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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sexta-feira, 15 de março de 2024

Urbanização Mundial acelerando até 2050

 


A urbanização da população mundial se traduz em mais riqueza, mais inovação e vidas mais amigáveis com o meio ambiente.

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Sobre os 100 anos do Partido Comunista da China, 1921-2021 - Paulo Roberto de Almeida

 Sobre os 100 anos do Partido Comunista da China, 1921-2021 

 

Paulo Roberto de Almeida

(www.pralmeida.orghttp://diplomatizzando.blogspot.com)

[Objetivoregistrar um artigo de opiniãofinalidadeinformação pública]

  

O PCC, ao chegar aos 100 anos, se sente orgulhoso por tudo o que fez de progressos materiais na China atual. Esquece as horas mais sombrias do maoísmo demencial, com o sacrifício de dezenas de milhões de chineses, e a sempre persistente ditadura, nos últimos 4 mil anos na verdade, para ressaltar os sucessos do presente.

De fato, fez muito, nos últimos 30 ou 40 anos, em termos de progressos materiais e de realizações sociais, arrancando centenas de milhões de chineses, sobretudo rurícolas (80% da população até os anos 1980), de uma miséria abjeta para uma pobreza aceitável e, agora, para modestos patamares de bem-estar social (com milhares de milionários e dezenas de bilionários e grande concentração de renda, mas progressos em todas as faixas). 

Tudo isso aderindo à economia de mercado, desprezada por Mao e outros marxistas ignorantes, e fazendo dos atuais membros do Partido perfeitos mandarins, ao estilo dos funcionários imperiais de um passado extremamente remoto.

Sim, a China é hoje a maior economia de mercado do mundo, possuindo estatais, planejamento setorial e monopólios — como várias democracias capitalistas —, apenas que dirigida por um Partido Comunista que detém o monopólio do poder e que pretende estar construindo um “socialismo com características chinesas”.

Não, não está: está construindo um capitalismo com características chinesas, o que significa um regime político centralizado e altamente burocratizado, talvez a “gaiola de ferro” de que falava Max Weber, que também fez as suas incursões pelo “despotismo oriental”.

A China atual não é mais despótica, mas sim autoritária, tem as suas formas internas de escolha democrática de representantes (não todos do PCC) e detesta que estrangeiros lhe venham dar lições de democracia ou de direitos humanos. Ela foi muito humilhada pelas grandes potências ocidentais, e barbaramente estraçalhada pelo Japão fascista, durante seu largo período de declínio político e econômico, e não aceita qualquer arrogância imperial, depois do término dos tratados desiguais (que no seu caso durou até 1943). 

Na verdade, foi o PCC que restabeleceu a plena soberania da China (totalmente ilusória sob Chiang Kai-shek) e construiu a vibrante economia de mercado, totalmente inserida na interdependência global. 

Ela não ameaça a paz e a segurança internacionais, embora existam pendências que ela considera como sendo de sua inteira soberania — Hong Kong, Taiwan, Tibete, Xinjiang — que potências ocidentais (que fizeram muito pior no seu passado colonialista e imperialista) pretendem sinalizar como sendo “violações do Direito Internacional”, ao lado de disputas no Mar “do Japão” e do “Sul da China”, nas quais ela assume a defesa acirrada de seus interesses, desprezando inclusive resoluções da CIJ-Haia.

Um balanço objetivo das realizações do PCC não pode deixar de reconhecer as imensas realizações alcançadas sob a sua autoridade incontrastável e ditatorial. Um regime ao estilo do Kuomintang, ou seja, uma República burguesa, corrupta e disfuncional, teria obtido os mesmos êxitos — abstraindo-se os anos tirânicos e demenciais do maoísmo — que o regime totalitário e atualmente autoritário do PCC? 

É muito improvável que o conseguisse num tempo absolutamente recorde de 30 ou 40 anos, ainda que talvez o tivesse conseguido em maior período de tempo — talvez cem anos —, com menor sacrifício das liberdades democráticas. Mas o que a China do PCC fez em matéria de progressos tecnológicos e de mudanças sociais é excepcional em toda a história da Humanidade. Muito disso não se deve exclusivamente ou essencialmente ao PCC, e sim à extraordinária energia inventiva e disposição para o trabalho do povo chinês, uma vez liberto das idiotices do maoísmo no terreno econômico. Registre-se que pelo seu atraso — temporal e estrutural — o “comunismo” chinês foi mais superficial do que o regime soviético, destruindo menos as instituições tradicionais e o substrato cultural do povo chinês do que o fez o stalinismo totalitário na Rússia.

