Eu imaginava que a Guerra Fria Econômica se desenvolveria em etapas prolongadas numa série de frentes secundárias, com intermediários diversos, ou seja, uma espécie de protracted war combinada a proxy wars, como ocorreu ao longo de toda a Guerra Fria Geopolítica entre EUA e URSS.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53
Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks
quarta-feira, 29 de maio de 2019
Trump vs China: a guerra Fria Econômica se transforma em guerra quente tecnológica
Eu imaginava que a Guerra Fria Econômica se desenvolveria em etapas prolongadas numa série de frentes secundárias, com intermediários diversos, ou seja, uma espécie de protracted war combinada a proxy wars, como ocorreu ao longo de toda a Guerra Fria Geopolítica entre EUA e URSS.
Venezuela: a queda no abismo refletida nos números
III Trimestre 2013-III Trimestre 2018
terça-feira, 28 de maio de 2019
Ditadura militar brasileira: relações diplomáticas Brasil-França - livro de Paulo César Gomes
Historiador Paulo César Gomes analisa em Liberdade Vigiada como os dois países atuaram durante a ditadura por meio de suas representações diplomáticas e consulares. Resultado de quatro anos de pesquisa, livro reúne informações da Embaixada e do Consulado-Geral do Brasil na França, do Ministério de Relações Exteriores e do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.
Após o golpe militar de 1964, os recursos diplomáticos foram mobilizados com a finalidade de assegurar a legitimidade do novo regime e, durante muito tempo, prevaleceu a versão de que a diplomacia brasileira não se envolveu nas arbitrariedades da ditadura. Em 2011, no entanto, a Lei de Acesso à Informação possibilitou o acesso aos acervos documentais da época e o mundo secreto do Itamaraty estava então desprotegido. O historiador Paulo César Gomes, que atuou como pesquisador na Comissão da Verdade, debruçou-se sobre esse material e cruzou com informações do próprio governo francês. O resultado está no livro “Liberdade vigiada”, que a Editora Record acaba de lançar.O livro examina de que forma as práticas repressivas que caracterizaram esse período da história brasileira, bem como as denúncias de tais práticas no exterior, influenciaram as relações entre os dois países. Em entrevista ao blog da Editora Record, Paulo conta que embora o governo francês tivesse plena consciência das ações arbitrárias que vinham sendo cometidas pela ditadura, amplamente veiculadas pelos principais jornais franceses, nunca se pronunciou publicamente sobre o tema. Todas as conversas eram mantidas no âmbito das correspondências sigilosas, que só recentemente vieram a público com a liberação dos documentos secretos.
“É possível afirmar que os dois grandes eixos da colaboração franco-brasileira durante a ditadura eram reforçar a cooperação comercial, e atuar conjuntamente para que as denúncias feitas por exilados brasileiros na França e, também, por religiosos, com destaque para dom Hélder Câmara, não afetassem negativamente as relações bilaterais. De início, o governo francês chegou a fazer críticas, no âmbito interno, à ruptura institucional que ocorreu no Brasil. Seja como for, logo depois das eleições indiretas que levaram Castelo Branco à Presidência da República, o governo francês reconheceu oficialmente o novo regime”, completa. O autor lembra ainda que a visita oficial do presidente francês Charles De Gaulle ao Brasil, no segundo semestre de 1964, foi a primeira de um chefe de Estado de uma grande potência após o golpe.
“Liberdade vigiada” percorre as relações franco-brasileiras do início da ditadura até a Anistia e mostra como só na década de 80, no governo de François Mitterand, começaram a aparecer documentos chamando atenção para as violações aos direitos humanos. Antes mesmo de ser presidente, Miterrand, como parlamentar, já havia alertado para as violações praticadas no Chile.
________
Paulo César Gomes nasceu em Brasília, é historiador e doutor em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e é autor de vários artigos acadêmicos. Em 2014, publicou pela Editora Record o livro Os bispos católicos e a ditadura militar brasileira: a visão da espionagem. É criador e editor do site de divulgação científica História da Ditadura: www.historiadaditadura.com.br
_______
O lançamento será no Rio (Livraria Da Vinci), nesta quinta, 30, às 18h.Também está confirmada noite de autógrafo em São Paulo (Tapera Taperá), no dia 8 de junho, sábado, às 16h.
