O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Uma historia do Mercosul - Paulo Roberto de Almeida

Um artigo meu, do primeiro semestre, resume a história do Mercosul: 
O desenvolvimento do Mercosul: progressos e limitações
http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/2258MSulDesenvHist.pdf


Ele foi dividido em duas partes e publicado numa revista acadêmica:
1) História do Mercosul: origens e desenvolvimento 
Revista Espaço da Sophia (ano 5, n. 43, julho-setembro 2011, p. 63-79; 
versão online: ISSN: 1981-318X; link: http://www.espacodasophia.com.br/revista/edicoes-anteriores/edicao-43.html); 


2) História do Mercosul (2): crise e perspectivas no século XXI 
Revista Espaço da Sophia (ano 5, n. 44, outubro-dezembro 2011, p. 143-170; 
versão online: ISSN: 1981-318X; link: http://www.espacodasophia.com.br/revista/edicoes-anteriores/edicao-44.html). 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A Uniao Europeia, como ela se apresenta, realmente

Certamente o melhor exemplo da União Europeia atualmente:

Keep talking Brazil: se for fazer diplomacia, nao espere demais...


'Brasil atrapalha a luta por democracia na Síria', diz opositor

Para líder que se reuniu com Hillary esta semana, Brasília 'está desinformada' sobre a violência em seu país

07 de dezembro de 2011 | 21h 45
Jamil Chade, correspondente
GENEBRA - A diplomacia brasileira está "desinformada" sobre a repressão na Síria e cria "sérios obstáculos" ao insistir na necessidade de manter um canal de diálogo com o presidente da Síria, Bashar Assad, diz Burhan Ghalioun, presidente do Conselho Nacional de Transição da Síria - grupo que tenta reunir a oposição ao regime e começa a ser considerado o principal interlocutor de governos como o dos EUA ou da França.
Saída de Assad é a única opção para a Síria, afirma líder opositor - Vassil Donev/Efe
Vassil Donev/Efe
Saída de Assad é a única opção para a Síria, afirma líder opositor
Nesta semana, Ghalioun esteve reunido com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, em um encontro em Genebra. Acadêmico da Sorbonne, ele falou com exclusividade ao Estado após esse primeiro contato com Hillary e disse que a única solução que a oposição aceitaria seria agora a saída de Assad do poder. "Não aceitaremos nada menos que isso", declarou. Ghalioun ainda defendeu a decisão de armar a oposição e apontou para uma "longa guerra civil" que só teria fim quando Assad deixar o país. A seguir, trechos da entrevista.
Estado: O que sr. espera do apoio americano na luta contra Assad?
Burhan Ghalioun: Nos encontros que tivemos com Hillary nesta semana, trabalhamos principalmente a transição para democracia. Estamos mostrando o cenário desastroso que vive a Síria por causa da política sanguinária de Assad. Os americanos nos entendem. Apresentamos nossos pedidos para ativar a diplomacia e garantir a proteção da população, alvo da repressão.
Estado: O governo americano é a principal aposta hoje da oposição síria para conseguir mobilizar a comunidade internacional?
Burhan Ghalioun: Não. Os países árabes hoje lideram os esforços. Foram eles que abriram o caminho para que pudéssemos ser ouvidos. A realidade é que a comunidade internacional deve ser posta diante de suas responsabilidades. O que o povo sírio enfrenta é uma tragédia e o mundo deve reagir.
Estado: Qual é o principal obstáculo nessa mobilização internacional contra Assad?
Burhan Ghalioun: Acho que a chave está no Conselho de Segurança e na resistência de China, Rússia e outros. De outro lado, temos o apoio dos governos dos EUA, da Europa e de países árabes. Pouco a pouco, o Conselho Nacional Sírio começa a ganhar reconhecimento político, além da legitimidade da causa síria pela liberdade.
Estado: O sr. inclui o Brasil entre os que apoiam ou criam obstáculos?
Burhan Ghalioun: Por enquanto está criando sérios obstáculos. Acho que nós da oposição não fizemos o suficiente para informar a diplomacia brasileira sobre o que está ocorrendo na Síria. Sentimos que estão desinformados. A situação se deteriora e vamos buscar uma aproximação com o Brasil para explicar o que está ocorrendo e mostrar os crimes diários cometidos por Assad.
Estado: O Brasil insiste que uma porta ainda deve ser deixada aberta para dar espaço ao diálogo com Assad. Ainda há como dialogar com Assad?
Burhan Ghalioun: De nenhuma forma. Os brasileiros estão atrasados e ficando para trás. Hoje, nenhum país pede um diálogo entre a oposição e Assad. O presidente é considerado um assassino pela maioria do povo sírio e toda a negociação para a transição rumo a uma democracia deve passar pela saída de Assad do poder. Mesmo a Liga Árabe defende isso.
Estado: A ONU já considera a situação na Síria uma guerra civil, enquanto o governo russo acusa a oposição de estar sendo armada por forças estrangeiras. A luta armada é a nova etapa da resistência?
Burhan Ghalioun: Se o regime se perpetuar e continuar a ter a possibilidade de matar e reprimir a população, entraremos em uma longa e horrível guerra civil. Mas isso só pode ser parado agora com a saída de Assad do poder e a transformação do sistema político num sistema democrático. A guerra civil é uma criação e um produto do atual regime, e não algo espontâneo. Mas, para ser freada, só há agora uma solução, sua renúncia.
Estado: Para vocês, então, só a saída de Assad seria a solução?
Burhan Ghalioun: Não aceitaremos nada menos que isso.
Estado: Na Tunísia e Egito, grupos islamistas venceram as primeiras eleições. O sr. não teme que isso ocorra também na Síria e, em razão dessa perspectiva, Europa e americanos hesitam em apoiar mais sua causa?
Burhan Ghalioun: Temos movimentos islamistas, mas muitos trabalham no Conselho Nacional. Todos aceitaram o nosso projeto de sociedade democrática, secular e moderno. Esses grupos falam da importância da união nacional. Não podemos comparar o Egito à Síria. Somos mais seculares, com valores diferentes. Não acredito no risco de deriva islâmica radical na Síria.
Estado: Há acusações de que seu Conselho Nacional não reúne de fato toda a oposição nem está de fato unido. Como o sr. reage a esses comentários?
Burhan Ghalioun: Em nenhum país a oposição é unificada. Não podemos pensar numa oposição que esquece suas diferentes posições. Mas o que temos de fazer é unificar o programa da oposição para poder lutar juntos contra o regime e construir um Estado secular e democrático. Há uma semana estamos discutindo detalhadamente o projeto e, em alguns dias, o apresentaremos oficialmente à Liga Árabe.

