Tarifa de
energia elétrica terá reajuste de 13% em Santa Catarina
Mário
Cesar Silva, 5/08/2013
A
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu nesta terça-feira, 30, o
reajuste médio de 13,73% para as tarifas de energia elétrica dos 2,5 milhões de
consumidores atendidos na área de concessão da Celesc Distribuição. O reajuste,
que passa a ser praticado a partir de 7 de agosto, é diferenciado por classe de
consumo.
O
presidente da Celesc, Cleverson Siewert, explica que o reajuste reflete,
basicamente, o novo perfil da energia comprada pelas distribuidoras, com
presença cada vez maior de energia gerada em termelétricas, cujo custo é maior
que a gerada em hidrelétricas. “Por questões ambientais, o Governo Federal
está reduzindo a construção de usinas que necessitam de grandes reservatórios.
Esse cenário tem favorecido a geração térmica. É uma nova tendência, que já impacta
nos preços praticados pelo mercado. Na tarifa que a Celesc passa a praticar em
agosto, o custo da energia é responsável por quase 80% do índice de reajuste em
relação ao ano anterior”.
Na
revisão tarifária de 2012, o custo previsto para compra de energia ficou aquém
do realizado. Por conta disso, ao longo de doze meses, a Celesc foi onerada em
R$ 569,5 milhões por conta dos despachos de térmicas, não previstos na tarifa.
Esse valor está sendo ressarcido à Empresa via recursos da Conta de
Desenvolvimento Energético, numa estratégia do Governo Federal para evitar um
impacto ainda maior no índice de reajuste tarifário.
Como funciona - O
reajuste tarifário é efetuado anualmente para todas as concessionárias de
distribuição de energia elétrica e, no caso da Celesc D, acontece sempre no mês
de agosto, de acordo com o contrato de concessão.
O
custo do serviço de distribuição de energia elétrica é composto de duas
parcelas:
Parcela
A – incorpora os custos não gerenciáveis da Celesc Distribuição, como
compra e transporte de energia elétrica e encargos setoriais resultantes de
políticas de governo, sem margem de comercialização, cabendo apenas a cobertura
dos custos.
Parcela
B (Custo de Distribuição) – incorpora os custos gerenciáveis relacionados
à atividade de distribuição de energia elétrica, como pessoal, materiais e
serviços, remuneração dos investimentos e cota de reintegração regulatória, com
margem de comercialização previamente estabelecida e vinculada à eficiência
operacional e à prudência dos investimentos.
O
gráfico abaixo mostra a composição da tarifa paga pelo consumidor de energia,
onde se vê que o custo da energia responde por quase 46% da tarifa, que os
tributos representam parcela de 25,5% e à Celesc cabe apenas 18%.
Reajuste da tarifa X inflação – O reajuste da tarifa de
energia elétrica tem resistido de forma firme aos índices de inflação no País.
Nos últimos três anos, o reajuste médio da energia elétrica na área de
concessão da Celesc D (entre 2011 e 2013) foi de 14,60%(+1,19 em 2011, - 0,32
em 2012 e 13,73 em 2013. Com o evento da revisão tarifária extraordinária em
janeiro de 2013, quando a tarifa foi reduzida em 19,13%, esse índice cai para
-4,53%. No mesmo período, o IGPM alcançou
índice de 22,6%.
Valor do reajuste por classe de consumo
Subgrupo
|
Reajuste
|
|
Industrial
|
A1 (230.000V)
|
19,15%
|
Grande siderúrgica
|
A2 (88.000 a
138.000V)
|
10,85%
|
Cerâmico/siderúrgico/metalurgia/papel e celulose
|
A3 (69.000V)
|
16,62%
|
Cerâmico/carbonífero/têxtil
|
A3a (30.000V a
44.000V)
|
19,80%
|
Cooperativas/beneficiadoras de
madeira/bovinos/cereais/papel e celulose
|
A4 (2.300V a
25.000V)
|
14,10%
|
Shoppings/comércio grande porte /condomínios
|
Residencial
|
B1
|
12,90%
|
Residencial e
baixa renda
|
Rural
|
B2
|
17,98%
|
Rural
|
Comercial
|
B3
|
13,00%
|
Comércio de médio e pequeno porte
|
Iluminação Pública
|
B4
|
18,00%
|
|
|