estrangeiros, além de vender seus produtos, sobre o rótulo Ergomat.
Müller diz que a complementação do catálogo de produtos com importados virou prática do mercado e por isso é tão importante o pleito da associação para elevar as alíquotas do imposto de importação.
"A pior situação é quando uma indústria se torna uma distribuidora. Se uma empresa importa, fica evidente a falta de condição da companhia em atender seus clientes", diz. 
Questionada, a Camex afirma que nem todos os pleitos industriais precisam ser atendidos. Uma série de quesitos precisa ser contemplada para que o órgão decida elevar a alíquota do imposto e essa lista pode conter menos de cem itens.
"Os critérios utilizados para essa análise são os seguintes: respeito às normas da OMC; o impacto da elevação tarifária nos preços; o aumento de importações; a capacidade produtiva; nível de utilização da capacidade instalada; a análise das cadeias produtivas; e a compatibilidade com as diretrizes do Plano Brasil Maior e outras políticas públicas prioritárias", explica a Camex.
Dentre os critérios citados, a Abimaq afirma que há 50% de capacidade instalada ociosa. Os seis tipos de máquinas ou equipamentos questionados pela Abimei tiveram um crescimento médio das importações, entre 2009 e 2012, de 40% ao ano. O item "Partes de Motores Elétricos" registrou uma alta anual de 96% no período. Curiosamente, dos seis artigos, este foi o único que não foi pleiteado pela Abimei, mas apenas pela WEG.

Alo! Voce vai para a Copa? Um video semi-demagogico para uma realidade incontornavel...

O video que recebi tem seus méritos, entre eles o de não esconder os problemas naquele ar de propaganda otimista com que somos confrontados a cada discurso oficial.
Ele tem partes ingênuas, ou até mesmo desinformadas, ou demagógicas.
Mas, os pontos que ele toca são reais: falta de segurança, falta de educação, falta de saude, destruição ambiental, desrespeito aos direitos humanos nas cadeias e delegacias, enfim, uma infinidade de problemas que parece passar longe das preocupações de políticos e dirigentes, apenas interessados em faturar politicamente com os grandes eventos desportivos que foram atraídos para o Brasil por razões puramente eleitoreiras, quando não corruptoras.
Em resumo: a Copa, e as Olimpíadas serão feitas, custando provavelmente o triplo, o quádruplo, talvez até mais, do que os valores inicialmente anunciados. Os problemas também vão continuar.
Não creio que a solução seja sabotar os eventos, como parece sugerir esse vídeo, mas cabe conscientizar a população para os trade-offs, todos eles negativos, que estão sendo feitos com esses megaeventos.
Vamos gastar um dinheiro que não existe -- ou se existe deveria ser gastos em projetos bem mais prioritários -- e depois vamos ficar com vários elefantes brancos que vão continuar pesando nos orçamentos por nada, para nada, apenas para o prestígio inútil de tantos políticos demagogos.
Parece que as manifestações correntes tocam nesse ponto, e as pessoas estão percebendo os erros monumentais que estão sendo cometidos por governantes incompetentes, equivocados, ingênuos ou despreparados, quando não comprometidos com o imenso balcão de negócios em que parece ter se convertido a política brasileira atualmente.
Com todas essas minhas ressalvas, coloco aqui o link para esse vídeo. Não é o meu preferido, volto a dizer, e mantenho várias restrições a ele, mas acredito que toca nos problemas reais do Brasil atual...
Paulo Roberto de Almeida

https://www.facebook.com/photo.php?v=282057565272808

Terror Economico no Brasil: o grande terrorista e'... o proprio Terrorista Grande

Quem, no Brasil, tem poder para determinar as principais variáveis do jogo econômico?
Quem determina juros, aplica tarifas, corrige tabelas, concede subsídios, dá isenções, atende demandas de proteção, subvenciona movimentos ditos sociais?
Quem impede brasileiros de legitimamente se abastecer no exterior, cobra impostos e contribuições abusivos sobre todos os bens e serviços comercializáveis, quem promete segurança, saúde, educação, transportes e uma infinidade de outras coisas e não cumpre?
Quem diz que toda essa carga fiscal é para melhor atender à população?
Quem tenta nos enganar dizendo num dia que não permitirá a volta da inflação e no outro dia introduz uma medida demagógica e eleitoreira de subsidiar eletrodomésticos para os já contemplados dos subsídios da casa própria, aumentando a dívida pública em dezenas de bilhões de reais?
Quem abusa da nossa paciência mentindo deliberadamente nos meios de comunicação e fazendo propaganda enganosa o tempo todo?
Quem nos trata como bebês irresponsáveis e pretende ser a babá incontornável em todos os aspectos da vida privada?
Que alimenta esse fascismo corporativo que inferniza a nossa vida com agências governamentais que pretendem decidir por nós o que é melhor para nós mesmos?
Sim, você já descobriu: é ele mesmo, o ogro famélico que se alimenta de nossos recursos para tentar saciar sua fome inaudita. Por acaso ele também disponibiliza as informações que nos permitem confirmar que, se o Estado brasileiro foi, algum dia, um promotor do crescimento brasileiro, ele se tornou, atualmente, no mais formidável obstrutor do processo brasileiro de desenvolvimento.
Ele é o próprio terror econômico...
Paulo Roberto de Almeida