LIBERDADE VIGIADA
Paulo César Gomes
560 páginas | R$ 74,
Rio de Janeiro: Editora Record, 2019
A guerra surda dos serviços de informação - Lucas Figueiredo (The Intercept)
BOLSONARO COLOCOU O GUARDA-COSTAS NO COMANDO DA ABIN PARA SE PROTEGER DOS ESPIÕES DO GOVERNO
Militares e concursados da Abin não gostaram da mudança no comando do serviço secreto.
Caso decidam abrir seu saco de maldades contra Bolsonaro, os militares não contam apenas com a Abin, mas também com três outros serviços secretos militares.
Ao rifar os generais que lhe deram suporte para chegar ao Palácio do Planalto, o presidente parece desconhecer os calcanhares de Aquiles que ele e sua família têm.
segunda-feira, 27 de maio de 2019
Globalismo e globobagens: seminario no Itamaraty promete - "especialistas" em antiglobalismo
A seguir, algumas pérolas desses entendidos em globalismo, na verdade antiglobalistas:
"O globalismo é a globalização econômica que passou a ser pilotada pelo marxismo cultural". (...) "Essencialmente é um sistema anti-humano e anticristão. A fé em Cristo significa, hoje, lutar contra o globalismo, cujo objetivo último é romper a conexão entre Deus e o homem, tornado o homem escravo e Deus irrelevante."
Ernesto Araujo, blog "Metapolitica 17: contra o globalismo"
Globalismo é a ideologia que preconiza a construção de um aparato burocrático — de alcance global, centralizador e pouco transparente — capaz de controlar, gerir e guiar os fluxos espontâneos da globalização de acordo com certos projetos de poder.
Filipe G. Martins, 16 de nov de 2018
"A Nova política externa:
1/O Brasil não deixará de exportar frango e soja, carne e açúcar, mas passará a exportar também esperança e liberdade. O fato de ser uma potência agrícola não nos proíbe de ter ideais e de lutar por eles.
2/Nestes longos anos sem ideais e sem identidade, não fechamos nenhum acordo comercial relevante. Isso mostra que não é pela autonegação ou pela adesão automática aos cânones do globalismo que o Brasil conquistará mercados, mas pela autoconfiança e pelo trabalho."
Ernesto Araújo ✔ @ernestofaraujo · 21 de dez de 2018
"O globalismo quer destruir a nação para favorecer os interesses políticos de uma elite transnacional ou pós-nacional, para acorrentar o pensamento humano, para privar o homem da liberdade e do senso de propósito. Esse é o projeto contra o qual o Brasil está sendo chamado a lutar.
Filipe G. Martins, 30 de dez de 2018
"O Brasil tem que se reposicionar no embate mundial entre soberanismo e globalismo, no qual está em jogo não só a existência da nação, mas também o legado civilizacional cristão-ocidental e a própria essência do homem em sua presença diante de si mesmo e do mistério existencial."
Filipe G. Martins, 30 de dez de 2018
"Do ponto de vista teórico-conceitual, a gente tem que classificar o globalismo como uma ideologia, como um projeto de poder, uma visão até um certo ponto utópica" que dilui "a força das nações"....
Filipe G. Martins, 30 de dez de 2018
"O globalismo se constitui no ódio, através das suas várias ramificações ideológicas e seus instrumentos contrários à nação, contrários à natureza humana e contrários ao próprio nascimento humano. Nação, natureza e nascimento, todos provêm da mesma raiz etimológica, e isso se dá porque possuem entre si uma conexão profunda. Aqueles que dizem que não existem homens e mulheres são os mesmos que pregam que os países não têm direito a guardar suas fronteiras," (...) "Nós vamos lutar para reverter o globalismo e empurrá-lo de volta ao seu ponto de partida."
Ernesto Araújo, discurso de posse as Relações Exteriores, 2/01/2019
"Trabalharemos com ele [Steve Bannon] para recuperar a soberania surrupiada pelas forças elitistas globalistas progressistas e expandir o nacionalismo para todos os cidadãos da América Latina."
Eduardo Bolsonaro, deputado federal, presidente da CREDN-CD
https://www.worldgovernmentsummit.org/
"Depois disto, quem continue chamando o globalismo de "teoria da conspiração" é evidentemente um pobre louco. Sua demência consiste em esforços desesperados para fingir que acredita em si próprio.
