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segunda-feira, 28 de junho de 2021

Sobre os 100 anos do Partido Comunista da China, 1921-2021 - Paulo Roberto de Almeida

 Sobre os 100 anos do Partido Comunista da China, 1921-2021 

 

Paulo Roberto de Almeida

(www.pralmeida.orghttp://diplomatizzando.blogspot.com)

[Objetivoregistrar um artigo de opiniãofinalidadeinformação pública]

  

O PCC, ao chegar aos 100 anos, se sente orgulhoso por tudo o que fez de progressos materiais na China atual. Esquece as horas mais sombrias do maoísmo demencial, com o sacrifício de dezenas de milhões de chineses, e a sempre persistente ditadura, nos últimos 4 mil anos na verdade, para ressaltar os sucessos do presente.

De fato, fez muito, nos últimos 30 ou 40 anos, em termos de progressos materiais e de realizações sociais, arrancando centenas de milhões de chineses, sobretudo rurícolas (80% da população até os anos 1980), de uma miséria abjeta para uma pobreza aceitável e, agora, para modestos patamares de bem-estar social (com milhares de milionários e dezenas de bilionários e grande concentração de renda, mas progressos em todas as faixas). 

Tudo isso aderindo à economia de mercado, desprezada por Mao e outros marxistas ignorantes, e fazendo dos atuais membros do Partido perfeitos mandarins, ao estilo dos funcionários imperiais de um passado extremamente remoto.

Sim, a China é hoje a maior economia de mercado do mundo, possuindo estatais, planejamento setorial e monopólios — como várias democracias capitalistas —, apenas que dirigida por um Partido Comunista que detém o monopólio do poder e que pretende estar construindo um “socialismo com características chinesas”.

Não, não está: está construindo um capitalismo com características chinesas, o que significa um regime político centralizado e altamente burocratizado, talvez a “gaiola de ferro” de que falava Max Weber, que também fez as suas incursões pelo “despotismo oriental”.

A China atual não é mais despótica, mas sim autoritária, tem as suas formas internas de escolha democrática de representantes (não todos do PCC) e detesta que estrangeiros lhe venham dar lições de democracia ou de direitos humanos. Ela foi muito humilhada pelas grandes potências ocidentais, e barbaramente estraçalhada pelo Japão fascista, durante seu largo período de declínio político e econômico, e não aceita qualquer arrogância imperial, depois do término dos tratados desiguais (que no seu caso durou até 1943). 

Na verdade, foi o PCC que restabeleceu a plena soberania da China (totalmente ilusória sob Chiang Kai-shek) e construiu a vibrante economia de mercado, totalmente inserida na interdependência global. 

Ela não ameaça a paz e a segurança internacionais, embora existam pendências que ela considera como sendo de sua inteira soberania — Hong Kong, Taiwan, Tibete, Xinjiang — que potências ocidentais (que fizeram muito pior no seu passado colonialista e imperialista) pretendem sinalizar como sendo “violações do Direito Internacional”, ao lado de disputas no Mar “do Japão” e do “Sul da China”, nas quais ela assume a defesa acirrada de seus interesses, desprezando inclusive resoluções da CIJ-Haia.

Um balanço objetivo das realizações do PCC não pode deixar de reconhecer as imensas realizações alcançadas sob a sua autoridade incontrastável e ditatorial. Um regime ao estilo do Kuomintang, ou seja, uma República burguesa, corrupta e disfuncional, teria obtido os mesmos êxitos — abstraindo-se os anos tirânicos e demenciais do maoísmo — que o regime totalitário e atualmente autoritário do PCC? 

É muito improvável que o conseguisse num tempo absolutamente recorde de 30 ou 40 anos, ainda que talvez o tivesse conseguido em maior período de tempo — talvez cem anos —, com menor sacrifício das liberdades democráticas. Mas o que a China do PCC fez em matéria de progressos tecnológicos e de mudanças sociais é excepcional em toda a história da Humanidade. Muito disso não se deve exclusivamente ou essencialmente ao PCC, e sim à extraordinária energia inventiva e disposição para o trabalho do povo chinês, uma vez liberto das idiotices do maoísmo no terreno econômico. Registre-se que pelo seu atraso — temporal e estrutural — o “comunismo” chinês foi mais superficial do que o regime soviético, destruindo menos as instituições tradicionais e o substrato cultural do povo chinês do que o fez o stalinismo totalitário na Rússia.

Creio, pessoalmente, que não se deve julgar a China pelos parâmetros ocidentais no campo do poder político, seja pelo simplismo infantil dos “democratismos” dos ocidentais, seja mesmo pelas explicações mais sofisticadas à la Barrington Moore, por exemplo. 

A história é sempre única e original, e se desenvolve pelas vias mais surpreendentes, avançando com um velho carro de bois, com rodas desequilibradas por uma estrada muito esburacada, para usar uma imagem do historiador britânico Lawrence Stone.

