O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Argentina: tomando consciência da decadência (já não era sem tempo) - Francisco de Santibañes (Clarin)

 Este argentino realizou uma pequena parte do caminhao mental na direção da superação da quase secular decadência do país, depois de um esplendoroso progresso, aproximadamente entre 1880 e 1920 (com alguns percalços pelo caminho). De 1930 para cá é só decadência, com raríssimos anos de recuperação. Quem sabe ele se corrigem agora. O Brasil está recém começando uma decadência exemplar, ou melhor, ela já se arrasta desde 1980 aproximadamente, com raríssimos anos de recuperação tentativa, sempre frustrados por recaídas no retrocesso. Nossa recuperação deve demorar mais slguns anos, senão décadas. Paulo Roberto de Almeida 

Clarín, Buenos Aires – 9.2.2022

No conformarse con una Argentina mediocre

Si hay un convencimiento de que alcanzar el desarrollo es imposible para la Argentina, nuestros gobiernos administrarán la decadencia.

Francisco de Santibañes

 

Uno de los mayores peligros que enfrenta la Argentina es el surgimiento de un consenso respecto a la imposibilidad de alcanzar el desarrollo. Según esta visión, que ya puede esuchársela a dirigentes de distintos sectores, las restricciones domésticas e internacionales que enfrenta el país no nos permitirían ser ambiciosos en cuanto a nuestras metas.

Si esta visión es la que termina prevaleciendo, a partir de ahora nuestros gobiernos se limitarán a administrar la decadencia y carecerán de la voluntad para realizar cambios. Habrá por supuesto diferencias de políticas entre unos y otros, pero el consenso se mantendrá.

Debemos ser conscientes que esta opción tendrá un costo enorme para nuestros ciudadanos. Implicaría por ejemplo condenar a la pobreza a millones de argentinos, aceptar la emigración de profesionales y empresarios y resignarnos a ser un actor marginal en el ámbito internacional.

No hay duda que revertir un proceso de decadencia, como en el que se encuentra la Argentina hace tantas décadas, no es una tarea fácil. Pero la historia moderna de varias naciones nos muestra que es posible.

En los 1960 y 1970 la sociedad estadounidense enfrentó enormes divisiones y conflictos. Algunos hechos traumáticos fueron el asesinato del presidente John Kennedy y la renuncia a la presidencia de Richard Nixon. A esto debemos sumarle la sensación de que el balance de poder comenzaba a favorecer a la Unión Soviética.

Algo parecido ocurrió en la Francia de mediados del siglo XX, período en el que esta nación se encontraba dividida, inmobilizada y carente de confianza debido a conflictos domésticos y a la posible independencia de Argelia. Pero a pesar de estas dificultades, Estados Unidos finalmente recuperó la convicción y se impuso en la Guerra Fría mientras que el país europeo superó su estado de parálisis durante el gobierno de Charles De Gaulle. Incluso la historia de nuesto país nos sirve como ejemplo. Al fin y al cabo, pasamos de ser una de las áreas más pobres del Imperio Español a la nación más desarrollada de América Latina.

Lo que observamos tanto en estos como en otros casos exitosos, es el surgimiento de una visión que logró motivar a la sociedad para alcanzar un objetivo común. En definitiva, una dirigencia que fue capaz de desarrollar y comunicar un proyecto de país.

Es por esto que resulta tan importante formar a nuestros futuros dirigentes. Aquellos que podrán cambiar a la Argentina no aparecerán por arte de magia, sino que serán el resultado de años de preparación. Y cuando menciono la palabra preparación no me refiero únicamente a la formación académica que los estudiantes reciben en las universidades.

Ya que si bien las universidades juegan un rol fundamental, una buena educación comienza antes y debe continuar después de la vida universitaria.

Desde las enseñanzas que los niños reciben en sus hogares hasta el trabajo de identificación, mentoría y promoción que los dirigentes actuales deberían ejercer con los futuros. Una buena eduación tampoco se limita a cuestiones técnicas o académicas, sino que debe transmitir aquellos valores que prepararán a los líderes del mañana para enfrentar los sacrificios que implica servir al país.

Resulta por lo tanto fundamental tomar consciencia sobre los peligros que implica conformarnos con una Argentina mediocre y, por otra parte, realizar el esfuerzo necesario para preparar y promover el surgimiento de una nueva dirigencia.


