Obviamente que o fato de ter deixado o Afeganistão entregue à sua própria sorte, depois da expulsão dos soviéticos do país e dos comunistas do poder, revelou-se contraproducente, uma vez que os talibãs, treinados e armados pelos agentes da CIA, acabaram levando à últimas consequências seus propósitos e ideologia: um regressismo fundamentalista especialmente danoso para a inserção internacional desse país no mundo, para a continuidade das suas instituições políticas, um retrocesso absoluto para suas mulheres e educação, de forma geral, e, importante para o Ocidente, uma mentalidade anti-Ocidental e anti-cristã que se revelaria fatal do ponto de vista da logística da segurança.
Os terroristas fundamentalistas ali se instalaram e passaram a planejar ataques contra alvos ocidentais, contra tudo o que era cristão, na região e no próprio coração do Ocidente, com a ajuda de seus "afiliados" espalhados um pouco em todas as partes.
O obscurantismo fundamentalista islâmico não tem dificuldades em recrutar agentes do terror: existe, como diriam os economista, uma oferta ilimitada de mão de obra para atentados terroristas.
O fato é que mais muçulmanos do que ocidentais pereceram em todos os ataques combinados, alguns (poucos) no Ocidente) e a maioria nos países desestabilizados pelo terror: o próprio Afeganistão, o Paquistão, o Yemen e o Iraque, com vários outros países islâmicos servindo de alvo para os ataques suicidas.
Agora que as tropas ocidentais deixam o Iraque e se preparam a deixar o Afeganistão, pode-se aguardar ataques como esse, de atualidade.
Vai ser difícil terminar esse ciclo infernal: as mentalidades ainda não estão preparadas para renunciar a táticas que produzem impacto, mesmo negativo.
Sem qualquer tipo de animosidade religiosa -- mas sendo absolutamente irreligioso, como nunca escondi -- não tenho nenhuma hesitação em dizer que o fim desse ciclo pavoroso depende, fundamentalmente, de uma reforma religiosa no Islã, algo que no entanto está longe de ocorrer.
Esse tipo de terrorismo tem sustentáculos especificamente religiosos.
Paulo Roberto de Almeida
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