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terça-feira, 27 de setembro de 2022

Eleições 2022: Política externa: o que dizem os planos de governo dos candidatos à Presidência

Muito vago e sem tocar no essencial do momento: a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia.

 

Política externa: o que dizem os planos de governo dos candidatos à Presidência

Textos divulgados pelas campanhas dos quatro presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas mostram diferenças de abordagem nas relações internacionais; compare.

Por G1

25/09/2022

 


Lula, Bolsonaro, Ciro Gomes e Simone Tebet — Foto: Carla Carniel/Reuters, Evaristo Sa/AFP e Andre Penner/AP

Lula, Bolsonaro, Ciro Gomes e Simone Tebet — Foto: Carla Carniel/Reuters, Evaristo Sa/AFP e Andre Penner/AP 

A relação do Brasil com os outros países é um dos temas presentes nos planos de governo dos candidatos à presidência nas eleições de 2022. Confira o que cada um deles pretende fazer: 

 

Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Em seu plano de governo, o candidato do PT diz pretender recuperar a soberania do Brasil, o que, segundo ele, exige uma política externa ativa e nobre. "O Brasil era um país soberano, respeitado no mundo inteiro. Ao mesmo tempo, contribuía para o desenvolvimento dos países pobres, por meio de cooperação, investimento e transferência de tecnologia", afirma o documento. 

Lula acredita na integração da América do Sul, da América Latina e do Caribe como formas de manter a segurança regional e de promover o desenvolvimento da região por conta das possíveis complementariedades produtivas das nações. 

"É [preciso] trabalhar pela construção de uma nova ordem global comprometida com o multilateralismo, o respeito à soberania das nações, a paz, a inclusão social e a sustentabilidade ambiental, que contemple as necessidades e os interesses dos países em desenvolvimento, com novas diretrizes para o comércio exterior, a integração comercial e as parcerias internacionais", diz o plano de governo. 

Entre as propostas de Lula, estão: 

  • Reconstruir a cooperação internacional Sul-Sul 18 com América Latina e África;
  • Defender a ampliação da participação do Brasil nos assentos dos organismos multilaterais;
  • Fortalecer novamente o Mercosul, a Unasul, a Celac e os Brics;
  • Retomar e ampliar as políticas públicas para a população brasileira no exterior e seus direitos de cidadania a partir de acordos bilaterais, em condições de reciprocidade, para reconhecimento de direitos e uma vida melhor para as populações migrantes;
  • Estabelecer livremente as parcerias que forem as melhores para o país, "sem submissão a quem quer que seja".

 

Jair Bolsonaro (PL)

Bolsonaro afirma, em seu plano de governo, que a nação buscará interações ainda maiores com países que tenham valores compatíveis com os do Brasil. Entre esses princípios, estão, segundo o candidato: ambiente democrático, como eleições livres e transparentes; liberdade de associação; de opinião e de imprensa; segurança jurídica; igualdade e respeito aos poderes constituídos e sua independência constitucional. 

O documento destaca o papel da capacidade das Forças Armadas, principalmente de Defesa, nas relações internacionais. "Além de alinhada com a política externa, deve servir de indutora para assuntos como domínio de tecnologia de ponta por meio de projetos estratégicos", afirma o plano de governo. 

Entre as propostas de Bolsonaro, estão: 

  • Participar de acordos e operações internacionais, notadamente aqueles que busquem a paz, como as missões patrocinadas pela ONU;
  • Ampliar e aperfeiçoar as parcerias econômicas, bilaterais ou multilaterais e viabilizar outras ainda mais ambiciosas;
  • Criar condições para atrair investimentos internacionais que auxiliem no desenvolvimento econômico, na geração de empregos e no bem-estar social;
  • Buscar parcerias comerciais e tecnológicas com aquelas nações que ofereçam respostas às necessidades do país;
  • Ingressar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Entrar na OCDE, segundo o candidato, trará uma série de benefício econômicos para o Brasil. "Essa adesão facilitará negócios porque ela é vista como selo de boas práticas políticas, econômicas e diplomáticas, garantindo segurança e estabilidade nas relações comerciais com outros países", diz o documento. 

Dentre as vantagens do ingresso na OCDE, está a possibilidade de estreitar acordos econômicos com nações que são mais desenvolvidas, além de integrar os acordos internacionais. Essa adesão facilitará negócios porque ela é vista como selo de boas práticas políticas, econômicas e diplomáticas, garantindo segurança e estabilidade nas relações comerciais com outros países. 

 

Ciro Gomes (PDT)

O plano de governo do candidato Ciro Gomes não menciona propostas referentes à diplomacia brasileiro ou às relações internacionais. O documento afirma apenas que "as negociações comerciais e diplomáticas seguirão dois princípios essenciais: a defesa dos interesses nacionais e a soberania do país". 

 

Simone Tebet (MDB)

Quando o assunto são as relações internacionais, o plano de governo da candidata do MDB à presidência tem como um dos principais intuitos melhorar a imagem do Brasil perante as outras nações. 

"Recuperar o prestígio da diplomacia brasileira nos diversos foros internacionais, intensificando a participação do país nos trabalhos das Nações Unidas, particularmente nos que se destinam a: (1) mitigar as mudanças climáticas; (2) promover o desenvolvimento sustentável; (3) garantir a paz e a segurança internacionais; (4) combater o tráfico de armas e de drogas, a corrupção, o terrorismo e a guerra cibernética, entre outras questões globais; e (5) reformar a Carta da ONU e ampliar seu Conselho de Segurança", afirma o documento. 

Entre as propostas de Tebet, estão: 

  • Revigorar a atuação do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC);
  • Facilitar os fluxos bilaterais de pessoas, bens, serviços, investimentos e tecnologia;
  • Implementar redução gradual de tarifas aduaneiras;
  • Ampliar o grau de abertura comercial e de internacionalização da economia brasileira;
  • Promover a integração física e os investimentos em infraestrutura na América do Sul;
  • Consolidar e aprofundar o Mercosul;
  • Avançar no processo de acesso à OCDE.

 

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