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terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Amazonas e 5G: dois temas candentes para o Brasil e para sua política externa - Rubens Barbosa

AMAZONAS E 5G

 

Rubens Barbosa

O Estado de S. Paulo, 12/01/2021


Cada vez mais, todos os países terão de lidar com os impactos sobre sua economia de decisões tomadas no exterior e sobre as quais não têm influência. Novas prioridades globais, como a preocupação com o meio ambiente, a mudança de clima e a desigualdade social terão influência sobre políticas internas dos países.

            Incertezas e desafios internos e externos serão, assim, as realidades para o Brasil em 2021. Além das políticas e reformas estruturais, duas questões serão cruciais para definir projeções mais positivas de crescimento econômico do país na década que se inicia: a ratificação do acordo do Mercosul com a União Europeia (UE) e a decisão sobre a implantação da tecnologia 5G.

A assinatura do acordo de livre comércio com a UE, bem assim sua ratificação ficarão na dependência da percepção externa sobre o cumprimento pelo Brasil dos compromissos assumidos nos acordos de meio ambiente e mudança de clima assinados desde 1992 e sobre a fiscalização e repressão de ilícitos no desmatamento, nas queimadas e no garimpo na Amazônia. Mais recentemente, a UE comunicou aos países membros do Mercosul, como condição para levar adiante o acordo, sua intenção de assinar uma declaração conjunta anexada ao acordo definindo compromissos ambientais e sociais dos dois blocos para reforçar a confiança dos países europeus quanto a posição do Mercosul, em especial do Brasil, sobre a Amazônia. Em 2021, deverão ocorrer duas importantes reuniões relacionadas com o Acordo de Paris sobre mudança de clima em Glasgow na Escócia e sobre Biodiversidade, na China, o que abre oportunidades para o Brasil mostrar os avanços no que se refere à Amazônia. Argentina no primeiro semestre e Brasil no segundo semestre terão de atuar  fortemente junto às lideranças políticas e os parlamentos para fazer com que o acordo possa ser assinado e ratificado.

No tocante à tecnologia 5G, o Brasil está na incomoda posição de ter-se colocado entre os EUA e a China na crescente confrontação estratégica entre as duas maiores economias do mundo e seus dois maiores parceiros comerciais. A disputa entre as duas superpotências pela hegemonia econômica, comercial e tecnológica global continuará pelas próximas décadas e ganhará novas características a partir de janeiro com o governo Biden. Como a confrontação não tem as mesmas características ideológica e bélica da disputa entre EUA e a União Soviética, a  importância da parceria comercial com a China por parte de muitos países fez com que  a UE concluísse as negociações de um significativo acordo de investimento com Beijing, na contramão do que propõem os EUA. Sem tomar partido de um lado ou de outro no tocante à definição da tecnologia 5G, mais da metade das maiores economias globais já adotou a tecnologia chinesa, enquanto há ainda um número elevado de países desse grupo sem decisão formada sobre o assunto. A Alemanha chegou até a passar no Parlamento uma lei de segurança de redes que permite o uso da tecnologia da Huawei em redes 5G em troca de garantias da empresa chinesa sobre a proteção de informações em seus equipamentos. Para o Brasil, a tecnologia 5G será importante, especialmente para permitir a modernização da indústria cujo desenvolvimento ficou afetado pelas dificuldades econômicas internas e pela perda da competitividade. Apenas 10% da indústria brasileira pode ser considerada no estágio da quarta revolução industrial (4.0). As redes particulares propiciadas pela 5G facilitarão o processo de recuperação e atualização da indústria local com beneficio para a economia, o emprego e as exportações nacionais.

            O atual governo terá a responsabilidade de adotar medidas que sejam vistas como adequadas e com resultados concretos na politica ambiental e de mudança de clima para permitir a ratificação do acordo de livre comércio com a UE. Caso contrário, a crescente demanda dos governos, mas agora também do setor privado, em especial grandes companhias e instituições financeiras, e dos consumidores sobre a preservação da Amazônia acarretará medidas contrárias aos interesses nacionais. Restrições às exportações e boicotes de produtos brasileiros e prejuízos pela suspensão de financiamento em projetos de interesse do governo. Uma decisão baseada em considerações ideológicas e geopolíticas, no caso do 5G, terá consequências nefastas para o pais a médio prazo pelo atraso de dois a três anos na utilização de uma tecnologia que vai revolucionar o mundo e pelo custo de milhões de dólares que a mudança da infraestrutura existente acarretaria para as empresas de telecomunicação e para os consumidores. 

Não levar em conta essas realidades será afetar as perspectivas de desenvolvimento econômico, de re-industrialização do país e de avanços na inovação e na tecnologia, agravando ainda mais as condições sociais domésticas e dificultando um posicionamento relevante do Brasil no mundo, o que deveria ser de nosso interesse.

A invasão insurrecional do Congresso em Washington deverá ter forte impacto na política interna de países onde o nacional populismo pode ameaçar as instituições, colocando em risco a democracia. A politica ambiental de Joe Biden deverá ter consequências concretas sobre o Brasil.

 

 

Rubens Barbosa, presidente do IRICE

 

 

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Rubens Barbosa: O Brasil deve se manter à margem da disputa geopolítica entre EUA e China (OESP)

 O BRASIL ENTRE OS EUA E A CHINA

Rubens Barbosa

O Estado de S. Paulo, 8/12/2020

 

O presidente Bolsonaro deverá tomar, no início do próximo ano, talvez a mais importante decisão estratégica de seus quatro anos de governo. Isso pelo impacto que terá sobre a modernização ou ao atraso do Brasil. Trata-se da definição da tecnologia do 5G.

 

Alinhado a Washington, o Itamaraty assinou documento favorável a uma rede limpa (clean network), que, em última análise, apoia a política dos EUA – sem comprometer-se - contra a tecnologia chinesa por alegada vulnerabilidade no controle de informações. Alto funcionário norte-americano manteve contatos oficiais com o governo brasileiro, mas não conseguiu encontrar-se com representantes da indústria de telecomunicações diretamente interessadas no leilão da Anatel e na aquisição da tecnologia do 5G.

 

Nos últimos dias, surgiram notícias de que as operadoras brasileiras saíram em defesa do livre mercado e da não exclusão de qualquer empresa. A Conexis Brasil Digital, associação que representa as empresas do setor, pediu publicamente transparência nas discussões. Ao afirmar que sabe como lidar com eventuais questões de segurança cibernética, reclama não ter sido chamada a participar das conversações.

