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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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segunda-feira, 19 de março de 2012

Nuclear: Iran 2010 = Brasil 1970? - Jose Golbemberg


O Irã e as armas nucleares

JOSÉ GOLDEMBERG 
O Estado de S.Paulo19 de março de 2012

Não há nada de original na estratégia utilizada pelo Irã para justificar sua opção de desenvolver energia nuclear como um símbolo da soberania nacional que unifica o país em torno de seus dirigentes. Esses argumentos já foram usados no Brasil na década de 1970, durante o regime militar, e temos, portanto, experiência em entendê-los.
O uso de energia nuclear para fins pacíficos envolve tecnologias bem conhecidas, algumas muito benéficas, como as inúmeras aplicações médicas. A produção de eletricidade em reatores nucleares é, porém, mais controvertida, porque o custo da eletricidade produzida, em geral, é mais elevado que o de outras formas, como hidreletricidade e usinas queimando carvão ou gás natural. Além disso, acidentes com reatores nucleares podem ser extremamente graves, não só do ponto de vista dos riscos para a vida de grandes populações que habitam o entorno dos reatores, como também extraordinariamente dispendiosos. O recente desastre com os reatores nucleares no Japão teve seu custo estimado em US$ 275 bilhões.
Há países que não têm outras opções para produzir eletricidade, como a França e a Rússia, e não se mostram dispostos a abrir mão dessa fonte de energia. Já outros, como a Alemanha, a Suíça e a Bélgica, se convenceram de que podem produzir a energia de que necessitam com outras fontes menos problemáticas. O Irã, a rigor, está nesta categoria: do ponto de vista técnico, esse país não tem nenhuma justificativa plausível para usar reatores nucleares para a produção de eletricidade, uma vez que dispõe de enorme reserva de gás natural (a segunda maior do mundo).
Esse é também o caso do Brasil, que possui recursos hidrelétricos abundantes. Não era essa, contudo, a visão dos militares na década de 70. Se ela tivesse vingado, Itaipu não teria sido construída. Afinal a razão acabou prevalecendo e dos 60 reatores nucleares planejados para o ano 2000 existem hoje apenas 2 funcionando, em Angra dos Reis (RJ).
Adotar a opção de instalar reatores nucleares para a produção de eletricidade pode ser, todavia, apenas uma tática para ocultar intenções de produzir armas atômicas, e há exemplos de países onde isso ocorreu. O Irã parece seguir esse mesmo caminho e as inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) reforçam tais desconfianças.
Na realidade, é mais fácil produzir armas do que eletricidade com energia nuclear. O que há em comum entre essas duas possibilidades é o acesso ao urânio enriquecido (ou plutônio). Se o nível de enriquecimento for baixo (de 3% a 5%), ele é usado em reatores nucleares. Se for maior que 80%, pode ser usado para produzir bombas atômicas. No urânio encontrado na natureza há menos de 1% do material que é útil para reatores ou armas nucleares. É preciso, por isso, um processo que aumente essa porcentagem, chamado de "enriquecimento".
A Índia "pirateou", de um reator canadense instalado no seu país, o plutônio para fazer a sua primeira explosão nuclear, em 1974. Apesar disso, não conseguiu ainda construir reatores nucleares de grande porte para a produção de eletricidade. O mesmo ocorreu na Coreia do Norte. Já o Paquistão usou centrífugas "pirateadas" por Abdul Qadeer Kahn, técnico paquistanês que trabalhou na Urenco, na Holanda. O Irã está usando centrífugas do tipo paquistanês e tentando melhorá-las.
Os grandes progressos na área nuclear que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, anuncia de tempos em tempos não são realmente significativos. Fazer varetas de combustível nuclear com urânio enriquecido para usar num reator de pesquisas, que é o seu último "sucesso", foi feito na década de 80 no Instituto de Energia Atômica na Universidade de São Paulo (USP).
Infelizmente, porém, não há barreira técnica intransponível entre enriquecer urânio a 5% (para reatores nucleares) ou 90% (para bombas atômicas). A barreira é uma decisão política.
Países que aderiram ao Tratado de Não Proliferação Nuclear, como o Brasil e o Irã, estão comprometidos a não produzir bombas, mas o único mecanismo existente para garantir que isso não aconteça de fato são as inspeções da AIEA, que o Irã frequentemente impede. O Brasil e a Argentina têm o seu próprio acordo de inspeções mútuas desde 1992 e que até hoje não deu origem a problemas.
Por causa das constantes transgressões, o Irã tem recebido sanções dos países europeus e do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o que internamente é usado para consolidar a solidariedade ao governo, que se apresenta como vítima de uma conspiração internacional. Essa é a estratégia tradicional de governos totalitários para se legitimarem - que a Alemanha nazista utilizou em grande escala para justificar a sua política de agressão militar e até mesmo o holocausto.
Um ataque militar de Israel ou dos Estados Unidos para destruir as instalações nucleares iranianas não está excluído - operações desse tipo já foram feitas no passado por Israel contra o Iraque e a Síria. O sucesso de tal operação no Irã é, contudo, problemático.
A alternativa é um acordo político com o Irã para que abandone seus planos nucleares com fins militares, como fez recentemente a Coreia do Norte. O problema é que o atual regime identifica sua sobrevivência com o prosseguimento desses planos. No Irã a energia nuclear é apresentada como uma tecnologia modernizante e um passaporte para o Primeiro Mundo, como, aliás, se tentou fazer na década de 70 no Brasil.
Sucede que há muitas tecnologias modernizantes e o que a História mostra é que modernizar não é produzir armas, mas resolver os problemas fundamentais de infraestrutura, saúde e educação do país.
*PROFESSOR EMÉRITO DA USP, FOI MINISTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

terça-feira, 6 de março de 2012

EUA vs Iran: exit diplomacy, enter battleships...