Onde está o terror econômico

Editorial O Estado de S.Paulo, 18 de junho de 2013
 
Continuam piorando as perspectivas da economia brasileira para este ano, segundo a pesquisa realizada semanalmente pelo Banco Central (BC) com cerca de cem instituições do mercado financeiro e do setor de consultoria. Os economistas aumentaram suas projeções de inflação, agora estimada em 5,83%, e reduziram as do crescimento econômico (2,49%), da produção da indústria (2,5%) e do saldo comercial (reduzido para pífios US$ 6,55 bilhões).
Elevaram para US$ 73,66 bilhões, ao mesmo tempo, a previsão do buraco na conta corrente do balanço de pagamentos. Basta ler esses números para identificar um dos focos do terrorismo econômico denunciado pela presidente Dilma Rousseff. Um dos principais aliados desse foco é naturalmente o BC, responsável pela divulgação de tanto pessimismo.
Outros focos devem estar nas entidades representativas da indústria, em organizações acadêmicas, como a Fundação Getúlio Vargas (FGV), e até no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fontes de informações pouco animadoras sobre a evolução dos preços, a recuperação da atividade, o emprego industrial e a disposição dos empresários de se arriscar em novos investimentos.
Auxiliares próximos da presidente já identificaram uma crise de confiança. Evitam falar disso publicamente, mas já se esforçam para embelezar a imagem do governo. O BC elevou os juros básicos, intensificando e tornando mais sério o combate à inflação, e seu presidente, Alexandre Tombini, promete agir sem restrições para conter a alta de preços. Não basta, no entanto, restabelecer a confiança na política monetária, quando o lado fiscal permanece uma barafunda.
O ministro da Fazenda promete alcançar a meta de superávit primário equivalente a 3,1% do PIB, enquanto o secretário do Tesouro desqualifica esse objetivo e o condiciona a uma estratégia de gastos anticíclicos. Mesmo a promessa do ministro pouco significa em termos de austeridade.
O governo ainda se mostra disposto a abater investimentos e desonerações da meta fiscal e anuncia, além disso, a intenção de incluir na conta receitas de concessões e os bônus do leilão de blocos do pré-sal. Usará, portanto, receitas eventuais para ajeitar uma contabilidade formada, em um dos lados, por despesas permanentes cada vez maiores.
Em 30 dias investidores de fora tiraram da Bovespa R$ 8 bilhões, reduzindo a R$ 3,4 bilhões o saldo de aplicações estrangeiras. A fuga de capitais tem afetado muitas economias emergentes e é motivada, na maior parte dos casos, pela perspectiva de uma política monetária menos folgada nos Estados Unidos e, portanto, de mudanças no mercado financeiro internacional.
Mas fatores internos também minam a confiança no Brasil e isso é reconhecido sem dificuldade entre especialistas. A Standard & Poor's já ameaçou rebaixar a classificação do Brasil. Há um sério risco de rebaixamento pelas agências de classificação até o começo de 2014, segundo informe do Banco Barclays divulgado em Nova York. O crescimento permanece baixo e a inflação continua alta, de acordo com o informe.
Mesmo no governo poucas pessoas parecem levar a sério a conversa sobre terrorismo econômico. O problema de credibilidade é reconhecido, mas a única mudança relevante, até agora, foi a da política monetária. Demonstrando mais preocupação com as eleições, a presidente Dilma Rousseff lançou mais um programa de estímulo ao consumo, o Minha Casa Melhor, apesar do comprovado fracasso dessa estratégia nos últimos dois anos e meio.
Os problemas de produção e de oferta, amplamente reconhecidos por especialistas como os mais importantes, continuam sendo atacados com ações desarticuladas, claramente improvisadas e de alcance limitado.
Além disso, o ativismo do governo - de fato, hiperativismo -, apontado como um dos fatores de desconforto e desconfiança do empresariado, tanto nacional quanto estrangeiro, será mantido, como deixou claro a ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Eis aí uma promessa aterrorizante.
 

