quinta-feira, 29 de setembro de 2022

O voto presidencial e a escolha do menos ruim - Marcelo Sarsur (Twitter)

 Uma linha interessante no Twitter: 

Marcelo Sarsur 

@msarsur

 

O VOTO PRESIDENCIAL E A ESCOLHA DO MENOS RUIM 

Nassim Taleb, um dos maiores pensadores da atualidade, demonstra como os intolerantes, e não os tolerantes, tendem a vencer as disputas em que participam. Ele ilustra esse fato com uma alegoria instrutiva. 1/

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12:04 PM · Sep 28, 2022·Twitter for Android

 

Se 4 pessoas querem sair para jantar, mas uma delas é alérgica a camarões e outra é vegetariana, pode saber que o restaurante escolhido será vegetariano - e que os pratos não terão frutos do mar. Os que têm gostos mais restritivos, de fato, impõem sua escolha aos demais. 2/


Isso explica muito da escolha dos candidatos presidenciais, e de como chegamos na situação dessa semana. 2 grupos de eleitores são intolerantes: um quer o seu painho, e nele não veem defeitos; o outro quer o seu Mito, e também fazem força para ignorar o que ele tem de errado. 3/


Só que, aqui, os seguidores de São Luís Inácio saem em vantagem, porque pelo menos 52% dos brasileiros já não aguentam mais Bolsonaro e sua combinação tóxica de machismo, homofobia, incompetência, corrupção, apadrinhamento, apropriação sobre a coisa pública e covardia. 4/


A matemática é implacável. Se 52% rejeitam Bolsonaro e nesses 30 a 33% só aceitam Lula, isso quer dizer que os 20% que rejeitam Bolsonaro só chegam a uma maioria se estiverem com os fanáticos da seita petista. Além disso, os 20% não chegam a um nome único para representá-los. 5/


A seita bolsonarista também tem 33% do eleitorado. O suficiente para rivalizar com os petistas e interditar outro nome contra o PT, mas muito longe do suficiente para ganhar a eleição. Podem tumultuar, podem tentar uma ruptura institucional, mas não irão longe com isso. 6/


Se os bolsonaristas querem achar culpado para sua situação, podem procurar o espelho mais próximo. Ou olhar para o falso messias que cultuam. Em situações normais, um Presidente que triplicasse a renda mínima ou que tivesse uma política sã durante a pandemia seria aclamado. 7/


Bolsonaro, no entanto, é Bolsonaro. E por sua personalidade tóxica, pela corrupção de baixo clero dele e dos filhos, pelas crenças delirantes e pelos apoiadores violentos, vai conseguir tripla façanha: ser o primeiro Presidente a não se reeleger; perder ainda no 1º turno; e 8/


Ressuscitar a carreira política do Lula, que já havia sido encerrada com a prisão. Será o segundo militar mais importante para a trajetória política do Lula, perdendo só para o Golbery, que inventou de elevar o sindicalista de São Bernardo a figura nacional, contra o Brizola. 9/


Tamanha é a nossa desgraça, causada pela eleição desse miserável em 2018 e por nossa falha coletiva em tirá-lo do cargo em 2020 ou 2021, que teremos que suportar a volta do petismo ao poder, mesmo sem saber o que isso implica de fato. E de modo desonesto. 10/


A campanha petista promete não um candidato, mas uma volta da prosperidade e da bonança. Algo que eles não podem prometer, mas apenas esperar. Um voto em Lula não é um voto no boom das commodities de 2003-2008. É um voto em outro alguém que não seja o Bolsonaro. 11/

 

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