Creio, pessoalmente, que não se deve julgar a China pelos parâmetros ocidentais no campo do poder político, seja pelo simplismo infantil dos “democratismos” dos ocidentais, seja mesmo pelas explicações mais sofisticadas à la Barrington Moore, por exemplo. 

A história é sempre única e original, e se desenvolve pelas vias mais surpreendentes, avançando com um velho carro de bois, com rodas desequilibradas por uma estrada muito esburacada, para usar uma imagem do historiador britânico Lawrence Stone.

Se tivéssemos de dar notas ao PCC pelos seus primeiros cem anos, eu arriscaria no máximo 30, na primeira metade do século XX, menos do que 20 sob o maoísmo demencial, talvez 30 sob Deng Xiaoping, mais de 40 ou mesmo 50 na direção colegiada e rotativa que se seguiu, e provavelmente 70 nos primeiros anos da era Xi Jinping, recuando sensivelmente depois que ele se tornou “imperador”. Mas aqui seria preciso distinguir entre as realizações materiais — absolutamente impressionantes, mesmo fulgurantes nos últimos anos — e o reforço do monopólio autoritário no campo político. O que não deixa de se encaixar na longa história do “despotismo oriental”, embora com progressos materiais para o seu povo que jamais existiram nos 4 mil anos de história de uma civilização extremamente sofisticada.

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 3938, 28 de junho de 2021


 

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Mercosul: algum progresso, finalmente - Rubens Barbosa (OESP)


Presidência brasileira do Mercosul 

Rubens Barbosa

O Estado de S. Paulo, 26/12/2017

 

