terça-feira, 2 de agosto de 2011

Bobagens sem fim: por que pagamos para votar projetos idiotas?

Toda instituição pública, em especial todo órgão de representação popular, deveria conter, na soleira da porta, e em toda e qualquer peça de trabalho, com um aviso bem grande, em letras garrafais, vermelho berrante, vários pontos de exclamação, sublinhado, bold, sombreado, quadro fosforecente, lampadas mil, enfim, tudo o que vocês quiserem, apenas para lembrar o seguinte:

PROIBIDO TERMINANTEMENTE APROVAR PROJETOS IDIOTAS E INÚTEIS. PONTO! (e não tentem...)

Acho que não vai adiantar nada, mas pelo menos pode constranger alguns idiotas...
Paulo Roberto de Almeida

Câmara de SP aprova Dia do Orgulho Hétero
Roney Domingos
Do G1, 02/08/2011

Projeto de lei foi aprovado nesta terça-feira (2) em segunda discussão.
Prefeito Gilberto Kassab vai decidir se mantém ou se veta proposta.

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta terça-feira (2) o projeto de lei 294/2005, do vereador Carlos Apolinário (DEM), que institui, no município, o Dia do Orgulho Heterossexual. O projeto depende apenas de sanção do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, para virar lei.
Parte dos 39 vereadores presentes se manifestou contra o projeto, mas como não houve pedido de votação nominal a posição não foi considerada.

No semestre passado, o impasse em torno desse projeto impediu os vereadores de votar outros projetos individuais. Para superar o impasse, houve acordo pela aprovação nesta terça-feira.
saiba mais
Câmara de SP discute aprovação do Dia do Orgulho Heterossexual
O texto propõe que a data deverá ser comemorada todo terceiro domingo do mês de dezembro. O projeto estabelece que a data passará a constar do calendário oficial do município e afirma que caberá à Prefeitura de São Paulo "conscientizar e estimular a população a resguardar a moral e os bons costumes".

Autor do projeto, o vereador Carlos Apolinário afirmou que o projeto não é contra a comunidade gay. "Faço um apelo pelo respeito à figura humana dos gays", afirmou. Apolinário disse que o projeto foi apenas uma forma de se manifestar contra "excessos e privilégios" destinados à comunidade gay. Ele afirmou que um dos privilégios é a realização da Parada LGBT na Avenida Paulista enquanto a Marcha para Jesus foi deslocada para a Zona Norte da cidade.
Principal adversário do projeto, Ítalo Cardoso lamentou a decisão da Câmara, mas disse que não pediu votação nominal desta vez para não impedir a tramitação do projeto. "Se pedisse (votação nominal), o projeto não passaria. Cada vereador deve ser responsável pelo que vota", afirmou.
Antes da votação, Cardoso exibiu aos vereadores um vídeo com a reportagem sobre o pai que foi agredido em uma festa no interior de São Paulo apenas porque estava abraçado ao filho. Os agressores confundiram os dois com um casal gay.
Após a votação, ele criticou o projeto. "Não sei no que esse projeto ajuda. A Parada LGBT não é privilégio. A culpa de a Marcha ter sido transferida da Avenida Paulista não é culpa dos gays nem responsabilidade dos gays", afirmou. Segundo o vereador, gays ainda são discriminados em São Paulo em imobiliárias, feiras, dentro do ônibus e em delegacias.

Manifestaram-se contra o projeto a bancada do PT, formada por 11 vereadores, dois vereadores do PC do B e, individualmente, os vereadores Claudio Fonseca (PPS), Claudio Prado (PDT), Gilberto Natalini (sem partido), Juscelino Gadelha (sem partido), Roberto Tripoli (PV) e Eliseu Gabriel (PSB).

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