OEA: uma organizacao hostil ao Brasil?


Brasil aplica intervenção branca na organização


Denise Chrispim Marin
O Estado de S. Paulo - 04/12/2011
Chamado a Brasília como sinal de contrariedade do governo brasileiro com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, o embaixador Ruy Casaes retornou à missão do Brasil junto à Organização dos Estados Americanos (OEA) no final de novembro. Mas destituído da atribuição de se reportar ou de apresentar na OEA. Essa intervenção branca na missão é apenas uma das represálias aplicadas pelo Brasil contra a organização.
O retorno de Casaes tem sido tratado como uma das situações mais bizarras da história da diplomacia brasileira. A rigor, o Brasil continua a ser representado no Conselho Permanente da OEA pelo conselheiro José Wilson Moreira e pelo primeiro-secretário Michel Arslanian. Os demais países, em geral, enviaram embaixadores. Em diplomacia, apresentar um interlocutor de menor rango hierárquico equivale a uma mensagem de desprestígio.
Desde a emissão da medida cautelar da CIDH contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte, em abril, episódios similares têm surgido. O mais estranho ocorreu durante a visita a Brasília de Adam Blackwell, secretário para Segurança Multidimensional da OEA, em meados de setembro. Apesar de ser portador de uma carta na qual a CIDH revia a medida cautelar contra Belo Monte, Blackwell não chegou a ser atendido nem mesmo pelo ministro da Justiça, que repassou a atribuição a seu secretário executivo.
Em novembro, a reunião de ministros sobre Segurança nas Américas contou com a participação de formuladores de políticas públicas dessa área, entre eles o procurador-geral dos EUA, Eric Holder. O Brasil enviou somente o diretor executivo da PF, Paulo de Tarso Teixeira.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

