Meu colega e amigo Sergio Florêncio foi embaixador do Brasil no México e até escreveu um livro sobre os mexicanos (Editora Contexto)
Uma lição do México ao Brasil
Sergio Florêncio
Em 2010 o México passou um ano inteiro celebrando o Bicentenário de sua independência. No dia do aniversário o governo organizou atos cívicos em todas as capitais, com o propósito de resgatar seu passado, de unir e integrar a nação , de respeitar as comunidades indígenas e de fortalecer a democracia.
Hoje, em 2022, em flagrante contraste com tudo isso, o Brasil sequestrou o Bicentenário e o usou para propaganda eleitoral. Uma festa patriótica virou mais um episódio eleitoreiro . Nenhum presidente do Brasil no período da redemocratização transformou o 7 de setembro em palanque eleitoral. Bolsonaro praticamente ignorou 200 anos de passado e o 7 de setembro do presente. Nenhuma palavra sobre como enfrentar os reais problemas do país - desemprego , inflação, fome de 33 milhoes de brasileiros , desempenho econômico .
Em lugar de propostas para enfrentar os problemas do.presente e os desafios do futuro, o Presidente se concentrou em ofensas a adversário visto como inimigo, em manipulação politica da religiosidade do povo, em manifestações ridículas de machismo, em auto elogios vazios e em falsas realizações .
Conseguiu colocar multidões de seus fiéis seguidores nas ruas. Mas nao conseguiu comunicar qualquer mensagem que ajude a promover crescimento econômico, politicas sociais sustentáveis e política externa que retire o país da condição de pária internacional.
Nada construtivo foi mencionado. Bolsonaro esqueceu o.passado de 200 anos, sequestrou a festa cívica do presente e omitiu o futuro. Diante de tantos absurdos, a sociedade deverá resgatar sua história e afastar Bolsonaro para " o bem do povo e felicidade geral da nação". A esperança vai vencer o ódio.
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