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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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domingo, 25 de outubro de 2020

The Economics of Coffee in One Chart - Omri Wallach (Visual Capitalist)

AGRICULTURE

The Economics of Coffee in One Chart


Visual Capitalist, October 24, 2020

By Omri Wallach




Breaking Down the Economics of Coffee

What goes into your morning cup of coffee, and what makes it possible?

The obvious answer might be coffee beans, but when you start to account for additional costs, the scope of a massive $200+ billion coffee supply chain becomes clear.

From the labor of growing, exporting, and roasting the coffee plants to the materials like packaging, cups, and even stir sticks, there are many underlying costs that factor into every cup of coffee consumed.

The above graphic breaks down the costs incurred by retail coffee production for one pound of coffee, equivalent to about 15 cups of 16 ounce brewed coffee.

The Difficulty of Pricing Coffee

Measuring and averaging out a global industry is a complicated ordeal.

Not only do global coffee prices constantly fluctuate, but each country also has differences in availability, relative costs, and the final price of a finished product.

That’s why a cup of 16 oz brewed coffee in the U.S. doesn’t cost the same in the U.K., or Japan, or anywhere else in the world. Even within countries, the differences of a company’s access to wholesale beans will dictate the final price.

To counteract these discrepancies, today’s infographic above uses figures sourced from the Specialty Coffee Association which are illustrative but based on the organization’s Benchmarking Report and Coffee Price Report.

What they end up with is an estimated set price of $2.80 for a brewed cup of coffee at a specialty coffee store. Each store and indeed each country will see a different price, but that gives us the foundation to start backtracking and breaking down the total costs.


From Growing Beans to Exporting Bags

To make coffee, you must have the right conditions to grow it.

The two major types of coffee, Arabica and Robusta, are produced primarily in subequatorial countries. The plants originated in Ethiopia, were first grown in Yemen in the 1600s, then spread around the world by way of European colonialism.

Today, Brazil is far and away the largest producer and exporter of coffee, with Vietnam the only other country accounting for a double-digit percentage of global production.


Country

Coffee Production (60kg bags)

Share of Global Coffee Production

Brazil

64,875,000

37.5%

Vietnam

30,024,000

17.4%

Colombia

13,858,000

8.0%

Indonesia

9,618,000

5.6%

Ethiopia

7,541,000

4.4%

Honduras

7,328,000

4.2%

India

6,002,000

3.5%

Uganda

4,704,000

2.7%

Peru

4,263,000

2.5%

Other

24,629,000

14.2%


How much money do growers make on green coffee beans? With prices constantly fluctuating each year, they can range from below $0.50/lb in 2001 to above $2.10/lb in 2011.

But if you’re looking for the money in coffee, you won’t find it at the source. Fairtrade estimates that 125 million people worldwide depend on coffee for their livelihoods, but many of them are unable to earn a reliable living from it.

Instead, one of the biggest profit margins is made by the companies exporting the coffee. In 2018 the ICO Composite price (which tracks both Arabica and Robusta coffee prices) averaged $1.09/lb, while the SCA lists exporters as charging a price of $3.24/lb for green coffee.


Roasting Economics

Roasters might be charged $3.24/lb for green coffee beans from exporters, but that’s far from the final price they pay.

First, beans have to be imported, adding shipping and importer fees that add $0.31/lb. Once the actual roasting begins, the cost of labor and certification and the inevitable losses along the way add an additional $1.86/lb before general business expenses.

By the end of it, roasters see a total illustrated cost of $8.73/lb.


Roaster Economics

($/lb)

Sales Price

$9.40

Total Cost

$8.73

Pre-tax Profit

$0.67

Taxes

$0.23

Net Profit

$0.44

Net Profit (%)

7.1%


When it comes time for their profit margin, roasters quote a selling price of around $9.40/lb. After taxes, roasters see a net profit of roughly $0.44/lb or 7.1%.


Retail Margins

For consumers purchasing quality, roasted coffee beans directly through distributors, seeing a 1lb bag of roasted whole coffee for $14.99 and higher is standard. Retailers, however, are able to access coffee closer to the stated wholesale prices and add their own costs to the equation.

