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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Livro: inovacao na agricultura e na industria - Jose Eustaquio Ribeiro Vieira Filho e Albert Fishlow


 AGRO INOVAÇÃO
Agricultura e indústria no Brasil: inovação e competitividade
José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho e Albert Fishlow
(Brasília: Ipea, 2017, 314p.)


Organizado em dez capítulos, o livro  pretende contar a história da mudança tecnológica no setor agropecuário brasileiro, por meio da complexidade das trajetórias de inovação ao longo da cadeia produtiva. Trata-se de uma profunda análise sobre as políticas públicas brasileiras de inovação, enfatizando a importância do agronegócio no conjunto da economia.
Erroneamente, a agricultura é considerada por muitos economistas um setor que exerce influência marginal na geração de tecnologias e no crescimento produtivo. A obra demonstra, ao contrário, ao estudar o processo de inovação no Brasil, que a agricultura apresenta-se como um caso paradigmático, mesmo quando comparado aos exemplos mais tradicionais do setor industrial. A proposta do livro é justamente apresentar teoria e prática, ressaltando o que há de comum nas experiências bem-sucedidas brasileiras, seja na agricultura, seja na indústria. O objetivo é repensar até que ponto a experiência obtida no agronegócio brasileiro encaixa-se na abordagem teórica de inovação institucional induzida e em que medida tal evento compara-se aos modelos da indústria nacional.
O livro pode servir de importante subsídio à formulação de políticas públicas na economia e à reflexão do papel do Estado no contexto recente, passado o boom das commodities, e no estabelecimento de prioridades de desenvolvimento de longo prazo.






sábado, 7 de dezembro de 2013

Inovacao tecnologica no Brasil: estagnando ou recuando - estudo do Ipea

INOVAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
IPEA (05/12/2013) – NOTA TÉCNICA SOBRE INOVAÇÃO

NOTA TÉCNICA ABORDA DESEMPENHO DO BRASIL EM INOVAÇÃO. 
A CRISE INTERNACIONAL, INICIADA EM 2008, SERIA UMA DAS RESPONSÁVEIS PELA ESTAGNAÇÃO DOS INDICADORES DE INOVAÇÃO. 

O Ipea publicou nota técnica com análise preliminar dos principais resultados da última edição da Pesquisa de Inovação (PINTEC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a Nota Técnica Análise dos dados da PINTEC 2011, considerando apenas o setor industrial, a pesquisa mostra que, após um crescimento sistemático da taxa de inovação nas quatro edições anteriores (de 31,52% para 38,11%), houve uma queda para 35,56% no período 2009-2011. 
No que diz respeito aos indicadores de investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), os dados apontam gastos que representam 0,59% do PIB. O resultado revela uma estagnação na comparação com 2008 (0,58%). A paralização nos indicadores de inovação no Brasil está relacionada, em grande parte, à crise internacional iniciada em 2008, mas também a uma conjuntura desfavorável e a características do próprio setor produtivo brasileiro. 
Destacam-se aí, a estrutura produtiva especializada em segmentos de menor intensidade tecnológica, a baixa escala de produção das empresas brasileiras e a existência de poucas companhias de capital nacional em segmentos mais intensivos em tecnologia. 
O documento chama a atenção para o fato de que setores intensivos em tecnologia estão perdendo espaço na estrutura produtiva do país. O esforço tecnológico aumentou nos últimos anos nos segmentos importantes da indústria, mas a participação deles na economia diminuiu. Isso explica porque o crescimento dos investimentos em P&D na indústria de transformação (de 0,75% do faturamento líquido, em 2008, para 0,83% em 2011) não se traduziu em ampliação na relação P&D/PIB. A pesquisa do IBGE trouxe ainda dados preocupantes sobre a carência de mão de obra qualificada na área de P&D. 
Segundo a diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação do Instituto, a situação atual reflete a falta, no passado, de políticas públicas de incentivo a formação de profissionais.


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Inovacao: os burocratas fariam melhor que os capitalistas individualmente? - Robert Shiller

O governo brasileiro cria mais uma estatal, a Embrapii, achando que vai fazer para a indústria o que foi feito para a agricultura, com a Embrapa.
Ele se engana redondamente, e só vai gastar dinheiro da sociedade inutilmente.
Abaixo o artigo de Robert Shiller sobre como a inovação é basicamente uma questão melhor deixada aos empreendedores individuais.
Paulo Roberto de Almeida

ECONOMIC VIEW
By ROBERT J. SHILLER
The New York Times,18/08/2013

An economist says his own experience in starting a business has helped shape his thinking on the subject of capitalism and culture.