O tom meio macho é esse mesmo: 
"I will buttress my diplomacy with a military option that will persuade the ayatollahs to abandon their nuclear ambitions. Only when they understand that at the end of that road lies not nuclear weapons but ruin will there be a real chance for a peaceful resolution."
Parece que os iranianos vão gostar: outro dia tinha um general desafiando os EUA, dizendo que eles estão prontos para enfrentar o grande Satã, até preventivamente...
Fortes emoções em 2013...
Paulo Roberto de Almeida 
How I would check Iran’s nuclear ambition
By Mitt Romney
The Washington Post, March 5, 2012



Beginning Nov. 4, 1979 , dozens of U.S. diplomats were held hostage by Iranian Islamic revolutionaries for 444 days while America’s feckless president, Jimmy Carter, fretted in the White House. Running for the presidency against Carter the next year, Ronald Reagan made it crystal clear that the Iranians would pay a very stiff price for continuing their criminal behavior. On Jan. 20, 1981, in the hour that Reagan was sworn into office, Iran released the hostages. The Iranians well understood that Reagan was serious about turning words into action in a way that Jimmy Carter never was.
America and the world face a strikingly similar situation today; only even more is at stake. The same Islamic fanatics who took our diplomats hostage are racing to build a nuclear bomb. Barack Obama, America’s most feckless president since Carter, has declared such an outcome unacceptable, but his rhetorichas not been matched by an effective policy. While Obama frets in the White House, the Iranians are making rapid progress toward obtaining the most destructive weapons in the history of the world.
The gravity of this development cannot be overstated. For three decades now, the ayatollahs running Iran have sponsored terrorism around the world. If we’ve learned anything from Sept. 11, 2001, it is that terrorism in the nuclear age holds nightmarish possibilities for horror on a mass scale.
What’s more, Iran’s leaders openly call for the annihilation of the state of Israel. Should they acquire the means to carry out this inhuman objective, the Middle East will become a nuclear tinderbox overnight. The perils for Israel, for our other allies and for our own forces in the region will become unthinkable.
The United States cannot afford to let Iran acquire nuclear weapons. Yet under Barack Obama, that is the course we are on.
As president, I would move America in a different direction.
The overall rubric of my foreign policy will be the same as Ronald Reagan’s: namely, “peace through strength.” Like Reagan, I have put forward a comprehensive plan to rebuild American might and equip our soldiers with the weapons they need to prevail in any conflict. By increasing our annual naval shipbuilding rate from nine to 15, I intend to restore our position so that our Navy is an unchallengeable power on the high seas. Just as Reagan sought to defend the United States from Soviet weapons with his Strategic Defense Initiative, I will press forward with ballistic missile defense systems to ensure that Iranian and North Korean missiles cannot threaten us or our allies.
As for Iran in particular, I will take every measure necessary to check the evil regime of the ayatollahs. Until Iran ceases its nuclear-bomb program, I will press for ever-tightening sanctions, acting with other countries if we can but alone if we must. I will speak out on behalf of the cause of democracy in Iran and support Iranian dissidents who are fighting for their freedom. I will make clear that America’s commitment to Israel’s security and survival is absolute. I will demonstrate our commitment to the world by making Jerusalem the destination of my first foreign trip.
Most important, I will buttress my diplomacy with a military option that will persuade the ayatollahs to abandon their nuclear ambitions. Only when they understand that at the end of that road lies not nuclear weapons but ruin will there be a real chance for a peaceful resolution.
My plan includes restoring the regular presence of aircraft carrier groups in the Eastern Mediterranean and the Persian Gulf region simultaneously. It also includes increasing military assistance to Israel and improved coordination with all of our allies in the area.
We can’t afford to wait much longer, and we certainly can’t afford to wait through four more years of an Obama administration. By then it will be far too late. If the Iranians are permitted to get the bomb, the consequences will be as uncontrollable as they are horrendous. My foreign policy plan to avert this catastrophe is plain: Either the ayatollahs will get the message, or they will learn some very painful lessons about the meaning of American resolve.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Iran nuclear?: AIEA confirma capacitacao (e que farao os ocidentais?)



Intelligence provided to U.N. nuclear officials shows Iran’s government has mastered the critical steps needed to build a nuclear weapon, receiving assistance from foreign scientists to overcome key technical hurdles, according to Western diplomats and nuclear experts briefed on the findings.

Documents and other records provide new details on the role played by a former Soviet weapons scientist who allegedly tutored Iranians over several years on building high-precision detonators of the kind used to trigger a nuclear chain reaction, the officials and experts said. Crucial technology linked to experts in Pakistan and North Korea also helped propel Iran to the threshold of nuclear capability, they added.


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