http://diplomatizzando.blogspot.com/2016/09/de-memorias-e-lembrancas-bolivar.html
A esse artigo, eu agreguei comentários pessoais sobre o meu caso, que transcrevo mais abaixo novamente.
Mas gostaria agora de agregar um outro fragmento de memória que me foi reportado por um colega, mas cujo teor eu já pressentia e cuja realidade eu já desconfiava existir.
Todos sabem que, durante todo o reinado lulopetista, eu passei 13 longos anos numa longa travessia do deserto, sem qualquer cargo na Secretaria de Estado, fazendo da Biblioteca o meu escritório de trabalho, o meu perímetro de estudos, em substituição ao famoso DEC, o "Departamento de Escadas e Corredores", agora rebatizado com outro nome.
Permaneci no ostracismo, ou no limbo, como já referi diversas vezes, porque eu dizia e escrevia coisas que os companheiros, inclusive diplomatas, não gostavam de ouvir ou ler.
Eu, que durante o governo militar, passei sete anos num exílio voluntário, e tive de escrever e publicar artigos sob um "nom de plume", voltei a essa prática durante o reinado companheiro. Mas agora tomei conhecimento, indireto, obviamente, de outra realidade. Esta é a realidade que me foi reportada recentemente:
A situação chegou a tal ponto que , mesmo tendo votos para Quadro de Acesso e promoção, o SG chegou a dizer claramente aos demais embaixadores, que meu nome estava proibido de ser sequer mencionado nessas reuniões.
Ou seja, o veto ao meu nome, a barreira ao meu desempenho funcional foi total.
O que dizer, agora, desses gestos que apenas rebaixam seus responsáveis, ou seja, os responsáveis pela diplomacia lulopetista na Casa de Rio Branco?
Não preciso me pronunciar: cada leitor que tire suas próprias conclusões.
Eu posso, talvez, agradecer aos meus verdugos pelo tempo extra que me foi concedido, sem qualquer função na Secretaria de Estado, para ler, refletir, escrever e publicar algumas outras coisas, que devem ter deixado meus "inimigos" ainda mais raivosos, e confirmados em sua missão de me manter afastado do trabalho corrente em minha carreira, aliás uma irregularidade administrativa, que poderia ser sancionada pelos órgãos de controle.
Transcrevo abaixo o que escrevi em setembro de 2016, com apenas um novo acréscimo: espero que a Secretaria de Estado, o Itamaraty em seu conjunto, não volte mais a esses tempos de perseguição ideológica, que nos remetem aos tempos infelizes dos dois totalismos mais conhecidos no mundo: o comunista e o nazifascista. Os companheiros se esforçam para retomar o seu reinado de "pensamento único".
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 20 de janeiro de 2018
3147. “Retomada do trabalho no Itamaraty, depois de 13 anos de regime companheiro: um relatório das atividades desde a volta do exterior”, Brasília, 6 agosto 2017, 21 p. Junção dos dois últimos trabalhos, 3145 e 3146, num único arquivo para fins de informação nas plataformas Academia.edu (https://www.academia.edu/34143789/Retomada_do_trabalho_no_Itamaraty_depois_de_13_anos_de_regime_companheiro_um_relatorio_das_atividades_desde_a_volta_do_exterior) e Research Gate (https://www.researchgate.net/publication/318940308_Retomada_do_trabalho_no_Itamaraty_depois_de_13_anos_de_regime_companheiro_um_relatorio_das_atividades_desde_a_volta_do_exterior), com uma breve introdução sobre as razões dos dois textos. Postado parcialmente no blog Diplomatizzando (https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/retomada-do-trabalho-no-itamaraty.html).
Nunca Antes na Diplomacia...: A política externa brasileira em tempos não convencionais (Curitiba: Editora Appris, 2014, 289 p.; ISBN: 978-85-8192-429-8); disponível em formato impresso ou online, nas livrarias e sebos, ou junto à própria editora.
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