A Independência: uma história em construção: próxima live do IHG-DF, sexta-feira, dia 11/02/2022, 17hs

Nosso próximo encontro: o Prof. João Paulo Pimenta acaba de publicar o livro “Independência do Brasil” (Contexto): 

Neste link: https://youtu.be/auW7jlgKHPE



Playlist da série História do Brasil em Perspectiva, promovido pelo IHG-DF, em seus vários episódios já realizados sobre a temática do Bicentenário da Independência:

https://www.youtube.com/playlist?list=PLVBII2sTxDqlPxl8j-06O-0jKcYt2snYg

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

O Brasil e a OCDE: um longo caminho - Rubens Barbosa (O Estado de S.Paulo)

 O Brasil e a OCDE: um longo caminho


O início das conversações é o ponto de partida de um projeto de país e da definição do lugar do Brasil no mundo
   
Rubens Barbosa, O Estado de S.Paulo
08 de fevereiro de 2022 | 03h00

O Brasil, junto com mais cinco países, recebeu resposta positiva do diretor-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) ao pedido formulado em 2017 de ingresso na Organização, com a informação de que cada um deles deverá concordar com os termos, condições e processos para a adesão. No mesmo dia, o Itamaraty preparou resposta assinada pelo presidente Bolsonaro notando que, “sem qualquer hesitação, poderia garantir que o Brasil está pronto para iniciar o processo de adesão à OCDE”. Na carta, o presidente afirma que “o Brasil está alinhado às prioridades dos países membros no tocante ao comércio e investimento, à governança política e nos esforços efetivos para a proteção ao meio ambiente e ação positiva na mudança de clima”.

É importante entender como se desenrolará todo o processo. Depois de quatro anos, superada a resistência dos EUA em permitir o aumento dos atuais 38 membros, começará o longo processo de negociação. Será preparado um roteiro pela OCDE refletindo os avanços nos últimos quatro anos e serão criados 20 comitês para analisar a consistência das visões, das políticas e das ações em relação à regulamentação e aos princípios e às prioridades da Organização. Não se trata de uma negociação, no sentido de que cada lado cede um pouco para se conseguir um consenso. Nas tratativas, os países membros examinarão como os países que demandam o ingresso se adaptaram ou se adaptarão às regras existentes na Organização. Em outras palavras, a OCDE não se ajustará aos países, mas os países terão de se adaptar à OCDE, com prazos para ajustes e exceções definidos de comum acordo. Tudo isso sem prazo para terminar. A palavra final será dos países membros, que decidirão pela adesão por unanimidade.

O Brasil, nos últimos governos, tem demonstrado seu compromisso em trabalhar em estreita colaboração com a OCDE. Além de participar de mais de 30 comitês (o primeiro – do aço – a partir de 1994, quando, como subsecretário econômico do Itamaraty, tive de convencer muita gente), o País já é parte de 103 dos atuais 251 instrumentos da OCDE.

O processo não será fácil, porque vai além das afirmações positivas mencionadas na carta de Bolsonaro. Para mostrar as contradições e as dificuldades que terão de ser enfrentadas nos entendimentos, comento dois itens dessa carta. Notei a ausência de qualquer referência a ações anticorrupção, apesar da existência na OCDE de grupo para acompanhar as ações anticorrupção no Brasil. Por curiosa coincidência, no mesmo dia da resposta do diretor-geral da OCDE, a Transparência Internacional divulgou seu Index sobre a percepção da corrupção no setor público, no qual se vê o Brasil caindo algumas posições. O segundo é a questão do meio ambiente, na qual o presidente ressalta “o compromisso do governo com as metas do Acordo de Paris, e o apoio, na recente COP-26, à meta de zerar as emissões globais de gases do efeito estufa até 2050, por meio de reduções de emissões possibilitadas por investimentos públicos e privados. Nesse contexto, Bolsonaro afirma “estar comprometido em adotar e implementar completamente políticas públicas em linha com suas metas climáticas, tomando ações efetivas, incluindo trabalhar coletivamente para parar e reverter a perda florestal e a degradação do solo até 2030, enquanto entrega desenvolvimento sustentável e promove uma transformação rural inclusiva”, como previsto na Declaração de Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso do Solo, do qual o Brasil é signatário. Como é de conhecimento publico, não é o que está ocorrendo na prática, pois continuam sem repressão os ilícitos na Amazônia, com queimadas, desmatamento e uma intensa atividade de garimpo, inclusive em terras indígenas. Por isso, o Brasil pode ser impedido de entrar, como disse Macron e deixou implícito, em nota, o Departamento do Tesouro dos EUA. Também por coincidência, no mesmo dia da resposta presidencial, Bolsonaro anunciou cortes de recursos na área ambiental nos vetos à lei orçamentária de 2022, com forte impacto no controle de incêndios florestais e na conservação e uso sustentável da biodiversidade.

O início das conversações sobre o ingresso do Brasil na OCDE não é “o reconhecimento de um grande país”, mas o ponto de partida de um projeto de país e da definição do lugar do Brasil no mundo.

Que País queremos? Quais as perspectivas para os próximos anos? Como o Brasil, país continental, que já foi uma das dez maiores economias do mundo, potência ambiental e agrícola, vai atuar em um cenário global em constante transformação?

O tema da adesão à OCDE não poderá ser ignorado nos debates da próxima eleição presidencial justamente pelas contradições existentes e porque vai apontar para o rumo que a sociedade brasileira quer seguir. O PT sempre ficou contra o ingresso do Brasil na OCDE, por não ver vantagem e ser contra nossa soberania. Lula, que recusou em 2007 convite para o ingresso, vai manter essa posição ou vai aceitar a entrada do Brasil com todas as mudanças necessárias, muitas das quais seu partido ficou contra? Bolsonaro, se reeleito, vai mudar a política ambiental em relação a Amazônia? Como ficará a luta contra a corrupção? O resultado das eleições será aceito, sem contestação?