One pound of roasted coffee beans will translate into about 15 cups of 16 ounce (475 ml) brewed coffee for a store. At a price of $2.80/cup, that translates into a yield of $42.00/lb of coffee.

That doesn’t sound half bad until you start to factor in the costs. Material costs include the coffee itself, the cups and lids (often charged separately), the stir sticks and even the condiments. After all, containers of half-and-half and ground cinnamon don’t pay for themselves.

Factoring them all together equals a retail material cost of $13.00/lb. That still leaves a healthy gross profit of $29.00/lb, but running a retail store is an expensive business. Add to that the costs of operations, including labor, leasing, marketing, and administrative costs, and the total costs quickly ramp up to $35.47/lb.

In fact, when accounting for additional costs for interest and taxes, the SCA figures give retailers a net profit of $2.90/lb or 6.9%, slightly less than that of roasters.


A Massive Global Industry

Coffee production is a big industry for one reason: coffee consumption is truly a universal affair with 2.3 million cups of coffee consumed globally every minute. By total volume sales, coffee is the fourth most-consumed beverage in the world.

That makes the retail side of the market a major factor. Dominated by companies like Nestlé and Jacobs Douwe Egberts, global retail coffee sales in 2017 reached $83 billion, with an average yearly expenditure of $11 per capita globally.

Of course, some countries are bigger coffee drinkers than others. The largest global consumers by tonnage are the U.S. and Brazil (despite also being the largest producer and exporter), but per capita consumption is significantly higher in European countries like Norway and Switzerland.

The next time you sip your coffee, consider the multilayered and vast global supply chain that makes it all possible.

 


terça-feira, 20 de outubro de 2020

Petrobras: um importante relatório sobre sua produção - 3Trimestre 2020

Petrobras: Destaques de produção e vendas no 3T20

Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2020 – O desempenho operacional da Petrobras no 3T20 foi muito bom, considerando-se o cenário desafiador imposto pela pandemia da COVID-19. Nossa produção de óleo e gás no Brasil cresceu em 9,0% nos primeiros nove meses deste ano em relação ao ano passado. A produção dos campos do pré-sal se expandiu em 32%, enquanto nas demais áreas, pós sal, águas rasas e terrestres, houve contração.

Estimamos que a produção média em 2020 chegue em 2,84 MMboed, sendo 2,28 MMbpd de óleo, com variação de 1,5% para cima ou para baixo, superando o limite superior (2,5%) das metas originalmente divulgadas para o ano (2,7 MMboed e 2,2 MMbpd).

O crescimento da produção acima do esperado não resultou em estoques excessivos, o que seria possível face à expressiva redução da demanda global por petróleo. Pelo contrário, temos trabalhado com estoques inferiores aos do período pré-COVID graças à maior integração entre produção, refino, logística e comercialização.  

A proteção da saúde de nossos colaboradores tem sido prioridade número um da companhia. Home office, redução de pessoal a bordo e nas plantas industriais, higienização contínua, assistência médica com acesso à telemedicina e adoção da estratégia de testagem maciça com seleção, testagem, rastreamento e quarentenagem têm sido nossas principais ações. Até o momento aplicamos mais de 270.000 testes, e as empresas prestadoras de serviços para a Petrobras cerca de 110.000, o que tem permitido diminuir a taxa de transmissão da COVID através da identificação de muitos casos de assintomáticos.  

O cenário de contingência da COVID-19 continua limitando os efetivos a bordo das nossas instalações marítimas de produção, nos levando a postergar parte das paradas programadas no 4T20 para início de 2021. Entretanto, conseguimos executar atividades de manutenção, o que contribuiu para aumentar a eficiência operacional, operar com segurança e manter ótima performance. Outro destaque foi o sucesso obtido na campanha de inspeção dos dutos suscetíveis à corrosão sob tensão por CO2 realizada com novas tecnologias e ferramentas, cujos resultados viabilizaram a continuidade operacional de dutos de injeção de gás, reduzindo gastos e perdas de produção.