CAPITALISM is culture. To sustain it, laws and institutions are important, but the more fundamental role is played by the basic human spirit of independence and initiative.
  The decisive role of the “spirit of capitalism” is an old concept, going back at least to Max Weber, but it needs refreshing today with new evidence and new thinking. Edmund S. Phelps, a professor of economics at Columbia University and a Nobel laureate, has written an interesting new book on the subject. It’s called “Mass Flourishing: How Grassroots Innovation Created Jobs, Challenge and Change” (Princeton University Press), and it contains a complex new analysis of the importance of an entrepreneurial culture.
  Professor Phelps discerns a troubling trend in many countries, however, even the United States. He is worried about corporatism, a political philosophy in which economic activity is controlled by large interest groups or the government. Once corporatism takes hold in a society, he says, people don’t adequately appreciate the contributions and the travails of individuals who create and innovate. An economy with a corporatist culture can copy and even outgrow others for a while, he says, but, in the end, it will always be left behind. Only an entrepreneurial culture can lead.
  Is the United States really becoming corporatist? I don’t entirely agree with such a notion. Even so, President Obama has been talking a lot about innovation as a job creator this year, and while some of his intentions may be good, I’m afraid that some of his proposals look a little corporatist, and might suppress individual initiative.
  In his State of the Union address in January, for example, the president proposed that the government should create 15 new “innovation institutes,” modeled on a public-private partnership that he helped start in Youngstown, Ohio, that is devoted to developing 3-D printers. There was more in this vein in his administration’s 2014 budget, offered in April. And in a  speech on July 30 in Chattanooga, Tenn., Mr. Obama suggested extending the number of innovation institutes to 45, or almost one for every state. The institutes, he said, would be “getting businesses, universities, communities all to work together to develop centers of high-tech industries all throughout the United States.”
  Will such measures work? Should the government really be trying to start a 3-D printer center? And why in Youngstown? It is easy to be skeptical of such a plan, especially when it was started in a swing state just before the presidential election. Web sites of the two senators and two representatives introducing bills this month  supporting the president’s latest proposals are suggesting, in not-too-subtle terms, that the legislation would bring jobs to their own states.
  Successful companies aren’t usually started this way. Professor Phelps, citing a McKinsey study, suggests that in free-market capitalism, “from 10,000 business ideas, 1,000 firms are founded, 100 receive venture capital, 20 go on to raise capital in an initial public offering, and two become market leaders.” It is easy to doubt, as Professor Phelps does, that the odds are favorable for a Youngstown 3-D printer center.
  How you view the innovation institutes, and the topic of capitalism and culture, may depend on your own experience. Many people have never seen the hatching of a successful business idea. That makes it hard to judge the subtle changes that may be occurring in the nation’s culture and in its potential for innovation.
  My own business experience has certainly helped shape my thinking. Yale, like many other universities, sensibly allows its professors to spend limited time in business, providing the opportunity for faculty members to gain valuable experience outside of the ivory tower and to offer their technical skill to the business world.
  In 1991, I started a business with Karl Case, an economics professor at Wellesley College, and Allan Weiss, a former student of mine at Yale. We called it Case Shiller Weiss, Inc., and it was devoted to an innovation we dreamed up. The idea was a new “repeat sale” home price index — which would track the changes in the value of the same houses over time. 
  At the time, this was an entirely new line of business. And, at first, that posed a problem: we were spectacularly unsuccessful in raising money. We talked to venture capitalists and their committees, to no avail. They just didn’t seem to get our business plan. We must have appeared odd to them — overly academic, perhaps. One remarked that we’d do better proposing a new shopping center. 
  But we went ahead with our idea anyway. At first, Allan worked without pay. A friend of Professor Case, Chuck Longfield, contributed some money. And in 1995, I took out a home equity line of credit on my house in New Haven so I could personally lend more money to help keep our business afloat. The experience was stressful, especially when adding it to the burdens of my main job, as a professor. I have much to thank my wife, Virginia, for her tolerance of my overwork and my worrying, and for allowing me to put our family savings at risk. 
  In the end, our business was successful, and I think a big part of it was that we relied on our own ideas and energy and, to a large extent, our own money. In 2002, we sold the business to Fiserv Inc., then licensed Standard & Poor’s to create what are now known as the S&P/Case-Shiller Home Price Indices. In 2006, the Chicago Mercantile Exchange began trading futures on 11 of our indexes. Fiserv sold the index business to CoreLogic early this year. 
  In short, our business made its mark without any help from the government.
  This little real-life experiment convinces me that committees of experts, even at smart venture capital firms, will often not recognize real innovation. I think that America’s business success through the decades has occurred because we have so many people with specialized knowledge who are willing to put their money, time and resources on the line for ideas that can’t be proved to a committee. 
  THAT experience may also help explain why I think the new crowdfunding initiative, started by the Jobs Act that the president signed last year, is an exciting step forward. It’s all about finding and mobilizing people who really understand specific, hard-to-prove ideas for important investments.
  At the same time, other of my experiences incline me to think that government-appointed committees of experts can help set the stage for an entrepreneurial culture, under certain limited circumstances. 
  Long before I started any commercial ventures of my own, I received some federal government support — in the form of National Science Foundation research grants, awarded to me decades ago as a young professor. They allowed me to do research, and though it was not directly related to my later business endeavors, the process developed my expertise and reinforced a sense of entrepreneurial opportunity. 
  These grants were awarded competitively, based on the quality of the proposals, and gave me experience with a system focused on creating opportunities for those who try hard. Later, from 1983 to 1985, I evaluated others’ proposals when I served on the foundation’s panel for economics. Observing the process from the government side convinced me that the foundation really works. Maybe it’s because the panelists are chosen from successful scientists, who serve anonymously out of public spirit. 
  In any case, as Professor Phelps has argued, direct government involvement in capitalism is a delicate thing. The system’s success depends on subtle cultural factors — and these require careful nurturing. ■