Como dizia o filosofo, o difícil não é fácil.

RESIDENTE DO INSTITUTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS E COMÉRCIO EXTERIOR (IRICE) E MEMBRO DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS

https://opiniao.estadao.com.br/noticias/espaco-aberto,o-brasil-e-a-ocde-um-longo-caminho,70003972280

Livro: Menck, "A imprensa no processo de Independência do Brasil: Hipólito da Costa, o Correio Braziliense e as Cortes de Lisboa de 1821" - Introdução de Paulo Roberto de Almeida

 Meu trabalho mais recente, publicado em livro que está sendo lançado no dia 21 de fevereiro: 

1433. “Hipólito da Costa, a censura e a independência do Brasil”, Introdução a José Theodoro Mascarenhas Menck: A imprensa no processo de Independência do Brasil: Hipólito da Costa, o Correio Braziliense e as Cortes de Lisboa de 1821 (Brasília: Câmara dos Deputados, 2022, 228 p.; p. 19-41; ISBNs: Papel: 978-65-87317-75-5; E-book: 978-65-87317-76-2; Prefácio: Helena Chagas; Posfácio: Enrico Misasi. Relação de Publicados n. 1433. Relação de Originais n. 3954.


Minha introdução está disponível no seguinte link: 

https://www.academia.edu/70952484/Hipólito_da_Costa_a_censura_e_a_independência_do_Brasil_2022_





 


O estupro do Orçamento - Paulo Roberto de Almeida

 O estupro do Orçamento 

Foi assim que eu chamei, já algumas semanas atrás, o novo “processo” orçamentário pelo qual o estamento político cleptocrático do Congresso — que é constituído pela MAIORIA dos líderes dos partidos ali representados, da extrema-direita às esquerdas, com a notável exceção do Novo — esquarteja de forma horripilante o projeto de orçamento anual enviado pelo Executivo, corta sem dó verbas destinadas a programas e projetos de relevância nacional e social (como saúde, educação, C&T, grandes obras de infraestrutura) e destina essas verbas a projetinhos paroquiais de parlamentares que apoiam o governo, complacente no estupro, pois é a única forma desse desgoverno do Bozo se manter em face de mais de 130 pedidos de impeachment pelos CRIMES já cometidos contra a Constituição e a democracia de baixíssima qualidade que temos no Brasil.

Alguns dias atrás, eu fiz um desafio aqui:

“Os petistas que me adoram poderiam informar, por favor, se o PT pretende manter ou descartar essa inovação?

"Líderes no Congresso, da base e da oposição, afirmam que o orçamento secreto será mantido ou mesmo ampliado no próximo governo, seja qual for o resultado das eleições." (Globo)”

Nenhum deles se dignou a responder até o momento, o que me deixa supor que Lula o seu partido de algibeira estão inteiramente de acordo com o ESTUPRO ORÇAMENTÁRIO.

Era o que eu tinha a concluir.

Um país não “morre” de repente por alguma crise maior, mesmo uma disrupção econômica ou social. Mas ele pode morrer moralmente quando suas elites dirigentes e dominantes se empenham em dilapidar os “súditos” — sim, porque não podem mais serem chamados de cidadãos— de seus recursos, praticando apropriação e roubo declarado contra a sua criação de riqueza.

É o que se pode chamar de PATRIMONIALISMO GANGSTERISTA!

É a isso a que o Brasil foi reduzido, desde algum tempo já, processo aperfeiçoado durante a gestão altamente corruta do PT e agora consolidado durante o desgoverno incompetente do psicopata de ocasião.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 8/02/2022

Uma mudança tectônica nas relações internacionais- Frederick Kempe (The Atlantic Council)

 


The world’s top two authoritarians have teamed up. The US should be on alert.

This is big.  

The two leading authoritarians of our time have declared unprecedented common cause—perhaps even a de facto security alliance—with aspirations of shaping a new world order to replace the one fashioned by the United States and its partners after World War II.

Chinese President Xi Jinping and Russian President Vladimir Putin wanted to make sure the world didn’t miss the importance of their thirty-eighth personal meeting in Beijing on Friday, just hours before the opening of the Winter Olympics and with more than one hundred thousand Russian troops threatening Ukrainian sovereignty. 

So they released the entirety of their audacious, 5,300-word joint statement in English this weekend, declaring that “a trend has emerged towards redistribution of power in the world”—namely toward them, and away from the United States and its democratic partners and allies.

There’s a lot in the statement worth reading and digesting, but here’s my rough executive summary: Russia and China are throwing in their lot with each other in an unprecedented manner in each other’s regions and around the world.  For the first time, Beijing has joined Moscow in opposing NATO enlargement; Russia returned the favor by opposing the new AUKUS defense pact binding Australia, the United Kingdom, and the United States, as well as endorsing its One China Policy and growing role in the Arctic.