A produção média de óleo, LGN e gás natural no 3T20 atingiu 2,95 MMboed, 5,4% acima do 2T20. Concorreram para esse resultado o crescimento da produção no campo de Atapu, com a entrada em operação da FPSO P-70 e primeiro óleo no final de junho e a maior eficiência operacional da P-74, P-75, P-76 e P-77, no campo de Búzios. O desempenho dessas plataformas foi suportado pela ampliação temporária da capacidade de processamento de óleo e gás das unidades, utilizando folgas de capacidade de geração de energia e compressão de gás disponíveis até o início da exportação de gás, e pelo alto potencial de produção dos poços e do reservatório. Isso possibilitou o atingimento de recordes de produção mensal em Búzios, de 615 Mbpd de óleo e 765 Mboed no mês de julho e da maior produção mensal alcançada por um poço no Brasil, com a marca de 69,6 Mboed do poço BUZ-10 registrada em setembro. Nesse mês, ainda tivemos 2 poços de Búzios que superaram a marca dos 65 Mboed (BUZ-12 e BUZ-24, respectivamente com 67,4 e 65,8 Mboed). Em agosto, iniciamos o escoamento de gás da P-74.

O Campo de Tupi alcançou a marca histórica de produção acumulada de 2 bilhões de barris de óleo equivalente, após 20 anos de assinatura do contrato de concessão e 10 anos da instalação do primeiro sistema definitivo de produção. É atualmente o campo com maior produção em águas profundas do mundo e respondeu por 28% da nossa produção no 3T20. Em julho, atingimos a capacidade de produção instalada na plataforma P-67, de 150 Mbpd, em operação nesse campo. Tupi foi também pioneiro para o desenvolvimento do pré-sal e revelou a existência de um novo modelo exploratório, até então desconhecido no mundo.

Avançamos, também, no ramp-up das plataformas P-68, nos Campos de Berbigão e Sururu, e P-70, no Campo de Atapu, com destaque para o início do escoamento de gás da P-70, no dia 15 de outubro de 2020.

Dando continuidade à gestão ativa de portfólio, concentrando recursos em ativos de classe mundial em águas profundas e ultraprofundas, no 3T20 assinamos contrato de venda da totalidade de nossa participação em 3 campos de águas rasas e 37 campos onshore. Adicionalmente, finalizamos a venda da totalidade da nossa participação nos Polos de Pampo e Enchova (Bacia de Campos), no Polo Lagoa Parda (Bacia do Espírito Santo) e nos campos Ponta do Mel e Redonda (Bacia Potiguar), pelo valor de US$ 437 milhões em caixa* e US$ 650 milhões em earn-outs que deverão ter impacto positivo sobre a geração de caixa da companhia nos próximos anos. Estes campos produziram 21,9 Mbpd nos primeiros seis meses de 2020, equivalente a 0,9% de nossa produção. 

Realizamos neste trimestre a hibernação adicional da plataforma de Merluza, localizada na Bacia de Santos, totalizando 63 plataformas em águas rasas hibernadas desde março de 2020. Ressalta-se que o Polo Merluza, composto pelos campos de Merluza e Lagosta, segue em processo de desinvestimento, conforme divulgado no dia 31 de março de 2020. 

No refino, a retomada da demanda no mercado doméstico resultou em recuperação das vendas e da produção de derivados. Consequentemente, o fator de utilização (FUT) das refinarias passou a flutuar em torno de 80% no 3T20, depois de atingir 55% em abril. Desse modo, a produção de combustíveis foi 17,8% maior do que no 2T20 e nos 9M20 superou em 1,7% a do mesmo período do ano passado. 

Desde julho a produção de diesel S-10, com baixo teor de enxofre, tem batido recordes, refletindo ações comerciais implementadas pela companhia para ampliar a oferta de diesel S-10 em substituição ao S-500, consistente com a estratégia de produzir combustíveis mais amigáveis ao meio ambiente. Em setembro, alcançamos a marca de 396 Mbpd. O crescimento da produção do diesel S-10 reflete a maior demanda pelo produto no Brasil, acompanhando a evolução dos motores de veículos pesados e utilitários movidos a diesel, responsáveis pela maior parte da circulação de mercadorias no território nacional. Em relação ao total de vendas, houve recuperação da demanda e de market share de diesel e gasolina em relação ao 2T20, período em que a demanda foi mais impactada pelas ações de isolamento social.  