Alemanha, 1948: o inicio da recuperacao economica - Ludwig Erhard


How the Revival of Postwar Germany Began


DESCRIPTION
Bruce Bartlett held senior policy roles in the Reagan and George H.W. Bush administrations and served on the staffs of Representatives Jack Kemp and Ron Paul. He is the author of “The Benefit and the Burden: Tax Reform – Why We Need It and What It Will Take.”
Sixty-five years ago this week, in June 1948, a remarkable economic transformation took place in Germany. Almost overnight, the economy went from stagnation to revival. Most of the credit goes to the German economist Ludwig Erhard.
Ludwig Erhard in 1963.
ReutersLudwig Erhard in 1963.
TODAY’S ECONOMIST
Perspectives from expert contributors.
In 1948, the German economy was a basket case, not merely because of the damage from war but because economic policy was thoroughly confused. Some in the West, including the United States Treasury secretary, Henry Morgenthau, thought Germany’s industrial capacity should becompletely dismantled to prevent it from ever again becoming a military threat.
This was a minority point of view, however. The rising Soviet threat overwhelmed any desire for vengeance against Germany and required that it be built up as quickly as possible. The big problem was that Germany was divided into four occupation zones after the war, one each controlled by Britain, France, the Soviet Union and the United States.
Action required agreement among the four powers, which was difficult not only because of Soviet intransigence. In 1945, Prime Minister Winston Churchill of Britain’s Conservative Party had lost his position to Clement Attlee of the Labor Party, who quickly moved to nationalize industry in Britain and adopt other socialist policies. Some new British leaders wanted their socialist ideas implemented in Germany as well.
Thus there were political, ideological and diplomatic divisions among the allies that prevented action in Germany, with economic policy remaining on automatic pilot. Ironically, this led to the continuation of Nazi economic controls, because there was no agreement on what should replace them.
In 1947, the United States and Britain decided to unify the administration of their occupation zones into an area called Bizonia. Mr. Erhard, a respected German business economist from Bavaria, was named economic minister.
In 1948, Britain, France and the United States agreed to end their occupation and establish an independent German state with or without inclusion of the Soviet zone. The handover of power was set to begin on June 15, thus setting up a confrontation with the Soviets.
As soon as German economic autonomy was restored, Mr. Erhard wanted to institute sweeping economic reforms, especially currency reform. Because of inflation, the Germany currency was virtually worthless and the economy largely functioned on barter, which was extremely inefficient and severely hindered the growth of industry.
Introduction of a new German mark was set for June 20, 1948. As word of the currency reform leaked out, stores closed until the effects of the new currency could be determined. Simultaneously, the Soviets cut off supplies for Berlin, which was deep in their zone of occupation but administered jointly by the four powers. The Western powers responded by airlifting supplies to the city, the beginning of the famous Berlin Airlift, one of the most dramatic events in postwar history.
A key part of Mr. Erhard’s plan was the elimination of price controls, which was essential for the currency reform to be effective. He needed permission from the allies to change any of the price controls, but Mr. Erhard concluded that he did not need their consent to simply abolish them. As he wrote in his 1958 book “Prosperity Through Competition”:
It was strictly laid down by the British and American control authorities that permission had to be obtained before any definite price changes could be made. The Allies never seemed to have thought it possible that someone could have the idea, not to alter price controls, but simply to remove them.
Gen. Lucius D. Clay, the United States commander in Germany, was well aware of what Mr. Erhard was up to and could have stopped him. But General Clay’s personal economic adviser, the American businessman Joseph Dodge, urged him not to and the general wisely followed his advice, turning a blind eye to Mr. Erhard’s actions. (Mr. Dodge, an extraordinarily important but virtually unknown figure in postwar economic policy, also played a key role inadvising Gen. Douglas MacArthur, the United States commander in Japan, on reforming its economy as well.)
Mr. Erhard instituted many other reforms as well, including a 33 percent cut in income taxes. On June 26, the French, British and American authorities ratified Mr. Erhard’s actions. This led the Soviets to tighten the isolation of Berlin, creating a severe political and economic crisis. The allied airlift quickly ratcheted up. By July 4, 362 American and British planes brought 3,000 tons of food into the city in a single day, an amazing accomplishment given the limited landing and takeoff facilities in Berlin.
By August, the Communists were organizing demonstrations against Mr. Erhard and his reforms, but General Clay stood behind him. Fortunately, tangible signs of economic recovery were becoming evident. Rationing was ended completely in September. In October, a bumper crop of potatoes was cheered, with production up 60 percent over 1947.
By November, it was clearly apparent that the western zone of Germany was taking off, economically, leaving the eastern zone, still under Soviet control, behind. According to an article in The New York Times, industrial production was “far better than even the most optimistic economic planners envisaged when currency reform went into effect.”
The strong economic growth in the west was a major factor leading the Soviet Union to call off its blockade of Berlin on May 12, 1949, and the airlift ended.
A year after the Erhard reforms, they were generally viewed as an unqualified success. C.L. Sulzberger of The New York Times interviewed Mr. Erhard in July 1949 and he pointed with pride to the fact that the quality of German goods was rising, prices were falling and the standard of living was improving. On July 20, Mr. Sulzberger wrote, “Germany is coming back.”
The West German economy continued to expand, aided by the Marshall Plan, and Mr. Erhard remained as the nation’s economics minister until 1963, when he became West Germany’s second chancellor. He died in 1977.