"Democratizacao" da "midia", segundo os que desejam o "controle social"

Tem gente no Brasil que quer "democratizar" a "mídia", como eles dizem, ou seja: implementar o controle "social" dos meios de comunicação.
Seria mais ou menos o que está acontecendo agora na Argentina



Cristina Kirchner faz cerco à imprensa independente
Governo usa veículos próprios para praticar "jornalismo militante"
Sylvia Colombo
Folha de S. Paulo6/12/2011

"Você trabalha no 'Clarín'?", pergunta mal-humorado o taxista ao repórter do jornal, depois que ele diz o endereço onde quer ir.
Meu colega já vinha se irritando com esse tipo de patrulha. Chegou a dar nomes de ruas paralelas, preferindo caminhar até a redação, só para não ouvir agressões de apoiadores do governo, que está em guerra com a imprensa independente.
Nesse dia, respondeu: "Não, estou indo lá só para entregar um envelope". Depois, pensou no absurdo que tinha sido levado a dizer.
Uma outra colega, que faz um curso de pós-graduação numa universidade local, havia se interessado pela aula de determinado professor. Um dia, foi pedir recomendações de leitura. Ele, simpático, a recebeu e perguntou a que se dedicava. Ela, orgulhosa, encheu a boca e disse: "jornalista".
Quem já está há algum tempo na profissão acostumou-se a ouvir comentários positivos depois de uma apresentação assim. Em grande parte do mundo ocidental, considera-se o jornalismo uma atividade nobre e importante para a sociedade.
Pois o professor dessa minha amiga parou de sorrir quando ouviu essa palavra. "Aqui não gostamos de jornalistas", disse.
Comigo acontece também direto. Numa ocasião, numa barulhenta sala de espera de um dentista, enquanto preenchia minha ficha, a secretária perguntou minha profissão. Quando disse, fez-se silêncio, quebrado apenas pelo comentário desconcertante de uma senhora: "No seu país vocês são mentirosos também?"
Em debate do programa "6,7,8", atração da TV estatal cuja finalidade é malhar a imprensa crítica ao kirchnerismo, o comentarista Orlando Barone soltou a seguinte pérola: "O jornalismo é inevitavelmente de direita porque a democracia é de direita. O jornalismo nasce para defender a democracia, dentro dos cânones instituídos da propriedade privada".
O governo Cristina Kirchner, que começa um novo ciclo no próximo sábado, é louvável em alguns aspectos: tirou a Argentina da prostração econômica pós-2001, levou militares responsáveis pela repressão da ditadura (1976-1983) à prisão e aprovou o matrimônio gay.
Porém, sua relação belicosa com a imprensa assusta. Para defender-se da imprensa, o governo montou um grande conglomerado.
Seus veículos defendem as políticas do governo, mas, principalmente, atacam a cobertura de jornais tradicionais e, o que é mais grave, questionam a própria utilidade da mídia independente.
A proposta dos meios kirchneristas é implantar o que chamam de "jornalismo militante", que prega a ideia de que o compromisso do jornalismo deve ser com "causas", citando explicações da professora da faculdade de comunicação de La Plata, Florencia Saintout.
Intelectuais como ela se defendem dizendo que, como o jornalismo nunca é objetivo, é melhor escolher de uma vez um lado da trincheira.
As "causas" do jornalismo militante, obviamente, não são quaisquer causas. Em essência, coincidem com as bandeiras do governo.
O governo já anunciou que reforçará a execução da Lei de Meios, que tirará poderes de grupos como o Clarín e dará mais espaço a "meios militantes".
Os próximos quatro anos serão, portanto, um desafio para o jornalismo independente, essencial para o funcionamento das instituições da Argentina.
Cristina, que dá sinais de que prefere se alinhar ao Brasil de Dilma, mais do que à Venezuela de Chávez, deveria baixar o tom contra a imprensa independente.
Nada a fará mais parecida com o líder venezuelano do que acuar o jornalismo e fazer com que jornalistas tenham vergonha de declarar o que fazem em público.