Lançamos em setembro de 2020 o programa Biorefino 2030, que prevê projetos para a produção de uma nova geração de combustíveis, mais modernos e sustentáveis que os atuais, como o diesel renovável e o bioquerosene de aviação (BioQAv). O diesel renovável é um biocombustível avançado, produzido a partir de óleos vegetais e com a mesma estrutura do óleo diesel convencional, capaz de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 70% quando comparado ao diesel regular e em 15% quando comparado ao biodiesel. Concluímos com sucesso os testes em escala industrial e aguardamos a autorização do Conselho Nacional de Política Energética para comercialização do diesel renovável no Brasil. Já o BioQAv passará a ser obrigatório no Brasil a partir de 2027 e seu processo de hidrogenação utiliza as mesmas matérias primas necessárias para a produção do diesel renovável. As unidades industriais que produzem o BioQAv têm como coproduto o diesel renovável.

As vendas de asfalto também foram recordes, em julho, atingindo 227 mil toneladas, o maior volume mensal desde setembro de 2016.

Em agosto de 2020 a entrega de bunker no Porto de Santos foi de 190 mil toneladas, 46% do mercado brasileiro, a maior quantidade entregue desde abril de 2009, motivada pela exportação de grãos do período e a retomada da movimentação de contêineres.

No 3T20, a exportação de petróleo e derivados totalizou 983 Mbpd. Atingimos em setembro novo recorde de exportação de petróleo de 1.066 Mbpd. A exportação de correntes de óleo combustível subiu 5% em comparação com 2T20.

No segmento de Gás e Energia, a recuperação da demanda foi observada principalmente nas vendas para o mercado não termelétrico e se intensificou no 3T20, com destaque para volume vendido de 36 MM m³/dia em setembro, aproximando-se dos patamares pré-crise, fruto da retomada gradual da indústria e afrouxamento do isolamento, com maior consumo de GNV e recuperação do consumo comercial. 

* inclui US$ 7 milhões referente à venda de Ponta do Mel, a ser recebido em 18 meses.


Clique aqui para acessar o relatório completo.

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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Como afundar alegremente a producao de cafe de um pais, e ainda pretender fazer mais

Os plantadores, torrefadores e exportadores de café da Colômbia, do Brasil, do Vietnã, de todos os demais países produtores e exportadores, deveriam erguer uma estátua a Hugo Chávez. Não sem razão: a Venezuela, que já foi uma forte concorrente do Brasil na exportação de café, hoje necessita importar.
Adivinhem por qual razão?
Deixo aqui a historinha...

Chávez le da la razón a Friedman
por Mary Anastasia O'Grady
The Wall Street Journal, 3 de mayo de 2010

Mary Anastasia O’Grady es editora de la columna de las Américas del Wall Street Journal.

El fallecido Milton Friedman bromeó en una ocasión que "si se pusiera al gobierno a cargo del desierto del Sahara, en cinco años habría escasez de arena".

Friedman recurrió a la hipérbole para llamar la atención sobre la planificación central. Al menos eso era yo lo que pensaba hasta que Hugo Chávez se puso a cargo del sector cafetero de Venezuela. El año pasado, por el primer período prolongado en la historia del país, Venezuela no produjo suficientes granos de café para satisfacer la demanda interna. Ahora se ha vuelto un importador de café y hace frente a una grave escasez.

No es de extrañar que la reciente expropiación por parte de Chávez de algunos depósitos y tierras pertenecientes al gigante de los alimentos y conglomerado de bebidas Polar ponga nerviosos a los venezolanos. Chávez ha dicho que si el presidente de Polar, Lorenzo Mendoza, no mantiene su boca cerrada acerca de las expropiaciones, podría haber más. Los consumidores venezolanos saben que la gestión chavista de Polar probablemente no será más exitosa que sus aventuras con el café.

