Uma simples e dupla constatação
Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Nota sobre minha postura em face das deformações da direita e da esquerda.
Na extrema direita:
Uma das coisas, atuais e correntes, que mais me surpreendem: como pessoas educadas, bem-informadas e de bom nível de vida podem se render e se entregar a um psicopata perverso, grosseiro, vulgar, ladrão e profundamente autoritário? Me parece inaceitável e inacreditável!
Na esquerda, que já esteve e que retornou ao poder:
O Brasil é um país de muitas desigualdades e injustiças. As oligarquias, geralmente conservadoras, nunca resolveram os problemas básicos da sociedade, nem tinham interesse em resolvê-los. As esquerdas, supostamente engajadas na solução desses problemas, por equívocos, ignorância ou políticas deliberadas de monopólio do poder, acabaram se rendendo às mesmas políticas paliativas que preservaram a persistência dos problemas básicos e ainda se uniram às velhas oligarquias, ou criaram novas oligarquias que mantiveram a nação no não desenvolvimento, na não educação e na não inserção às correntes mais dinâmicas da economia global.
Conclusão:
O Brasil continua sendo um país atrasado, mas com ilhas avançadas de bem-estar para os privilegiados, e uma democracia de baixíssima qualidade, na qual as velhas e novas oligarquias, de direita e de esquerda, preservam seus privilégios e comportamentos profundamente injustos para com a parte esquecida da sociedade: os descendentes de escravos e os pobres em geral.
Vai demorar para mudar essa realidade.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4705, 18 julho 2024, 1 p.
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