Russia and China aren’t calling their partnership an alliance of the NATO variety. But they aren’t shy about its ambitions.

Xi and Putin, the statement says, “reaffirm that the new inter-State relations between Russia and China are superior to political and military alliance of the Cold War era. Friendship between the two States has no limits, there are no ‘forbidden’ areas of cooperation [emphasis added], strengthening of bilateral strategic cooperation is neither aimed against third countries nor affected by the changing international environment and circumstantial changes in third countries.”

A Biden administration official I spoke with sees a silver lining in the fact that the statement doesn’t mention Ukraine by name, perhaps showing China’s discomfort with the prospect of invasion. But at the same time, Xi has said nothing to dissuade Putin’s escalation.

In the statement, the two sides are redefining the very meaning of democracy to embrace their repressive systems that censor media, prohibit dissent, lock up political opponents, and support like-minded authoritarian systems.

Ludicrous as their definition of democracy might sound, it’s further evidence that China and Russia are trying to wrest the high moral ground from electoral democracies through Orwellian gobbledygook.

“The sides note,” reads the statement, “that Russia and China as world powers with rich cultural and historical heritage have long-standing traditions of democracy, which rely on thousand-years of experience of development, broad popular support and consideration of the needs and interests of citizens.”

Further, “It is only up to the people of the country to decide whether their State is a democratic one.” Elsewhere, however, the statement warns “that the advocacy of democracy and human rights must not be used to put pressure on other countries.”

The broad areas that the agreement covers are head-spinning.

The sides agreed to more closely link their economies through cooperation between China’s Belt and Road Initiative and Putin’s Eurasian Economic Union. They will work together to develop the Arctic. They’ll deepen coordination in multilateral institutions and to battle climate change. 

Back in June 2019, I wrote in this space: “It’s time to start worrying more about what could become the most profound geopolitical shift of the post-Cold War years. China’s Xi Jinping and Russia’s Vladimir Putin are deepening their two countries’ strategic alignment even as long-time democratic allies across the Atlantic grow more distant.”

Perhaps the biggest mistake Western strategists have made since then has been to separate the Chinese and Russian challenges to the post-Cold War international order as distinct and only loosely related.  The Biden administration even hoped to “park” the Russia issue as it dealt with the more pressing and long-term China challenge.

Yet for all the two countries’ historic animosities and considerable remaining differences, perhaps never in their history have they been closer. And never since World War II have the leading authoritarians of their time been so strategically aligned or personally close—at a time when both are deeply contemplating their legacies.   

As Putin considers his own options regarding Ukraine, his relationship with China could help him manage any potential new sanctions, particularly through deepened energy agreements and financial arrangements. 

On Friday, China and Russia announced new oil and gas deals valued at an estimated $117.5 billion. Rosneft, Russia’s largest oil producer, announced a new agreement to supply 100 million tons of crude through Kazakhstan to the Chinese state company China National Petroleum Corporation over the next ten years—while the Russian energy giant Gazprom pledged to ship 10 billion cubic meters of gas per year to China through a new pipeline.

There’s no denying the numbers: Last year, trade between the two countries hit a record $147 billion, making China Russia’s largest trading partner. 

A European senior official I spoke with, who tracks intelligence on Ukraine, considers the time of maximum danger for Ukraine to be after February 20, the last day of the Olympics, which coincides with the end of the massive “Allied Resolve” Russian military exercises in Belarus (which could mask preparations for invasion). It is also when the Ukrainian ground and rivers remain sufficiently frozen to allow for heavy military equipment to move most effectively.

Whatever Putin chooses regarding Ukraine, however, this week’s joint statement underscores a tectonic shift in global relations that will require far more creative, collaborative, and long-term thinking by the United States and its partners. 

The growing closeness between Russia and China has increased both countries’ advantage at a time when their leaders believe they have the momentum—and in a world where democracies have weakened, the United States is politically divided, and new technologies are empowering authoritarian leaders’ ability to surveil and control their societies. 

It’s tempting to poke holes in the joint statement, noting its inconsistencies and its hypocrisy. What unites Russia and China remains mostly their opposition to the United States: They’ve cynically appropriated the concepts that define US foreign policy—democracy, human rights, and economic development—though their actions are ridiculously inconsistent with their rhetoric.

Without more aggressive and consistent pushback among democracies, expect more Chinese-Russian push forward. It would be a profound mistake to see the Ukraine crisis in isolation at a time when Xi and Putin have provided its disturbing context.