Se tivéssemos de dar notas ao PCC pelos seus primeiros cem anos, eu arriscaria no máximo 30, na primeira metade do século XX, menos do que 20 sob o maoísmo demencial, talvez 30 sob Deng Xiaoping, mais de 40 ou mesmo 50 na direção colegiada e rotativa que se seguiu, e provavelmente 70 nos primeiros anos da era Xi Jinping, recuando sensivelmente depois que ele se tornou “imperador”. Mas aqui seria preciso distinguir entre as realizações materiais — absolutamente impressionantes, mesmo fulgurantes nos últimos anos — e o reforço do monopólio autoritário no campo político. O que não deixa de se encaixar na longa história do “despotismo oriental”, embora com progressos materiais para o seu povo que jamais existiram nos 4 mil anos de história de uma civilização extremamente sofisticada.

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 3938, 28 de junho de 2021


 

domingo, 27 de junho de 2021

A Fascinating Map of Medieval Europe - Carmen Ang (Visual Capitalist)

Explore this Fascinating Map of Medieval Europe

https://www.visualcapitalist.com/wp-content/uploads/2021/06/medieval-map-of-europe-in-1444.html

Visual Capitalist, June 25, 2021

Medieval Europe in 1444 map

Explore this Fascinating Map of Medieval Europe

What did Europe look like in the Middle Ages? That’s a tough question to answer since Europe’s borders and territories were (and still are) constantly in flux. 

This map, shared by Reddit user /ratkatavobratka, provides a historical snapshot of Europe in 1444—a time when European society was made up mostly of independent territories that were governed by landowners rather than a centralized authority. 

Below, we’ll take a closer look at some key regions on the map, and what was happening in these areas at the time. 

Some Context: Why 1444?

Before we dive into the analysis, first thing’s first—what’s so special about the year 1444? 

It was the year of the Battle of Varna. That’s when the Ottoman army defeated the Hungarians and allowed the Ottoman Empire to expand its reign. 

It’s considered a pivotal moment for Ottoman expansion into Southern Europe. In fact, this battle is so historically significant, it was chosen as the start date for a popular video game called Europa Universalis IV.

Feudalism in Medieval Europe

One of the most immediately obvious details of this map of medieval Europe is how fragmented Western Europe was at the time.

This vast array of independent territories technically made up the Holy Roman Empire (the empire’s borders are highlighted in green on the map). But why was the Holy Roman Empire so fragmented?

holy roman fragments

The empire was subdivided into individually governed entities at the time. These independent territories were governed by nobility rather than an absolute monarch. This was possible because the empire was run by the feudal system. 

For the non-history buffs reading this, the feudal system was a socio-political system largely characterized by its lack of public authority. Theoretically, it was meant to have a distinct hierarchy: 

  1. Monarchs
    At the top of the feudal food chain, monarchs were meant to hold absolute power over their land. However, many lords held so much power over their manors that the monarch acted more as a figurehead. 
  2. Lords and Ladies (Nobility)
    The nobility was supposed to act as middle management— they were in charge of managing the land and the peasants who worked on it.
  3. Knights
    Protectors of the land, knights followed a strict code of conduct, known as chivalry. If they failed to follow their chivalry, their title and land was taken from them.
  4. Peasants
    A majority of the medieval population was made up of peasants, who did all the work on the land so lords and knights could plan and prepare for war. 

Between the 1200-1400s, battles between nobles and monarchs were almost constant, and the map shows a time when estates were largely governed by the nobility. However, it’s important to note that in the years following 1444, monarchs gradually began to regain their power. 

Eventually, governing became more consolidated, and this gradual transition to absolute monarchy marked the early stages of what we now recognize as nation states.

Mighty Lithuania

One very prominent and perhaps surprising section of the map is the Grand Duchy of Lithuania, which today would include large portions of Poland, Belarus, and Ukraine. This snapshot depicts Lithuania at the height of its power, when their territory stretched all the way from the Baltic Sea down to the Black Sea, near Crimea.

Over time power ebbs and flows, and today Lithuania is a much more compact nation.

Staying Power

Europe’s borders have shifted constantly over the long history of the continent, but one area has remained remarkably consistent. On the map above, Portugal looks nearly identical to its present day form. This is because the country’s border with Spain–one of the world’s oldest–has barely shifted at all since the 13th century.

Zooming in on the South: The Rise of the Ottoman Empire

While the Holy Roman Empire was highly fragmented, other empires were much more unified. 

For instance, the Ottoman Empire had a much more centralized governing system. In 1444, it was ruled by Fatih Sultan Mehmed (which is Turkish for Sultan Mehmed, the Conqueror). During his reign, the Ottoman Empire conquered Constantinople (now known as Istanbul), which had been ruled by the Byzantine Empire for over a thousand years before the Ottoman army seized power. 