 

A área técnica da Anatel definiu a proposta de edital de licitação sem nenhuma restrição à empresa chinesa. A decisão, contudo, deve ser política, pelas pressões de Washington. Recentemente começou a circular a informação de que o governo já admitiria rever o veto à Huawei, com algum tipo de limitação como comentou ontem o vice-presidente Mourão. Caso não haja restrições, a bem vinda evolução do governo será resultado da ação do setor privado alertando para a grande presença chinesa na infraestrutura de 3G e 4G, para o custo envolvido caso tenha de ser substituída e também para o atraso na implantação da nova tecnologia que poderia prejudicar a modernização da indústria. Se essa nova tendência se concretize, será uma manifestação de bom senso do governo que estaria levando em conta os interesses mais amplos da economia, das empresas e dos consumidores nacionais.

 

Nesse contexto, é relevante mencionar que, na semana passada, a embaixada chinesa na Austrália divulgou uma lista de 14 queixas contra declarações públicas “inamistosas e antagónicas”, de autoridades australianas contra a China, incluindo  a decisão de eliminar a Huawei da licitação para participar da rede 5G.  Declarando que a China está furiosa, os diplomatas - seguramente seguindo instruções de Beijing - responderam a essas críticas com a  ameaça de consequências econômicas contra a Austrália. A recente troca de acusações públicas entre o Itamaraty e a embaixada da China em Brasília aumenta a lista (já grande) de críticas e acusações de altas autoridades do atual governo brasileiro ao país asiático, a seu regime político e à questão do 5G. 

 

A China compra cerca de 1/3 das exportações australianas. Segundo notícia do Financial Times, a China, nos últimos dias, tornou concreta essa ameaça e impôs tarifas a exportação de cevada, restringiu a importação de carne bovina, suspendeu a importação de carvão, por considerações ambientais, e aplicou medidas antidumping contra o vinho. Do lado brasileiro é crescente a dependência brasileira do mercado chinês que importa 34% do total das exportações brasileiras. Nos últimos anos, a China se tornou o segundo maior investidor externo no Brasil, depois dos EUA.

 

As sucessivas crises podem afetar interesses nacionais concretos. Cada vez mais confiante, a China está deixando de lado a política de “harmonia” no cenário internacional e está passando a defender seus interesses, como uma superpotência. Sem abandonar a tentativa de contenção da China na área comercial e tecnológica, o governo Biden em Washington deverá procurar um modus vivendi menos confrontacionista com Beijing. Caso isso ocorra, é possível que o acordo comercial, negociado no início do ano, por Trump, entre em vigor com forte aumento de compras de produtos agrícolas (soja e milho) dos EUA, o que terá efeito sobre o Brasil. Por outro lado, a China está procurando diversificar suas fontes de suprimento na área de alimentos para não ficar refém dos EUA e do Brasil. Nesse sentido, está cooperando com a Rússia e a Tanzânia para o plantio de soja e está desenvolvendo joint ventures na Argentina para produção de carne suína. A percepção de que o Brasil será sempre um grande fornecedor de produtos agrícolas e de carne para a China tem de ser qualificada por essa nova estratégia para reduzir a dependência de poucos países em produtos tão essenciais para a população chinesa.

 

O Brasil deveria evitar colocar-se no meio da disputa entre as duas superpotências, pois não tem  as condicionantes  geopolíticas de outros países, como a Austrália, alinhada à  política externa dos EUA em questões que vão do Mar do Sul da China até de investimentos, 5G e Covid 19. Acima de ideologia e de geopolitica, a decisão sobre o 5G deveria ser técnica. Na disputa, que apenas começa, entre os EUA e a China – dois dos principais parceiros do Brasil – deveria prevalecer uma prudente equidistância para que seja dado apoio a um ou outro em questões concretas, segundo o interesse nacional.

 

Rubens Barbosa, Presidente do IRICE

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Itamaraty diz em carta que reação da China a Eduardo foi ofensiva e desrespeitosa - Ricardo Della Coletta (FSP)

A manchete não está conforme à realidade: não é o Itamaraty que diz isso ou aquilo; é o chanceler acidental que apenas repete o que lhe foi ditado pelo aloprado 03, e que só pode contar com a aprovação do aloprado 00. Três aloprados...

Paulo Roberto de Almeida

Itamaraty diz em carta que reação da China a Eduardo foi ofensiva e desrespeitosa

Ministério comandado por Ernesto Araújo responde a mensagem da missão diplomática chinesa

Ricardo Della Coletta | 

Folha de S. Paulo, 26/11/2020, 15h11

BRASÍLIA - O Itamaraty repreendeu a embaixada da China pelas críticas contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e disse, em ofício, que a resposta da missão diplomática ao parlamentar traz conteúdo "ofensivo e desrespeitoso".

"Não é apropriado aos agentes diplomáticos da República Popular da China no Brasil tratarem dos assuntos da relação Brasil-China através das redes sociais. Os canais diplomáticos estão abertos e devem ser utilizados", disse o ministério das Relações Exteriores, em carta enviada aos representantes do governo chinês no Brasil na quarta-feira (25).

"O tratamento de temas de interesse comum por parte de agentes diplomáticos da República Popular da China no Brasil através das redes sociais não é construtivo, cria fricções completamente desnecessárias e apenas serve aos interesses daqueles que porventura não desejem promover as boas relações entre o Brasil e a China. O tom e conteúdo ofensivo e desrespeitoso da referida 'Declaração' prejudica a imagem da China junto á opinião pública brasileira", segue a mensagem da chancelaria brasileira.

A correspondência foi revelada pela rede CNN Brasil.

Com a carta, o Itamaraty responde à manifestação dos chineses contra uma publicação de Eduardo —filho de Jair Bolsonaro (sem partido) e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara— que associou o governo de Pequim à espionagem de dados. O deputado destacou em suas redes sociais na noite de segunda (23) que o Brasil endossou iniciativa dos Estados Unidos para manter a segurança da tecnologia 5G "sem espionagem da China".

"O governo Jair Bolsonaro declarou apoio à aliança Clean Network, lançada pelo governo Donald Trump, criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”, escreveu.

"Isso ocorre com repúdio a entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista da China”, completou o deputado.

No dia seguinte, o parlamentar apagou a postagem. Ainda assim, a embaixada chinesa no Brasil respondeu e defendeu que Eduardo e outros críticos do país asiático deveriam abandonar a retórica da extrema direita norte-americana, para evitar "consequências negativas".

A embaixada disse que o deputado acusou a China de fazer espionagem cibernética e ressaltou que ele defendeu iniciativa que discrimina a tecnologia 5G chinesa. "Tais declarações infundadas não são condignas com o cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados", afirmou a representação diplomática.

Na correspondência à embaixada, o Itamaraty classificou de "altamente inadequado" que a missão diplomática "se pronuncie sobre as relações do Brasil com terceiros países, tendo presente que a Embaixada do Brasil em Pequim não se pronuncia sobre as relações da República Popular da China com terceiros países".

A chancelaria brasileira também disse aos chineses que o governo toma decisões soberanas sobre temas de interesse estratégico do Brasil. "O respeito mútuos às respectiva soberanias é fundamental par as ótimas relações que temos desenvolvido", conclui a carta.