Olavo de Carvalho (@opropriolavo), 5 de mar de 2019
[Confundiu "cúpula mundial dos governos", com "cúpula do governo mundial"; recomenda-se um cursinho de inglês elementar para "o próprio Olavo"; PRA; eis o que pretende o summit:
The World Government Summit is a global platform dedicated to shaping the future of governments worldwide. Each year, the Summit sets the agenda for the next generation of governments, focusing on how they can harness innovation and technology to solve universal challenges facing humanity.]
Pérolas extraídas por Paulo Roberto de Almeida da matéria seguinte:
"O que é o globalismo, em debate pelo Itamaraty, segundo oito especialistas"
Fonte: https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2019/05/24/o-que-e-globalismo-que-sera-debatido-pelo-itamaraty.htm?fbclid=IwAR3O5oqH8duGgvFngXmYjExG2GGN4lqTbPllg6dKWxYhVDfpZTgqjG4qCak&cmpid=copiaecola
Addendum:
O guru de todos eles, o Rasputin de subúrbio Olavo de Carvalho, tem muitas pérolas em sua própria dimensão, que não é obviamente a nossa. Como ele é extremamente respeitado por todos os personagens acima, especialmente pelo chanceler EA, que lhe deve reconhecidamente a sua designação ao Itamaraty, caberia citar algumas de suas pérolas, as que mais identificam-no em sua fase atual, a de anti-Einstein. Não tenho ainda declarações assertivas sobre a tal de "terra plana", mas estas pérolas dedicadas ao maior físico do século XX, merecem transcrição, pela crueza de suas palavras, emitidas em uma de suas aulas.
Segundo Olavo de Carvalho, Einstein teria sido "o maior plagiário do século XX, e "mais um gênio da picaretagem do que um gênio da física", cuja "fama é 100% imerecida".
Pois são os admiradores dessa "gênio" da estupidez humana que falarão aos estudantes do Instituto Rio Branco, aos diplomatas do Itamaraty, aos convidados ao seminário a ser realizado em 10 de junho, falando, portanto, em nome do Brasil, ao Brasil e ao mundo.
Pergunto eu (PRA): quando deixaremos de sermos ridicularizados aos olhos do mundo?
Paulo Roberto de Almeida
São Paulo, 27 de maio de 2019
Os militares e a industrializaçao do Brasil - Guillaume Saes (livro)
O desenvolvimento brasileiro segundo a visão militar, 1880-1945Guillaume Azevedo Marques de Saes(Curitiba: Editora Prismas, 2015, 319 p.; ISBN: 978-85-5507-061-7) |
As duas questões que motivaram a realização desta pesquisa e a redação deste livro foram as seguintes: 1) Qual pode ser o papel da burocracia de Estado (ou pelo menos de um determinado setor da burocracia de Estado) no processo de transformação econômica de um país atrasado em seu desenvolvimento industrial?; 2) A burocracia de Estado poderia ter suficiente autonomia ideológica para elaborar um projeto político e econômico independentemente das aspirações e dos interesses das classes dominantes? Para responder a estas questões, muito importantes para o entendimento do processo de industrialização de um país como o Brasil, dedica-se um trabalho ao projeto econômico de um setor do aparelho de Estado brasileiro que teve participação decisiva no referido processo, as Forças Armadas. Escolheu-se como faixa cronológica o período 1880-1945, cujo início corresponde ao surgimento dos militares brasileiros como força política e cujo final corresponde à queda da ditadura civil-militar do Estado Novo (regime que colocou definitivamente o Brasil no caminho da industrialização). A análise se concentra em três manifestações militares que aconteceram ao longo do período em questão: o projeto econômico da oficialidade que se voltou contra o regime imperial na década de 1880 e que esteve no poder nos primeiros anos do regime republicano; o tenentismo, movimento revolucionário de jovens oficiais que se voltou contra a ordem republicana oligárquica na década de 1920 e que teve participação ativa no poder nos primeiros anos do governo Vargas; a alta oficialidade do Exército que dividiu o poder com Getúlio Vargas durante a ditadura do Estado Novo (1937-1945) e que desta forma está entre os primeiros agentes da industrialização brasileira.
Debate no YouTube:
* Acesse os links do vídeo:
- Teaser: https://youtu.be/kmHhovAkq4M
- Completo: https://youtu.be/dwrRrt_JJag
Atenciosamente,
Cedem/Unesp