O crescimento das relações internacionais do Brasil - livro do IBRI, disponível na Funag

Acabo de descobrir que um livro do qual participei encontra-se inteiramente disponível no site da Funag, para download, neste link:

http://www.funag.gov.br/biblioteca/dmdocuments/0265.pdf

O  crescimento  das  relações  internacionais  no Brasil
Obra comemorativa dos cinqüenta anos do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais: 1954-2004
Organizadores:  José Flávio Sombra Saraiva e Amado Luís Cervo (Brasília: Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, 2005, 308 p.; ISBN: 85-88270-15-3).

Paulo Roberto de Almeida: Finanças internacionais do Brasil: uma perspectiva de meio século (1954-2004)” (pp. 231-270)

Sumário:
Introdução - Amado Luiz Cervo       7
PARTE I – Conhecimento e ensino das relações internacionais no Brasil       15
1. A evolução da produção intelectual e dos estudos acadêmicos de relações internacionais no Brasil - Paulo G. F. Vizentini      17
2. O ensino de Relações Internacionais no Brasil - Antônio Carlos Moraes Lessa      33
PARTE II – Poder nacional e segurança      51
3. Entre a retórica e o realismo: o peso da política exterior do Brasil de Vargas a Lula (1954-2005) - José Flávio Sombra Saraiva        53
4. O lugar do Brasil na geopolítica global - Antônio Jorge Ramalho da Rocha      79
PARTE III - Brasileiros e o mundo: fluxos humanos, de idéias e de conhecimento        109
5. O Brasil nas migrações internacionais - Dinair Andrade da Silva     111
6. Turismo e indústria cultural no Brasil - Maria Thereza Negrão de Mello      145
7. O Brasil e a evolução da cooperação científica internacional - Isabel Canto      173
PARTE IV – O Brasil e as estruturas econômicas internacionais   195
8. Internacionalização da economia e dependência política: o caso brasileiro- Dércio Munhoz     197
9. Finanças internacionais do Brasil: uma perspectiva de meio século (1954-2004) - Paulo Roberto de Almeida     231
10. Da deterioração dos Termos de Intercâmbio à Consolidação do Modelo Substitutivo de Exportações: a política de comércio exterior brasileira de 1954 aos nossos dias - Heloisa C. Machado e Silva      271
Conclusão - José Flavio Sombra Saraiva        303

FIFA gosta mesmo de ditaduras...

Sem comentários...

Excesso de democracia afeta organização da Copa, diz Valcke

  • Fabrice Coffrini/AFP
    Secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, espera que seja mais fácil organizar a Copa na Rússia de Putin
    Secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, espera que seja mais fácil organizar a Copa na Rússia de Putin