Depois da publicação de Eduardo nas redes sociais, a embaixada da China enviou uma reclamação ao Itamaraty. Esse primeiro documento não foi tornado público, mas o fato de a missão diplomática ter publicado uma declaração posterior gerou incômodo na equipe do ministro Ernesto Araújo.

Não é a primeira vez que Eduardo protagoniza um choque com a embaixada chinesa em Brasília. Em março, Eduardo comparou a pandemia do coronavírus ao acidente nuclear de Tchernóbil, na Ucrânia, em 1986. As autoridades, à época submetidas a Moscou, ocultaram a dimensão dos danos e adotaram medidas de emergência que custaram milhares de vidas.

A associação feita pelo parlamentar em março gerou duras críticas do embaixador da China no Brasil, Yang Wanming.

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/11/em-carta-itamaraty-repreende-embaixada-da-china-por-resposta-a-eduardo-bolsonaro.shtml  



quarta-feira, 25 de novembro de 2020

A diplomacia da estupidez se esmera em afundar o Brasil, moralmente e materialmente - embaixador Ricupero (Jovem Pan)

 Nota da embaixada chinesa é ‘gota que transbordou o copo’, diz ex-ministro da Fazenda

Para o diplomata Rubens Ricupero, posicionamento do país asiático deve ser entendido como uma grande divergência diplomática

Jovem Pan | 25/11/2020, 9h10

O posicionamento da embaixada chinesa após as acusações de espionagem feitas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, ao país, deve ser entendida como uma grande – e surpreendente – divergência. A avaliação é do diplomata e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero. O jurista destaca que não há, em sua longa experiência, episódios diplomáticos semelhantes ao acontecido e avalia as graves consequências que uma possível ruptura com o país asiático traria para a economia brasileira. “Deveria tomar muito a séria a advertência que cedo ou tarde a China vai reagir com alguma coisa forte. Se reagir com uma medida forte, o Brasil vai ficar muito mal, porque o que salva o balanço de pagamentos e o nosso comércio externo é a China. Exportamos 35% de tudo que vendemos para a China. A cada dólar que exportamos para os Estados Unidos, exportamos 3,4 dólares para os chineses. Então o governo está brincando com fogo”, avalia.

Rubens Ricupero afirma que não se trata de uma subserviência ao governo chinês, mas sim a manutenção de uma “relação normal de respeito mútuo”, como o Brasil adota com outros países. “Não me lembro que tivesse visto coisa semelhante, ela [nota da embaixada] é muito forte. Inclusive tem passagens até ameaçadoras. Acho que isso ocorreu como uma espécie de gota que transbordou o copo, porque o governo brasileiro, nos últimos meses, tem se esmerado em provocar a China. O governo Brasil faz questão, uma espécie de esporte, de hostilizar a China”, afirma. O diplomata aponta que as declarações feitas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro não, até mesmo, coisas “tolas”, mas analisa que, em contrapartida, os posicionamentos do presidente Jair Bolsonaro são graves. “Os insultos do Eduardo Bolsonaro são gratuitos, são até coisas tolas, mas o que o presidente faz, mas coisas que ele diz ou as ações que ele toma sobre a vacina [Coronavac], por exemplo, as declarações sobre a China e sobre o 5G vão acumulando um número grande de recriminações e queixas. E os chineses, que já foram muito humilhados pelos europeus, não muito suscetíveis e tem uma sensibilidade à flor da pele”, afirma, destacando que estes posicionamentos do governo frente ao país asiático são “consequências da estupidez”. “Não há outra palavra para explicar isso”, afirma.

A nota emitida pela embaixada da China nesta terça-feira, 23, foi publicada após Eduardo Bolsonaro, pelo Twitter, acusar Pequim de praticar espionagem. Na publicação na rede social, já apagada, o filho de Bolsonaro deu a entender que o Brasil seguiria o posicionamento de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, de tentar proibir o avanço de empresas chinesas no mercado global do 5G. “O governo Jair Bolsonaro declarou apoio à aliança Clean Newtork (Rede Limpa), lançada pelo governo Trump, criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”, afirmou, citando que o presidente brasileiro buscava “proteger seus participantes de invasões e violações às informações particulares de cidadãos e empresas. Isso ocorre com repúdio a entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista da China”. No documento de 17 páginas, a embaixada afirma que a posição do deputado está na “contracorrente da opinião pública brasileira”, desrespeitando “os fatos da cooperação sino-brasileira e do mútuo benefício que ela propicia” e interferindo “na atmosfera amistosa entre os dois países e prejudicam a imagem do Brasil”. “Acreditamos que a sociedade brasileira, em geral, não endossa nem aceita esse tipo de postura. Instamos essas personalidades a deixar de seguir a retórica da extrema direita norte-americana, cessar as desinformações e calúnias sobre a China e a amizade sino-brasileira, e evitar ir longe demais no caminho equivocado, tendo em vista os interesses de ambos os povos e a tendência geral da parceria bilateral. Caso contrário, vão arcar com as consequências negativas e carregar a responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasil”.

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Huawei espera 'racionalidade' do Brasil e decisão sobre 5G baseada em fatos - Anne Warth (Estadão, 25/11/2020)

 Huawei espera 'racionalidade' do Brasil e decisão sobre 5G baseada em fatos, diz diretor da empresa

O brasileiro Marcelo Motta, responsável global pela cibersegurança da chinesa, diz que a companhia está à disposição do País para esclarecer "rumores" sobre sua atuação

Estadão | Anne Warth | 25/11/2020


BRASÍLIA - Principal alvo da pressão norte-americana no 5G e acusada de ser um braço de espionagem do governo chinês, a Huawei diz esperar “racionalidade” do governo na decisão que norteará o futuro da tecnologia no País. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o diretor global de cibersegurança da Huawei, Marcelo Motta, afirma que a empresa está à disposição para esclarecer quaisquer “rumores” a respeito de sua atuação e frisa não haver “prova alguma” que desabone a companhia. “O que posso dizer é que contamos com a confiança de nossos clientes em 170 países”, disse.

Nove dias após o subsecretário para Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente do Departamento de Estado dos EUA, Keith Krach, pregar o banimento da Huawei no Brasil, a direção mundial da empresa reagiu. Na terça-feira, 24, a Embaixada da China em Brasília reagiu à acusação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, de que praticaria espionagem por meio de sua rede de tecnologia 5G.

Pequim acionou o Itamaraty para reclamar de uma publicação de Eduardo nas redes sociais, posteriormente apagada por ele. Na mensagem, Eduardo Bolsonaro fez menção à adesão simbólica do Brasil à Clean Network (Rede Limpa), iniciativa diplomática do governo Donald Trump para tentar frear o avanço de empresas chinesas no mercado global de 5G. O filho 03 de Bolsonaro, como é chamado pelo pai, celebrou o fato como um sinal de que o Brasil “se afasta da tecnologia da China”. 