This article originally appeared on CNBC.com

Frederick Kempe is president and chief executive officer of the Atlantic Council. You can follow him on Twitter: @FredKempe.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Bicentenário da Independência: emissões do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (via YouTube)

 

Playlist da série História do Brasil em Perspectiva, promovido pelo IHG-DF, em seus vários l episódios já realizados sobre a temática do Bicentenário da Independência:

https://www.youtube.com/playlist?list=PLVBII2sTxDqlPxl8j-06O-0jKcYt2snYg


1) 200 anos do Voto no Brasil: apresentador: José Theodoro Mascarenhas Menck; dia 22/09/2021; moderador: Bernardo Estellita Lins

2) Insurreições no Brasil Colônia e Reino Unido: apresentadores: Ronaldo Poletti (presidente do IHG-DF) e José Theodoro Mascarenhas Menck; 
    dia 15/10/2021; moderador: Bernardo Estellita Lins

3) A imprensa na emancipação política do Brasil: apresentadora: Isabel Lustosa; dia 5/11/2021; moderador: Bruno A. de Cerqueira

4) A Maçonaria no Bicentenário: apresentadores:William Almeida de Carvalho e Ronaldo Poletti; dia 26/11/2021; moderador: José Theodoro Mascarenhas Menck

5) A diplomacia da Independência: apresentadores: Carlos Henrique Cardim e Paulo Roberto de Almeida; dia 17/12/2021; moderador: José Theodoro Mascarenhas Menck

6) Dia do Fico, 9 ou 10 de janeiro de 1822?: apresentador: José Theodoro Mascarenhas Menck; dia 8/01/2022; moderador: Bruno A. de Cerqueira (NOTA: este evento não se inscreve na série de lives do IHG-DF; mas se insere no mesmo universo de debates historiográficos promovidos pelo Instituto; o vídeo faz parte da série “História do Brasil como você nunca viu”)

7) Oliveira Lima e a História da Independênciaapresentador: André Heráclio do Rêgo; dia 28/01/2022: moderadores: Paulo Roberto de Almeida e Bruno A. de Cerqueira

8) A Independência - uma história em construção: apresentador: Prof. João Paulo Pimenta; moderador: Paulo Roberto de Almeida 
    (Programado para 11/02/2022)

Congo, o coração das trevas: O horror, o horror, o horror? - Marcos Bagno

 O HORROR, O HORROR, O HORROR!

Marcos Bagno

É no Congo que se desenvolve a trama do romance The Heart of Darkness (O Coração das Trevas, 1899), de Joseph Conrad (1857-1924), no qual aparece a exclamação tantas vezes citada: “O horror, o horror, o horror!”. 

Entre 1885 e 1908, o que é hoje a República Democrática do Congo (RDC) foi propriedade pessoal do rei Leopoldo II da Bélgica (1835-1909). Durante esse período, e para explorar ao máximo as enormes riquezas do país, especialmente o marfim e a borracha, os belgas (e outros europeus) cometeram atrocidades que deixariam com inveja muitos carrascos nazistas: trabalhos forçados, tortura, amputação de membros de crianças, mulheres e homens que não alcançassem as impossíveis cotas estabelecidas pelos exploradores, envenenamento, assassinatos em massa. As cifras variam, mas os cálculos de historiadores atuais giram em torno dos 10.000.000 de pessoas mortas naquele período. 

O horror! O horror! O horror! 

Em 1960, a RDC se tornou independente, mas a manipulação da política local pelos belgas não se interrompeu: o primeiro chefe de governo do país, Patrice Lumumba (1925-1961), de ideias progressistas e nacionalistas, foi deposto e assassinado sob supervisão belga e com o patrocínio dos Estados Unidos. O controle do país foi parar nas mãos de Mobutu Sese Seko (1930-1997), que mudou o nome do país para Zaire e implantou uma ditadura que durou de 1965 a 1997, durante a qual acumulou uma fortuna de dezenas de bilhões de dólares (devidamente depositados na "neutra" Suíça). A RDC abriga imensas reservas minerais: tem a maior reserva mundial de cobalto, além de grandes jazidas de cobre e diamantes. A exploração dessas riquezas tem sido, desde sempre, a causa principal do horror, horror, horror de que a população congolesa é vítima há séculos (foi do Congo que vieram muitos milhares das pessoas escravizadas que os portugueses trouxeram para o Brasil). 

Um país riquíssimo, mas que ocupa a posição 175 de 189 no índice de desenvolvimento humano. Diversos conflitos ocorridos desde 1997 já provocaram a morte de mais de 5.000.000 de pessoas, numa guerra em que o estupro das mulheres tem sido uma das principais armas empregadas. Na RDC existe um exército de crianças-soldados, algo como 30.000. Nossos telefones celulares e outos aparelhos ultramodernos têm componentes que são frutos diretos dessa imensa tragédia humanitária, um holocausto ininterrupto, sobre o qual Hollywood até o momento não produziu nenhum filme, já que nenhum congolês é dono de estúdio e a exploração dos minerais é de primordial interesse das maiores empresas do mundo, que produzem alta tecnologia ao custo de vidas humanas. Se tem sido possível falar de “diamantes de sangue” quando as pedras preciosas são extraídas de países em guerra (Angola, Serra Leoa, Libéria etc.), também é possível falar dos “chips de sangue”, produzidos pela máquina de guerra congolesa, posta em marcha pelo capitalismo globalizado (50% das exportações de minério da RDC vão para a China). 

