São poucos os escritores cujos nomes se converteram em substantivos, adjetivos ou sinônimos de alguma coisa, como tais dicionarizados e empregados frequentemente, não só na literatura, mas na ciência política e no jornalismo diário, de tipo cultural ou de âmbito corrente.
Algo profundo e sofisticado pode ser chamado de proustiano. Uma realidade emblemática no plano das liberdades humanas e de controle total da vida social por um Estado todo poderoso pode ser descrita como orwelliana.
Alguns personagens da história política mundial podem ser descritos como maquiavélicos, por exemplo.
Hemingway não se transformou em adjetivo, pelo menos não na mesma intensidade, mas quem quiser se referir a um escritor grande bebedor não pode deixar de lembrar o romancista americano.
Existem certos dramas familiares que estão mais para Nelson Rodrigues do que para Tolstoi ou Dostoievski.
E certas situações são inegavelmente quixotescas...
Pois bem, o número de janeiro do Magazine Literário é dedicado a Franz Kafka, um escritor que criou um gênero muito em voga no Brasil (e em certos outros países): o inferno burocrático, inexplicável, inextricável, inextinguível.
Kafka, coupable d'écrire
En 1914, Kafka entame la rédaction du
Procès. L’occasion, cent ans après, de revenir sur l’œuvre du Pragois, qui demeure l’un des totems essentiels de la modernité littéraire, l’un des rares écrivains dont le nom fonde un adjectif courant, «kafkaïen». Kafkaïen, le XXe siècle le fut sans nul doute, et la première décennie du XXIe siècle n’en a pas fait un adjectif révolu, bien au contraire. C’est pourquoi ce dossier insiste notamment sur la manière dont l’auteur de
La Métamorphose et du
Château nous aide à penser le monde qui vient (sur des questions aussi diverses que celles du langage, du pouvoir, de la subjectivité, des stéréotypes…). On y mesure aussi combien son influence est protéiforme : chez de nombreux écrivains, mais également en philosophie, au cinéma, et même en musique…
Nenhum comentário:
Postar um comentário