A51.ª edição da reunião de cúpula dos chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados foi realizada em Brasília na semana passada. O Mercosul equivale hoje à quinta economia do mundo, com produto interno bruto (PIB) de US$ 2,7 trilhões.
 Mais de 10% das exportações brasileiras têm como destino os demais sócios do bloco e 84% delas são produtos manufaturados. As trocas comerciais no Mercosul (US$ 38 bilhões – 2016) são hoje 8,5 vezes maiores do que as registradas no ano da fundação do bloco (US$ 4,5 bilhões – 1991).
A cúpula de chefes de Estado encerra a presidência pro tempore exercida pelo Brasil durante o segundo semestre de 2017. Em vista dos resultados alcançados, pode-se dizer que a reunião presidencial foi uma das mais eficazes e produtivas dos últimos anos. Nesse período, foram realizadas cerca de 300 reuniões dos órgãos decisórios e especializados do Mercosul, tratando de temas como comércio, regulamentos técnicos, contratações públicas, grupo de monitoramento macroeconômico, direitos humanos, justiça, desenvolvimento social, saúde e educação. Com esse esforço se atualizou a agenda de trabalho do bloco, que voltou a tratar de assuntos relevantes para o intercâmbio comercial e de questões novas e urgentes.
A cúpula de Brasília consolidou o fortalecimento do Mercosul como instrumento de integração capaz de produzir resultados concretos em benefício das sociedades da região, com base nos pilares presentes quando da criação do bloco: integração econômico-comercial, democracia e direitos humanos. O grupo retoma a sua vocação original de regionalismo aberto e busca tornar-se cada vez mais uma plataforma de inserção competitiva de seus integrantes na economia global. Com isso os presidentes decidiram acabar com a retórica bolivariana e dar prioridade a uma agenda reformista e pró-mercado.
Sob a coordenação brasileira foram reiniciadas discussões de temas que não foram tratados nos últimos anos, como serviços, comércio eletrônico, facilitação do comércio, pequenas e médias empresas e o interesse do consumidor nas matérias de comércio exterior. Foi assinado o acordo de compras governamentais entre os países-membros. Novos temas foram introduzidos no programa de trabalho do bloco e há disposição de avançar em setores como questões regulatórias, comércio eletrônico, bens de informática e o desenvolvimento de uma agenda digital, com a criação de um grupo que deverá apresentar plano de ação sobre esse tema no primeiro trimestre de 2018. Modernizou-se o mecanismo de elaboração e modificação de regulamentos técnicos do Mercosul, em discussão desde 2010, que permitirá alinhar o bloco aos mais avançados padrões e práticas internacionais, em benefício dos cidadãos, dos consumidores e das empresas.
Nesse período, foi também adotado um plano de ação para o fortalecimento das áreas comercial e econômica, cuja execução levou a melhorias efetivas na fluidez do comércio regional, e foram reiterados os compromissos de evitar restrições ao comércio entre os países, com a diminuição substantiva de 86% dos entraves ao comércio (de 78 medidas restritivas foram eliminadas 67) entre seus integrantes, fruto de um esforço de fortalecimento do mercado interno.
O Brasil apresentou projetos para Iniciativas Facilitadoras de Comércio e Protocolo de Coerência Regulatória, que terão continuidade na presidência pro tempore paraguaia. Foram aprovados o tratamento do tema de proteção mútua de indicações geográficas, que também terá sequência na agenda do bloco, e o Acordo sobre Direito Aplicável em Matéria de Contratos Internacionais de Consumo, que estabelece critérios para definir o direito aplicável a litígios dos consumidores em suas relações de consumo.
Do ponto de vista político, não menos importante, também houve avanços, como a aplicação da cláusula democrática à Venezuela, cada vez mais autoritária.
Houve compromisso de continuar na busca de soluções para os temas ainda pendentes, como a decisão de incorporar plenamente ao regime jurídico do bloco os setores automotivo e do açúcar, e também a tentativa de corrigir algumas recaídas protecionistas, como a imposição pelo Uruguai de uma sobretaxa às importações que, na prática, estabelece uma tarifa externa diferenciada contra as regras do Mercosul.
Durante recente encontro na Argentina, os negociadores do Mercosul e da União Europeia não chegaram a um acordo para que fosse feito um anúncio político a respeito do progresso e da finalização das negociações em 2018. Agora em meados de janeiro os entendimentos técnicos devem prosseguir, já incorporando as decisões de incluir 90% do intercâmbio comercial dos dois agrupamentos e reduzir o cronograma de desgravação para dez anos. Os presidentes reafirmaram o empenho do Mercosul na conclusão, no mais breve prazo possível, de um acordo ambicioso, abrangente e equilibrado, em todas as suas dimensões. Espera-se que a União Europeia possa melhorar as ofertas de cotas para carne e etanol, de modo a permitir um rápido avanço nos entendimentos, superando a oposição de alguns membros europeus.
A disposição de celebrar acordos com outros países e blocos foi reafirmada com a disposição de avançar nas negociações com a Associação Europeia de Livre Comércio (Efta) e nos entendimentos com os países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), bem como nas negociações com a Índia, o Marrocos e a Tunísia. Foi destacada, ainda, a perspectiva de lançamento de negociações com o Canadá e a Coreia do Sul.
A partir de 1.º de janeiro de 2018 o Paraguai assume a presidência pro tempore do Mercosul e a tendência é que será dada continuidade a essa nova agenda apoiada pelo Brasil.
Bloco troca a retórica bolivariana por uma agenda reformista e pró-mercado
PRESIDENTE DO CONSELHO DE COMÉRCIO EXTERIOR DA FIESP

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Rulers, Religion, and Riches: Why the West Got Rich and the Middle East Did Not - Book review

Seria a religião islâmica um fracasso completo, em termos de progressos sociais, prosperidade material, liberdade intelectual, avanços científicos, prosperidade material?
Assim é, se nos parece, atualmente. E, no entanto, sociedades islâmicas, num tempo em que a Europa ainda se debatia com as invasões de bárbaros, e vivia reduzida a uma medíocre economia camponesa, com gente morrendo de fome um pouco em todos os lugares, eram as mais avançadas do planeta, junto com a civilização chinesa, com a preservação, a manutenção e a ampliação das culturas clássicas da antiguidade e novos progressos conseguidos isoladamente ou no contato com outras culturas (como a hindu, por exemplo, forte em matemática).
Atualmente o julgamento parece ser globalmente negativo, como acredita o autor deste livro bastante crítico.
O autor da resenha, Joel Mokyr, é um dos mais distinguidos historiadores da ciência da atualidade. Não se pode acusá-lo de viés pró-ocidental, pois ele já reconheceu os avanços dos chineses e dos muçulmanos em outros trabalhos seus.
Paulo Roberto de Almeida

Published by EH.Net (April 2017)
Jared Rubin:
Rulers, Religion, and Riches: Why the West Got Rich and the Middle East Did Not. 
New York: Cambridge University Press, 2017. xxi + 273 pp. $30 (paperback), ISBN: 978-1-108-40005-3.