Leia-se o livro Les minerais de sang: les esclaves du monde moderne ("Os minerais de sangue: os escravos do mundo moderno, 2014) de Christopher Boltanski, um relato sobre a exploração da cassiterita, indispensável para a produção de telefones, rádios, televisores etc. É desse cenário de horror que centenas de milhares de pessoas como Moïse Mungenyi Kabamgabe e sua família têm fugido. 

Mas como encontrar abrigo num país igualmente trágico, marcado por séculos de atrocidades e genocídios, uma sociedade entranhadamente racista, em que 77% das pessoas assassinadas em 2021 são negras, assim como 67% das mulheres mortas também são negras? O quinto país em número de feminicídios, o primeiro em número de assassinatos de homossexuais e pessoas trans? Num país desgovernado pelo que pode haver de mais abjeto, corrupto, desprezível, ignorante e brutal na espécie humana? Que tipo de refúgio pode oferecer o Brasil, especialmente a Barra da Tijuca, a pessoas negras que tentam escapar da guerra e da violência? 

O horror, o horror, o horror!

Las Organizaciones Internacionales - Ricardo Seitenfus (Amazon)

Agora em espanhol: 

Las Organizaciones Internacionales (Spanish Edition) Paperback – November 20, 2021 

Spanish Edition  by  Dr. Ricardo Silva Seitenfus  (Author)



 Aunque ciertos críticos consideren que el multilateralismo está sufriendo una crisis terminal —caótica, de acuerdo con algunos de ellos— profundizada por el surgimiento del nacionalismo vacunal por la pandemia de COVID-19, dado que los países desarrollados acapararon ocho veces más vacunas de las que necesitaban y dejaron a los demás países con sus vacunaciones comprometidas, no debemos perder de vista la construcción de la sociedad internacional. A lo largo de su trayectoria, tanto el multilateralismo como las organizaciones internacionales (OI) —su principal herramienta— sufrieron reveses que pronto se transformaron en victorias. Así ocurrió con la pandemia de la mal denominada gripe española en 1918. O cuando los nacionalismos nazi y fascista lanzaron a la humanidad a la más terrible de sus guerras. El multilateralismo contribuye para acabar con estas pesadillas y sale reforzado de ellas. Sin multilateralismo no hay horizonte para el sistema internacional ni para el futuro de la humanidad.
La organización de las sociedades humanas ha estado dominada desde mediados del siglo XVII por el modelo de Estado, que alcanzó su apogeo en el siglo XIX y, a pesar de los prematuros anuncios de su declive, constituye el modelo exclusivo de organización de las agrupaciones humanas. Sin embargo, al no poder enfrentar la creciente complejidad de las relaciones internacionales —un extraordinario entramado en el que intervienen múltiples aspectos e intereses— los Estados decidieron crear nuevas instituciones a partir de los ligámenes permanentes que surgen entre ellos, buscando que fueran capaces de llevar a cabo acciones de interés común. Por lo tanto, estas organizaciones constituyen un nuevo elemento externo a los Estados y poseen una existencia objetiva de naturaleza internacional. En otras palabras, el fenómeno que nos interesa deriva de la voluntad del Estado, pero está más allá de ella.
Hasta la aparición de las instituciones internacionales, existía simplemente la clásica comunidad de derecho internacional, que reunía a las instituciones nacionales. Entre ellas se establecían relaciones contractuales que respetaban los principios mínimos del derecho consuetudinario. La sociedad internacional vigente es muy diferente, ya que reúne una cantidad significativa y diversa de OI. Actualmente, el número de OI activas es mayor que el de Estados soberanos.
Las OI conservan la posibilidad de institucionalizar relaciones bilaterales. Sin embargo, la gran novedad consiste en la introducción de las negociaciones multilaterales a partir de lo que se ha convenido llamar diplomacia parlamentaria. Al ser colectiva y pública, esta práctica aleja la diplomacia secreta, que siempre ha sido uno de los elementos de desequilibrio, confrontación y conflictos en la escena internacional. En la actualidad existen aproximadamente mil OI, siendo la gran mayoría de ámbito regional y una centena de ámbito universal. El estudio de este grupo de colectividades —ya sean más o menos autónomas— es uno de los elementos fundamentales para comprender las complejas relaciones internacionales contemporáneas.
Esta edición ha sido especialmente preparada para los lectores de lengua española. Se trata de una obra con inspiración claramente interdisciplinaria y necesariamente descriptiva, que les concede un importante espacio a las informaciones institucionales. Sin embargo, busca constantemente indicar su grado de efectividad. Al hacerlo, excede la simple narrativa y ofrece interpretaciones y escala de valores. Ella ofrece informaciones fidedignas, datos actualizados y conceptos básicos. Ella prioriza lo concreto, con el objetivo de alcanzar sus objetivos pedagógicos pasando por transformaciones, perfeccionamientos progresivos y permenente actualización. Es un verdadero vedemécum vivo de informaciones y interpretaciones, agregando conocimientos incluso a los más experimentado de los diplomáticos y especialistas en relaciones internacionales.