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O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, afirmou nesta quarta-feira durante um simpósio que é mais fácil organizar uma Copa do Mundo em países com menos democracia. Por isso, ele espera ter mais facilidade na Rússia, comandada pelo presidente Vladimir Putin, que organizará o Mundial em 2018.
"Vou dizer algo que é maluco, mas menos democracia às vezes é melhor para se organizar uma Copa do Mundo. Quando você tem um chefe de estado forte, que pode decidir, assim como Putin poderá ser em 2018, é mais fácil para nós organizadores do que um país como a Alemanha, onde você precisa negociar em diferentes níveis", declarou Valcke.
"A principal dificuldade que temos é quando entramos em um país onde a estrutura política é dividida, como no Brasil, em três níveis: federal, estadual e municipal. São pessoas diferentes, movimentos diferentes, interesses diferentes e é difícil organizar uma Copa nessas condições", completou o secretário-geral. 
O assunto foi estendido pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, que relembrou sua experiência na Argentina em 1978, quando os anfitriões foram campeões mundiais jogando em casa, durante o regime ditatorial do país. O dirigente disse ter ficado aliviado com o título argentino em meio à tensão política.
"A minha primeira Copa do Mundo com envolvimento direto foi a da Argentina, e eu diria que fiquei feliz com o título dos argentinos. Houve uma reconciliação do povo com o sistema político militar da época. Não sei o que poderia ter acontecido se eles tivessem perdido a final, e foi quase, porque os holandeses bateram na trave nos últimos minutos. O esporte e o mundo mudaram, e essa era a minha impressão na época", afirmou Blatter.
Não é a primeira vez que os cartolas da Fifa fazem declarações polêmicas sobre a Copa ou deixam implícitas críticas aos entraves burocráticos do Brasil para realizar o evento.
No ano passado, Valcke disse que o país deveria "levar um chute no traseiro" para acelerar a preparação do Mundial. A declaração causou uma forte reação no Brasil, levou a um atrito entre governo federal e Fifa e teve que se seguida de um pedido de desculpas do dirigente francês.
As críticas da Fifa ao processo de decisão de governos brasileiros também têm sido constantes. Há reclamação de que contratações e licitações são mais demoradas o que reduz o ritmo de obras. E também há protesto em relação ao trâmite de aprovação de legislação, como a lei geral da Copa que facilitou a vida dos patrocinadores e outros parceiros da Fifa.  
Valcke, por exemplo, também fez ironias com a grande quantidade de cidadãos que tinham direito a meia entrada. O Ministério do Esporte tinha incluído até beneficiários da bolsa família entre os beneficiados com bilhetes com preços menores.
A Fifa também tem um histórico de ligação com ditaduras, ou estados pouco democráticos, como é a Rússia. A Copa da Argentina é um exemplo, quando o então presidente da Fifa João Havelange foi acusado de ter ligações com o regime militar do país sul-americano.
Também são comuns fotos de Blatter com ditadores em que recebe honrarias. Um exemplo é uma foto famosa do presidente da Fifa, em 1999, ao lado do ex-presidente da Libéria Charles Taylor, que foi condenado pelo Tribunal de Haia por crimes de guerra e contra a humanidade. Na época, quando os crimes de Taylor já eram conhecidos, o cartola suíço recebeu uma placa de honra do então presidente da Libéria, cujo país posteriormente votou pela reeleição do dirigente na Fifa.
Blatter tentou descrever a Fifa como uma entidade conservadora, liberal e socialista ao mesmo tempo: "Somos conservadores, como os católicos, quando se trata de mudar as regras do jogo e os árbitros. Somos liberais quando nos relacionamos com o mercado. E somos Marx e Engels no que diz respeito à distribuição do dinheiro, com 70% de toda a receita distribuída entre as federações nacionais".

Relatorio anual da OMC 2013 - Brasil erratico, ao que parece...

Leiam o relatório da OMC para 2013: não muito otimista quanto ao futuro do comércio internacional:

http://www.wto.org/english/res_e/booksp_e/anrep_e/anrep13_e.pdf

Sempre se pode aprender alguma coisa...
Paulo Roberto de Almeida

Os Brics na OMC: uma salada de frutas citricas? - livro do Ipea

Colaborando com a ilustração dos mais jovens e dos menos jovens, reporto aqui a publicação disponível no site do Ipea, com estudos sobre as políticas comerciais dos Brics, que como todos sabem são países perfeitamente identificados entre si com os mesmos objetivos, as mesmas políticas, uma coordenação perfeita em benefício de todos, especialmente deles mesmos e dos países em desenvolvimento, contra a cupidez e a arrogância dos países desenvolvidos, que sempre foram e ainda vão continuar sendo arrogantes, unilateralistas, hegemônicos, etc...
Enfim, a despeito do ceticismo sadio deste bloguista, blogueiro, bloguense (?) sobre os fundamentos que unem, ou não, esse grupo bizarro, o livro é um excelente estudo sobre suas políticas comerciais, no sentido amplo.
Como se trata de uma perspectiva comparada, vai-se achar coisas similares, ou semelhantes, e coisas diferentes, entre eles. O que fazer com tudo isso? Com a resposta, os Brics. Eles acham que sim, que tem propostas positivas a fazer ao mundo. O mundo não espera deles nada de melhor...
Paulo Roberto de Almeida