Corrupcao governamental: cadeia para os corruptos...

Calma, calma, não estou referindo-me ao festival de bandalheiras que ocorre por aqui.
Este caso é um pouco longe, e  menos conhecido.
Resumindo: depois que Obama se tornou presidente, seu cargo de senador ficou vacante, e o governador do seu estado, Illinois, tinha o direito de indicar um "suplente", ou ocupante "terminal".
Pois bem, ele vendeu o cargo, literalmente.
Vejam o que aconteceu com ele...
Parece que temos muito a aprender ainda...
Paulo Roberto de Almeida 
Former Illinois Gov. Rod Blagojevich Is Sentenced to 14 Years in Prison
The New York Times
Rod R. Blagojevich, the former governor of Illinois, was sentenced on Wednesday to 14 years in federal prison for 18 felony corruption convictions, including trying to sell or trade the Senate seat that President Obama left behind when he moved to the White House.
The sentence, which fell just short of what prosecutors had asked for, came about an hour after Mr. Blagojevich apologized in court to residents of his state, to the judge in his case and to his family. 
Read More:
http://www.nytimes.com/2011/12/08/us/blagojevich-expresses-remorse-in-courtroom-speech.html?emc=na

The Washington Post
A federal judge sentenced former Illinois governor Rod Blagojevich to 14 years in prison for 18 corruption counts that include trying to auction off President Obama’s old Senate seat. Blagojevich apologized in court, saying he had made “terrible mistakes” but "never set out to break the law," the Associated Press reports. 
Read more at:

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Llores por mi, Argentina: tango ternura en la pantalla

Todos gostam de uma história de amor, não é mesmo?
Que tal a de Perón e Evita? Inolvidable, não é mesmo.
Como Gardel, eles se amam cada vez mais...
Por que não aproveitar tantas lágrimas derramadas para canalizá-las para um novo roteiro melodramático?
Pronto, já está feito: a love story de Nestor e Cristina, os K.
Acho que vou ficar a Kilometros de distância desse melodrama trágico-patético.
Por favor, sem resenhas do filme neste blog...
Eu não aguentaria...
Paulo Roberto de Almeida

Argentina: la historia de amor de Néstor y Cristina será llevada al cine

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Infolatam/Efe
Buenos Aires, 5 de diciembre de 2011
Las claves
  • Al director de cine le gustaría contar como protagonista con Dalma Maradona, hija del futbolista Diego Armando Maradona.
Después de la película sobre los amores de Evita Perón, los argentinos podrán seguir emocionándose con la historia de amor de su presidenta,Cristina Fernández, y de su fallecido esposo y antecesor, Néstor Kirchner, que llevará por título “Balada de un pueblo”.
La cinta estará dirigida por el joven Pablo Yotich, que pretende “reflejar la vida de dos jóvenes enamorados, con las mismas convicciones e ideales políticos”, según la agencia oficial Tèlam.
Yotich admitió que su proyecto sobre Néstor y Cristina aún está en sus primeras etapas y no tiene actores seleccionados aunque, según Télam, le gustaría contar como protagonista con Dalma Maradona, hija del futbolista Diego Armando Maradona.
“No será una película épica”, agregó el joven director, de 30 años, que también ha dirigido “El abismo. Todavía estamos”, una cinta apoyada por Madres de Plaza de Mayo que todavía no se ha estrenado en Argentina.
Fue la propia presidenta Fernández quien el pasado septiembre, con motivo del estreno de “Juan y Eva”, sobre el romance de Evita y de Juan Domingo Perón, sugirió la posibilidad de una película sobre su historia de amor con Kirchner.
“Quizá en el futuro realicen una película con mi historia. También fue una gran historia de amor. Es y será mi historia de amor”, dijo entonces una emocionada Cristina al recordar a su esposo, fallecido en octubre de 2010.
Precisamente sobre la vida de Kirchner trata un documental oficialista, en el que participa Florencia, la hija menor de la pareja presidencial, que se estrenará en los próximos meses.
El anuncio del proyecto de esta “love story” presidencial argentina se produce apenas unos días antes de la toma de posesión de Cristina Fernández para su segundo mandato, el próximo día 10.

