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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Agricultura brasileira: boas notícias em todas as frentes...

Só podia ser: depois que o Brasil se convenceu (nem todos, ainda tem muitos stalinistas industriais) que é um país essencialmente agrícola, e terminou com as políticas insanas de controle de preços e de estoques (ou seja, anti mercado), ele se tornou a potência agrícola que é, e isso a despeito do MST, de ideólogos da reforma agrária e de um ministério do desenvolvimento agrário dominado por gente que se coloca muitas vezes contra o agronegócio, por puro preconceito político. Mesmo a dominação dos transgênicos é positiva, apesar do catastrofismo irresponsável dos novos malthusianos que são os ecologistas ingênuos.

LEVANTAMENTO. SAFRA DE GRÃOS EM 2012/2013
MAPA (08/02/2013)
SAFRA DE GRÃOS DEVE ATINGIR RECORDE DE 185 MILHÕES DE TONELADAS. A produção brasileira de grãos na safra 2012/13 deve ser de 185 milhões de toneladas. As medidas de apoio do Governo Federal ao setor produtivo contribuirão para o recorde previsto. Aumentou-se o crédito, reduziu-se as taxas de juros e os resultados colhidos não são surpreendentes. Não se espera outra coisa de um setor acostumado a superar seus próprios limites. O valor, se confirmado, será 11,3% superior ao da safra anterior, de 166,17 milhões de toneladas. O percentual representa a maior alta de uma temporada para a outra desde a elevação de 27,2% da safra 2001/02 (96,799 milhões de toneladas) para a de 2002/03 (123,168 milhões de toneladas). A soja será o principal produto em volume, com crescimento previsto de 25,7% e produção estimada em 83,42 milhões de toneladas. Outro destaque deve ser o milho 2ª safra, que também apresentou aumento de 4,6%, passando de 39,1 para 40,9 milhões de toneladas. Se confirmada, essa será a maior safra da cultura, superando a produção do milho 1ª safra – estimada em 35,1 milhões de toneladas.
ÁREA. As culturas de soja e milho também apresentaram os maiores crescimentos em relação à área plantada. No caso da soja, o aumento foi de 10,4%, passando de 25 milhões para 27,6 milhões de hectares. Já o milho 2ª safra teve uma ampliação de área de 8,5%, passando de 7,6 para 8,3 milhões de hectares. Outras culturas também devem ter acréscimos em relação à área, como o amendoim 1ª safra, aveia, canola, cevada e triticale. Como a área total prevista é de 52,98 milhões de hectares, a produtividade deve ser a maior já registrada na história, de 3,5 toneladas por hectare. Os estudos para o levantamento da safra foram realizados no período de 21 a 26 de janeiro. Mais de 60 técnicos da Conab estiveram em campo para atualizar as informações de área, produção e comportamento climático nos estados da região Centro-Sul, em Rondônia e Tocantins, e ainda no oeste da Bahia, sul do Piauí e Maranhão.
PRODUÇÃO NO RS AUMENTA 30% NA SAFRA DE GRÃOS ATUAL. AS REGIÕES NORDESTE E SUL APRESENTAM MAIOR PERCENTUAL DE CRESCIMENTO. O quinto levantamento da safra de grãos 2012/13 aponta crescimento na produção de grãos nas regiões Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste. De acordo com a estimativa, as regiões Nordeste e Sul terão maior crescimento percentual dentre outras regiões do País. O Nordeste apresenta alta de 27,7% em relação à temporada anterior, sendo a Bahia o destaque da região, com produção prevista de 7,16 milhões de toneladas na safra 2012/13 (aumento de 13,2% sobre 2011/12). Já o Sul deve apresentar aumento de 20,9%. Estima-se que o Rio Grande do Sul terá a maior alta de produção da região, de 30% sobre a safra passada. O Centro-Oeste aparece nas pesquisas com acréscimo de 5,3%, alcançando a maior produção entre todas as regiões: cerca de 75 milhões de toneladas. A região Norte possui uma perspectiva de crescimento de 7,6%, cujo estado de Tocantins se destaca com alta de 11,6% na produção. A estimativa para o Sudeste permanece estável, com exceção para o estado do Espírito Santo, que aponta um aumento de 5,8% na safra de grãos. A previsão de crescimento anunciada pelo Mapa tem por base, principalmente, a recuperação na produção de culturas nas regiões Sul e Centro-Oeste – que foram prejudicadas na última safra pelas condições climáticas desfavoráveis – e ao acréscimo de 2,6 milhões de hectares na área de soja, e de 8,5% (647,8 mil hectares) no milho segunda safra.