Na sexta-feira, 20, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se reuniu, por meio de videoconferência, com o vice-presidente global de Public Affairs e Relações Governamentais da Huawei, Mark Xueman, com o vice-presidente de Public Affairs e Relações Governamentais na Huawei Brasil, Guo Yi, e com o diretor-sênior de Relações Governamentais na Huawei Brasil, Atilio Rulli. Não foram recebidos, no entanto, pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ministério das Comunicações e pelo vice-presidente Hamilton Mourão.

Brasileiro, Motta está na Huawei desde 2002 e vive na China há oito anos, quando assumiu a chefia global da área de cibersegurança da empresa. Ele relata que as acusações sobre a empresa não são novas, mas subiram de tom quando a Huawei começou a se expandir. Mundialmente, a empresa faturou US$ 123 bilhões em 2019, aumento de 19% sobre 2018. Até o terceiro trimestre de 2020, ela registrava receitas de US$ 100 bilhões, alta de 9,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

No Brasil, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estima que a Huawei esteja presente em algo entre 35% a 40% das redes atuais. As operadoras dizem que a fatia é ainda maior, variando de 45% a até 100%, dependendo da empresa. Banir a empresa é uma decisão que depende de decreto presidencial - até agora, não há um posicionamento claro sobre o tema. Confira os principais trechos da entrevista.

Qual a expectativa da Huawei em relação à decisão do governo brasileiro no 5G?

Esperamos que a racionalidade impere e que qualquer decisão não seja tomada com base em rumores. Fazemos todo o esforço para mostrar nossa transparência e expressar isso para além das operadoras, mas também para o governo. Estamos ativamente em contato com governo e Congresso. Colocamos nossos equipamentos à disposição para testes com seu próprio time de técnicos, para que o governo se blinde de comentários externos e tome suas decisões de forma soberana. É nesse sentido que temos atuado e estamos confiantes de que a racionalidade vai prevalecer. Nossa exclusão faria com que muitos processos envolvendo o 5G atrasassem no País. Seria uma pena de isso de fato ocorresse.

O que a Huawei tem feito para rebater as acusações de espionagem por parte de outros países?

Segurança cibernética e proteção de dados são prioridades máximas para a empresa e isso é de longa data. Sabemos que estaremos acabados se tivermos qualquer problema nessa área. Por isso, aprimoramos o processo de governança em segurança cibernética. Laboratórios independentes testam cada solução antes que ela seja lançada no mercado. Somos a única empresa a ter centros globais de segurança cibernética, em Dongguan (China) e Bruxelas (Bélgica). Nesses centros, clientes, operadoras e governos podem ter acesso ao código-fonte de nossas soluções e fazer auditorias usando seu próprio pessoal e ferramentas, para que tirem suas próprias conclusões, sem a influência de acusações infundadas e sem provas. Se houver fatos, clamamos que sejam mostrados. Até hoje, nada apareceu.

Como a Huawei vê a pressão dos EUA pela adesão do Brasil à Clean Network e pelo banimento da companhia?

A iniciativa Clean Network não cobre única e exclusivamente telecom, mas aplicativos, smartphones e cabos intercontinentais submarinos. O nome “Rede Limpa” é bonito, e quem não conhece pode até cair e se deixar seduzir, mas a definição está na página da Clean Network na internet. O objetivo é muito claro: tirar qualquer fornecedor chinês do espaço cibernético. É uma coisa muito séria, que exclui, de forma unilateral e sem qualquer critério técnico e racional, e transforma tudo num assunto única e exclusivamente geopolítico. Operadoras citadas como membros da iniciativa no site já manifestaram discordâncias com esse conceito de rede limpa que os EUA anunciaram. É algo completamente discriminatório, feito com o objetivo de dominar o espaço cibernético. O problema não é específico contra a Huawei. Estamos sendo usados para uma disputa entre duas grandes superpotências mundiais.

O que está por trás da intenção dos EUA?

O futuro da economia é digital. Temos uma liderança reconhecida no mercado dentro do 5G. Atendemos grandes e pequenas operadoras com banda larga fixa e móvel e temos uma participação relevante no mercado de redes e de infraestrutura. Mas a maioria das empresas Over The Top (OTTs) - plataformas e aplicativos de distribuição de conteúdo - são americanas. O TikTok talvez seja o único aplicativo chinês de sucesso mundial. Nessa camada, os EUA são líderes isolados, e é difícil competir com empresas como Google e YouTube, que possuem grande escala e alcance global. A margem de lucro dessas empresas é gigantesca, de 25% sobre a receita. Mas quantos empregos elas geram localmente? O que recolhem em impostos nos países em que atuam? Nenhuma operadora ou fabricante de redes consegue esse resultado. A margem é muito pequena, de 2% a 3%. A Huawei passou anos com resultados negativos e nossa margem nunca superou 8%.

Quais riscos a adesão à Clean Network traz para o desenvolvimento da internet?

Essa iniciativa Clean Network sai do escopo de rede e avança para apps e smartphones, o que é muito ruim para o desenvolvimento da internet. Talvez isso não esteja claro para o governo. A própria Internet Society já se pronunciou contra essa iniciativa, que vai contra o princípio de conectar pessoas. Outra camada em que os EUA são líderes é na computação em nuvem: 92% dos dados do mundo ocidental estão em nuvens de empresas americanas como a Amazon Webcharge (AWS), a Microsoft Azure e o Google Cloud. Os dados acabam ficando nessas nuvens e é sobre elas que são construídos os aplicativos. Existe muita competição na camada de redes de telecomunicações, na camada de smartphones, mas nas camadas de nuvens e aplicações há pouquíssimos competidores de porte dos grandes players norte-americanos.

Quais benefícios o 5G pode trazer para a economia mundial?

Quando o 5G estiver instalado e desenvolvido, os benefícios irão muito além de velocidade alta e tempo de resposta baixo. Em vez de um único fornecedor global de aplicativos, muitos aplicativos serão locais, desenvolvidos primordialmente por empresas locais. No agronegócio e na manufatura inteligente, o processamento de dados de aplicações será local. O 5G trará investimento para as economias com ganhos de eficiência e desenvolvimento. Quando se colocam restrições para o avanço do 5G, simplesmente se trava o desenvolvimento da economia local.

De que maneira um atraso no 5G pode atrapalhar o desenvolvimento do País?

Quando se impõem restrições, a competição é menor e o preço é maior. Haverá lentidão para trazer os sistemas, desenvolver as indústrias locais e, consequentemente, a economia brasileira. Fizemos uma pesquisa com a Deloitte, que estimou que o 5G trará ao Brasil um incremento de R$ 2,93 trilhões no PIB em 15 anos, comparativamente aos R$ 7,25 trilhões do PIB de hoje. Isso representa uma taxa média anual de crescimento do PIB de 2,5%. Imagine o impacto que isso terá.

Países, como Reino Unido, Japão e Austrália, baniram a Huawei de suas redes 5G. O Brasil pode ficar isolado se não o fizer também?

