Comemorar ou não 31/03/1964?
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53
Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks
quinta-feira, 18 de março de 2021
Comemorar ou não 31/03/1964? - Paulo Roberto de Almeida
segunda-feira, 8 de abril de 2019
Sobre as intervencoes de militares na politica brasileira: comentarios de leitores
recebi uma série de comentários, dos quais destaco os seguintes:
Dear Frank,
Many thanks for your thoughtful remarks about 1964 and afterwards. I agree with you in most of your arguments, but I beg your attention to only two remarks of mine, one negligible, the other most important. First, is the mention of Castello Branco being "killed" in 1967. If you accept the conspiratorial theory of assassination, which I discard, the verb could be applied, but I think he was really the victim of an aerial accident, without the purpose of killing him.
As for this phrase: " The armed left in Brazil appeared after 1964 not before as a response to the violent repression", I also disagree. The Castroites were financing, training and stimulation guerrilla in Brazil, Venezuela and some Central American Countries. Venezuela is at the origin of denunciation of Cuban ventures at OAS, which led to the Punta del Este suspension of Cuba in 1962 (with the abstention of Brazil). But in 1963, people from Julião's Ligas Camponesas were being trained in Mexico by Cuban agents.
In the same year, or in 1963, PCdoB sent people to Maoist China to be trained in guerrilla warfare at the Military Academy of the People's Army. Many of them formed the initial group at Araguaia later on.
Almost as immediately after the military coup in 1964, Cuba gave huge money to Brizola, in Uruguay, to finance groups of former military in trying to start an armed detachment in Minas Gerais, disrupted easily by Armed Forces. Brizola retained most of the money to buy ranches in Uruguay, which led Fidel Castro to call him El Ratón. In 1965, Carlos Marighella went to Cuba, in one of the first attempt to create a Tricontinental organization, joining armed struggle against imperialism in Latin America, Asia (Vietnam) and Africa. Che Guevara tried to do this in Congo, in the same year, with a complete failure, and then he started to prepare his Bolivian venture. In 1966, when Castello Branco was still in power, Cuba organised a big meeting of "guerrilla candidates", under the banner of OLAS, Organización Latino-americana de Solidaridad.
The armed struggle in Brazil started very early, and it were that various attempts by new dissident movements from the Brazilian Communist Party that were the very responsible factor for the violent repression by the military that ensued. I know it: I was one of the candidates to become replicas of Ché Guevara. Of course, I left Brazil in 1970, not to being caught in the harsh repression that followed the kidnapping of US ambassador in 1969.
Again, I thank you for your interest in my paper.
How was your meeting with Mourão, a prospective president?
All the best.
Paulo Roberto de Almeida
Brasilia, April 8, 2019
O debate continua...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 8 de abril de 2019
quinta-feira, 4 de abril de 2019
Brasil se opoe a ONU na questao do golpe militar de 1964 e ditadura militar - Jamil Chade; Paulo Roberto de Almeida
Governo manda duro recado para a ONU e diz que o golpe não existiu
https://jamilchade.blogosfera.uol.com.br/2019/04/04/governo-manda-duro-recado-para-a-onu-e-diz-que-golpe-nao-existiu/?utm_source=chrome&utm_medium=webalert&utm_campaign=blog-jamil-chade
GENEBRA - O governo brasileiro se apressou em enviar uma resposta ao relator das Nações Unidas, Fabian Salviolli, depois que o especialista havia chamado de “imoral” a comemoração do Golpe de 1964 e solicitado que o plano fosse anulado.
Minha opinião sobre essa questão (PRA):
A melhor coisa que os militares brasileiros deveriam fazer, seria negar essa tentativa idiota de recusar a história, ou de mentir sobre a história, como pretendem fazer bolsonetes e olavetes. Isso retiraria sua credibilidade duramente construída ao longo dos 30 anos decorridos desde a redemocratização, quando eles se tornaram a força mais democrática e mais preparada de que pode dispor o Brasil para a sua reconstrução depois de três décadas de social democracia e lulopetismo esquizofrênico.
Os militares deveriam declarar:
SIM, DEMOS UM GOLPE em 1964, a pedido da sociedade, que não aguentava mais o caos do governo Goulart. Nossa ação correspondeu a desejo da sociedade, num momento de grave crise política no país, por irresponsabilidade dos políticos.
SIM, IMPLANTAMOS UMA DITADURA, que foi uma "ditabranda" no começo, e só se tornou uma ditadura de fato quando a esquerda armada começou a se lançar à conquista do poder político, para implantar uma ditadura de verdade, comunista. Nunca permitiríamos essa catástrofe.
NÃO TEMOS POR QUE NOS ENVERGONHAR, nem do golpe, nem da ditadura, pois não era possível determinar o curso da história em todas as suas fases. Tanpouco foi possível controlar todos os nossos agentes da repressão, alguns torturadores e assassinos, cobertos por líderes que preferiram, infelizmente, recorrer à eliminação física de adversários, em lugar de manter o Estado de Direito. Foi sim, vergonhoso, e nos desculpamos com as vítimas.
Tudo isso passou, e não queremos agora SER CONIVENTES com a MISTIFICAÇÃO da história, e essa tentativa RIDÍCULA de negar o golpe e a ditadura.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 5 de março de 2019
7 days ago