quarta-feira, 12 de junho de 2019

Embaixadas e legações do Brasil, desde o século XIX - Rogerio S. Farias e Frederico A. Ferreira

O Rogério de Souza Farias é, sem qualquer hipótese de engano meu, o historiador oficial do Itamaraty, ainda que o cargo não exista (ainda), e talvez não venha a existir pelos próximos anos (ainda que eu venha insistindo para que se crie tal cargo, que todas as chancelarias de respeito possuem, desde muitos anos, desde décadas). Vou continuar insistindo nisso.
No momento, recebo com imensa alegria, a obra que ele finalmente conseguiu terminar em primeira edição, com a cooperação do colega Frederico Antonio Ferreira: 

Legações e Embaixadas do Brasil
1ª ed. – Brasília : Funag, 2019

Coloquei esta versão preliminar à disposição dos interessados, neste link: 
https://www.academia.edu/s/9cb10efbb7/embaixadas-e-legacoes-do-brasil-rogerio-s-farias-frederico-a-ferreira-2019

Ele me enviou a seguinte mensagem, que partilho com todos os interessados.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 12 de junho de 2019


Prezados(as) colegas,


Já havia encaminhado um email para muitos de vocês sobre novidades do Rio de Janeiro. Agora, mais uma vez um email a título pessoal para os que estudam história da política externa brasileira e têm interesse nos acervos de Brasília.  

Primeiro, está digitalizada toda a série "Almanaques/Anuários de pessoal". Muitos números já estavam disponíveis na Biblioteca Nacional, mas a última edição de lá é de 1977 e são apresentados na plataforma não tão amigável do Docvirt. Agora, com a grande ajuda do Chdd, todas as edições estão disponíveis neste link

Segundo, em julho, se tudo der certo, conseguirei, em colaboração com a biblioteca, iniciar a digitalização da série circulares postais das décadas de 1970 e 1980. A DCA gentilmente emprestou temporariamente um scanner CZUR para a tarefa. É um projeto piloto. Poucas pessoas sabem, mas a biblioteca em Brasília conta com grande volume de documentos, inclusive os relatórios das delegações do Brasil às Assembleias Gerais da ONU e muitos panfletos raros. Diria ser o "quarto" arquivo do MRE de Brasília.

Terceiro, estou na fase final de revisão do volume da história administrativa e listagem de chefes de postos diplomáticos, iniciativa em colaboração com o meu colega Frederico Ferreira, chefe do arquivo no Rio de Janeiro. A última versão do rascunho vai anexa. Será acompanhada dos dados em CSV/Excel para os pesquisadores darem destinação mais criativa e uma página com dashboards apresentando as informações de forma sistemática e amigável (teste por enquanto hospedado aqui.

Do ponto de vista dos meus colegas do arquivo, há muitos avanços: 

1) Ano passado foi concluída a digitalização da série Informações ao Presidente da República, na minha opinião o acervo mais importante do regime militar (vai até 2002, mas nem tudo foi desclassificado ainda); 

2) Provavelmente até outubro será concluída a digitalização dos microfilmes de ofícios, circulares telegráficas, telegramas e série chanceler do período que vai do final da década de 1960 até o fim da década de 1980. Serão provavelmente mais de 30 TB com centenas de milhares de páginas;

3) Conclusão da reforma das novas salas de pesquisa. Agora é possível acolher pelo menos quatro pesquisadores concomitantemente;

4) Foram reiniciadas conversas com a área de ciência da informação da UnB para uma consultoria sobre o arquivo que definirá um projeto para sanar as pendências junto ao CONARQ/Arquivo Nacional, identificará problemas na organização e preservação do acervo, confeccionará os documentos para subsidiar a contratação de equipe de digitalização e criará um repositório institucional (ATOM) para a disponibilização do material digitalizado aos pesquisadores.

Este último ponto é um gargalo muito sério para os usuários e a ideia é que atenda as necessidades do Rio de Janeiro também. 

5) A série "Memorandos" é a melhor para compreender o processo decisório interno do MRE, sendo possível inclusive identificar os debates que levavam à confecção das Informações ao Presidente da República. Agora, ela finalmente está bem organizada, mas infelizmente ainda não há planos de digitalização, o que é uma pena. Futuramente tentarei discutir a possibilidade de um grupo de historiadores compartilharem o custo de um estagiário de pesquisa para não ter de esperar o incerto processo de digitalização futuro (é isso que estou fazendo com as circulares postais no momento).

Enfim, tendo experiência desde 2004 com a área, posso afirmar que nunca houve perspectiva tão otimista, apesar de todos os constrangimentos orçamentários e entraves naturais da burocracia.

Por favor circulem as informações para seus orientandos que se interessem pelo tema.

Abraços,
Rogerio de Souza Farias
IPRI-Funag/MRE

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