Reviewed for EH.Net by Joel Mokyr, Departments of Economics and History, Northwestern University.

The Middle East, it has been said, is not just a collection of failed states. It is a failed region. It generates a disproportional number of the world’s orphans and refugees, its GDP per capita is intolerably low despite oil riches, and there are few signs that there is light at the end of tunnel. Democracy seems to have been put on the back burner indefinitely, and human rights are a lost cause in most countries and in retreat elsewhere. Intellectually, too, things look rather dismal: In 2005 Harvard University alone produced more scientific papers than 17 Arabic-speaking countries combined. Muslim countries contribute just 2.5 percent of more than 11.5 million papers published worldwide each year (Muslims constituted 23 percent of the world’s population in 2010). A 1997 Scientometrics paper estimated that 46 Muslim countries (which of course contain much more than the Middle East) contributed 1.17 percent to world science literature as opposed to Spain (1.48 percent).
Is the Islamic religion to blame? Jared Rubin, in this stimulating and highly original study, would deny that emphatically. Although this is a book about religion and its implication for institutional and economic change, Rubin is little interested in the actual doctrinal content of religion. He points out, as many others have, that the essence of Islam could not possibly be as rigid and opposed to commerce and economic change as it may seem, because for the first centuries of its existence, the nations that adopted Islam flourished not just commercially but also in terms of technology, architecture, poetry, agriculture, medicine, and engineering, while western Europe was an ignorant, violent and poverty-stricken backwater. What we have witnessed since 1200 is more than a “divergence”: it is a Great Reversal, of momentous importance till the present day.
Rubin’s book presents us with an explanation for this great reversal, which will have to be taken into account from now on in all future discussions on the economic history of the Islamic world. He does not oversell his argument as the reason for the great reversal, he makes a plausible argument for it as a complementary argument to the ones other serious scholars have made. The book is divided into a few chapters that outline the theory and logic of the argument and then applies these insights to a number of historical case studies. It is a tale that combines economic history, political economy, and religion in a unique and novel way.
Here is the basic argument: any kind of ruler has power because his or her subjects accept their rule and their main concern is what Rubin calls “propagating their rule.”  How do you get people to accept you as their ruler and let you keep your job? Political power is supported by a combination of coercion (that is, violence) and legitimacy (people willingly accept a ruler because they believe that this person has the right to rule them). Through most of history, rulers depended on a combination of the two, though the weights of each differed greatly depending on their costs and benefits. Rubin is exclusively interested in the legitimacy part. Legitimacy is provided by what he calls “legitimizing agents” — groups or entities that have enough influence to make the subjects of the ruler follow instructions and pay taxes. An obvious legitimizing agent is the religious establishment — for example, European rulers once ruled ex dei gratia and called themselves the most Catholic King. Some modern royalty still include the line in their title, although in most places such relics are empty.
Rubin observes that in the early medieval period, both Christian and Muslim rulers used religious authorities as legitimizing agents, but that at some point in the later Middle Ages, Muslim and western European society diverged. Whereas in the Ottoman Empire the sultans continued to rely on religious authorities for their legitimacy, in many western societies the Church’s political leverage was diminished irreversibly. From the beginning, Rubin points out, Christian doctrine envisaged separate spheres for secular and religious power. The schisms and exiles to which the late medieval papacy was subject weakened it greatly in the face of ambitious rulers, and the reformation administered to religious legitimization the coup de grace. Apart from a few corners of Europe such as Spain, religion lost the power it had exercised since even before the prophet Samuel anointed Kings Saul and David.
Why and how did this matter to economic history? Rubin argues that religious authorities were in general conservative, and that the institutions they established are less aligned with commerce and finance than when an economically important elite such as rich urban merchants and artisans are more powerful. As a result of their political influence, religious authorities in the Middle East were successful in blocking critical breakthroughs, most notably the printing press and more sophisticated financial institutions. The printing press facilitated the success of the Reformation, and the Reformation had further favorable economic effects, as has recently been shown by a pair of important papers (Cantoni, Dittmar and Yuchtman, 2016; Dittmar and Meisenzahl, 2016). One might add that even in France, in which the reformation was suppressed, the power of religious authorities to legitimize the king disappeared. Napoleon famously took the crown out of the hands of Pope Pius VII during his 1804 coronation and crowned himself, symbolizing that his legitimization came from military power, not God.
In summary, Rubin argues that the leaders of organized religion tended to be conservative across the board. Their influence, he thinks, depended on their monopoly of eternal truths, and updating those truths threatened to erode their credibility.  The Islamic world was unable to curtail the influence of Islamic scholars until the Islamic world had fallen hopelessly behind Europe. Even within Christian Europe, the power of religious authorities, he feels, helped determine the difference between successful regions such as the Netherlands and Britain and economic laggards such as Spain. When discussing the past three centuries, the influence of religious authorities is somewhat diminished, but what counts in Rubin’s view is that in all poor and backward states, the institutional structure and the capability of key players to “sit at the bargaining table” as he calls it was little affected by the urban-commercial classes whose demands for free and open markets, constraints on the executive, and a rule of law led to rapid economic progress in the north-west corners of Europe.