Robert J. Shiller is Sterling Professor of Economics at Yale.

PUBLISHED AUGUST 17, 2013 
http://www.nytimes.com/2013/08/18/business/why-innovation-is-still-capitalisms-star.html

sábado, 13 de abril de 2013

O guru da eterna inteligencia: Ray Kurzweill

Interview
Will Google's Ray Kurzweil Live Forever?
The Wall Street Journal, April 12, 2013

In 15 years, the famous inventor expects medical technology will add a year of life expectancy every year.

Ray Kurzweil must encounter his share of interviewers whose first question is: What do you hope your obituary will say?
This is a trick question. Mr. Kurzweil famously hopes an obituary won't be necessary. And in the event of his unexpected demise, he is widely reported to have signed a deal to have himself frozen so his intelligence can be revived when technology is equipped for the job.
Mr. Kurzweil is the closest thing to a Thomas Edison of our time, an inventor known for inventing. He first came to public attention in 1965, at age 17, appearing on Steve Allen's TV show "I've Got a Secret" to demonstrate a homemade computer he built to compose original music in the style of the great masters.
In the five decades since, he has invented technologies that permeate our world. To give one example, the Web would hardly be the store of human intelligence it has become without the flatbed scanner and optical character recognition, allowing printed materials from the pre-digital age to be scanned and made searchable.
If you are a musician, Mr. Kurzweil's fame is synonymous with his line of music synthesizers (now owned by Hyundai). As in: "We're late for the gig. Don't forget the Kurzweil."
If you are blind, his Kurzweil Reader relieved one of your major disabilities—the inability to read printed information, especially sensitive private information, without having to rely on somebody else.
In January, he became an employee at Google. "It's my first job," he deadpans, adding after a pause, "for a company I didn't start myself."
There is another Kurzweil, though—the one who makes seemingly unbelievable, implausible predictions about a human transformation just around the corner. This is the Kurzweil who tells me, as we're sitting in the unostentatious offices of Kurzweil Technologies in Wellesley Hills, Mass., that he thinks his chances are pretty good of living long enough to enjoy immortality. This is the Kurzweil who, with a bit of DNA and personal papers and photos, has made clear he intends to bring back in some fashion his dead father.
Mr. Kurzweil's frank efforts to outwit death have earned him an exaggerated reputation for solemnity, even caused some to portray him as a humorless obsessive. This is wrong. Like the best comedians, especially the best Jewish comedians, he doesn't tell you when to laugh. Of the pushback he receives from certain theologians who insist death is necessary and ennobling, he snarks, "Oh, death, that tragic thing? That's really a good thing."
"People say, 'Oh, only the rich are going to have these technologies you speak of.' And I say, 'Yeah, like cellphones.' "
To listen to Mr. Kurzweil or read his several books (the latest: "How to Create a Mind") is to be flummoxed by a series of forecasts that hardly seem realizable in the next 40 years. But this is merely a flaw in my brain, he assures me. Humans are wired to expect "linear" change from their world. They have a hard time grasping the "accelerating, exponential" change that is the nature of information technology.
"A kid in Africa with a smartphone is walking around with a trillion dollars of computation circa 1970s," he says. Project that rate forward, and everything will change dramatically in the next few decades.
"I'm right on the cusp," he adds. "I think some of us will make it through"—he means baby boomers, who can hope to experience practical immortality if they hang on for another 15 years.
By then, Mr. Kurzweil expects medical technology to be adding a year of life expectancy every year. We will start to outrun our own deaths. And then the wonders really begin. The little computers in our hands that now give us access to all the world's information via the Web will become little computers in our brains giving us access to all the world's information. Our world will become a world of near-infinite, virtual possibilities.
How will this work? Right now, says Mr. Kurzweil, our human brains consist of 300 million "pattern recognition" modules. "That's a large number from one perspective, large enough for humans to invent language and art and science and technology. But it's also very limiting. Maybe I'd like a billion for three seconds, or 10 billion, just the way I might need a million computers in the cloud for two seconds and can access them through Google."
We will have vast new brainpower at our disposal; we'll also have a vast new field in which to operate—virtual reality. "As you go out to the 2040s, now the bulk of our thinking is out in the cloud. The biological portion of our brain didn't go away but the nonbiological portion will be much more powerful. And it will be uploaded automatically the way we back up everything now that's digital."
"When the hardware crashes," he says of humanity's current condition, "the software dies with it. We take that for granted as human beings." But when most of our intelligence, experience and identity live in cyberspace, in some sense (vital words when thinking about Kurzweil predictions) we will become software and the hardware will be replaceable.
