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domingo, 3 de novembro de 2019
Roda Democrática: algumas reflexões
Paulo Stuck Morais
Pelo que penso, para ser um contraponto na polarização estapafúrdia existente no país, criada desde o início do século, com o agressivo "nós contra eles". Pois é: essa polarização não foi criada pelo atual presidente. Ele apenas é consequência dela. E a Roda está entrando nela, nos últimos meses, face à gana de se contrapor a uma pretensa "extrema-direita" (estão valorizando demais as pretensões dos atuais ocupantes do poder no país e subvalorizando a capacidade de reação da população). A pecha de extrema-direita não cabe a NINGUÉM, no país hoje em dia: falta estofo intelectual para tal.
A Roda precisa se definir quanto ao posicionamento a seguir. Deveria se manifestar a favor de uma terceira via e não entrar nessa estúpida polarização, que está aprofundando o caos político nacional.
Vejo muitos rodistas ávidos pela polarização, uns acusando veementemente o atual governo (felizmente, nem sempre defendendo a volta dos que não querem ir), outros defendendo o atual estado de coisas.
Para haver contraponto, é necessário se distanciar desses dois extremos. Combater quando necessário, aplaudir quando devido. E não ser contrário, somente por o ser.
Deveríamos pesar as alternativas viáveis, selecionar a que mais se assemelhe aos pensamentos de uma terceira via, e investir nela, JÁ, para que não se chegue DIVIDIDOS em 2022, como se chegou em 2018, o que favoreceu à polarização esdrúxula a que chegamos naquela ocasião: NADA contra COISA NENHUMA.
E obtivemos o que obtivemos.
A Roda precisa de definição, JÁ.
Não se constrói a terceira via, com chances de vitória, nos últimos momentos.
Sem isso, corremos o risco, OUTRA VEZ, de termos NADA contra COISA NENHUMA, outra vez. E mais QUATRO anos patinando, com a DEMOCRACIA correndo sério risco, quer vença o NADA ou o COISA NENHUMA.
Noto agressividade latente entre vários integrantes, avessos que são a opiniões contrárias, como aconteceu durante as recentes eleições (e temos outra, DECISIVA, pela frente, no próximo ano).
Há muitas acusações aos atuais membros do governo, como que a mostrar a outros integrantes a “besteira” que fizeram, em claro apoio aos perdedores da eleição passada.
Não houve tentativa clara e efetiva de apoio a uma terceira força, o que levou à fragmentação que causou a acachapante derrota.
A Roda precisa dizer a que veio. Precisamos ver quem são os verdadeiros democratas. Se se mantiver em polarização, é melhor ser extinta, pois não estará contribuindo para a melhoria do país, apesar do sem-número de intelectuais que a compõe (nesse sem-número não me incluo, posto não estar capacitado para tanto).
Com a palavra os intelectuais da Roda Democrática.
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Meus comentários (PRA):
De acordo com os argumentos aqui expressos. Acredito que um dos possíveis elementos divisores dos anti-bolsonaristas, que todos somos - pelo faro desse indivíduo encarnar tudo o que rejeitamos em matéria de “inteligência” e de cultura - se deva a certa confusão entre princípios estratégicos e prioridades táticas na luta contra o iliberalismo obscurantista dosbolsonaristas. Alguns acham bons os exercícios tentativos de liberalização econômica da equipe econômica, outros acham prioritário atacar a ignorância fanática e totalitária da tropa no poder. Temos de nos colocar de acordo sobre isso, do contrário ficaremos tão confusos e divididos quanto os integrantes do NOVO e vários do LIVRES.
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