By combining an institutional argument with religion through the effect that religion had on institutions and politics (rather than on cultural beliefs), Rubin’s argument is reminiscent of an important recent book by Karel Davids, which has not thus far received sufficient attention (Davids, 2013). Both books, in a different way, stress how religious institutions mattered regardless of the precise content of religion. Davids, however, emphasizes another aspect, namely the role of religion in the generation and dissemination of technology. Rubin is primarily interested in institutions that support markets. Yet an explanation of modern economic growth cannot possibly avoid the primum movens of economic growth, which was the rapid expansion and dissemination of useful knowledge. In early medieval Islam, engineers, doctors, and chemists were at the forefront of pushing the envelope. By 1600 the Islamic world had become a follower, by 1800 they were a laggard. A natural extension of Rubin’s idea is that a government dominated by religious authorities will also be less than accommodating to out-of-the-box ideas from natural philosophers, astronomers, mathematicians, and medical doctors. The tradeoff between religiosity and scientific and technological progress has become a serious topic of investigation in recent years (Benabou, Ticchi, and Vindigni, 2014; Squicciarini, 2016). Their findings support the notion that devoutness affects innovativeness negatively and that political institutions could be used by powerful religious leaders to suppress what they considered heretical views.
Rubin is correct in pointing out that in the most progressive countries in western Europe the ability of religious leaders to halt progress was limited.  A striking example of this phenomenon is provided by Amir Alexander (2014), who documents the fierce resistance to infinitesimal mathematics by the Jesuits in the seventeenth century, which seriously slowed down the development of mathematics in Italy. The reason the reactionary powers such as the Jesuits were not able to slow down the development of radical new ideas in Europe materially is primarily the high level of political fragmentation in Europe. If a particular ruler tried to crack down on his most creative subjects because they wrote things he felt to be subversive or heretical, they could always move across the border. Such outside options may have been much more limited in the Ottoman Empire and in China. Interstate competition is another factor that rulers worried about, beside Rubin’s legitimization story. After all, every ruler faced both internal and external threats. Without interstate competition, or “emulation” as eighteenth-century writers called it, Europe might never have had the Enlightenment, which opened the doors to so many of the institutional and technological changes that have helped create economic modernity.
Here and there one could nitpick some of Rubin’s historical interpretations. His account of Spain’s political economy would have greatly benefitted from a closer attention to Regina Grafe’s path-breaking work (Grafe, 2012). Rubin’s agnosticism as to the actual content of religion may be somewhat misplaced: the Sunni revival of the eleventh century did in time move the ruling orthodoxy into a more conservative direction, as Eric Chaney (2015) has shown. More generally, an argument that focuses on “the ruler” and the significance of the propagation of political power may exaggerate the ability of the state to control what the citizens did in pre-twentieth-century societies.
All the same, Rubin has written an important and timely book. His methodology is very much that of the historically informed economist: certain choices are made at some point because they make sense, that is, the benefits to those that make the decision exceed the costs. But once made, these initial conditions can have cascading unintended and unanticipated consequences, and those historically contingent causal chains may well be what drove much of the great and little divergences that our profession is so interested in. Equally important, this well-argued and sensible book about Islam provides a much-needed antidote to the toxic rubbish masquerading as scholarship produced by some of the Islamophobes in the current American administration (e.g., Gorka, 2016). The Middle East’s problem is not Islam; it is History.
References:
Alexander, Amir. 2014. Infinitesimal: How a Dangerous Mathematical Theory Shaped the Modern World. New York: Farrar, Straus and Giroux.
Benabou, Roland, Davide Ticchi, and Andrea Vindigni. 2014. “Forbidden Fruits: The Political Economy of Science, Religion and Growth.” Unpublished working paper, Princeton University.
Cantoni, Davide, Jeremiah Dittmar and Noam Yuchtman. 2016.  “Reformation and Reallocation: Religious and Secular Economic Activity in Early Modern Germany.” Unpublished.
Chaney, Eric. 2015. “Religion and the Rise and Fall of Islamic Science.” Unpublished working paper, Harvard University.
Davids, Karel. 2013. Religion, Technology and the Great and Little Divergences. Leiden: Brill.
Dittmar, Jeremiah E. and Ralf Meisenzahl. 2016. “Origins of Growth: Health Shocks, Institutions, and Human Capital in the Protestant Reformation.” Unpublished.
Gorka, Sebastian. 2016. Defeating Jihad: The Winnable War. Washington, DC: Regnery Publishing.
Grafe, Regina. 2012. Distant Tyranny: Markets, Power, and Backwardness in Spain, 1650–1800. Princeton, NJ: Princeton University Press.
Squicciarini, Mara. 2017. “Devotion and Development: Religiosity, Education, and Economic Progress in 19th-century France.” Unpublished working paper, Northwestern University.
Joel Mokyr is the author of Culture of Growth: The Origins of the Modern Economy (Princeton University Press, 2016).
Copyright (c) 2017 by EH.Net. All rights reserved. This work may be copied for non-profit educational uses if proper credit is given to the author and the list. For other permission, please contact the EH.Net Administrator (administrator@eh.net). Published by EH.Net (April 2017). All EH.Net reviews are archived at http://eh.net/book-reviews/