Which brings us to his father, a gifted musician and composer whose early death from heart disease left a profound mark on Mr. Kurzweil. Understand: He is not talking about growing a biological person in a test-tube and requiring him to be Dad. "DNA is just one kind of information," Mr. Kurzweil says. So are the documents his father left behind, and the memories residing in the brains of friends and family. In the virtual world that's coming, it will be possible to assemble an avatar more like his father than his father ever was—exactly the father Mr. Kurzweil remembers.
"My work on this project right now is to maintain these files," he adds, referring to Dad's memorabilia.
Mr. Kurzweil grew up in Queens, N.Y., and went to MIT. Looking back on his inventions, a common theme since that first music composer has been pattern recognition—which he believes is the essence of human thinking and the essence of the better-than-human artificially-enhanced intelligence that we are evolving toward.
The same work now continues at Google. Last July, Mr. Kurzweil was hunting investors for a new project. He pitched Google co-founder Larry Page. Mr. Page's response was to ask why Mr. Kurzweil didn't pursue his project inside Google, since Google controlled resources that Mr. Kurzweil surely would not be able to replicate outside. "Larry was actually more low-key and subtle than that," Mr. Kurzweil says now, "but that's how I interpreted the pitch. And he was right."
To wit, the knowledge graph—Google's map of billions of Web objects and concepts, and the billions of relationships among them—would be immeasurably handy to Mr. Kurzweil's ambition to recreate human-style pattern recognition, especially as it relates to language, in computers. The two agreed on a one-sentence job description: "to bring natural language understanding to Google."
Mr. Kurzweil and his Google team will be tackling a project begun by IBM's Watson, which fed its brain by reading Wikipedia. What Watson understood is hard to say, but—helped by brute processing power—Watson was famously able to beat all-time "Jeopardy" champions to intuit that, for instance, "a tiresome speech delivered by a frothy pie topping" was a "meringue harangue."
Mr. Kurzweil's goal is to enable Google's search engine to read, hear and understand human semantics. "The idea is to create a system that's expert in everything it has read and make that expertise available to the world," he says.
Mr. Kurzweil, at age 65, claims he has become just another Googler living in San Francisco and "riding the Google bus to work every day." But his employer also wants him to remain a "world thought leader"—a term not so grandiose as it seems when you consider all the Davos-type pontificators who exercise global influence without having hatched an original thought.
Mr. Kurzweil's ideas on death and immortality, not his impressive record as an entrepreneur, are what bring TV newsmagazines and print reporters to his door these days. I suggest to him he's discovered the power of the prophetic voice and is borne forward by the rewarding feelings that come from giving people hope in the face of their profoundest fears.
My insight does not impress him. He says he just gets satisfaction from seeing his ideas, like his inventions, wield a positive force in the world. People blame technology for humanity's problems, he says. They are much too pessimistic about its power to solve poverty, disease and pollution in our lifetimes.
By the same token, people need to prepare themselves for a downside they haven't experienced yet. "How many people have been harmed by biotechnology? Approximately zero. But when it's a problem, it's going to be a big problem," he says. (Starting more than a decade ago, Mr. Kurzweil began helping the U.S. Army develop countermeasures to a potential terrorist superbug.)
Mr. Kurzweil tells me he objects to some people's insinuation that he's religiously motivated, that "I'm trying to start a religion." He simply believes what his data are telling him: The rise of computational technology is exponential, and astonishingly smooth and predictable through wars, depressions, history. His aim in the first instance was the practical one of making sure his technology ventures succeeded in the market. Today, his goals are still practical.
One is to keep himself alive until some form of technological immortality becomes possible. Two of his seven books are on nutrition and health. A Kurzweil-co-founded company even sells "longevity products," and Mr. Kurzweil himself takes more than 150 pills and supplements a day. As the subtitle of one of his books puts it, "Live long enough to live forever."
But be warned: There is no magic pill. Mr. Kurzweil submits to a relentless series of blood tests to monitor his efforts to reprogram his body chemistry against aging and against inherited propensities for diabetes and heart disease. "I'm reasonably confident that I will make it," he adds. "But it's not guaranteed. There are still many diseases we don't have an answer to, though I do have some good ideas about cancer and heart disease." If diagnosed with a life-threatening illness, he adds, he already has plans to put aside his other projects and develop a cure.
Which creates a moral quandary for anyone tempted to wish Mr. Kurzweil good health. But this is one wisecrack I keep to myself.
Mr. Jenkins writes the Journal's Business World column.