É uma pena que a chegada da tecnologia 5G tenha sido politizada. Vários dos países que baniram a Huawei são aliados de longa data dos EUA e sucumbiram a uma pressão geopolítica. O caso do Reino Unido é emblemático: em janeiro, autorizaram a entrada do 5G da Huawei e em julho mudaram de ideia, apesar de todos os testes realizados. Isso, nas palavras do próprio governo, vai atrasar a chegada do 5G por lá em dois a três anos, e haverá um forte impacto nos custos das operadoras. Por outro lado, as maiores redes 5G estão hoje na Coreia do Sul e na China, com tecnologia Huawei, assim como em todo o Oriente Médio. Na Europa, Suíça, Alemanha e Espanha se posicionaram positivamente em relação à Huawei. Existe uma gama de países que não sucumbiram a esse tipo de pressão. Muitos países podem reavaliar seu posicionamento em razão da mudança no governo dos Estados Unidos, com a vitória do democrata Joe Biden, enquanto outros adiaram sua decisão em razão disso.

Quais os diferenciais da Huawei em relação a seus competidores no 5G?

Para se ter uma ideia, o Brasil tem hoje 100 mil antenas de 2G, 3G e 4G. Na China, há 800 mil antenas apenas para o 5G. A Coreia tem a maior rede 5G em termos de densidade de antenas. Estamos presentes nos países que precisam da melhor solução técnica e de escala. A saída da Huawei do mercado brasileiro comprometeria a expansão das redes para operadoras e consumidores de forma muito ruim. Onde a Huawei foi banida, o preço da infraestrutura de telecomunicações subiu de duas a cinco vezes em áreas rurais. Com esse aumento de custo, os competidores deixam de atender a várias áreas e isso chega a inviabilizar negócios. Um pacote pré-pago nos EUA é oito vezes mais caro que no Brasil e na China.

Como a Huawei encara as insinuações de que cederia a pedidos do governo chinês por informações confidenciais em atendimento à lei de inteligência nacional?

Não existe lei na China que exija que a Huawei implemente backdoors (ou "porta dos fundos", em inglês, é o método usado para ter acesso às informações dos usuários contornando medidas de segurança) em suas soluções. Além disso, as leis chinesas não têm validade extraterritorial: valem apenas no território chinês e se aplicam apenas às empresas que lá estão. Mesmo que existisse uma lei exigindo backdoor, ela valeria apenas na China, diferentemente de outros países que se valem de suas leis para avançar sobre outras nações. A Huawei apenas fornece equipamentos para operadoras, mas não os opera. As redes das operadoras são fechadas e a Huawei não tem acesso a elas, muito menos aos dados. Somos a empresa mais transparente do mundo em segurança cibernética. Somos a única que abre o código-fonte. Nosso segredo industrial está aberto para ser auditado. Qual privilégio os EUA têm para desconfiar da Huawei e para que ninguém desconfie deles ou de quaisquer outras empresas, independentemente da nacionalidade?

A direção mundial da Huawei teve audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na semana passada. A empresa está preocupada com um possível banimento?

O Brasil é extremamente importante para nossa empresa. O time vem ao Brasil de forma rotineira. Não houve nada de extraordinário nesse período, são coisas normais. É óbvio que esse assunto do 5G chama nossa atenção. Estamos com abertura completa para fazer qualquer tipo de esclarecimento ao governo. Estamos comprometidos a esclarecer quaisquer pontos e dúvidas que existam. Estamos no País há 22 anos. Temos cinco escritórios no Brasil, um centro de distribuição e um centro de treinamento. São 1,2 mil funcionários diretos, 15 mil indiretos. Pagamos R$ 1,4 bilhão em impostos locais no Brasil no ano passado. Foram R$ 627 milhões em compras locais e R$ 150 milhões em investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

Como a Huawei avalia as dúvidas no mercado sobre o grau de transparência em relação a informações financeiras e societárias?

Não somos uma empresa pública, somos uma empresa privada. Não temos ações em Bolsa, mas isso não significa que não sejamos transparentes. Há informações sobre a quantidade de funcionários, quem tem participação na empresa, como o board (conselho de administração) é selecionado. O fundador da Huawei tem menos de 1% das ações, e a maior parte dos papéis está nas mãos dos funcionários. Isso é algo que atrai funcionários, que se sentem também donos da companhia. Nossos resultados anuais são auditados pela KPMG e são divulgados a cada trimestre, embora não sejamos obrigados a fazê-lo. Temos centros de pesquisa e desenvolvimento espalhados no mundo inteiro: nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Índia, Suécia e também no Brasil. Somos hoje uma empresa mais global do que única e exclusivamente chinesa. A Huawei é uma empresa líder em solicitação de patentes. Desde 2016, temos 20% das patentes do 5G, resultados de investimentos de US$ 4 bilhões realizados entre 2009 a 2019.

https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,huawei-espera-racionalidade-do-brasil-e-decisao-sobre-5g-baseada-em-fatos-diz-diretor-da-empresa,70003527670


sexta-feira, 16 de outubro de 2020

O novo discurso da servidão voluntária: Bolsonaro e o servilismo pró-EUA no 5G - Infobae

 Jair Bolsonaro evalúa prohibir que Huawei participe de la construcción de la red 5G de Brasil

Un alto funcionario de Brasilia confió a la cadena Bloomberg que el Ejecutivo ve al régimen de Xi Jinping como una amenaza global a la privacidad y soberanía de los datos

Infobae, 15 de Octubre de 2020

https://www.infobae.com/america/america-latina/2020/10/15/jair-bolsonaro-evalua-prohibir-que-huawei-participe-de-la-construccion-de-la-red-5g-de-brasil/

Jair Bolsonaro está considerando prohibir que gigante tecnológico chino Huawei participe del suministro de componentes para construir la futura red de 5G en Brasil.

Según confió un alto miembro del gabinete del presidente brasileño a la cadena Bloomberg, Brasilia ve a China como una amenaza global a la privacidad y soberanía de los datos.

La fuente aclaró que, no obstante, todavía no se ha tomado una decisión definitiva. En medio de la puja entre Estados Unidos y China, hasta el momento Brasil se abstuvo de decir si cederá a las peticiones de Washington de que efectivamente se mueva en esta dirección.

Según consigna Bloomberg, el miembro del gabinete de Bolsonaro descartó, no obstante, la posibilidad de represalias por parte de Beijing. El funcionario sostuvo que el gigante asiático depende de las importaciones agrícolas brasileñas.

Reconoció, además, que la percepción en el seno del Gobierno es que otros países que prohibieron las operaciones de Huawei no han sufrido grandes consecuencias por parte del régimen de Xi Jinping.