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

O Estado do Progresso e o Progresso do Estado (1986) - Paulo Roberto de Almeida

Um amigo, Tulio Ferreira, descobre entre os seus guardados, esquecidos e novamente achados, um exemplar de um velho suplemento cultural do Estadão -- dos tempos que isso existia -- que publicou um longo ensaio sociológico-político que eu escrevi mais de 30 anos atrás, ainda refletindo leituras para minha tese de doutorado.
Fui buscar o trabalho em meu computador, e não achei, o que significa que ele precede a aquisição do meu primeiro computador, um MacIntosh Plus, dos primeiros modelos (sem disco rígido interno), que comprei na Suíça, meados de 1987.
O trabalho é este aqui:


140. “O Estado do Progresso e o Progresso do Estado: desenvolvimento e democracia em perspectiva histórica”, Brasília, 13 dezembro 1986, 12 pp. Digressão sobre a natureza do progresso e o papel do Estado na mudança social. Publicado no suplemento cultural do jornal O Estado de São Paulo, semanário Cultura (São Paulo, Ano VII, nº 382, 24/10/87, pp. 8-9). Relação de Publicados nº 044.


Tulio me envia uma copia da primeira página da versão publicada, que transcrevo acima.
Quem tiver interesse, vai ter de aumentar o tamanho do arquivo para ler.
A mim, tenho de ir buscar na pasta de originais as folhas datilografadas do texto de 1986, e scannerizar para tê-lo na integra. Por enquanto a imagem é só da primeira parte; também estou curioso para ver o resto...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 27/02/2017

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Como esta' a América Latina? Depende... - Carlos Alberto Montaner

Carlos A. Montaner: America Latina riqueza

¿Dónde está América Latina?

america_latina_internet
En definitiva, ¿cómo está América Latina? Depende. A mi juicio, el desempeño es mediocre. Podría ser mucho mejor.
Infolatam
Miami, 14 mayo 2013
Por CARLOS ALBERTO MONTANER