Because the Byzantine Empire was what was left of the Roman Empire, this takeover also marked the final fall of the Roman Empire.

Maps Freeze Time

Historical maps are fascinating because they provide a snapshot of the world as it once was (but no longer is). 

As previously mentioned, Europe’s borders were (and still are) constantly changing. And it’s interesting to look back on previous eras to remember how far we’ve come. 


O lento processo de construção de um impeachment - Ministro Ayres Britto (Poder 360)

Presidente “não está governando nos termos na Constituição”, diz Ayres Britto

O magistrado afirmou ainda “atentar contra a saúde pública é crime de responsabilidade que, no limite, pode resultar no impeachment”

O então ministro Carlos Ayres Britto durante o 11º Fórum Brasileiro de Combate à Corrupção José Cruz/Agência Brasil - 8.dez.2017

 
Poder 360, 26.jun.2021 (sábado) - 19h09

https://www.poder360.com.br/governo/presidente-nao-esta-governando-nos-termos-na-constituicao-diz-ayres-britto/

O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Ayres Britto disse neste sábado (26.jun.2021) que o presidente Jair Bolsonaro “não está governando nos termos na Constituição”. O magistrado afirmou ainda que “atentar contra a saúde pública é crime de responsabilidade que, no limite, pode resultar no impeachment” em referência à política adotada pelo governo federal para lidar com a pandemia.

“Se diz que é uma política federal caracterizada pela negligência, pela imprudência, pela imperícia, pela morosidade. Mas constitucionalmente o nome não é esse. É caracterizada pela ineficiência. A política pública sanitária do governo federal é um atentado ao princípio constitucional explícito da eficiência administrativa que está ali no artigo 37, cabeça da Constituição”, disse.

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A declaração foi feita durante o debate “Consequências da Impunidade dos agentes da ditadura” promovido pelo Grupo Prerrogativas em face do Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura. No mesmo evento, o advogado afirmou que a morte de mais de meio milhão de pessoas no Brasil por conta da covid-19 “é o mais doloroso dobre de sinos da história”do país.

A fala foi dada um dia depois de o deputado Luis Miranda (DEM-DF) dizer à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado que o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), foi citado por Bolsonaro quando foi comunicado de irregularidades no contrato entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos para a aquisição de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin. E na mesma semana na qual o presidente retirou a máscara de crianças em evento.

“Excesso de emendas à Constituição”

Ayres Britto também criticou as intervenções que vem sendo feitas no texto constitucional. Segundo ele, trata-se de uma estratégia para banalizá-lo. “Você trivializa as mexidas na Constituição para projetar no inconsciente coletivo a ideia de que a Constituição é uma lei como outra qualquer tanto que pode ser modificada a qualquer momento”, avaliou.

Ele afirmou também que o golpe contra a democracia, hoje, não se dá mais de forma imediata. “O golpe não é hoje mais por nocaute. A democracia não perde por nocaute, é por acúmulo de pontos. O golpe já está sendo perpetrado pela erosão do prestígio das instituições democráticas e dos institutos democráticos como a urna eletrônica, por exemplo”, citou em referência às tentativas de apontar fraudes –nunca comprovadas– contra o sistema de votação brasileiro.

Citando o dramaturgo alemão Bertolt Brecht, o ex-ministro afirmou que “há quem prepare cuidadosamente o seu próximo atentado às instituições democráticas e as figuras jurídicas democráticas”“Nós estamos já com um golpe sendo perpetrado, antidemocrático”, completou.

O papel das Forças Armadas

O magistrado citou ainda que não procede o entendimento de que as Forças Armadas seja “uma espécie de instância estatal decisória extrema”. 

Ele ressaltou que a Constituição determina que cabe a elas a “a defesa do Estado e de instituições democráticas” de forma que Marinha, Exército e Aeronáutica devem defender não ao governo vigente, mas às instituições democráticas como um todo.

Lei da Anistia

O STF decidiu em 2010 que não haveria a revisão da Lei da Anistia. Na ocasião, uma ação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) pedia a punição dos torturadores da ditadura militar. O placar foi 7 a 2, sendo um dos 2 votos pela revisão do ex-ministro Ayres Britto.

Neste sábado, o magistrado afirmou que avalia que o resultado seria diferente se o julgamento fosse refeito. “Há uma interpretação evolutiva da Constituição, dos princípios constitucionais. O tempo vem e dá uma clareada nos horizontes mentais”, disse.

Assista ao debate na íntegra (2h07min31s):

https://www.poder360.com.br/governo/presidente-nao-esta-governando-nos-termos-na-constituicao-diz-ayres-britto/ 

Quem sustenta hoje o desgoverno do Bolsovirus- Ricardo Bergamini, BBC

 Em breve, todas as mensagens bíblicas proferidas por Bolsonaro serão atendidas (Ricardo Bergamini).