En contraste, Yang Wanming, embajador de China en Brasil, manifestó recientemente en una entrevista que la decisión sobre las operaciones de Huawei ayudará a definir la relación entre los dos gigantes de los mercados emergentes. “Lo que está en juego es si un país puede establecer reglas de mercado basadas en la apertura, la imparcialidad y la no discriminación para todas las empresas”, apuntó.

El Ministerio de Comunicación de Brasil, por su parte, indicó en un breve comunicado que la definición sobre el 5G de Huawei representa un asunto de seguridad nacional que involucra a muchas partes interesadas, incluidos los ministerios de economía y de asuntos exteriores. El texto difundido por esa cartera añadió que los líderes de todos los países involucrados se encuentran discutiendo el tema.

La decisión del gobierno de Bolsonaro no es sencilla, ya que China no es cualquier socio comercial. El gigante asiático fue el destino del 40% de las exportaciones brasileñas en el primer semestre del año, según datos del Ministerio de Agricultura. Las ventas al país, sobre todo de soja, generaron más ingresos que las de Estados Unidos, América Latina, Europa, África y Medio Oriente juntas.

Sin embargo, las relaciones entre Brasilia y Beijing han sido tensas desde que Bolsonaro asumió el poder en 2019. El presidente brasileño incluso criticó duramente al régimen de Xi Jinping durante la campaña electoral. Meses atrás, el ministro de Relaciones Exteriores, Ernesto Araújo, sostuvo en su blog personal que la pandemia de coronavirus revivió “la pesadilla comunista”. En esa línea también se pronunció Eduardo Bolsonaro, hijo del presidente y legislador de la cámara baja, quien responsabilizó del Covid-19 “a la dictadura china”.

Sumado a esto, Bolsonaro se ha mostrado como un aliado cercano al presidente norteamericano, Donald Trump.

Otros funcionarios han expresado opiniones más pragmáticas sobre China, como los casos del vicepresidente Hamilton Mourao, y el ministro de Ciencia y Tecnología Marcos Pontes, quienes han abogado por un proceso de licitación abierto y justo para elegir a los constructores de la red 5G de Brasil.

Fabio Faria, ministro de Comunicaciones de Brasil, adelantó recientemente que el país planea seleccionar las empresas responsables de la red 5G el próximo mes de mayo.

El Departamento de Comercio de Estados Unidos restringió este lunes aún más el acceso de Huawei y sus filiales extranjeras a la tecnología del país, como chips y software, por razones de seguridad nacional, ante las sospechas sobre los vínculos entre la empresa china y el régimen de Xi Jinping.

“Huawei y sus filiales extranjeras han extendido sus esfuerzos para obtener semiconductores avanzados desarrollados o producidos a partir de software y tecnología de EEUU con el fin de cumplir los objetivos de la política del Partido Comunista Chino”, advirtió el secretario de Comercio, Wilbur Ross. “Como hemos restringido su acceso a la tecnología de los Estados Unidos, Huawei y sus afiliados han trabajado a través de terceros para aprovechar la tecnología de los Estados Unidos de una manera que socava la seguridad nacional y los intereses de la política exterior de los Estados Unidos. Esta acción en varios frentes demuestra nuestro compromiso continuo de impedir que Huawei pueda hacerlo”.

Según el comunicado del gobierno, las 38 entidades añadidas a la lista de negra de la Norma de Productos Directos Extranjeros (para un total de 152 afiliados) elaborada en mayo, presentan un riesgo importante de actuar en nombre de Huawei en contra de los intereses de seguridad nacional, ya que “hay motivos razonables para creer que, de otro modo, Huawei trataría de utilizarlos para eludir las restricciones impuestas”.

La empresa se ha convertido en una de las principales razones del deterioro de las relaciones entre Washington y Beijing, ya que el gobierno de Donald Trump alega que el mayor fabricante de equipos de telecomunicaciones del mundo podría espiar para China, algo que la empresa ha negado varias veces.


terça-feira, 18 de agosto de 2020

Por que e para que o 5G no Brasil? - Debate no IEA-USP, 3/09/2020

Por que e para que o 5G no Brasil?

Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo

Em continuidade às ações pioneiras da USP em pesquisa e aplicação das redes avançadas de comunicações, como a 4G, a Escola Politécnica, o Instituto de Estudos Avançados e o Instituto de Relações Internacionais organizam o ciclo A Implantação de 5G no Brasil com o objetivo de oferecer à sociedade brasileira subsídios para a implementação desta nova tecnologia. Esta iniciativa integra o Think Tank em Implantação de 5G no Brasil, um fórum permanente de discussão sobre a implantação da tecnologia de comunicações de quinta geração – 5G envolvendo a sociedade civil, o governo e a academia.
No primeiro encontro do ciclo serão discutidos por que e para que a implantação do 5G é interessante ou não para o país, considerando as aplicações verticais como Agronegócio, Cidades Inteligentes, Indústria e Saúde.
Debatedores
Moderador
Moacyr Martucci Junior (EP e IRI - USP)
Relatora
Jamile Sabatini Marques (ABES - Associação Brasileira das Empresas de Software  e Programa USP Cidades Globais do IEA)

Transmissão

Acompanhe a transmissão do evento em iea.usp.br/aovivo

Inscrições

Evento público e gratuito | Sem inscrição prévia

Organização

Escola Politécnica da USP
Instituto de Estudos Avançados da USP
Instituto de Relações Internacionais da USP
Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo

Detalhes do evento

Quando

de 03/09/2020 - 09:00
03/09/2020 - 11:00

Onde

On-line

Nome do Contato

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sexta-feira, 17 de julho de 2020

A geopolítica do 5G - Paulo Roberto de Almeida e The Economist

A geopolítica do 5G do ponto de vista brasileiro
Paulo Roberto de Almeida 

Este longo artigo explicativo da Economist sobre as reações europeias à pressão americana em torno do 5G da Huawei traz uma grande confissão – não comentada – sobre a chantagem exercida pelos EUA sobre seus parceiros e suas companhias privadas, e constitui uma ameaça para o Brasil e sua diplomacia subserviente.
Reparem como tudo isso começou: "In May 2019, citing alleged violations of sanctions against Iran—charges Huawei denies—America used powers designed to stop the transfer of military technology to bar the company from receiving American components vital to the systems it sells. 
"Those measures had loopholes: suppliers could keep on selling Huawei many components as long as they were made in facilities outside America. So this year America targeted the whole supply chain: as of September it will be seeking to stop companies around the world from using software or hardware that originally comes from America to manufacture components based on Huawei’s designs."
Trump – não a América –– tem raiva do Irã e da China, e por isso adotou atitudes unilaterais, com pretensões à sua aplicação extraterritorial e de obrigatoriedade universal, ou seja, quaisquer empresas do mundo estariam obrigadas a sabotar a Huawei, do contrário serão sancionadas financeiramente, por inscrição numa lista negra. 
Ora, a diplomacia subserviente do chanceler acidental já aceitou o princípio das sanções unilaterais com aplicação unilateral, ao votar contra a resolução sobre o embargo americano a Cuba. Assim, se os EUA quiserem aplicar sanções unilaterais contra o Brasil, não poderemos reclamar ou abrir um caso contra os EUA na OMC ou em outros foros, uma vez que já aceitamos a validade e a legitimidade do enorme desrespeito ao Direito Internacional e aos nossos interesses nacionais. O mesmo se dá no caso da Huawei: a diplomacia bolsolavista já disse que quer banir a Huawei do leilão do 5G, o que significa um atraso para o Brasil. Trump não está banindo a grande empresa chinesa porque ela é "comunista", um argumento ridículo; ele a está banindo porque as empresas americanas estão atrasadas na preparação para o 5G e ele não quer permitir o avanço chinês, que não tem nada a ver com espionagem indevida. Os ingleses se renderam à chantagem e pressão americana, mas Trrump quer que o Brasil também se renda novamente. No que depender do presidente subserviente e do chanceler acidental, ele não precisa se preocupar: a contribuição já está assegurada.
Paulo Roberto de Almeida