domingo, 24 de março de 2013

Brasil: um anao tecnologico - Editorial Estadao

O editoral sequer cita a criação da Embrapii, anunciada com estardalhaço pelo governo, em mais uma demonstracao, junto com o Ciencia Sem Fronteiras, de que o ogro estatal continua torrando dinheiro inutilmente e acreditando que as solucoes estatais sao as unicas ou melhores para o pais. Continuaremos a nos arrastar penosamente em direcao ao futuro.
A unica garantia que temos desse governo é a de que a educação continuará a se deteriorar continuamente, aliás, à inagem e semelhança do próprio governo.
Paulo Roberto de Almeida

Brasil fica para trás em inovação
24 de março de 2013
Editorial O Estado de S.Paulo

Os países emergentes reduziram consideravelmente a distância que os separa das potências no que diz respeito à pesquisa e à inovação, áreas fundamentais para dar sustentação ao razoável desempenho econômico que essas nações tiveram nos últimos anos. O Brasil apresentou alguns avanços, como mostra um levantamento da empresa de informação Thomson Reuters, mas o perfil do País indica atraso em áreas essenciais, como engenharia, química e física. Para os autores da pesquisa, essa deficiência pode significar uma limitação importante para o desenvolvimento econômico no futuro. O problema é o de sempre: o investimento em inovação, tanto público quanto privado, é baixo e direcionado apenas para certas áreas do conhecimento, normalmente ligadas à natureza, negligenciando setores que possibilitariam um salto estrutural importante, como tecnologia e ciências físicas.

O levantamento da Thomson Reuters mostra que, há 40 anos, dois terços das pesquisas publicadas se originavam de países do G-7, o grupo dos sete países mais desenvolvidos do mundo. Hoje, o G-7 responde por menos da metade. O quadro mudou graças ao crescimento acelerado das pesquisas em cinco países emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e Coreia do Sul.

Para os padrões europeus e da OCDE, o investimento em pesquisas, num país desenvolvido, deve ser de algo em torno de 2% do PIB. Com exceção da Coreia do Sul, que investe mais até do que a Alemanha, os países emergentes citados no estudo ainda não estão nesse patamar, mas seus autores salientam que não é apenas uma questão de dinheiro - isto é, não basta construir laboratórios ou pagar bons salários aos pesquisadores. O importante é que o sistema educacional desses países seja transformado para criar uma geração intelectualmente preparada para esse desafio, e isso leva tempo e requer políticas de Estado firmes e contínuas. Alguns emergentes já tomaram essa providência há algum tempo, e o caso sul-coreano é o mais notável, enquanto outros patinam, como o Brasil, a Índia e a Rússia.

A dependência de investimento público para a inovação também é uma importante diferença entre Brasil e Coreia do Sul. Enquanto a indústria brasileira banca menos da metade dos recursos destinados à pesquisa, o setor privado sul-coreano responde por quase 75%. O estudo considera "anormalmente baixo" o aporte privado para a inovação no Brasil e atribui esse fenômeno à oferta oficial de incentivos fiscais para a indústria. Ou seja, o setor privado fica à espera de que o investimento seja feito pelo governo.

