Presidida pelo membro do Instituto Liberal do Centro Oeste, Rafael de Pavão, organizamos, no dia 12 de maio, o mesmo dia da votação da admissibilidade do processo de impeachment da Afastada (que nome!) na Câmara dos Deputados, o primeiro de dois eventos realizados no Uniceub, sob o signo comum de:
"Desafios ao Brasil: Política e Economia"
sendo que este primeiro foi dedicado à Política, com a participação do cientista político, professor da UnB, assessor legislativo no Senado Federal e consultor político, Paulo Kramer, e minha própria, em substituição ao palestrante original, professor Carlos Pio, retido em São Paulo por razões familiares.
Foi uma excelente noite de exposições e debates, com o Auditório 1 do Uniceub completamente cheio, todas as cadeiras ocupadas, e espectadores infelizmente impedidos de assistir de maneira confortável.
Agora, com a disponibilidade do vídeo pelo Núcleo de Marketing Digital do Uniceub -- e aproveito para agradecer ao professor Roberto Lemos pela prestimosa ajuda -- podemos contemplar todos os que não puderam estar em Brasília ou, estando em Brasília, não conseguiram aceder ao auditório, ao disponibilizar este vídeo, que pode ser acessado neste link:
https://youtu.be/3A3PJxsHLIU
Aproveito para transcrever novamente a parte inicial de meu pronunciamento, lido de maneira imperfeita na minha exposição inicial, elaborado previamente ao evento, uma vez que ele expressa o estado de espírito sob o qual eu e Rafael Pavão concebemos e dirigimos estes dois eventos que deveriam marcar a passagem do Brasil a uma nova etapa de seu itinerário político e seu processo de desenvolvimento (ainda não é exatamente o caso) econômico.
Paulo Roberto de Almeida
Desafios ao Brasil na política e na economia numa fase
de transição
Paulo Roberto de Almeida
[Notas compilando
elementos de informação, para orientar debates na realização dos dois eventos
no Uniceub, previstos para os dias 12 e 13 de maio]
1ro. dia:
Política
Por iniciativa do
Instituto Liberal do Centro-Oeste, que encontra-se justamente comemorando dois
anos de sua recriação em Brasília, a partir de um pequeno grupo anterior de
adeptos incondicionais das liberdades econômicas e da mais ampla democracia
política, e por sugestão do internacionalista Rafael de Pavão, aqui presente, com
a minha colaboração acessória, estamos organizando duas noites de debates
prospectivos sobre a situação atual do Brasil e sobre as tarefas à nossa
frente.
Digo prospectivos porque
a intenção é menos a de repisar os atrozes equívocos de política e de economia dos
últimos treze anos e meio sob o signo do Nunca Antes, ou seja, a era dos
companheiros, e bem mais examinar e discutir o conjunto de reformas postas à
nossa frente, se de fato queremos que o Brasil se converta num país normal.
Digo “à nossa frente”
porque não considero que as tarefas que precisam ser empreendidas para
conquistar essa normalidade não incumbem tão somente, ou menos ainda
exclusivamente, aos dirigentes executivos e aos representantes eleitos, mas
também, e talvez essencialmente, à cidadania ativa, todos nós, coxinhas ou não,
que saímos às ruas, nos últimos dois anos, para exigir não apenas o fim da
corrupção, mas também o fim da impunidade.
Digo coxinhas, mas
também poderia dizer mortadelas – se por acaso existem aqui, deve existir, partidários
e apoiadores dos mortadelas, o que é totalmente legítimo do ponto de vista da
democracia – embora eu não acredite que mesmo mortadelas possam apoiar a
corrupção e a impunidade, ainda que eles possam apoiar, o que também é
legítimo, o projeto político do partido e dos personagens que estiveram e estão
envolvidos no mais gigantesco caso de corrupção jamais visto em nosso país,
talvez no hemisfério, quem sabe no planeta.
O que justamente parece
distinguir o Brasil de outros países deste nosso planetinha redondo (como disse
alguém), que também exibem corrupção nos meios políticos e nos negócios empresariais,
é precisamente o grau inaceitável de impunidade que sempre campeou entre nós,
pelo menos até aqui, antes que a República de Curitiba começasse a colocar um
fim a essa sensação de desesperança ao ver tantos Malufs da vida pública
escapar sorridentes entre as malhas da lei. E se me refiro ao Maluf, um
político na lista da Interpol, é porque ele se tinha convertido numa espécie de
modelo, um benchmark, como se diz na linguagem das comparações de mercado, um
exemplo do famoso “rouba mas faz”, embora não tenha feito grande coisa e tenha
sido amplamente superado desde então: já se disse que, na escala atual, ele não
passa de um reles trombadinha de periferia, ultrapassado que foi por poderes
mais altos que no horizonte despontaram. E como...
Disse também que
queremos que o Brasil se converta em um país “normal”, pois não considero que
seja normal viver no país da meia entrada, do foro privilegiado, do “dez vezes
sem juros”, o que não existe em nenhum outro país do mundo, não, pelo menos, nos
países normais. Foi com esses objetivos que concebemos e montamos estes dois
seminários, que pretendem oferecer algumas indicações sobre essas tarefas e
sobre as dificuldades imensas à frente.
Vamos agora iniciar
nossos debates; convido o professor Paulo Kramer, meu xará, querido amigo, grande
especialista em temas políticos e profundo conhecedor da política brasileira, a
fazer sua exposição, com tempo de 20 minutos e tolerância de mais 5 minutos,
inapelavelmente, pois o microfone desligará automaticamente.
(...)
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 5 maio 2016, 5 p.