Quem vai colocar o guizo no pescoço geopolítico do gato?
Paulo Roberto de Almeida
A pergunta correta é esta: quantos milhares de russos mais o tirano de Moscou sacrificará na sua inútil e custosa guerra de agressão contra a Ucrânia, antes de ser detido em sua insanidade militar especial?
Quem enfrentará Putin, o neoczar que está destruindo seu próprio país?
Esta é uma tarefa que incumbe unicamente ao povo russo, que se encontra paralisado por duas razões principais: muitos estão ingenuamente convencidos de que Putin está efetivamente comprometido com a defesa necessária da Rússia contra um ataque da Otan, e todos sabem que qualquer resistência aos projetos do tirano sofrerá imediata repressão das forças de segurança e condenação por uma justiça inteiramente a seu serviço.
O lento desenrolar de mais uma tragédia numa história nacional que comporta basicamente expansionismo imperialista e brutal regime autoritário.
Toynbee e Duroselle, se estivessem vivos, certamente teriam riquíssimos materiais sobre o declínio dos impérios. Também Shakespeare encontraria suporte para mais um drama exemplar. Não sei se Tolstoi gastaria tinta com um personagem tosco e claramente tomado por uma megalomania doentia.
O fato é que a comunidade mundial está terrivelmente paralisada em face do mais dramático desafio aos fundamentos do Direito Internacional e aos princípios básicos da Carta das Nações Unidas.
A ONU será desacreditada como o foi, em seu tempo, a Liga das Nações, pela inoperância da maior parte dos seus membros?
Ribeirão Preto, 22/09/2022
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