A mosca do dejeto do cavalo do bandido... sao eles, os indignados...

No século passado, há muito tempo atrás, portanto, quando a gente, gurizada e outros menos guris, queríamos nos referir a algo sem qualquer importância, sem nenhuma importância para qualquer coisa que se imaginasse, a gente falava simplesmente:

"Ah, isso aí é a mosca do cocô do cavalo do bandido", talvez numa alusão aos filmes de faroeste que faziam muito sucesso nas décadas de 1950 e 1960.

Pois é o que me vem à cabeça quando eu leio estas matérias hilariantes do pessoal que quer acabar com o capitalismo...
Sempre tem como se divertir com os antiglobalizadores...
Adivinhem de onde retirei... Daquele site maluco que pretende um "outro mundo possível".
Eu também acho, mas o meu mundo está nas antípodas -- wikipédia, por favor -- do mundo desses malucos...
Paulo Roberto de Almeida


A nova etapa dos movimentos globais
Immanuel Wallerstein analisa: primeira fase teve êxito fantástico; diante da surdez do sistema, outra onda está se desenhando

Imprensa 10 vs .... ops, minha conta precisa ser atualizada....

São as chuvas de dezembro, pelo menos aqui em Brasília. De vez em quando viram uma verdadeira torrente que, não contentes de arrancar galhos de árvores e entupir algumas artérias (várias), também dão de arrastar algum ministro na enxurrada.
Preciso atualizar minhas contas: eu estava em dez, sendo que o governo ainda me deve três, não devidamente defenestrados (mas logo serão). Eis que, não mais que de repente, surge mais um, candidato como os os outros a ter de se explicar com a verdade e as meias-verdades.
Não deixa de ser bizarro, ou gozado (à escolha): ministros graúdos se comportando como garotinhos pegos com a mão na cumbuca das bolachas...
Constrangedor não é mesmo?
Mas assim é a vida.
Primeiro construindo o patrimônio. Depois se explicando sobre ele...
Paulo Roberto de Almeida


Reinaldo Azevedo
Reportagem no Globo deste domingo mostra que, entre 2009 e 2010, Fernando Pimentel, agora ministro da Indústria e Comércio, faturou R$ 2 milhões com “consultoria”. Eita!!! Pimentel era companheiro de militância de Dilma. Ela foi sua professora de marxismo. Ele virou um consultor do capital. Boa professora!
Vai ver era sobre esse assunto que ele conversava naquele quarto de hotel com o, digamos, petista sênior da área de consultorias, o “chefe de quadrilha” (segundo a Procuradoria Geral da República) José Dirceu. Outro consultor bem-sucedido, como sabemos, é Antonio Palocci.
Que coisa, não? Quem diria que os petistas se dariam tão bem como iluministas do capitalismo, gente? Quem contrata o serviço desses “socialistas”? Ora, o capital privado. Pra quê? Vai ver é para eles darem aula sobre a revolução…
Rui Falcão, o presidente do PT, publicou em seu blog um discurso do delinqüente intelectual Slavoj Zizek, o dito “filósofo” justificador do terrorismo, pensador da estima de Vladimir Safatle, o “elegante”. Na tal fala, Zizek defende que está comprovada a incompatibilidade entre capitalismo e democracia. Se Falcão publicou, como recomendação, deve concordar, né?
Estou entendendo…
Se democracia e capitalismo demonstram ser incompatíveis, dada a desenvoltura dos petistas no capitalismo, então só me resta concluir que eles pretendem e dar um pau na democracia.
Bingo!