OS BRICS NA OMC: Políticas Comerciais Comparadas de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul
Organizadores: Vera Thorstensen e Ivan Tiago Machado Oliveira
Brasília: Ipea, 2012, 470 p.; ISBN 978-85-7811-154-0.

disponível: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/livros/web_brics_na_omc.pdf

SINOPSE
O objetivo deste livro é realizar uma análise comparada das políticas comerciais de cada integrante do BRICS, tendo a Organização Mundial de Comércio (OMC) como quadro de referência. Assim, busca-se examinar a inserção de cada um deles no comércio internacional, bem como sua participação no regime multilateral de comércio, tanto em seu pilar diplomático-jurídico, o sistema de solução de  controvérsias, quanto em seu pilar político-negociador, as negociações da Rodada Doha, nas quais se observa um importante exercício de articulação entre os países do grupo. O capítulo I apresenta os principais momentos do desenvolvimento da interação política dos BRICS e revive a história da participação de Brasil, Índia e África do Sul no GATT e na OMC, além de traçar as fases de acessão da China e da Rússia à organização. O capítulo II traz análises do perfil do comércio internacional de cada país, apresentando a evolução dos principais indicadores de comércio desde o início da década de 2000. A partir deste quadro geral, os dez capítulos seguintes, do capítulo III ao XII, examinam os principais temas de política comercial: tarifas de bens agrícolas e não agrícolas; agricultura; barreiras técnicas, sanitárias e fitossanitárias; defesa comercial (antidumping, medidas compensatórias, salvaguardas); serviços; propriedade intelectual; investimentos; acordos plurilaterais (tecnologia da informação e compras governamentais); novos temas (temas de Cingapura e meio ambiente); e acordos preferenciais. No capítulo XIII, destaca-se a participação de cada país do BRICS em uma das instâncias mais relevantes da OMC, o Órgão de Solução de Controvérsias (OSC), fórum de resolução de conflitos comerciais e de interpretação de importantes conceitos que, devido ao esforço de se concluir a Rodada Uruguai, foram deixados na ambiguidade. O capítulo XIV trata da participação de cada integrante do BRICS na Rodada Doha, examinando suas principais propostas e posições. Analisam-se detalhadamente as primeiras iniciativas de articulação política em diferentes temas de negociação, como o G20 Agrícola e o Grupo sobre Acesso ao Mercado de Produtos Não Agrícolas (Nama-11). Por fim, no capítulo de síntese e conclusões, destacam-se os pontos de convergência e os de divergência em cada tema de política comercial analisado nesta obra, com o objetivo de ilustrar as dificuldades enfrentadas para coordenar posições e identificar os temas em que a cooperação poderia ser realizada de forma mais ativa.
Palavras-chave: BRICS; OMC; política comercial; comércio internacional.

SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO, 9
SINOPSE, 11
INTRODUÇÃO, 13
CAPÍTULO I
OS BRICS COMO ATORES NA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL
DO COMÉRCIO, 17
Vera Thorstensen
Daniel Ramos
Carolina Müller
Thiago Nogueira
CAPÍTULO II
O PERFIL DOS BRICS NO COMÉRCIO INTERNACIONAL, 29
Vera Thorstensen
Daniel Ramos
Carolina Müller
José André Stucchi
Thiago Nogueira
Fernanda Bertolaccini
CAPÍTULO III
PERFIL TARIFÁRIO DOS BRICS, 37
Abrão Miguel Árabe Neto
Fabrízio Sardelli Panzini
Frederico Arana Meira
José Luiz Pimenta Júnior
CAPÍTULO IV
AGRICULTURA, 99
Vera Thorstensen
Ivan Tiago Machado Oliveira
Daniel Ramos
Carolina Müller
Fernanda Bertolaccini
CAPÍTULO V
BARREIRAS TÉCNICAS, SANITÁRIAS E FITOSSANITÁRIAS, 123
Vera Thorstensen
Daniel Ricardo Castelan
Daniel Ramos
Carolina Müller
CAPÍTULO VI
DEFESA COMERCIAL, 139
Vera Thorstensen
Daniel Ramos
Carolina Müller
CAPÍTULO VII
SERVIÇOS , 167
Vera Thorstensen
Ivan Tiago Machado Oliveira
Daniel Ricardo Castelan
Daniel Ramos
Carolina Müller
Thiago Nogueira
CAPÍTULO VIII
PROPRIEDADE INTELECTUAL, 193
Vera Thorstensen
Daniel Ricardo Castelan
Daniel Ramos
Carolina Müller
CAPÍTULO IX
INVESTIMENTOS , 215
Vera Thorstensen
Daniel Ricardo Castelan
Daniel Ramos
Carolina Müller
José André Stucchi
Thiago Nogueira
CAPÍTULO X
ACORDOS PLURILATERAIS, 253
Vera Thorstensen
Ivan Tiago Machado Oliveira
Daniel Ramos
Carolina Müller
Thiago Nogueira
CAPÍTULO XI
NOVOS TEMAS, 301
Vera Thorstensen
Daniel Ramos
Carolina Müller
Thiago Nogueira
CAPÍTULO XII
ACORDOS PREFERENCIAIS DE COMÉRCIO, 323
Vera Thorstensen
Belisa Eleotério
CAPÍTULO XIII
ATUAÇÃO DOS BICS NO ÓRGÃO DE SOLUÇÃO
DE CONTROVÉRSIAS DA OMC, 331
Abrão M. Árabe Neto
Jacqueline Spolador Lopes
CAPÍTULO XIV
PARTICIPAÇÃO DOS BICS NA RODADA DOHA, 399
Vera Thorstensen
Daniel Ricardo Castelan
Daniel Ramos
Carolina Müller
OS BRICS NA OMC: SÍNTESES E CONCLUSÕES, 449

