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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Bozo e a Revolução Russa: tudo a ver? Provavelmente - Ricardo Bergamini

Ricardo Bergamini escreveu: 

Sendo um leigo em relações internacionais, me parece que o Brasil está sendo usado de forma hábil pela Rússia, bem como está entrando numa encrenca sem precedentes na história do Brasil.

 

Com a palavra os doutos no assunto.


 BOLSONARO ENCONTRA-SE COM PUTIN EM MOSCOU APÓS HOMENAGEM A SOLDADOS COMUNISTAS

 

CONGRESSO EM FOCO

 

16.02.2022

 

Matéria completa clique abaixo:

 

https://congressoemfoco.uol.com.br/area/mundo-cat/bolsonaro-encontra-se-com-putin-em-moscou/

 

Rússia se diz pronta para enviar tropas a Cuba e à Venezuela

 

Russos exigem que a OTAN pare com a expansão para o leste da Europa e se dizem prontos para ocupação militar de outros países

 

Por Matheus Deccache Atualizado em 14 jan 2022, 11h57 - Publicado em 13 jan 2022, 14h34 

 

Leia mais em: https://veja.abril.com.br/mundo/russia-se-diz-pronta-para-enviar-tropas-a-cuba-e-a-venezuela/

 

 

A Revolução Russa

 

Ricardo Bergamini

 

 

Causas Antigas

 

Sentimento de ódio contra a tirania czarista e suas sangrentas repressões; deportações para a Sibéria; crueldade das punições: cnute; fuzilamento de operários em 1905; despotismo da aristocracia; condições de semi-escravidão dos camponeses; extrema corrupção e incompetência do governo czarista.

 

Causas Recentes

 

Sacrifícios impostos pela I Guerra Mundial; contínuas e desastrosas derrotas militares; propaganda revolucionária; desorganização da máquina governamental; desorganização da economia nacional; inflação, escassez de alimentos, miséria, caos.

 

Revoluções de Fevereiro e de Outubro de 1817

 

Em dezembro de 1916 é assassinado o tenebroso mistificador Raspútin, que tão nefasta influência exercera sobre a supersticiosa czarina e sobre o regime.

 

A 8 de março e 1917 começam os motins populares da chamada “Revolução de Fevereiro” (o calendário russo ainda não era o gregoriano). O czar Nicolau II é forçado a abdicar. O antigo parlamento (Duma) organiza um governo provisório, assim composto: 1° Ministro: príncipe Lvov; Ministro do Exterior: professor Miliukov (“kadete”: liberal moderado); Ministro da Justiça: o advogado Kerênski (deputado trabalhista).

 

Os demais ministros eram burgueses liberais. Pretendiam transformar a autocracia czarista numa monarquia constitucional, nos moldes da britânica. Por isso, proclamaram o estabelecimento das liberdades civis, libertaram os presos políticos, abriram as fronteiras aos exilados e começaram a organizar a eleição duma Assembléia Constituinte.

 

Tendo o governo provisório anunciado que pretendia continuar a guerra, forte oposição popular provoca a demissão de Miliukov (maio). Organiza-se um novo governo de coligação, em que são incluídos social-revolucionários (“essares”) e socialistas revisionistas (moderados, “minimalistas” ou “mencheviques”). Ficam na oposição os marxistas ortodoxos (radicais, “maximalistas” ou “bolcheviques”). Kerênski continua no governo, agora como Ministro da Guerra. Pouco depois é o 1° Ministro (julho). E, aos poucos, tenta instalar uma ditadura pessoal.

 

A 7 de novembro começa a “Revolução de Outubro”. Os bolcheviques já se achavam infiltrados nos sovietes (conselhos de operários, camponeses e soldados) e nas forças armadas. Chefiados por Lênin e Trótski, vencem em poucas horas e assumem o poder, proclamando a “ditadura do proletariado”.

 

No dia seguinte, 8 de novembro, Lênin decreta a imediata distribuição das terras a todos os camponeses. A 27 de novembro transfere para os operários o controle de todas as fábricas. Pouco depois são nacionalizados os bancos e a maioria dos estabelecimentos industriais. Em dezembro iniciam-se as conversações de paz com a Alemanha. Em março de 1918 é assinado o tratado de paz de Brest-Litovsk.

 

A Guerra Civil e as Invasões Estrangeiras (1918-1920)

 

O governo bolchevique foi encarniçadamente combatido por diversos exércitos de russos brancos (anticomunistas), auxiliados por forças estrangeiras (soldados alemães, finlandeses, estonianos, lituanos, poloneses, tchecoslovacos, ingleses, franceses, japoneses, norte-americanos).

 

Os massacres foram tremendos, de lado a lado. Em fins de 1920, os russos brancos e os soldados estrangeiros tinham sido definitivamente derrotados pelo exército vermelho.

 

O Totalitarismo Bolchevista

 

De 1917 a 1921 – com a guerra civil – processou-se a fase crítica, chamada “bolchevismo de guerra”, de caráter extremista: distribuição de víveres, em lugar de salários, e proibição de todo comércio particular. Durante a guerra civil, o colapso econômico foi enorme. A produção industrial caiu, em 1920, a 13% da cifra de 1913.

 

Em 1921 deu-se “um passo atrás” com a instalação da Nep (nova economia política), que permitia a fabricação e o comércio de particulares, mas em pequena escala e sob a vigilância do Estado. Esta nova política esteve em vigor até 1928 – quando começaram os Planos Qüinqüenais. Daí por diante, a manufatura e o comércio privado foram sendo restringidos cada vez mais. Em 1939 estavam quase inteiramente abolidos.

 

Admitiram-se as diferenças de salários, de acordo com o tipo de trabalho e o nível de produção. Mas continuou proibida, rigorosamente, a exploração do homem pelo homem, assim como o lucro imobiliário (aluguel, arrendamento), de modo a impossibilitar a acumulação de capitais.

 

Em janeiro de 1924 morreu Lênin. Lutaram, então, pelo poder – Stálin e Trótski. Este foi derrotado e acabou sendo expulso do país. Trótski foi assassinado em 1940, no México. 

 

Ricardo Bergamini

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