Além disso, a julgar pela produção científica registrada em revistas especializadas, o Brasil concentra suas pesquisas na área de ciências biológicas - ou, para usar um termo cunhado pelo estudo, "economia do conhecimento da natureza". Os demais emergentes também vão bem em biologia e em bioquímica, mas apresentam um cardápio bem mais variado de interesses e um pesado investimento em ciências físicas, voltadas para o desenvolvimento tecnológico, que o Brasil não prioriza. Em seus planejamentos quinquenais, a China já deixou claro que pretende passar de manufatureira a geradora de conhecimento - em 2010, 84% das patentes requeridas entre os emergentes eram chinesas e sul-coreanas. Desse modo, o futuro próximo indica um ambiente muito mais competitivo do que o atual.

No Brasil, contudo, observa-se uma errática política de incentivo à inovação em tecnologia, limitando-se a programas estatais - no último deles, o governo anunciou R$ 32,9 bilhões, até 2014, para financiar projetos. O estudo divulgado agora comprova que, entre os emergentes, há aqueles que investem de modo sistemático e permanente para mudar seu status global, tentando ombrear com as grandes potências em inovação, e há os que se querem "desenvolvidos" apenas pela força de belas palavras. Já passou da hora de decidir se o Brasil quer continuar a ser um mero emergente, escorando-se em assistencialismo voluntarista e no paternalismo estatal, ou se vai investir para ser uma verdadeira potência.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A dificuldade de inovar no Brasil - Ciencia Hoje online



A dificuldade de inovar

Apesar das políticas voltadas para a inovação, distância entre universidade e empresa continua grande e produção industrial brasileira desacelera. Governo, academia e indústria debatem estratégias para tornar a ciência brasileira mais competitiva.
Por: Marcelo Garcia
Ciência Hoje online, em 21/08/2012 
A dificuldade de inovar
Superar a resistência histórica das empresas à inovação pode impulsionar a competitividade do país no mercado internacional. Hoje, o Brasil importa tecnologia e produtos industrializados em diversas áreas. (foto: Flickr/ MorBCN – CC BY-NC-SA 2.0)
Segundo o Relatório de Competitividade Global de 2012, o Brasil é o 53º país do mundo em inovação, cinco posições acima da que ocupa no Índice Global de Inovação. O Barômetro Global da Inovação, que avalia a percepção do ambiente de inovação de 22 países, nos coloca no 17º lugar do grupo. Os dados são recentes, mas o quadro nem tanto: apesar de ocupar posição louvável na produção científica mundial (13ª), o Brasil ainda não cobriu o fosso que separa seu setor produtivo das universidades e segue com dificuldade de inovar.
As iniciativas, leis e políticas de estímulo e investimento que caracterizam o ambiente de inovação brasileiro foram o foco do Congresso da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica (Abipti), realizado na semana passada, em Brasília. Cientistas, representantes de instituições públicas de pesquisa e empresários discutiram aquele que consideram um dos principais gargalos nacionais: como transformar a excelência da pesquisa científica brasileira em práticas inovadoras.
Presente ao evento, o ministro de Ciência e Tecnologia Marco Antonio Raupp destacou a importância de fortalecer a relação entre universidade e setor produtivo e voltou a defender o papel das instituições científicas e tecnológicas nesse processo.
“O Brasil tem boas bases científica e industrial, mas os dois caminhos se desenvolveram separadamente; as empresas nacionais nunca se preocuparam em competir no mercado global”, afirmou. “O papel das entidades de pesquisa, desenvolvimento e inovação é criar pontes entre os dois universos.”

Confira a opinião dos participantes do congresso sobre a evolução da inovação no Brasil


Beija sapo

Fechar esse ‘ciclo de inovação’ depende da superação da histórica aversão ao risco das empresas brasileiras. Segundo o diretor representante daFraunhofer no Brasil, Eckart Bierdümpel, somente cinco em cada mil ideias inovadoras conseguem ser lançadas com algum sucesso. “Ou seja, é preciso beijar muitos sapos para conseguir um príncipe”, completou.
Rezende: “Nas últimas décadas, as grandes questões eram a inflação e a qualidade. Só depois veio a inovação”
Para o presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) Jorge Ávila, a criação de um ambiente favorável à inovação passa justamente pela redução do risco. “Isso pode ser alcançado por medidas como a coparticipação do Estado e a desoneração tributária, por exemplo”, destacou, “além de necessários avanços na área de propriedade intelectual e industrial.”
O ex-ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação Sergio Rezende lembrou, no entanto, que a própria discussão sobre inovação é recente nas empresas. “Nas últimas décadas, as grandes questões eram a inflação e a qualidade. Só depois veio a inovação”, afirmou. “Em todo país com industrialização moderna, o governo teve papel central na criação de um ambiente favorável à inovação, com investimento educacional, estímulo à pesquisa nas empresas e à interação com a universidade, além de incentivos fiscais.”