 

Prezados Senhores

 

Nunca falamos do nosso futuro: O Brasil de volta ao passado

 

O que voltou em 2019/2020/2021 para o debate? 

 

O PIB de 2020 voltando para o PIB do ano de 2007, aos orçamentos fictícios petistas, ao PAC, Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, CPMF, desoneração da folha de pagamento, a inflação, o AI5, a intervenção militar, o voto impresso, mudança da política de preços da Petrobras, o getulismo - “o petróleo é nosso”, interferência nos preços da energia elétrica, volta dos ministérios, o mensalão e o petrolão, com as ressurreições de José Sarney, Fernando Collor, Rodrigo Pacheco, Eduardo Cunha, Arthur Lira, Ricardo Barros, Gilberto Kassab, Ciro Nogueira, Roberto Jefferson e Valdemar Costa Neto. Pesquisem as “capivaras” (fichas criminais) desses ilustres senhores.

 

Rogo a Deus que um dia os brasileiros consigam debater os temas sobre o Brasil, e não sobre os governantes de plantões (Ricardo Bergamini).

 

 

Se gritar pega “centrão” não fica um meu irmão (general Heleno)

 

Quem é Ricardo Barros, apontado em CPI da Covid como pivô de esquema no caso Covaxin

 

Em depoimento à CPI, deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que Bolsonaro sabia que deputado Ricardo Barros, líder do governo no Congresso, estaria envolvido em esquema. Barros nega.

 

Por BBC, 26/06/2021

 

Atual líder do governo no Congresso, Ricardo Barros foi ministro da Saúde de 2016 a 2018 no governo Temer.

 

Citado na CPI da Covid como pivô das supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin, Ricardo Barros (PP-PR) soma mais de 20 anos como deputado federal e já integrou a base aliada de Fernando Henrique CardosoLuis Inácio Lula da Silva e Michel Temer, antes de apoiar o presidente Jair Bolsonaro.

 

Matéria completa clque abaixo:

 

https://g1.globo.com/politica/cpi-da-covid/noticia/2021/06/26/quem-e-ricardo-barros-apontado-em-cpi-da-covid-como-pivo-de-esquema-no-caso-covaxin.ghtml

 

Ricardo Bergamini

Sobre a “solução” para 2022 - Paulo Roberto de Almeida

 Sobre a “solução” para 2022

Paulo Roberto de Almeida


Há um clamor geral por uma 3a via, sem qualquer um dos dois antípodas. Já começaram errando: tentando descobrir, achar, inventar algum nome, qualquer nome, em lugar de estabelecer uma plataforma programática mínima, política, econômica e social, e depois obter larga concordância em torno dos pontos.

A única maneira de evitar a polarização, com a consequente vitória de um ou outro dos “indesejáveis”, passa por afastar o Bolsovirus das eleições, assim como os milicos fizeram com Lula em 2018. 

Uma nova tarefa para os milicos? 

Sabemos que eles são os únicos que poderiam obrigar o capitão a renunciar, ou seja, ele seria renunciado. 

Serão capazes? Terão coragem?

Não creio. Pode ser que sejam covardes ou não querem ser acusados de golpismo (desta vez golpistas do bem).

Um novo impeachment deixará a sociedade, a nação totalmente dividida, como aliás já está.

Não é exatamente uma solução, é apenas um expediente, para evitar o mal maior que está sendo causado ao Brasil por uma classe política em grande medida incapaz e com grandes e experientes corruptos em lugares estratégicos.

Ou seja, não acredito que o estamento político ou o Grande Capital sejam capazes de eliminar o psicopata do poder, e a sociedade não parece, tampouco, capaz de fazê-lo. Sobra o velho expediente do golpismo, nosso conhecido desde 1889, e recorrente desde então.

Estou sendo golpista ou antidemocrata? Não, apenas especulando sobre a “realidade efetiva das coisas”, como dizia Maquiavel.

Isto me lembra que tenho de escrever uma nova versão do Príncipe, revisitado; a que eu fiz nos anos 2000 reproduzia o que era o Brasil, de Sarney a Lula; tenho agora de refletir o que é tornou-se o Brasil, de Lula a Bolsovirus: um país infinitamente muito pior, sobretudo no plano moral.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 27/06/2021

Sobre o cenário político até as eleições - Paulo Roberto de Almeida

 Sobre o cenário político até as eleições

 

Paulo Roberto de Almeida

(www.pralmeida.orghttp://diplomatizzando.blogspot.com)

[Objetivocomentários sobre a atualidadefinalidadedebate público]

 

 

A grande e irônica parábola da política brasileira dos últimos 30 anos: um grão-tucano elegeu o grão-petista, que sempre o atacou, pedindo “n” impeachments; a despeito disso o grão-tucano protegeu o grão-petista do impeachment. Este conseguiu eleger uma desastrosa petista minion, que provocou a Grande Destruição, promovendo um fascista boçal, que, por estupidez infinita e perversidade asquerosa, vai eleger de novo o grão-petista com o apoio antecipado do grão-tucano. É isso o Brasil?!?