El colapso de la industria del café es emblemático de la catástrofe económica más amplia que se está gestando en el país. Durante más de una década, Chávez ha empleado controles de precios y de capital y la hiperregulación en un intento de alcanzar sus objetivos socialistas. Cuando ha surgido la predecible escasez, el gobierno ha respondido utilizando la táctica del salame para la nacionalización, al rebanar parte del sector privado poco a poco y tomarla para el Estado.

Ahora, la economía está colapsando. El Fondo Monetario Internacional proyecta que mientras el crecimiento del Producto Interno Bruto se elevará en la mayoría de los países de América Latina este año, se contraerá 2,6% en Venezuela. La inflación subyacente ha subido más de 30% por dos años.

Para entender cómo la situación llegó a este extremo, es útil ver el ejemplo del café. Solía ser abundante en Venezuela, pero en 2003, cuando la inflación amenazaba con dañar la popularidad de Chávez, el gobierno impuso controles de precios. Eso redujo el incentivo de sembrar café y aumentó el de exportar lo que fuera cultivado a Colombia. El resultado fue menos café para la venta en Venezuela.

Chávez es lo suficientemente inteligente para comprender que la escasez de café lo perjudica en las encuestas. Pero en lugar de dejar que el precio fluctúe, declaró al café como una materia prima insignia y lanzó un plan de $300 millones para revivir al sector. Se iba a aumentar las zonas de cultivo cafetero, plantar árboles y construir carreteras hacia los sembradíos de café.

Cuatro años después, los venezolanos recibieron esta noticia: ninguna de las promesas se habían materializado y continuaba la escasez del café. Chávez necesitaba a alguien a quién culpar y, en agosto de 2009, se dirigió a la empresa tostadora más antigua del país, Fama de América. Los militares invadieron las fábricas de Fama en Caracas y Valencia luego de que Chávez acusara a la compañía en televisión de ser una culpable clave en la crisis de escasez. Los funcionarios del Estado anunciaron una investigación de 90 días para determinar si Fama había infringido las leyes.

Al cabo de los 90 días, Chávez confiscó las instalaciones tostadoras de Fama. La medida fue justificada usando cuatro criterios. Primero, el gobierno tiene la obligación de asegurar suministros de alimentos para la población. Segundo, el café es una tradición venezolana. Tercero, era una escasez causada en parte por el tráfico ilegal a Colombia. Cuarto, Fama tenía 30% del mercado venezolano. El gobierno ha ofrecido pagarle a la empresa 10% de su tasación oficial.

Controlar las tostadoras, por supuesto, no hizo que los cultivos de café fueran más productivos. En abril, el diario venezolano El Universal informó que la cosecha de 2009-2010 cayó 16,6% frente al mismo período del año anterior. La publicación también reportó que Fama y otra tostadora importante, Café Madrid —ambas ahora controladas por el Estado— operaban un 30% por debajo de su capacidad debido a la escasez de granos. Añadió que las fábricas sólo tenían suficiente café para el próximo mes o los próximos dos y que, sin un incremento de las importaciones, las operaciones podrían colapsar en entre 30 y 60 días.

La semana pasada, Alberto Ramos, un analista de Goldman Sachs, señaló que "el gobierno ahora tiene una gran participación de la actividad económica" y que "está reaccionando a cualquier conflicto en el sector privado, real o percibido, con inmediatas amenazas de nacionalización. Este es un gran impedimento para la muy necesitada inversión nacional y extranjera". También es un impedimento para la producción ya que los chavistas no parecen ser muy buenos a la hora de dirigir empresas.

Para los detractores de Chávez podría ser reconfortante que algunos de sus partidarios estén saltando del tren "bolivariano" debido a todo esto. Pero es demasiado prematuro para celebrar. A medida que crecen las deserciones, Chávez se está volviendo más militante. Su alianza con Irán, las provocaciones contra Colombia, la carrera armamentista y el uso de personal militar cubano son pruebas de sus inseguridades, pero también de su desesperación. Hace poco anunció que niños tan jóvenes como de 12 años están siendo reclutados para trabajar como propagandistas para el Estado y ahora está encarcelando a más opositores políticos. Las confiscaciones de propiedades están en aumento.

La revolución de Chávez está en ruinas. De eso no cabe duda. Sin embargo, nadie debe concluir que él aceptará la derrota de forma pacífica.