Roberto Andrés (@rrandres) preparou uma excelente informação sobre a próxima carnificina assinada pelo mesmo genocida que já matou milhares de brasileiros pela sua atitude de psicopata perverso na pandemi:
“Hoje entram em vigor novas regras de trânsito, aprovadas pelo governo de Jair Bolsonaro no Congresso.
O Brasil, que tem um dos trânsitos mais violentos do mundo, verá essa carnificina aumentar.
O Brasil tem a maior taxa de mortes por acidentes de trânsito da América Latina. No quesito matança nas estradas, estamos à frente de TODOS os nossos vizinhos e de praticamente todos os países da Ásia, da Europa e da América do Norte.
https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_traffic-related_death_rate
Nem sempre foi assim. Até a década de 1950, os trens transportavam parte relevante das cargas e das pessoas no país. Esse é um modo de deslocamento de baixo percentual de acidentes. A rodoviarização excessiva do Brasil, acelerada na ditadura, está no centro do problema.
Além da alta rodoviarização, há quatro fatores relevantes para altas taxas de mortes:
- Más condições de estradas
- Políticas de segurança no trânsito frágeis
- Tolerância com altas velocidades
- Má fiscalização
As condições de estradas variam de acordo com a condição econômica dos países. Mas, mesmo países que tem boas estradas, como os Estados Unidos, têm taxas de mortes relativamente altas (uma das maiores do mundo rico), devido à tolerância com altas velocidades.
Via de regra, o controle de velocidade costuma reduzir significativamente acidentes e mortes. Isso é comprovado em diversos estudos empíricos. Ocorre que a redução de velocidade demanda fiscalização e controle. E as novas regras de trânsito afrouxam o controle e as punições.
Ao aumentar os pontos das carteiras de motorista, as novas regras de trânsito estimulam os motoristas a cometerem mais infrações: a furarem sinais e excederem a velocidade. Os estudos empíricos já mostraram que o resultado será aumento imediato de acidentes e mortes.
Quando Dória aumentou a velocidade nas marginais em São Paulo, o resultado imediato foi o aumento de mortes e acidentes. Em fevereiro e março de 2017, esse aumento foi de 51% em relação ao ano anterior, quando as velocidades eram mais baixas. Infelizmente, isso já era previsto.
Na década de 1980, o pesquisador Goran Nilsson concluiu que o aumento de 1km/h em vias de até 50km/h resulta no aumento de 4% de acidentes. Se a fórmula fosse aplicada ao aumento médio de 13km/h nas marginais paulistanas, o crescimento de seria de 52%. 1% a mais que o ocorrido.
Há diversos estudos que demonstram correlação entre aumento de velocidade e aumento de acidentes e mortes. As novas regras de trânsito operam como a versão bolsonarista para o aumento de velocidades: ampliando a margem para que os motoristas possam desrespeitar as regras.
Segundo dados da ONG InfoSiga, apenas 6,4% dos acidentes graves no estado de SP ocorreram com motoristas mulheres no ano de 2017, contra quase 94% dos homens. A alta velocidade, a furação de sinal e a matança resultante são empreitadas da masculinidade.
Se esse governo não destruir os dados do Datasus que hoje registram as mortes por acidentes de trânsito, em alguns anos veremos as taxas subirem. À matança da pandemia que, espera-se, vai acabar, o atual governo quer amplificar a carnificina permanente nas estradas.
Escrevi um ensaio mais longo sobre a história dos acidentes de trânsito no Brasil, as políticas a favor da contravenção de Jair Bolsonaro e os modos de distinção e violência que prosperam nas ruas no Brasil.
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