As parábolas bíblicas são mais felizes do que as políticas…

 

Conhecendo os políticos que ocupam o núcleo do poder atualmente — e já não é mais a Famiglia aloprada, ou tão somente o bando de loucos —, assim como vendo a má qualidade dos generalecos cúmplices que cercam o capitão, teremos ainda de amargar milhares de mortos adicionais e várias arbitrariedades do degenerado até ele ser jogado no lixo.

Infelizmente é isso, pessoal, a menos que uma pressão irresistível da sociedade obrigue esses políticos aproveitadores a se dobrarem à vontade da nação, que já é, claramente, a de afastar o psicopata. Não o será, se depender dos que mandam realmente, mas também daqueles que pretendem ocupar o poder em seu lugar, pois a estes convém que o desastre persista.

Não espero comentários nem de bolsonaristas, nem de petistas, pois serão deletados inapelavelmente, caso defendam uma ou outra posição.

Estamos nessa situação por causa dos petistas: foram eles que colocaram o homicida no poder; e são justamente os petistas os únicos capazes de mantê-lo no poder, pela via eleitoral. E para que eles tenham alguma chance de ganhar nas eleições, é preciso que o genocida se mantenha no poder até outubro de 2022, produzindo mais mortes e desastres. 

Se Lula estivesse realmente interessado no bem-estar do país e na reunificação da sociedade, deveria se juntar aos democratas que querem um governo decente, não um novo salvador da pátria.

 

Vivendo e não aprendendo…

Mussolini ascendeu criticando o “malgoverno” italiano de um século atrás, com seu jeito fanfarrão e truculento de “deixa comigo” e só produziu totalitarismo, desastres e mortos. 

Chávez fez mais ou menos o mesmo, pela “esquerda”, com muito mais recursos e a “colaboração” de milhares de militares. Deu no que deu: um país falido, que não exporta mais petróleo, só quadros formados e um povo desmilinguido.

Já deveríamos ter aprendido algo com esses mitos salvadores, não é mesmo?

Acho que os brasileiros ainda não aprenderam com as frustrações do passado ainda recente: continuam buscando o próximo “salvador da pátria”.

Costuma dar certo por algum tempo, depois se é obrigado a cair na real. 

Quando é que vamos enfrentar a dura tarefa de construir um país decente? 

Educação, boa governança, abertura ao mundo, muito trabalho…

 

Sobre o degenerado: 

Não creio que o termo genocídio, no conceito e entendimento do Direito Internacional, se aplique ao caso do desgoverno do Brasil atual, ainda que Bolsonaro, ele sim, possa ser enquadrado como criminoso comum, delinquente humanitário e genocida potencial. Não existe um projeto de governo, como no Império Otomano durante a Grande Guerra, ou como no caso do governo nazista, antes e durante a Segunda Guerra Mundial, no sentido de exterminar um povo, por razões de Estado. No caso do Brasil, se trata de uma negligência monstruosa, quando não cumplicidade criminosa, com perpetradores privados de eliminação física de certos grupos sociais ou indivíduos: indígenas, pobres e favelados em geral, negros em especial, e delinquentes certamente. 

O genocida na cadeira presidencial revelou suas intenções homicidas desde o início, ao flexibilizar regras de trânsito e cuidados com crianças nos carros. Ele é sim um genocida potencial, e deveria ser denunciado em todos os foros, mas não será julgado na Haia. Deveria ser acusado, processado, condenado e encarcerado, pela Justiça brasileira (se ainda existe).

 

Sobre o caráter do dirigente: 

Não tenho muito a acrescentar, pois já sabia de tudo isso desde muito tempo antes. Em 2018 considerei que iria dar tudo errado. Só não sabia da extensão do desastre: muito mais do que poderíamos imaginar. 

Os milicos estão devendo essa para toda a sociedade brasileira. Que não venham com hipóteses alucinadas: eles são os grandes responsáveis pelo desastre, antes, durante, até agora!

Uma das facetas do atual desgoverno é que está cheio de milico da reserva (pois se aposentam cedo demais), posando de consultores sabidos, fazendo lobby junto a funcionários de carreira dos ministérios para vender coisas ao desgoverno “amigo”, qualquer coisa, desde que seja com ágio, comissão e sobrepreço. É tudo o que eles aprenderam a fazer na ativa?

Depois de tudo o que se assistiu, de tudo o que já se sabia, ainda existem milicos capazes não só de defender, mas de trabalhar para o genocida corrupto?!?! Estão se igualando a esses políticos vagabundos do Centrão e aos mais sórdidos dos grandes capitalistas? Poltrões, biltres, bachibozouks, ectoplasmas, como diria o capitão Haddock!