The geopolitics of 5G
America’s war on Huawei nears its endgame

In Europe, however, there exists a mixed response to the Chinese telecoms-equipment giant

On may 15th the American government announced a startling escalation in its campaign against Huawei, a Chinese company which is the largest provider of telecoms equipment in the world. American politicians and officials have long expressed concerns that mobile networks which rely on Huawei could allow snooping and sabotage by China. In May 2019, citing alleged violations of sanctions against Iran—charges Huawei denies—America used powers designed to stop the transfer of military technology to bar the company from receiving American components vital to the systems it sells.
Those measures had loopholes: suppliers could keep on selling Huawei many components as long as they were made in facilities outside America. So this year America targeted the whole supply chain: as of September it will be seeking to stop companies around the world from using software or hardware that originally comes from America to manufacture components based on Huawei’s designs.
The move was a serious blow to the company. It may well have brought a sigh of relief in Britain. In January Boris Johnson, the British prime minister, had approved a substantial if clearly demarcated role for Huawei in Britain’s 5g telecoms infrastructure. Its promise of a faster, more commodious type of mobile broadband that allows completely new internet applications and might prove necessary for self-driving cars has made 5g a touchstone for seers scrying the next big thing and for politicians who pay heed to them. Infrastructure spending stamped with such a hallmark of futurity is right up Mr Johnson’s alley. If Britain’s existing procedures for overseeing Huawei’s role in telecoms infrastructure were applied, the government argued at the time, Huawei’s equipment could be used in “non core” parts of the network, and Britain could get its 5g systems up and running considerably sooner, and cheaper, than would otherwise be possible.
This decision was unpopular both with the White House and with a significant faction within Mr Johnson’s Conservative Party, with the opposition happily backing the rebels. Dismay over China’s imposition of new security laws on Hong Kong, in breach of the agreement under which the territory was handed back to it, heightened feelings further. America’s new salvo of sanctions provided a plausible reason for changing course. The inevitable dislocation to Huawei’s supply chains, the government said, would make relying on the company riskier. The new measures also meant that the vaunted system whereby British spooks vetted Huawei equipment would no longer be able to do its job: it would itself fall foul of the American sanctions.
On July 14th the government said it will ban mobile-network operators in Britain from buying Huawei equipment for their 5g networks, and told them to remove equipment already installed by 2027. Well before that—by the time of the next election, in 2024—the country would be on an “irreversible path” to expunging the Chinese firm from its networks, said Oliver Dowden, the culture secretary.
Mr Trump immediately took credit for having “convinced many countries” not to use Huawei. While some have been on board for a while—Australia banned Huawei 5g equipment in 2018—others have moved more recently. In June telecoms companies in Canada and Singapore announced plans for 5g networks built around equipment provided by Huawei’s main rivals, Ericsson, a Swedish firm, and Nokia, a Finnish one (see chart 1). In both cases Huawei had previously been a possible provider. On July 6th the head of the French cyber-security agency advised network operators which do not currently use Huawei not to plump for it in future.
Now all eyes are on Germany, which has said it will decide on the matter in the autumn. If it follows America’s urging and Britain’s example then the rest of the eu will probably go the same way, and a significant corner will have been turned. Western communications systems will be a bit less insecure. America will have used its sovereign might to humble one of China’s national champions, and China will doubtless be responding. The technophilic imperative that has made 5g a totem of the fully networked future will have had its momentum checked, at least a little, by a mixture of countries not wanting to upset America and being willing to upset a China they find increasingly disturbing.

The last domino

Perhaps most profoundly, such a change may leave behind it a world where governments are less willing to depend on companies from countries with divergent interests to supply capacities they deem strategic. “At the heart of this is a dilemma which the West has not faced before: how to cope with a technology superpower whose values are fundamentally opposed to our own,” in the words of Robert Hannigan, a former boss of gchq, the British signals-intelligence agency.
Germany’s decision is not a done deal. Deutsche Telekom (dt), a 32%-state-owned company, is the country’s largest mobile provider and already relies heavily on Huawei equipment. It has lobbied strongly against any action that would make it harder for it to roll out 5g. The Ministry of Economic Affairs, often eager to defend the interests of German industry, has backed the firm. Angela Merkel, the chancellor, has not wanted any trouble with China (see Europe section).
Yet, like the British Conservatives, Mrs Merkel’s Christian Democrats have split on the issue. As Norbert Röttgen, a conservative member of parliament and one of the leaders of the anti-Huawei faction, has put it, “We cannot trust the Chinese state and the Chinese Communist Party with our 5g network.” The Social Democrats, who are part of the governing grand coalition, and the opposition Greens are also opposed to letting Huawei play. “If there were a vote in parliament today, Huawei would lose,” says Thorsten Benner of Global Public Policy Institute, a think-tank based in Berlin.
Mrs Merkel, who will make the final decision, has so far been circumspect. She says she does not want to exclude a company on the basis of its nationality and that any firm that complies with certain security standards should be allowed to sell its wares in Germany. In late 2019 China’s ambassador in Berlin threatened retaliation against German companies should the government exclude Huawei from its 5g plans, and insiders say it is a threat the chancellor takes seriously. Meanwhile, dt is busily creating the aura of a done deal. It intends to provide basic 5g services to 40m Germans by the end of this month using equipment from both Huawei and Ericsson, though users will see little benefit at this stage. The company has also decided to intensify its co-operation with the Chinese firm in cloud computing and other areas.
There are many reasons for Europeans to be uncomfortable siding with America. Having missed the boat on the rise of consumer tech—Europe still bemoans the lack of the home-grown Google or Amazon—European politicians fear falling further behind if they delay 5g and the various wonders it is held to enable, such as an “internet of things”. Mobile-network operators play up these fears, with an eye to either keeping their ties to Huawei or receiving some form of compensation if it were to be proscribed. By combining direct costs with estimates of lost gdp they argue that ditching Huawei will cost the continent tens of billions of euros.
Regulators and independent observers are not convinced. Mr Dowden, admittedly an interested party, put the impact of Britain’s volte-face at two or three years’ delay and £2bn or so. A study by Strand Consult, a research outfit, thinks that the cost of eschewing Huawei would be quite modest for Europe as a whole, given that its ageing 4g kit would soon have to be replaced anyway. It estimates a total of around $3.5bn, no more than $7 per mobile customer.
That said, not all European mobile-phone customers will get the same deal. The eu has failed to create a single digital market; an operator in Poland cannot sell services to a customer in Sweden in the same way New York-based Verizon sells to Californians. So where China and America have three network operators each, Europe has more than 100 (see chart 2). In some markets, such as Belgium, Germany and Poland, the local companies are highly reliant on Huawei; companies in Finland, Ireland and Spain would face much lower costs if forced to make the switch.

