Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53
Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
Alemanha: liberalizacao e milagre economico do pos-guerra - Luiz Guilherme Medeiros
Luiz Guilherme Medeiros
15 de Janeiro de 2015
O fim da Segunda Guerra Mundial trouxe mais do que a libertação da Europa das garras de Hitler: ela criou o cenário para que o povo alemão se livrasse das correntes impostas pelo Estado nacional-socialista sobre a produção do seu trabalho.
Pesadas regulações, controle de preços, quotas de produção, tabelamento de salários, racionamento de comida e planejamento centralizado eram algumas das medidas que tornavam o Terceiro Reich similar à União Soviética no que concerne ao funcionamento da economia. [1]
Os Aliados que ocuparam o território alemão perpetuaram o modelo nazista, acreditando que o racionamento de comida impedia uma crise de fome.
Tais controles não aplacavam as necessidades da população, que ignorava as restrições ao comércio monetizado e faziam trocas sob um rudimentar sistema de escambo, oferecendo objetos em troca de itens que precisavam, como comida.
A consequência foi uma imensa queda de produtividade em relação ao período antes da guerra. [2]
Havia, contudo, economistas alemães que questionavam corajosamente tais manipulações governamentais autoritárias mesmo durante o auge do poder nazista: os ordoliberais.
Ludwig Erhard, membro desta escola de pensamento, acabaria sendo nomeado Ministro das Finanças da Bavária em 1945, dado que os Aliados buscavam veementes anti-nazistas para a composição do novo governo.
A medida que Erhard foi subindo na hierarquia, realizou a de-nazificação e liberalização da economia: fim do controle de preços, fim do racionamento de comida, redução e padronização da carga tributária para as empresas alemãs, redução do imposto sobre a renda dos alemães, elevação da quantia necessária para ser considerado rico (que pagava mais impostos), dentre inúmeras outras medidas que proporcionaram grande autonomia financeira para a população.
Sem as restrições governamentais, as pessoas compreendiam com clareza o que as outras demandavam, e o que precisariam produzir para atender suas próprias necessidades e desejos. O mercado e o sistema de preços pautavam então o que seria produzido.
O resultado foi o Wirtschaftswunder, o milagre econômico alemão.
As reformas ordoliberais trouxeram um mecanismo efetivo para o combate à pobreza do pós-guerra, bem como uma independência econômica que o cidadão alemão simplesmente nunca havia experimentado.
O resultado foi um aumento drástico na produtividade da Alemanha Ocidental a partir de junho de 1948, com o país retendo uma taxa de crescimento acima da média mundial por décadas a fio. [3]
O Plano Marshall, tão citado na recuperação alemã, na realidade teve pouca participação na sua rota para a prosperidade. Não apenas a ajuda financeira era pequena em relação ao PIB, como nem toda nação que recebeu o auxílio teve o mesmo sucesso que a Alemanha [4].
Outras, como a Bélgica, utilizaram a liberdade econômica para se recuperar da miséria gerada pela guerra antes mesmo do Plano Marshall ser implementado em qualquer parte da Europa.
A história alemã é mais um exemplo de que o planejamento central não atende aos interesses da população, mas do Estado. Seja pelos megalomaníacos objetivos nazistas ou as bem-intencionadas causas dos militares Aliados, o controle burocrático prestava um desserviço à estabilidade e ao enriquecimento do cidadão alemão.
A interdependência gerada pelo livre-comércio e os incentivos do mercado para que as necessidades populares sejam atendidas são qualidades fundamentais que as ideias liberais possuem para proporcionar um convívio benéfico entre todos que integram a sociedade.
#MaisLiberdadeMenosEstado
[1] http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=98
[2] http://www.econlib.org/library/Enc/GermanEconomicMiracle.html
[3] http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1419
[4] http://www.cato.org/publications/commentary/look-behind-marshall-plan-mythology
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
Eleicoes 2014: o governo sainte entrega resultados piores do que os que recebeu - Luiz Guilherme Medeiros
Acredito que esses dados fornecem elementos adequados para informar o cidadão ainda indeciso sobre quais são as escolhas a serem feitas na atual conjuntura, contribuindo para um voto consciente.
Eu me permitiria acrescentar uma reflexão pessoal, que constato como qualquer outro observador do cenário político eleitoral de 2014: o Brasil se encontra dividido, talvez não tão profundamente como acreditam alguns ideólogos, ou como circunstancialmente revelam algumas sondagens eleitorais, e felizmente não tão dividido quanto outras sociedades mais infelizes do que a nossa -- a Venezuela, por exemplo -- mas ainda assim dividido, segundo linhas de clivagem que eu pretendo explorar em outro pequeno texto de reflexão. Só posso antecipar que a atual divisão -- complexa, e não apenas social e política -- terá consequências negativas para o processo político que se inicia com o novo governo, qualquer que seja ele. Essa divisão também terá consequências sobre as reformas, inevitáveis, que se impõem, em face de um quadro recessivo e de inflação ascendente.
Infelizmente, sou obrigado a constatar isto, mas não quero me antecipar sobre o que pretendo escrever em breve.
Enquanto isso fiquem com esta pequena nota informativa e reflexiva.
Paulo Roberto de Almeida
O atual governo alega que se importa com os pobres, mas não é isso que suas atitudes revelam
Luiz Guilherme Medeiros
Instituto Liberal do Centro-Oeste, 20/10/2014 (recebido: 17:00)
A gestão Dilma realizou um feito surpreendente: entregou quase todos os indicadores econômicos do Brasil piores do que pegou.
Criamos poucos empregos, nosso crescimento é baixo, a renda da população não aumenta e a inflação cada vez mais desvaloriza o Real. Um cenário ruim para o trabalhador humilde, que teme começar a ver suas oportunidades de ganhar sustento se reduzirem.
São as consequências de políticas econômicas ruins, que vem emperrando nosso desenvolvimento nos últimos quatro anos.
O que o governo faz diante disso? Cruza os braços e nega a existência do problema.
Está claro que o modelo atual fracassou. Continuar com ele é fazer o Brasil afundar em seus problemas, ver as nossas conquistas retrocederem. Não é razoável por tudo a perder simplesmente porque nossos representantes se enganam, ou tentam nos enganar.
Precisamos de mudança. Vamos renovar nosso país e começar as reformas necessárias para voltarmos a crescer com vigor, aumentando a prosperidade de todos.
Imediatismo ou compromisso com a nação. A escolha é sua.
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,mercado-projeta-crescimento-de-0-27-do-pib-neste-ano,1579580
http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2014/10/inflacao-de-setembro-chega-675-e-estoura-o-teto-da-meta-do-governo.html
terça-feira, 29 de julho de 2014
Censura totalitaria dos petralhas pretende calar simples economistas - Luiz Guilherme Medeiros
Como disse em artigo prévio, 2014 começou a valer apenas no mês de junho. A euforia nacional, o ufanismo e a desilusão que a Copa trouxe já vieram e já se foram. Resta agora nos preparamos para o segundo momento-chave do ano, as eleições de Outubro. A partir de agora, o centro da discussão passará a ser cada vez mais aonde o Brasil se encontra de fato, e para onde queremos que ele siga.