NOTAS BIOGRÁFICAS, 469
LISTA DE SIGLAS, 471

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Dez Anos de Regime Pos-Neoliberal no Brasil: Tudo deu chabu? Ou escapou do controle?

Pois é, essas massas ignaras são mesmo ignaras, e imprevisíveis.
Vai ver que a maravilha da democracia popular, do país de todos, do país sem miséria já não encanta mais ninguém...
Seria a Queda da Pastilha?
Paulo Roberto de Almeida

Augusto Nunes, 17/06/2013

Depois do que se viu nesta segunda-feira, é impossível prever os desdobramentos das manifestações que, precipitadas pelo aumento das tarifas de ônibus em São Paulo, assumiram dimensões nacionais e ampliaram notavelmente o estoque de palavras de ordem que resumem a pauta de reivindicações. Não há como antecipar os rumos ou calcular o fôlego de um movimento ainda sem líderes visíveis e sem contornos definidos. Os candidatos a vidente que enfileiram palpites na TV apenas confirmam a sabedoria da frase popularizada por Marco Maciel: “Pode acontecer tudo, inclusive não acontecer nada”.
Os espasmos de violência que pareciam inevitáveis em São Paulo irromperam no Rio de Janeiro ─ que, também surpreendentemente, abrigou a maior das manifestações que se espalharam por 11 capitais. Os espertalhões que saborearam de manhã o desgaste de Geraldo Alckmin passaram a noite consolando Sérgio Cabral. Os oportunistas que acordaram sonhando com o cerco do Palácio dos Bandeirantes tentarão dormir pensando nas correrias provocadas pela ocupação da cobertura do prédio do Congresso ─  e pela suspeita de que os manifestantes marchariam sobre o Planalto. O mapa dos protestos incluiu cidades e estados administrados tanto por governistas quanto por gente eleita pela oposição. Os caroneiros oportunistas do Psol, do PSTU e do PT foram rechaçados pela imensa maioria de manifestantes que não se sentem representados por quaisquer partidos ou líderes políticos.

É cedo para saber, insista-se, o que vai nascer (se é que algo nascerá) da insatisfação aguda mas ainda difusa das multidões sem rosto. O que está claro é que a farsa forjada para celebrar a Pasárgada lulopetista foi liquidada nesta segunda-feira. Afogado por uma enorme onda de descontentamento, o Brasil Maravilha morreu.

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Governador de Brasília, do PT, mostra fotos de seis líderes dos tumultos de domingo. São todos funcionários do Palácio do Planalto


São todos ocupantes de Cargos em Comissão dentro do Palácio do Planalto, trabalhando ao lado da presidente Dilma. A ação é típica de agentes infiltrados de provocação - provocadores. A idéia do governo e do PT parece estimular a violência de rua e com isto justificar o endurecimento do regime.