Shrunken titans

The multiplicity of operators is a function of eu policy. Denied a continent-wide framework that would let them compete in far-off markets, telecoms companies are also kept from consolidating at home; the eu commission likes there to be four providers in each market. The resultant competition provides a stonking deal for customers. In Europe the average revenue per mobile-phone user is less than €15 ($17) a month. The average American user pays more than twice that. Rewheel, a data company, says that the cheapest unlimited-data plan in America costs €74 a month. In Germany the figure is €40, in Britain €22.
For network operators this fierce level of competition, coupled with the high costs of comparatively small, unconsolidated markets, constitutes a serious drag. Some carriers, including dt and Vodafone, a British operator, have returns on capital lower than their costs of capital: not the kind of business model that will find willing shareholders in the long term. Emmet Kelly of Morgan Stanley, a bank, points out that the market capitalisation of Europe’s major operators has shrunk from over €1trn in June 2000 to €258bn this June—a loss of 81% in real terms. Telefónica of Spain and Orange in France, once giants, are now not much more than minnows.
Mobile-network operators have long complained to the commission that the thin margins which scare away investors leave them unable to splash out on upgrades such as 5g, and that as a result Europe will fall behind its peers. China is investing massively in 5g and America is intent on keeping up; Mr Trump has called 5g “a race America must win”. The gsma, which represents mobile-network operators, says that by 2025 half of all mobile users in America and the richer bits of Asia (including China) will be on 5g, compared with just one-third of Europeans.
In the past, Brussels has turned a deaf ear to such griping. The eu’s download speeds have remained comparable to those in America; the price of data services has fallen even faster than usage has grown: what’s the problem? But it is possible that a ban on Huawei could catalyse the “new deal” on regulation that the operators crave. Governments which realise that their actions are delaying 5g and driving up its costs might see their way to easing merger restrictions. The spectrum needed for mobile services, which in Europe is often sold through auctions designed to maximise revenue, might be given away instead, as happens in China and Japan. The lobbyists’ list is long. The industry takes courage from last year’s appointment of Thierry Breton, who was once boss of France Télécom (now Orange), as commissioner for the internal market.
Pending such a deal things might just slow down. There is already agreement among analysts that despite the hoopla 5g networks will be rolled out more slowly than the previous 4g ones were. This year’s 5g-spectrum auctions in France, Spain and Poland have been delayed by the covid-19 pandemic, which may quietly suit some operators. The equipment needed for 5g is only going to get cheaper and more reliable, as all chip-based kit does.
To the extent that there is indeed a race, it will not necessarily be won by those who get off to the fastest start. The services on offer so far are mostly just a faster version of 4g, and sometimes in practice the speed is not all that great. The most revolutionary aspect of 5g technology—the way in which it allows the workings of a network to be reconfigured through software and thus tailored to specific needs—will need years to come into its own. Profitable business models will take time to emerge.

A continent of its own

A slower roll-out might also ease pressure on Ericsson and Nokia. The two Nordic companies will plainly benefit from countries turning away from Huawei, even if, as looks likely, they lose sales in China. They are precisely the kinds of industrial champion Europe is trying to promote these days, but there are worries about whether they can seize the moment. They now enjoy a duopoly in America (for a while there was talk of an American company taking a stake in one of them, but this idea seems to have been put aside). Some operators question whether, given those commitments, they can meet the needs of a Huawei-free full-speed-ahead Europe too. There is also the awkward fact that, supply chains for electronics being as they are, using European system integrators still means that much of the equipment comes from China.
The difficulties of having only a few suppliers will subside in time. Samsung of South Korea, a country very committed to 5g, is a growing presence. On July 15th Reliance Industries, an Indian conglomerate, announced that its Jio network, which uses a Samsung 4g network, will be building its own 5g infrastructure and selling it to others. Jio is likely to follow in the steps of some other carriers, most notably Rakuten Mobile in Japan, which are betting on networks based on advanced software, off-the-shelf hardware and open standards, thus side-stepping the need for systems integrators like Ericsson, Huawei or Nokia. Widespread implementations are still several years away, though.
Chinese reprisals against countries chucking out Huawei can be expected to come around a great deal sooner. China buys a lot from Europe, with Germany its largest trading partner in the bloc. It also invests quite heavily in the continent, having been courted by many of its leaders. Some of that may now be at risk. On the day of Britain’s u-turn the Chinese ambassador to London, Liu Xiaoming, tweeted that it was “disappointing and wrong”. China is painting the decision as a groundless capitulation to anti-Chinese pressure from America, and saying it calls into question the safety of Chinese investments in Britain, which are many and various.
But Europe does not see China exclusively through a commercial lens. Last year eu leaders designated it a “systemic rival”. The eu has since been working to limit Chinese state-backed groups’ operations in Europe. Its treatment of the Uighur minority, its reluctance to see word of covid-19 spread to the world and its move on Hong Kong have all raised hackles.
That does not mean Germany, or Europe as a whole, will necessarily ditch Huawei. Europe’s China links matter, and it does not like being pushed around by America. Policymakers on the continent have long fumed at the financial muscle that allows American administrations to punish European firms it sees as miscreants by squeezing the banks those firms deal with. But that does not mean it wants its internet infrastructure under the control of a third power that might, in time, aspire to use that control against it. A continental security official points out the underlying irony: “America wants to prevent China being able to do what America currently does to the rest of the world by controlling the financial system.”
The irony, though, does not invalidate the argument. Europe has sometimes acted to maintain its technological autonomy with respect to America in areas where national-security needs and civil infrastructure overlap, such as satellite launchers and navigation systems. In an interview with The Economist last November Emmanuel Macron, the French president, complained about European reliance on American tech platforms. At the same time he called development of 5g “a sovereign matter” and went on to say that “Some elements [of the 5g network] must only be European.” That did not in itself rule out any role for Huawei. But subsequent developments have pushed the continent further in that direction. American pressure may end up seeing Europe take a more assertive view of its “digital sovereignty”.
This article appeared in the Briefing section of the print edition under the headline "The European theatre"