A quadrilha dos malfeitores do PT - IstoÉ (setembro de 2017)

 Brasil

A quadrilha dos malfeitores do PT

Em menos de 24 horas, a cúpula do PT foi denunciada pelo Ministério Público em dois processos. No primeiro, Lula, Dilma e outros 6 petistas são acusados de receber R$ 1,5 bilhão em propinas.

No segundo, os dois ex-presidentes são suspeitos de obstrução de Justiça.

 

A quadrilha dos malfeitores do PT

Paulo Bernardo, Vaccari, Dilma, Palocci, Lula, Gleisi, Mantega e Edinho

Tábata Viapiana

IstoÉn. 2491, 07/09/2017 - 17h00

 

Disponível: https://www.academia.edu/70776548/A_quadrilha_dos_malfeitores_do_PT_ISTOÉ_Independente_2017_

 

Nunca, na história deste País, se roubou tanto como nos governos petistas de Lula e Dilma. De 2003 a 2016, a quadrilha do PT, que teve Lula como “o grande idealizador”, recebeu R$ 1,485 bilhão em propinas. Desse valor, somente o ex-presidente Lula embolsou R$ 230,8 milhões das construtoras OAS e Odebrecht, como contrapartida por ter ajudado os negócios das empreiteiras em obras da Petrobras. Esse é o resumo da denúncia feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira 6, e que enquadrou os dois ex-presidentes nos crimes de organização criminosa, como resultado do inquérito chamado de “quadrilhão do PT”. Foram denunciados também a senadora e presidente do PT Gleisi Hoffmann, o marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo, o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e mais três ex-ministros: Antônio Palocci, Guido Mantega e Edinho Silva. As penas aos petistas podem ir de três a oito anos de cadeia. Por ser chefe da quadrilha, como disse Janot, Lula deverá ser condenado a uma pena ainda maior.

 

O desfalque na Petrobras

Em 209 páginas de sua denúncia, o procurador Rodrigo Janot mostra que a alta cúpula do PT se estruturou para assaltar os cofres públicos, especialmente da Petrobras, mas também do BNDES e do Ministério do Planejamento. Somente à Petrobras, o esquema petista provocou um prejuízo de R$ 29 bilhões. Para ressarcir parte desses danos, o procurador pede que o STF faça o bloqueio de R$ 6,5 bilhões dos bens dos oito denunciados. Esta é a sétima denúncia contra Lula. Janot diz que o ex-presidente continuou recebendo propina inclusive depois que deixou a presidência. Se o STF aceitar a denúncia, Dilma pode se sentar no banco dos réus pela primeira vez na Lava Jato.

O “quadrilhão” petista tem um peso enorme em esquemas ilícitos por envolver dois ex-presidentes, que tinham pleno conhecimento de todas as falcatruas em seus governos, segundo o MPF. Somente as empresas do grupo Odebrecht, por exemplo, de 2002 a 2014, pagaram a título de propina mais de R$ 400 milhões ao PT. As relações espúrias do partido com empresas privadas também envolviam OAS, Andrade Gutierrez, UTC e JBS. Durante o primeiro mandato, de acordo com Janot, Lula articulou a compra de apoio político de parlamentares com uso de dinheiro público: o PP levou R$ 390 milhões, o PMDB do Senado pelo menos R$ 600 milhões e o PMDB da Câmara outros R$ 350 milhões.

 

Durante seu governo, Dilma deu seguimento a todas as tratativas ilícitas iniciadas por Lula. Em muitos casos, a ex-presidente atuou de forma indireta por intermédio dos então ministros Guido Mantega e Edinho Silva, na cobrança de valores ilícitos junto a empresários. O caso está nas mãos do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato em função do envolvimento da senadora Gleisi Hoffmann, que tem foro privilegiado.

Num recorde de Janot, que deixa o cargo no próximo dia 17, a Procuradoria-Geral da República fez nova denúncia contra Lula, Dilma e o ex-ministro Aloizio Mercadante na tarde de quarta-feira 6, desta vez por obstrução de Justiça. Lula e Dilma são investigados desde agosto de 2016, com base no vazamento de uma gravação feita pela PF nos telefones do ex-presidente. No diálogo entre os dois, em março do ano passado, Dilma diz a Lula que está enviando um emissário, “o Bessias” (na verdade ele chama-se Jorge Messias), com um termo de posse do petista como ministro da Casa Civil para qualquer emergência. Lula responde que está aguardando o documento e despede-se dizendo “tchau querida”. O Ministério Público entendeu que a nomeação açodada objetivava conceder foro privilegiado a Lula, impedindo eventual pedido de prisão contra ele. Já o ex-ministro Mercadante é acusado de tentar impedir a delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral.

 

Dr. Honoris Causa em corrupção

As investigações mostram que o ex-presidente Lula é expert em desvios de dinheiro público

- A Procuradoria-geral da República acusa o ex-presidente de ser o “grande idealizador” da organização criminosa formada no governo federal para desviar recursos da Petrobras. De 2002 a 2016, a quadrilha de Lula recebeu R$ 1,48 bilhão em propina.