EMBRAPA. FAO. CONSULTORIA CÉLERES. (08/02/2013) – PRODUÇÃO DE TRANSGÊNICOS NO BRASIL
MAPA. IBGE
PELA 1ª VEZ, TRANSGÊNICOS OCUPAM MAIS DA METADE DA ÁREA PLANTADA NO BRASIL. CULTIVOS GENETICAMENTE MODIFICADOS (GM) ATINGEM 54% DA SAFRA TOTAL A SER COLHIDA NO PAÍS EM 2013. Em 2013, pela primeira vez os cultivos geneticamente modificados devem ultrapassar, em área ocupada, os não transgênicos no Brasil. O total da área plantada com cultivos geneticamente modificadas neste ano chega a 37,1 milhões de hectares, o que representa um aumento de 14% em relação ao ano anterior (que por sua vez, já tinha registrado um aumento de mais de 21% em relação à safra de 2010/2011) - ou seja, 4,6 milhões de novos hectares dedicados a variedades transgênicas. O IBGE prevê, para 2013, uma área recorde dedicada à atividade agrícola no país de 67,7 milhões de hectares. Cruzando o dado do IBGE com o da consultoria Céleres, chega-se à conclusão de que os transgênicos responderão por 54,8% de toda a área cultivada na safra 2012/2013 no país. No ano passado, as lavouras transgênicas cobriram 31,8 milhões de hectares (segundo a Céleres) e a safra total (incluindo transgênicos e não transgênicos) atingiu 63,7 milhões de hectares (segundo o IBGE), ou seja, as lavouras não transgênicas ainda ocupavam uma área maior que as transgênicas. Esse avanço impressiona, ainda mais considerando-se que há cinco anos, segundo a Céleres, o cultivo total com transgênicos no país era de apenas 1,2 milhão de hectares.
SOJA É A GRANDE ESTRELA DOS CULTIVOS TRANGÊNICOS. A grande estrela nessa façanha é a soja modificada, tolerante a herbicidas - uma das cinco variantes aprovadas no país também é resistente a insetos. Seu cultivo foi autorizado pela CTNBio em 1998, mas liberado apenas em 2004, quando já vinha sendo plantada ilegalmente havia anos. Já em 2012 ela respondia por 85% de toda a soja plantada no país, ocupando mais de 21 milhões de hectares. A previsão para 2013 da Céleres é de que a proporção da soja transgênica suba para 88,8%, equivalente a uma área de 24,4 milhões de hectares, de longe, a maior dedicada a cultivares transgênicos no país. Nos Estados Unidos, 94% dos feijões de soja colhidos nos EUA em 2011 eram transgênicos, o mesmo pode ser dito de 88% do algodão - modificado para resistir a insetos - plantado no mesmo ano na Índia. A soja transgênica foi introduzida nos Estados Unidos - o grande pioneiro do cultivos de GMs - em 1996, e já em 2001 ela respondia por 68% de toda a soja plantada no país. O Brasil é hoje o segundo maior semeador de transgênicos do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos - onde, em 2011/2012, os transgênicos ocupavam 70 milhões de hectares. Nas suas estatísticas comparativas mais recentes - reunindo dados de 2010 - a FAO, a agência da ONU para Alimentos e Segurança Alimentar estima que 'quase 150 milhões de hectares no mundo' são plantados com cultivares geneticamente modificados. O grosso dessa área é dedicado a plantações de soja, milho, canola (usada em forragem/ração) e algodão nas Américas, e de algodão na Ásia e na África. Os maiores produtores entre os países em desenvolvimento são Brasil, Argentina, Índia e China. 'Variedades de algodão resistente a insetos são os cultivares transgênicos comercialmente mais importantes na Ásia e na África', diz a FAO. Na América Latina, 'são a soja resistente a herbicidas seguida pelo milho resistente a inseto'. A FAO reconhece que o cultivo de transgênicos cresceu 'principalmente por causa dos benefícios da redução de custos de trabalho e produção, da redução no uso de químicos e dos ganhos econômicos'.

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