Confira a opinião dos participantes do congresso sobre a posição do setor empresarial na cadeia de inovação

Um incentivo adicional à inovação pode estar nos resultados de uma pesquisa apresentada pela consultoria Innoscience. O grupo acompanhou durante cinco anos as 31 empresas nacionais de capital aberto mais inovadoras e registrou uma valorização 100% maior de suas ações em relação às das empresas mais valiosas da Bolsa de Valores de São Paulo. 

A política da inovação

Colocada como prioridade nos últimos governos, a inovação ganhou nos anos 2000 diversas regulamentações e iniciativas a ela direcionadas, como a própria Lei de Inovação e a Lei do Bem, que visam estimular a parceria público-privada e o investimento empresarial na área.
“Inovar para competir, competir para crescer”, lema do Plano Brasil Maior, política industrial lançada no ano passado, reflete bem esse ímpeto inovador – também representado pela criação de redes como o Sistema Brasileiro de Tecnologia e de iniciativas como a Empresa Brasileira de Inovação Industrial e o Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em tramitação no Congresso Nacional.
Mesmo com a proposta de  elevar o investimento em C,T&I para 1,8% do PIB,  governo  realizou corte de mais de 20% no orçamento da área em 2012
Paradoxalmente, o país vive umquadro de desaceleração da produção industrial nos últimos anos, destacado pelo gerente executivo de inovação e tecnologia da Confederação Nacional da Indústria, Jefferson Gomes. “Há algumas décadas, a indústria de transformação já representou quase 30% do PIB brasileiro, mas hoje não chega a 15%”, lamentou. Gomes apresentou o projeto de instalação dos institutos Senai de inovação, que visam auxiliar as empresas brasileiras a inovar. 
O próprio investimento governamental em ciência, tecnologia e inovação derrapou no início do ano. Mesmo tendo assumido o compromisso eleitoral de elevar o investimento na área para 1,8% do PIB até 2015, como lembrou Rezende, o governo federal anunciou um corte de mais de 20% do orçamento da pasta para este ano – a princípio um reflexo da crise global que não sinaliza mudanças nos rumos da política nacional.

Confira a opinião dos participantes do congresso sobre a legislação e as políticas de inovação do Brasil

O presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) Glauco Arbix defendeu a prioridade de investimento em ciência, tecnologia e inovação, além da educação, nesse momento de crise. “Qualquer outro discurso é paliativo; precisamos agregar valor ao que produzimos ou continuaremos a viver de soluços.” Arbix também comentou sobre o processo de transformação da Finep em uma agência de fomento, que poderá dar mais flexibilidade para a instituição atuar na gestão de risco tecnológico e no estímulo à inovação no país.
Marcelo Garcia
Ciência Hoje On-line

quarta-feira, 4 de julho de 2012

"Brasil perde 9 posições em ranking de inovação"

Isso porque não quiseram classificar os países que mais inovaram em matéria de desvios de dinheiro público, dólares na cueca, concorrências dirigidas, aumento do salário de marajás do serviço público, e outras magníficas contribuições do Brasil para o estoque de "expertezas" da humanidade. Nisso o Brasil estaria, com alguns companheiros dos Brics, nos primeiros lugares...
Paulo Roberto de Almeida 
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Brasil perde 9 posições em ranking de inovação
O Estado de São Paulo, 3/07/2012

País é 58º da lista de países mais inovadores, atrás de Portugal, Chile e África do Sul. Crédito, ambiente de negócios e educação são entraves.
O Brasil desabou no ranking dos países mais inovadores do mundo. Uma classificação publicada hoje (3) pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual e pelo instituto Insead, considerada como a mais completa temperatura do grau de inovação no mundo, aponta que o Brasil ocupa apenas a 58ª posição no ranking, uma queda de nove posições em relação a 2011.