Gustavo Capella, Subprocuradoria Geral da República
Daniel da Silva, Secretaria Geral da PR
João Vitor, Subsecretaria de Assuntos Jurídicos
Gabriel Elias, Secretaria de Relações Institucionais
Mayra Souza, Secretaria Executiva da Casa Civil

O Jornal Nacional informou ainda há pouco que o governo do Distrito Federal identificou os cinco principais líderes das violentas manifestações de domingo diante do Estádio Mané Garrincha, constatando que todos eles são jovens servidores da secretaria Geral, subprocuradoria de Assuntos Jurídicos, secretaria de Relações Institucionais e Casa Civil. O próprio governador Agnello Queiroz, que é do PT, confirmou o que mandou investigar, informando além disso que o grupo inteiro trabalha no Palácio do Planalto e usou dinheiro para provocar os tumultos, inclusive ao contratar kombis para o transporte de pneus que mais tarde foram queimados para interromper as vias públicas.
Trata-se de um escândalo político sem precedentes no coração do governo Dilma Roussef. Ou ela demite Gilberto Carvalho, secretário Geral, a quem de fato todos estão subordinados, ou ela própria será responsabilizada pelos crimes.
Entrevistado pelo Jornal Nacional, o secretário Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que duvidava das informações, não quis assumir investigações e avisou que não quer injustiças.
O Jornal Nacional também, ouviu os jovens, que negaram tudo.- Há poucos minutos, o editor falou com dois deputados que ainda encontravam-se com assessores no interior do Congresso, mas que começaram a ir embora por recomendação da segurança da Casa. Ambos disseram ao editor que um pequeno grupo de manifestantes permanece tentando ingressar à força no prédio do Congresso e que seus líderes são provocadores infiltrados pelo PT.

Brasil: erratico em sua politica comercial, diz OMC (Valor Economico)

Brasil lidera investigações antidumping no mundo, diz OMC

Por Assis Moreira | Valor, 17/06/2013
PARIS  -  O Brasil foi o país que mais abriu investigações antidumping nos últimos sete meses contra supostas importações com preços desleais, revela a Organização Mundial do Comércio (OMC) em relatório submetido ao G-20 nesta segunda-feira.
O país abriu 18 investigações, ou um quarto das 74 iniciadas globalmente. Normalmente, o uso desse instrumento de defesa comercial, que é previsto pelas regras da OMC, pode causar incertezas no fluxo de importações nos setores envolvidos.
No entanto, de 38 medidas comerciais do Brasil, listadas no relatório da OMC, boa parte diz respeito não à restrição e sim à eliminação ou suspensão temporária de alíquotas sobre dezenas de produtos. Também há o fim de investigações antidumping sem aplicação de sobretaxas.
A OMC considera que o desempenho comercial do país tem sido “de algum modo errático” desde o último relatório de monitoramento, no fim do ano passado, mas que em abril as exportações e importações subiram 5% e 16% comparado ao mesmo mês de 2012.
A entidade nota que em 2012 o Brasil sofreu um dos maiores declínios no comércio entre as economias do G-20. Exemplifica que em agosto e setembro as exportações e importações brasileiras caíram 14% comparadas a 2011.
As restrições ao comércio internacional continuaram a se acumular, enquanto o ritmo da remoção de barreiras diminuiu. 
No total, a OMC diz que mais de cem novas medidas de restrição ao comércio foram implementadas nos últimos sete meses pelos países do G-20, reunindo as principais economias desenvolvidas e em desenvolvimento, cobrindo 0,50% das importações globais de mercadorias nos últimos meses. As medidas envolvem principalmente ações antidumping e altas de tarifas.
De todas as barreiras levantadas ao comércio desde outubro de 2008, somente 19% foram eliminadas até agora. Somando todas as restrições às importações impostas desde outubro de 2008, e excluindo as que já terminaram em maio, o resultado é que 3,6% das importações globais são afetadas.
A OMC alerta que no mundo de cadeias globais e processos de produção fragmentados, exportações dependem mais do que nunca de importações. Assim, barreiras às importações se traduzem inevitavelmente em maiores custos para os exportadores.
Na sua mensagem aos líderes do G-20, a OMC prevê que o comércio internacional vai se expandir mais lentamente do que previsto em 2013, em torno de 3,3%, em todo caso melhor que os 2% do ano passado.
O relatório é complementado por medidas na área de investimentos coletadas pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).
O Brasil faz parte dos nove países que adotaram medidas especificas na área de investimentos nos últimos anos. Entre esses países, a ampla maioria das medidas mostra na verdade eliminação de restrições a investimentos estrangeiros e mais clareza para os investidores.
No caso do Brasil, menciona por exemplo a imposição de IOF sobre investimentos estrangeiros, mas que foram retiradas recentemente no rastro da queda do real em relação ao dólar americano.


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