Sindicatos de trabalhadores são, obviamente, constituídos e funcionam para defender os direitos dos trabalhadores daquela categoria.Que eles também atuem, no seu conjunto, para produzir desemprego e desigualdades de renda são fatos não muito bem aceitos por todos, mas assim é o mundo.
Agora, quem é o responsável pelo grevismo exacerbado a que estamos assistindo no Brasil?
Em primeiro lugar, o governo claro, que produz uma inflação anual garantida de pelo menos 5 a 6%, e não se convence de que ela precisa ser menor. Todo ano o governo encomenda, prepara, espera e contribui para que o Brasil tenha uma taxa de inflação inaceitável do ponto de vista do poder de compra de todos os cidadãos.
Em segundo lugar, os próprios sindicados, mas aqui também ajudados pelo governo, que garante que essas greves de funcionários públicos -- que afetam TODOS os brasileiros -- sejam, de fato, férias remuneradas, sem qualquer consequência para os próprios grevistas, a não ser a chantagem que eles impõem ao resto da sociedade.
Pessoalmente, eu seria pelo fim da estabilidade dos funcionários públicos e pela proibição da greve em setores essenciais. Secundariamente eu seria pela desregulação de uma série de atividades e a desestatização de uma série de outros serviços públicos que podem ser oferecidos em regime de concorrência de mercado.
Paulo Roberto de Almeida
Funcionários da Fiocruz anunciam greve
4/8/2012 14:43, Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro
Para o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, as reivindicações dos trabalhadores são legítimas e a conduta do sindicato tem sido madura
Funcionários da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vão paralisar suas atividades a partir de segunda-feira. A decisão foi tomada em assembleia na quarta-feira. Desde junho, os trabalhadores da instituição vinham fazendo paralisações de 24 horas.
Na manhã de sábado, representantes do Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública (Asfoc) reuniram-se com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro, durante um evento público, e entregaram um documento com as reivindicação do grupo.
O presidente do sindicato, Paulo Garrido, argumentou que há três anos vem negociando com o Ministério do Planejamento e que desde então o salário dos funcionários sofreu desvalorização de 20%.
- Temos um acordo de março do ano passado com o governo determinando que até março de 2012 seria apresentada para os trabalhadores da Fiocruz uma proposta concreta na mesa. Na última reunião [semana passada], a Secretaria de Relações do Trabalho apresentou um diagnóstico um esboço, não uma proposta concreta.
A greve permanecerá pelo menos até o dia 13, dia sinalizado pelo Ministério do Planejamento para a apresentação de uma proposta referente à pauta da categoria. Nesse mesmo dia, uma nova assembleia está marcada para decidir os rumos da greve.
O ministro da Saúde disse que vai conversar com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. “Os trabalhadores têm seus mecanismos para lutar por aquilo que são seus direitos, pelas suas reivindicações e tenho plena convicção de que esse movimento não vai paralisar as atividades essenciais de assistência e de produção da Fiocruz”.
Além do aumento de salários, os grevistas querem a reestruturação do planos de carreiras, criação de uma data-base e a recomposição dos valores dos adicionais de insalubridade.
Os sindicalistas garantiram que as atividades de emergências dos hospitais e a produção de vacinas e medicamentos nas linhas já iniciadas não serão afetados pela greve.
Para o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, as reivindicações dos trabalhadores são legítimas e a conduta do sindicato tem sido madura. “A carreira na Fiocruz teve ganhos muito significativos há cerca de três anos, mas ao mesmo tempo desde esse período não tivemos recuperação de perdas e ajustes, que são importantes”. Gadelha ponderou, no entanto, que a conjuntura adversa internacional e nacional leva o governo a ter cautela na negociação.
Vinculada ao Ministério da Saúde, a Fiocruz está instalada em 10 estados e possui um escritório em Maputo, capital de Moçambique, na África. Ao todo, são 16 unidades técnico-científicas, voltadas para ensino, pesquisa, inovação, assistência, desenvolvimento tecnológico e extensão no âmbito da saúde. Além da geração de conhecimento, a fundação produz vacinas, medicamentos à base de plantas, métodos de diagnóstico e monitoramento da saúde do trabalhador, e atua no aumento do número de patentes brasileiras e aprimoramento do sistema de saúde nacional.
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