 

Sobre a tragédia econômica: 

Vou ser novamente claro e brutal: muito pior do que todos esses crimes de políticos mequetrefes, incluindo os do capitão boçal, é o tal de “orçamento paralelo”, que destrói qualquer sentido de governança no país. Bolsovirus já cometeu muitos crimes, comuns e políticos, que justificariam o seu impeachment. Mas este é o maior. 

Por acaso é aquele que justamente mais beneficia os políticos mequetrefes que comandam a abertura de um impeachment.

 

Sobre a CPI da Pandemia: 

A história tem dessas surpresas: ações involuntariamente “do bem” tomadas por gente “do milieu”, que atua muitas vezes mais por vingança pessoal, do que por grandes causas sociais. 

Talvez seja o caso da CPI do Fim do Mundo (ops, da Pandemia), que atirou no que viu e acertou no que não viu. 

A vida como ela é, como diria um filósofo do jornalismo…

Todas essas horas tragi-patéticas passadas em ouvir coisas já percebidas, sabidas, esperadas, e alguns chiliques desesperados dos corruptos a soldo, tiveram pelo menos um grande mérito: afastaram completamente TODOS os motivos tidos por válidos para apoiar o bandido da vez. Só sobrou mesmo a corrupção de sempre. As coisas agora ficaram bem claras, o terreno está definitivamente delimitado: de um lado, está a nação, de outro, os bandidos.

Já sabemos qual o desenlace, pelo menos num país digno desse nome, que se guie pelo Estado de Direito. Que ele venha, ou não, depende de uma coisa: da força da nação!

Mas atenção: entre os supostos opositores também estão aqueles interessados em que a equação binária se perpetue, pois é a única chance que possuem de inverter a posição das variáveis. 

À nação interessa um outro tipo de jogo. Como dizem os hermanos: borracha e conta nova!

Cabe limpar o terreno e tentar outra vez, desta vez evitando os desacertos…

O Brasil não conhece o brasil”?, como cantou certa vez Tom Jobim? 

Não mais!

Tudo agora ficou claro: estão demarcados os bandidos, os corruptos, os políticos mequetrefes, que são os de sempre, o que já deveríamos saber. 

Vamos agora fazer o que é preciso ser feito? 

Esta é a grande questão!

Não tenho muita certeza…

 

Sobre o dirigente inepto e perverso: 

Se fosse Policarpo Quaresma, que era um patriota sincero, teria um triste fim. 

Mas nem isso ele consegue ser, pois alienou a soberania nacional a uma potência estrangeira, numa das diplomacias mais sórdidas e ineptas da história. 

Que tenha um fim abjeto, só isso. E que leve todos os seus!

 

Sobre o impeachment: 

Pronto: já fizeram o que eu estava sugerindo, um manual dessa técnica muito comum no Brasil. Uma espécie de “Impeachment for Idiots”, ou “How to Impeach a President in Less Than Three Months”. Na verdade, o Brasil precisa de um outro tipo de manual: Como Impedir um Idiota de Chegar à Presidência!

O Brasil deveria adotar uma Constituição paraguaia: ali não precisa provar e comprovar muitos crimes para impedir um presidente. Basta que uma maioria qualificada do Senado declare o presidente inepto para o cargo para que se logre um impeachment rapidamente. Viva o sensato Paraguai!

Prevejo um grande desenvolvimento teórico-empírico dos estudos de impeachment no Brasil: teremos várias teses de doutoramento nos próximos anos, com farto material para case-studies, Collor-1992, Dilma-2016, Bolsovirus-2021-22, sem falar de 1954 (Vargas escapou, mas terminou fazendo harakiri político) e de 1964, que foi uma espécie de impeachment mano dura contra Goulart. Doutorandos, fartai-vos!

 

Sobre o parlamentarismo: 

Mas não vamos nos iludir: no começo, pelo menos, representará a exacerbação de todos os males e vícios da política brasileira. Depois, vai se corrigindo aos poucos, pari passu da educação da população.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 3996, 26 de junho de 2021

Postado separadamente no Facebook; reunidos em postagem única aqui neste blog Diplomatizzando.

 


sexta-feira, 25 de junho de 2021

O Brasil como "grande Portugal": capítulo de livro mais recente publicado, sobre Oliveira Lima - Paulo Roberto de Almeida

 Um “imenso Portugal”? A hipótese de um império luso-brasileiro no contexto internacional do início do século XIX

Paulo Roberto de Almeida

Colaboração ao volume: “Oliveira Lima e a (Longa) História da Independência”; 

In: RÊGO, André Heráclio do; NEVES, Lucia Maria Bastos P.; GUIMARÃES, Lucia Maria Paschoal (orgs.). Oliveira Lima e a longa história da Independência. São Paulo: Editora Alameda, 2021, ISBN: 978-65-5966-030-8; p. 283-331.

