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segunda-feira, 15 de abril de 2019
Wikileaks divulga todos os seus documentos, depois da prisao de Assange – Carta Maior
Já expressei minha opinião, quando da divulgação de arquivos confidenciais e secretos capturados pelo WikiLeaks, anos atrás (vejam abaixo).
A despeito dessa divulgação ter sido muito bem recebida por: (1) anti-imperialistas e antiamericanos em geral; (2) esquerdistas de todos os matizes; (3) historiadores de esquerda e antiamericanos; (4) historiadores em geral; (5) países com governos antipáticos aos EUA, a medida vai contra os interesses de todos, no médio e no longo prazo.
Ficaram contra os aliados dos EUA, aqueles que foram revelados nos documentos sigilosos como tendo algum tipo de diálogo com representantes diplomáticos dos EUA e os diplomatas americanos e diplomatas em geral.
Eu também fiquei contra, e alertei os historiadores que se manifestaram a favor a respeito das consequências dessa liberação, por uma razão muito simples: a satisfação deles era de curta duração, pois para o futuro não haveria grande coisa a ser pesquisada nos papéis diplomáticos americanos, precisamente por causa dessa divulgação.
Remeto
os interessados a este texto meu: “Wikileaks: verso e reverso”, Mundorama (14.01.2011; link: http://www.mundorama.net/?p=7150) e "Wikileaks-Brasil:
qual o impacto real da revelação dos documentos?", Mundorama (12/08/2011; link: http://www.mundorama.net/?p=8334).
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 15/04/2019
Após prisão de Assange, WikiLeaks libera todos documentos sigilosos que possui
São milhares de dados sigilosos de governos de inúmeros países, incluindo Estados Unidos e Brasil
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, foi preso nesta quinta-feira (11) em Londresapós perder asilo da embaixada equatoriana. Um dia após a ação, a organização divulgou todos os documentos que possui. Essa era uma promessa já antiga do WikiLeaks, de que liberaria tudo que tem caso Assange fosse preso.
O diretório aberto conta com centenas de arquivos que envolvem desde informações sigilosas de e-mails (como os da campanha de Hillary Clinton) até negociações entre países. Sobre o Brasil, há dados que mostram que a então senadora Roseana Sarney tinha investimentos em offshores.
Na lista, também estão vídeos e fotos sobre ações dos Estados Unidos no Iraque e Afeganistão, em que soldados norte-americanos usam de força desproporcional sobre a população.
Assange é acusado de espionagem e foi preso em Londres por conta de um mandado expedido pelo Tribunal de Magistrados de Westminster em 2012. Ele também é acusado de participar de uma ação de espionagem na coleta de documentos do Pentágono em conjunto com a ciberativista Chelsea Manning, em 2010. Entre os documentos, estava exatamente essa ação do país no Iraque que resultou na morte de civis e dois jornalistas da Reuters.
O jornalista segue em prisão em Londres, mas há um pedido de extradição para os Estados Unidos, onde acredita-se que ele será efetivamente julgado. Os documentos completos estão dispostos no diretório do WikiLeaks.
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