(Infolatam).- ¿Cómo está su mujer? Depende. ¿Comparada con quién? Ese es un diálogo frecuente entre españoles jocosos. Me imagino que las mujeres pueden responder de la misma manera. Los maridos salimos muy mal parados si nos comparan con Brad Pitt y mucho mejor si el contraste es con Eduardo Gómez, el superfeo padre del portero en la comiquísima serie Aquí no hay quien viva de la televisión madrileña.
Con los países y las regiones sucede lo mismo. Para comprender dónde estamos hay que saber dónde están los otros y a qué ritmo nos movemos. Todo esto viene a cuento de la reciente noticia sobre los países más exitosos de América Latina. Según el cable, las tres economías más ricas de América Latina eran Chile, Panamá (que lleva casi una década creciendo al 8%) y Uruguay.
Argentina quedaba relegada a un cuarto lugar, dato que acaso se explica por la falta de transparencia. El gobierno de Cristina Kirchner aparentemente adultera el grado de inflación para maquillar los resultados de su pobre gestión, con lo cual hace casi imposible establecer el PIB real de los argentinos.
Pese a sus limitaciones, el PIB per cápita sigue siendo el dato clave para entender de un chispazo el nivel de prosperidad. Sale de la suma de todos los bienes y servicios producido por una nación, dividida entre el número de sus habitantes. Para que esa cifra tenga algún sentido, es conveniente ajustarla a lo que puede adquirirse con ella o Purchasing Power Parity (PPP). ¿De qué vale ganar 20 dólares por hora si una botella de agua cuesta 50?
Grosso modo, el planeta cuenta con siete mil millones de habitantes y produce anualmente unos 83 mil billones (trillions en inglés) de dólares. Eso da, redondeando la cifra, unos $12 000 per cápita. Algunas sociedades muy prósperas, como la estadounidense, alcanza los $50 000, mientras otras muy pobres, como la haitiana, apenas llegan a los $1700.
Pero retengamos la cifra promedio mundial: 12 000 dólares.
Hay varios países latinoamericanos que, efectivamente, están por encima de esa cifra: Chile, Panamá, Uruguay, Argentina, Puerto Rico, México, Venezuela y Costa Rica. Brasil está exactamente en la frontera: 12 000 dólares.
Pero la mayor parte cae por debajo del promedio del planeta: Perú ($10 800), Colombia ($10 700), Cuba ($10 200), República Dominicana ($9 600), Ecuador ($8 800), El Salvador ($7 700), Paraguay ($6 100), Guatemala ($5 200), Bolivia ($5 000), Honduras ($4 600) y Nicaragu a ($3 300).
De esos datos es posible extraer algunas conclusiones:
El impetuoso crecimiento de Chile y Panamá, dos de las economías más abiertas de la región, indica que ese camino es el más corto para llegar al Primer Mundo. Es posible que en el 2020, si no desvían el rumbo, esas dos naciones arriben a un nivel de prosperidad semejante al promedio de la Unión Europea que hoy está en $34 500. (España, en medio de la crisis, mantiene un PIB per cápita de $32 300).
Por la otra punta del razonamiento, los países del llamado Socialismo del Siglo XXI, (Cuba, Venezuela, Ecuador, Bolivia y Nicaragua), con la excepción de Venezuela, que continúa su declive relativo, están todos por debajo del promedio mundial. Eso debería indicarles que transitan en la dirección equivocada.
Venezuela, que en su momento estaba a la cabeza de América Latina, hoy ocupa el sexto puesto en ingreso per cápita, con apenas $13 200, pese al río de petrodólares que recibe. Debe ser el país peor administrado de América Latina.
Brasil sigue siendo el país de ese futuro luminoso que nunca llega. El volumen de su economía es grande porque se trata de una nación de 200 millones de habitantes, pero su desempeño real deja mucho que desear. En el pasado se hablaba de Brasil como Belindia. Una nación que tenía un segmento desarrollado, como el belga, mientras la mayor parte vivía como en la India. Todavía esa cruel metáfora mantiene su vigencia.
En definitiva, ¿cómo está América Latina? Depende. A mi juicio, el desempeño es mediocre. Podría ser mucho mejor.