 


1. Poderia o Brasil ter sido o centro de um grande império luso-brasileiro?

Essa hipótese apresentou-se em diversos momentos da conjuntura política e diplomática vivida por Portugal entre o final do século XVIII e as três primeiras décadas do século XIX. A possibilidade da junção da metrópole com a sua mais importante colônia foi colocada ainda antes da independência, no momento da transferência da Coroa para o Brasil, retomada por ocasião da união dos reinos, oficializada em 1815, e logo depois, no decurso do processo autonomista e, finalmente, nos anos seguintes à declaração da autonomia política, quando se negociava o reconhecimento da independência e o estatuto que assumiriam os dois soberanos, pai e filho. Recorde-se que, no tratado de reconhecimento, o rei D. João VI foi distinguido com o título de Imperador do Brasil; seu filho, por outro lado, era o herdeiro do trono português. Mas, nele também havia a proibição de que o Brasil buscasse a sua própria junção com as colônias portuguesas da África, ou seja, uma interdição formal de aliança política e de criação de um novo reino entre os mais importantes parceiros num dos maiores e mais lucrativos negócios internacionais da época: o tráfico escravo.

Qual seria, em todo caso, a natureza do projeto? Ele consistiria na formação de uma unidade política de alcance multicontinental, com o Brasil no centro de um vasto império, estendendo-se das Américas até o Timor (na Indonésia holandesa), passando por algumas ilhas atlânticas, por colônias nas duas costas da África, assim como pela Ásia do sul, notadamente em Goa, na Índia, e, embora não de direito, por Macau, na China. Esse era o vasto império ultramarino português, tão bem estudado por Charles Boxer, cuja amplitude ainda tinha sido confirmada por ocasião da aclamação do príncipe regente, depois da morte de sua mãe: D. João, até então príncipe regente, tornou-se o sexto do nome, “rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, d’Aquém e d’Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia”. 

Em apoio à centralização da administração desse império a partir do Rio de Janeiro havia o fato de que o Brasil já era, desde o século XVII, com as minas de ouro e de diamante, o mais importante provedor de recursos do Tesouro real, como tal ambicionado por outros impérios e companhias de comércio. A Companhia das Índias Ocidentais neerlandesas não empreendeu a conquista do Nordeste por acaso, naquele século, nem a sua contraparte para as Índias Orientais da Inglaterra se atacou ao Império Mogul, na Índia, no século seguinte, apenas para criar uma nova fonte de lucros para os seus acionistas. A construção de poderosos impérios coloniais constituía, provavelmente, o passatempo favorito dos soberanos das grandes potências europeias da época.

Portugal constituía uma unidade à parte no conjunto das nações colonialistas que, desde o final da Idade Média, e sobretudo a partir das grandes navegações, precocemente dotadas de aristocratas ousados e burguesias conquistadoras, amealharam, para suas respectivas monarquias unificadas, territórios e povos dispersos nos vários continentes alcançados pelas suas caravelas, galeões e outras embarcações colocadas a serviço das coroas e companhias lançadas na aventura colonial: estas eram as da Espanha, da França, da Inglaterra, da Holanda e outras menores. Portugal, uma das primeiras monarquias unificadas da Europa, lançou-se primeiro que todas as outras à formação de um formidável império ultramarino. 

Mas, suas “armas e barões assinalados” não dispunham de condições adequadas e suficientes para consolidar esse vasto império num bloco econômico e comercial suscetível de constituir um tão vasto império colonial quanto aqueles que sustentaram o grande poderio da Espanha, ou os da França e da Grã-Bretanha, que lhes serviram tão bem nos grandes conflitos globais nos quais essas duas grandes potências estiveram envolvidas na primeira metade do século XX. Tanto é assim que duas potências tardiamente unificadas, Alemanha e Itália, tiveram de correr atrás de pequenas porções restantes na África, na Ásia e no Pacífico, para tentar emular o prestígio conquistado pelos concorrentes e adversários na Europa ocidental, sem esquecer os demais pequenos candidatos à glória colonial, como a Bélgica, a Dinamarca, ou a própria Holanda. Outro exemplo de colonialismo tardio, o Japão, conseguiu até humilhar impérios mais antigos, como o russo e o chinês, entre o final do século XIX e o início do seguinte, mas não logrou consolidar suas conquistas, em face de conflitos criados com imperialismos rivais, o inglês, o francês, o holandês e até o novo imperialismo do livre-comércio, o dos Estados Unidos. 

O presente ensaio examina as condições estruturais e institucionais sob as quais essa hipótese de um império luso-brasileiro poderia ter sido testado na prática, mas a resposta, já preliminarmente negativa, pode ser afirmada desde o início, a despeito de especulações a esse respeito formulada por estadistas ou estudiosos em diversos momentos da trajetória histórica luso-brasileira do início do século XIX. Por que, então, colocar uma “tese” já descartada ab initio no contexto de um estudo sobre a conjuntura histórica de grandes transformações geopolíticas da era napoleônica e de enormes mudanças estruturais na economia mundial a partir da primeira revolução industrial? 

