Brincando de Arnold Toynbee: os destruidores da ordem mundial
Paulo Roberto de Almeida
Diplomata, professor
(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)
Como sempre, gosto de refletir historicamente. Aqui vão minhas especulações sobre o presente.
Estamos assistindo agora à terceira desordem mundial, criada por Putin. A primeira foi a do Napoleão, que bagunçou toda a ordem tradicional da Europa no início do século XIX. A segunda foi a dos tiranos fascistas na primeira metade do século XX, que levaram à maior destruição desde as guerras de religião do século XVII. A terceira é esta que está diante de nós, fabricada inteiramente por um êmulo de Hitler e de Stalin: o que virá depois?
No início do século XIX tivemos o Congresso de Viena, que trouxe quase um século de paz, na Europa. Em meados do século XX, tivemos Dumbarton Oaks (não San Francisco, mero carimbo e assinaturas), que criou a ordem sob a qual vivemos nos últimos 80 anos.
Depois da derrota da Rússia, pois ela será derrotada, a despeito da cumplicidade da China, o que só prolongará a agonia, o que teremos? Uma nova conferência multilateral para completar o que ficou faltando implementar na Carta da ONU: uma comissão militar operacional, para segurar os candidatos a novos tiranos?
Duvido um pouco, pelo menos enquanto Putin e Xi estiverem no poder.
Aplicando o paradigma Thomas Kuhn, precisaremos esperar a morte dos últimos tiranos?
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4091: 24 fevereiro 2022, 1 p.
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