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quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Candidaturas brasileiras em OIs: nao se pode ganhar em todas...
Paulo Roberto de Almeida
Brasileiro perde disputa por cargo da UIT
Valor Economico, 14/10/2010
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva perdeu mais uma disputa por um cargo na burocracia internacional. Agora foi o posto estratégico de diretor do Departamento de Radiodifusão, da União Internacional de Telecomunicações (UIT), numa votação que mobilizou 157 países membros da entidade, numa conferência no México.
O candidato brasileiro Fábio Leite obteve 67 votos, diante de 90 do francês François Rancy. E, apesar do crescente engajamento do governo brasileiro na África, foram justamente os países africanos que deram os votos que foram decisivos para a vitória do candidato francês na segunda rodada da votação.
Essa diretoria da UIT gerencia a atribuição de frequências radioelétricas e de órbitas de satélites e da qual depende a indústria de "wireless", que fatura quase US$ 50 bilhões por ano em todo o mundo.
Caberá agora ao francês organizar a grande conferência mundial de radiocomunicações prevista para 2012. Ele será peça-chave na passagem à televisão digital e sistemas de telefonia celular da próxima geração, dois desafios técnicos, mas sobretudo socioeconômicos.
Antes dessa, o governo Lula já havia perdido disputas para as direções da Organização Mundial do Comércio (OMC), da União Internacional de Telecomunicações (UIT), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), além de votações emblemáticas, como a presidência da Conferência Internacional do Trabalho, quando Ricardo Berzoini era o ministro do Trabalho, e a vaga de juiz do Órgão de Apelação da OMC.
3 comentários:
Quando eu critico a atual gestão em seu órgão colegas analistas me apontam os discursos como fatores positivos. Eu talvez por viver na iniciativa privada pergunto dos resultados. Há em nossa ciência muitos que julgam que uma política declarada já é efetiva.
Abs,
Se bem me lembro, o Brasil também perdeu na eleição para a secretaria-geral da UNESCO. Preteriu-se o brasileiro Márcio Barbosa - que dizem que tinha o apoio de vários países ocidentais - e apoiou-se o egípcio Farouk Hosni. Venceu a búlgara Irina Bukova.
L. Marques,
O "Brasil" não chegou a perder, pois não teve um candidato oficial, próprio.
Quem perdeu foi o MRE: a oportunidade de apoiar um brasileiro com chance, para ficar com um egípcio sem chances.
Coisas da política externa atual.
Não se pode entender facilmente.
Deve ter sido por razões de maior relevância que não foram explicitadas...
Paulo Roberto de Almeida
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