A hipótese de um grande império econômico luso-brasileiro oferece a oportunidade – meramente teórica, é verdade – de se examinar a questão do papel relativo do Brasil no quadro da economia e da política internacional, o que permite exercícios retrospectivos de análise histórica e também de reflexão sobre as atuais condições do Brasil no seio da economia global. Não se pode, por exemplo, descartar o pensamento e a ação de estadistas engajados naquela conjuntura histórica de transformação, tal como Hipólito José da Costa e José Bonifácio de Andrada e Silva, que, mesmo devotados inteiramente ao “movimento da independência” – segundo o título de um dos livros de Oliveira Lima –, também acalentavam o sonho de uma grande unidade político-econômica, de escala mundial, a partir de um grande império luso-brasileiro com sede no Rio de Janeiro. 

É duvidoso que tal “potência” tivesse condições de se impor no concerto mundial, como o fizeram os Estados Unidos no decurso do século XIX, sem o concurso do “modo inventivo de produção” que sempre foi o da colônia americana desde antes da sua emancipação e constituição como República. Uma discussão em torno do “estado da nação” na conjuntura histórica da independência, e nas fases seguintes da vida independente, talvez possa ajudar a responder tais questões hipotéticas sobre a eventual “projeção” ulterior do Brasil, que de toda forma não ocorreu. O processo histórico é sempre único e original, daí a possibilidade, mesmo no plano teórico, de explorar vias alternativas ao caminho efetivamente seguido pela nacionalidade, como forma de debater suas possibilidades no futuro. 

 

2. A importância da colônia brasileira para a atividade econômica da metrópole

(...)

3. As condições estruturais de Portugal e Brasil no período anterior à independência

(...)

4. A hipótese de uma união imperial no período joanino e na independência

(...)

5. As tentativas de Hipólito José da Costa na manutenção da unidade luso-brasileira

(...)

6. Um império luso-brasileiro seria possível a partir de uma unidade americana?

(...)

7. Tinha o Brasil condições de assumir a direção de um império multinacional?

(...)

 

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[Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 5 de setembro, 15 de novembro de 2019; 30 de setembro de 2020]



CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

O48

Oliveira Lima e a longa História da Independência / organização André Heráclio do Rêgo, Lucia Maria Bastos P. Neves, Lucia Maria Paschoal Guimarães. - 1. ed. - São Paulo : Alameda, 2021. 

320 p. ; 21 cm. 

Inclui bibliografia e índice 

ISBN 978-65-5966-030-8 

1. Lima, Manuel de Oliveira, 1867-1928 -- Narrativas pessoais. 2. Brasil - História - Independência, 1822. I. Rêgo, André Heráclio do. II. Neves, Lucia Maria Bastos P. III. Guimarães, Lucia Maria Paschoal.


 

Sumário

Prefácio 7

Introdução 9

André Heráclio do Rêgo

Alexandre de Gusmão e a Independência do Brasil 23

Synesio Sampaio Goes Filho

O Brasil de 1808 visto por Oliveira Lima 37

em 1908: imagem e retrato

Guilherme Pereira das Neves

A consagração de uma realidade: a mudança da 59

Corte de D. João VI para o Brasil e a fundação

de um Império no Novo Mundo

Teresa Malatian

Oliveira Lima e a Escrita da História: 81

a Revolução Pernambucana de 1817 em questão

Maria de Lourdes Viana Lyra

Oliveira Lima e a Revolução de 1817 105

André Heráclio do Rêgo

O “contraditório harmonioso”: as notas de 145

Oliveira Lima à História da Revolução 

de Pernambuco em 1817

George F. Cabral de Souza

Oliveira Lima e o Império do Brasil: 165

uma nova narrativa

Lucia Maria Bastos P. Neves

Oliveira Lima e a História do Reconhecimento 189

do Império do Brasil: imbricações entre Política,

Memória e Escrita da História

Guilherme de Paula Costa Santos

Manuel de Oliveira Lima: o epílogo da história 215

comum de Brasil e Portugal

Lucia Maria Paschoal Guimarães

Oliveira Lima e o debate sobre 235

a construção da nacionalidade

Cecilia Helena de Salles Oliveira

Dom Pedro e Dom Miguel: perspectivas 267

comparadas entre Oliveira Lima e

Oliveira Martins

Guilherme Souza Carvalho da Rocha Freitas

Um “imenso Portugal”? A hipótese de um 283

império luso-brasileiro no contexto internacional

do início do século XIX

Paulo Roberto de Almeida

O Império Brazileiro de Manuel de Oliveira Lima 333

Júlio César de Oliveira Vellozo

Oliveira Lima interpreta o Brasil 359

(a propósito de um legado intelectual)

Arno Wehling

Caderno de imagens 377

Sobre os autores 383