Número de profissionais que deixam Brasil rumo aos EUA bate recorde
Fábio Matos
Metrópoles, 27/12/2022
A quantidade de profissionais brasileiros com nível superior que deixaram o país para trabalhar nos Estados Unidos cresceu mais de 13 vezes em 2022, na comparação com o ano anterior. É o que mostra uma pesquisa do escritório de advocacia AG Immigration, que coletou dados referentes ao ano fiscal americano, que começa em 1º de outubro e termina em 30 de setembro do ano seguinte.
De acordo com o levantamento, em 2021, 147 brasileiros foram aprovados em uma das duas principais categorias de visto EB, conhecido como “green card”, que dá permissão para trabalho e moradia permanente nos EUA. Já em 2022, esse número saltou para 1.983, o maior já registrado.
A quantidade de profissionais do Brasil que se mudaram para viver e trabalhar nos EUA em 2022 supera a soma dos 19 anos anteriores da série histórica, iniciada em 2003.
Neste ano, o país foi o terceiro que mais teve aprovações nas principais categorias de visto EB. Em 2021, o Brasil ficou na 11ª colocação.
A pesquisa aponta que houve um aumento significativo na quantidade de brasileiros preenchendo vagas que exigem qualificação acadêmica nos EUA. Os profissionais que mais têm imigrado são os que atuam na área de tecnologia, como desenvolvedores, programadores, arquitetos e analistas de sistemas e gerentes de TI.
Também houve um crescimento expressivo de dentistas trabalhando nos EUA, pois se trata de uma profissão em que há escassez de profissionais no país. Em geral, os dentistas precisam fazer dois anos de pós-graduação para revalidar o diploma, mas já começam a receber propostas de trabalho em clínicas, consultórios e grandes redes antes mesmo de concluir o curso.
Segundo os últimos dados oficiais, os EUA têm atualmente cerca de 10,3 milhões de vagas abertas no mercado, para um contingente de desempregados que chega a 6 milhões. Ou seja, as empresas têm condições de absorver esse crescimento na oferta de profissionais brasileiros.
PIB dos EUA
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos registrou um crescimento de 2,9% no terceiro trimestre deste ano, na base de comparação anual, segundo uma nova estimativa oficial divulgada pelo Departamento de Comércio do governo americano.
A primeira estimativa havia projetado uma expansão de 2,6% da economia americana entre julho e setembro.
A nova projeção para o PIB dos EUA, divulgada no fim de novembro, veio acima das expectativas apuradas pelo consenso Refinitiv, que estimava uma alta de 2,7%.
Com o crescimento entre julho e setembro, o país interrompe uma sequência de dois trimestres consecutivos de retração econômica. No segundo trimestre de 2022, o PIB recuou 0,6%.
Em dólares correntes, o PIB americano subiu 7,3% na comparação anual no terceiro trimestre, para um nível de US$ 25,7 trilhões (R$ 136,3 trilhões). Trata-se de uma revisão para cima de US$ 35,7 bilhões (R$ 189,45 bilhões) em relação à estimativa inicial.
Apesar do bom resultado entre julho e setembro, a perspectiva é a de que os EUA enfrentem uma estagnação ou mesmo uma recessão econômica em meados do ano que vem.
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