Países como Portugal, Sérvia, Romênia, África do Sul e Bulgária estão melhores colocados que o Brasil. Os principais obstáculos no País: a qualidade do ensino superior e as condições para investir em ciência. O ranking é liderado pela Suíça, seguido pela Suécia, Cingapura e Finlândia. Os Estados Unidos estão na décima colocação.

O levantamento revela que o Brasil foi o país que mais caiu no ranking entre os Brics, sigla que agrupa China, Índia, Rússia e Brasil. Para os especialistas, o bloco todo precisa corrigir obstáculos institucionais para fomentar a inovação. China e Índia são citados como exemplos de países que conseguiram transformar bolsões de tecnologia em ganhos mais generalizados para a economia.

Mas, quanto ao Brasil, o levantamento revela que o País não é líder em inovação nem mesmo na América Latina. O Chile está na 39.ª posição. Já o restante da região está bem abaixo. Na 58ª posição, a situação do Brasil não é cômoda. "Particularmente preocupante é a posição do Brasil no que se refere ao ambiente para negócios (127ª posição de 141 países analisados), a educação superior (115º lugar), condições de crédito e comércio (108º lugar)", alertou o estudo.

O levantamento ainda indica que o peso das importações no PIB brasileiro é o menor do mundo. Em 2010, as importações representavam apenas 12% do PIB, o menor índice entre 141 países avaliados. O Brasil também tem uma baixa taxa de pesquisas publicadas em revistas científicas em comparação a seu PIB. O Brasil tem uma produção menor que Fiji, Irã ou Zimbábue, levando em conta o tamanho das economias.

Exportação - Com apenas 14% de suas exportações com valor agregado de alta tecnologia, o Brasil ocupa a 49.ª posição entre os países com uma pauta de exportação mais avançada. Tunísia, Indonésia e Cazaquistão estão em melhor posição. Outra constatação é de que empresas raramente contribuem com a inovação no Brasil, com menos de 5% das patentes registradas. Hoje, 24% das patentes são registradas por universidades.

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PRA: E depois dizem que sou pessimista...
Mas tenho certeza de uma coisa: em matéria de malandragens políticas e de assalto organizado ao Estado por parte de certos partidos das causas justas ficamos entre os melhores do mundo...
Gostaria de ver as autoridades da área, a Agência Brasil (de notícias suspeitas) comentar esses resultados brilhantes...

segunda-feira, 19 de março de 2012

Israel: um gigante tecnologico - debate no Hudson Institute, de Washington


Hudson Institute is pleased to invite you to a discussion on...
Economic Lessons from Israel: Jumpstarting Trade and Investment

Wednesday, March 21
12:00 - 2:00 PM
As governments worldwide are seeking ways to create jobs, promote exports, and expand their economies, there are important lessons to be learned from the history and current practice of U.S.-Israeli trade and investment in technology. The field has produced an astounding amount of innovation, new technology, and success for a long list of U.S. and Israeli companies.
Although the United States has been a top innovator for decades, one recent study estimates that its rate of progress in becoming a new, knowledge-based innovation economy is slower than all the other thirty nine countries/regions that were evaluated. A troubling sign is that patents issued to American applicants have dropped recently while those issued to foreign applicants continue to increase.
In contrast, Israel has been accelerating its progress as an innovation-based economy over the last fifteen years. Israel has attracted more than twice as much venture capital investment per person than the United States and thirty times more than Europe—a remarkable feat considering it is a 63-year-old country of only 7.5 million, surrounded by hostile neighbors and with few natural resources. As an innovation hub, Israel has become a premiere destination for American companies. Over a hundred U.S. firms have opened R&D operations in Israel and many more have acquired companies in a variety of industrial sectors, serving as a key catalyst for Israel's own innovation boom.
The U.S.-Israeli commercial relationship is a growth engine for the economies of both countries—creating jobs and enabling companies to innovate, build, and create new products that transform industries and society.
Please join Hudson Institute, in cooperation with the Legacy Heritage Fund, for  a discussion on March 21 from 12:00 to 2:00 PM.
Panelists:
  • Greg Slater, Director, Global Trade and Competition Policy, Intel Corporation
  • Eitan Yudilevich, President, BIRD Foundation
  • Victor Mizrahi, Principal of Mizrahi Enterprises; former President of Semrock, Inc. and former Chief Scientist of Ciena Corporation 
  • Joshua Kram, Head, U.S.-Israeli Business Initiative, U.S. Chamber of Commerce
  • Douglas Feith (moderator), Senior Fellow, Hudson Institute; former Under Secretary of Defense for Policy