- Entre os 128,1 milhões que Lula recebeu da Odebrecht, estão R$ 12,4 milhões gastos na compra de um terreno para o Instituto Lula e R$ 504 mil na aquisição de uma cobertura ao lado da sua em São Bernardo.

- Dos R$ 27 milhões que o ex-presidente recebeu da OAS, estão contabilizados o tríplex que ele ganhou no Guarujá. Por causa desse imóvel, Lula foi condenado a uma pena de nove anos e seis meses de prisão.

- Lula é réu ainda em outros cinco processos, a maioria por corrupção. Na última denúncia, ele é acusado de receber R$ 1,02 milhão da OAS e Odebrecht para a reforma do sítio de Atibaia.

 

 

domingo, 6 de fevereiro de 2022

Ucrânia-Rússia-OTAN: desenvolvimentos da crise e a opinião de George Kennan em 1997 (CNN)

 

CNN Meanwhile in America, February 7, 2022

 

 

Stephen Collinson and Shelby Rose

Was the Ukraine crisis tragic and unnecessary?

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Does Vladimir Putin have a point?


The underlying cause of the Ukraine crisis is the Russian President’s belief that NATO, by expanding into former Warsaw Pact states in Eastern Europeafter the Cold War, is threatening the security of its old enemy Russia. As well as seeking a guarantee that Ukraine will never join the Western alliance, Putin wants NATO to pull troops and weapons out of states like Poland and Romania that were once behind the Iron Curtain. President Joe Biden has refused such demands since they would shatter the alliance’s core purpose, appease Russian aggression and desert nations that embraced democracy after decades under Soviet repression. He ordered US troops to both Poland and Romania last week.


Putin is right that NATO moved east after the Cold War, in a way that may almost have been guaranteed to anger Moscow. The bloc's assurances that it is a defensive alliance get no hearing in the Kremlin. Had Russia transformed into a western-style European democracy, this wouldn’t have been an issue. But starry-eyed optimists who held such hopes in the 1990s were always disregarding lessons of the country’s scorched-earth political history.


So did NATO’s triumphalism and stampede over Russian pride pave the way for where we are now? It was always a possibility that a future strongman in the Kremlin would use NATO expansion to spark a foreign policy crisis and as a nationalistic tool for his own legitimacy as Putin has done. George Kennan,the diplomat who in the 1940s coined the core US containment policy against an expansionist Soviet Union, predicted exactly this scenario after the Clinton administration decided to go ahead with NATO expansion.


“That the Russians will not react wisely and moderately to this decision of NATO to expand its boundaries to the Russian frontiers is clear,” Kennan wrote in his diary on January 4, 1997. He predicted a “strong militarization” of Russian politics and claims by Russia that it was an innocent victim of foreign aggressors. He predicted Moscow would seek to unite Iran and China to form an anti-Western bloc. “Thus will develop a wholly and even tragically unnecessary division between East & West and in effect a renewal of the Cold War," he wrote.

 

Twenty-five years later, the final plank of Kennan’s warning fell into place as Putin clinched a new strategic friendship Friday between China and Russia in his Olympian summit with President Xi Jinping in Beijing.

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The case for NATO expansion

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But what would have happened had NATO not expanded? 


President Bill Clinton told historian Taylor Branch for his contemporary taped oral history of his administration that he spent a 1994 trip to Europe dancing between Russian fears of NATO expansion and NATO’s fear of Russia. He said then-German Chancellor Helmut Kohl worried about the possibility of Russian influence on the eastern border of his newly unified nation and also about the threat of authoritarianism in newly liberated post-Soviet Eastern Europe. Clinton also presciently noted that Poland’s move west would leave Ukraine isolated.


Critics of NATO expansion must also answer the question of why nations that had been suppressed, ruled by outsiders and even been wiped off the map at times, should not grasp the freedom denied them even before Soviet domination? And would a vacuum in Eastern Europe have already caused a resurgent, imperial Russia to move west once more and again threaten European democracies?


Biden’s actions have reaffirmed a 70-year American commitment to Western European security. US power allowed market democracies in Poland, the Czech Republic and the Baltics to grow and thrive, despite some political backsliding in recent years. But Putin also knows that US commitment is not a given in the long term. In a speech in Poland in 2017, then-President Donald Trump implied that the West was more threatened by the weakening of white culture and tradition through waves of outside immigration than it was by the Kremlin. His far-right populism and vision of national sovereignty is closer to Putin’s worldview than the traditional US creed. A new Trump presidency, should he run again in 2024, would raise new doubts about NATO’s purpose and his own affinity for Putin. Already, pro-Trump Republican senators are questioning Biden’s dispatch of more troops to Europe.


With all this in mind, the current standoff is hardly remarkable. It’s perhaps surprising that all the post-Cold War forces that have precipitated the crisis took so long to hit boiling point.

 

Ukraine’s plight is part of a broader crisis. It's about whether individual nations have the chance to choose their own political destiny or whether they must live in the sphere of influence of a greater, hostile power. And whether the US still has the stomach to serve as Europe’s security guarantor nearly a century after the political madness that caused World War II and forged the modern world.