Uma nota oficial: o verso... e o reverso (ou versão oficial e versão oficiosa)

Abaixo, um exemplo de dupla linguagem, literalmente, expressamente, desavergonhadamente.
Trata-se de uma dessas notas oficiais de "demissão irrevogável" num país imaginário, em sua versão escrita, e a mesma nota em sua versão pensada, não escrita, mas é a que vale, para fins de registro histórico.
Não sabemos quem são os autores, de uma e de outra, e provavelmente isto nunca se saberá, pois as brumas da burocracia se encarregam de esconder os verdadeiros redatores de tais notas e os taquígrafos telepáticos que se encarregam de captar o verdadeiro significado das palavras apenas esboçadas na versão oficial, que representam apenas um travestimento do que se pretendia realmente dizer.
Aqui vamos: 


Nota oficial em tipo normal; versão verdadeira em itálico


“Tendo em vista a perseguição política e pessoal da mídia que venho sofrendo há dois meses sem direito de defesa e sem provas;..."
Tendo em vista as reiteradas matérias dessa maldita imprensa, que acabaram por desvelar o que eu pretendia que fosse mantido em segredo;...

"... levando em conta a divulgação do parecer da Comissão de Ética da Presidência da República - que também me condenou sumariamente com base neste mesmo noticiário sem me dar direito de defesa -"
... levando em conta o que escreveram esses velhinhos decrépitos dessa tal de Comissão de Ética, que acabou endossando o que saiu na maldita imprensa, sem me consultar para traçarmos um relatório conjunto, esses traidores...

"... decidi pedir demissão do cargo que ocupo, em caráter irrevogável."
... tive, contra a minha vontade, e depois de resistir o quanto pude durante dias e semanas seguidos, de acatar as ordens de quem manda, e retirar-me contra a minha vontade do cargo que ocupo, no qual eu tentei me segurar o mais que pude.

"Faço isto para que o ódio das forças mais reacionárias e conservadoras deste país contra o Trabalhismo não contagie outros setores do Governo."
Tive de fazer isso porque meus colegas políticos acharam que não aguentavam mais a pressão da opinião pública, que pedia a minha cabeça, e para que essa pressão não se desatasse contra outros colegas de profissão.

(...)

"Saio com a consciência tranquila do dever cumprido, da minha honestidade pessoal e confiante por acreditar que a verdade sempre vence."

Compelido a sair, carregando ainda o medo de ser processado por mentir e fraudar, espero que não me obriguem a devolver todos os recursos desviados em nome da nossa causa, da minha causa nobre, com a certeza de que continuarei fazendo o que sempre fiz, apenas que doravante tomando mais cuidado para não ser pego.

FAAP reune ex-alunos de Economia: palestrei para eles...


Antigos alunos de Economia e de RI se reúnem na 10ª edição do Fórum de Executivos
Pelo décimo ano consecutivo, a Faculdade de Economia da FAAP promoveu, no dia 9 de novembro, mais um encontro de seus ex-alunos, que se reúnem atualmente na condição de executivos de empresas de segmentos variados tanto no cenário nacional como no internacional.

Na oportunidade, os professores Luiz Alberto Machado, vice-diretor da Faculdade de Economia, José Maria Rodriguez Ramos, que foi coordenador do curso de Ciências Econômicas de 2001 a 2008, e José Geraldo Soares de Mello Jr. receberam os convidados num welcome coffee no saguão do Centro de Convenções.

Em seguida, os ex-alunos se juntaram a alguns atuais alunos e a professores de ontem e de hoje para ouvirem as palestra do embaixador Paulo Roberto de Almeida, sobre o tema “A inserção econômica internacional do Brasil: as agendas mundial e regional e as políticas brasileiras”. O evento serviu também para o lançamento dos dois mais recentes livros de Paulo Roberto de Almeida: Relações Internacionais e Política Externa do Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização e Globalizando: ensaios sobre a globalização e a antiglobalização.
Em seu pronunciamento, Paulo Roberto de Almeida fez uma análise da política externa brasileira a partir de duas óticas: retrospectiva e prospectiva. Sob a primeira, comparou a política externa dos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, apontando aspectos positivos e negativos de cada uma delas e concluiu chamando atenção para algumas diferenças observadas nos primeiros meses do governo de Dilma Rousseff. Sob a segunda, procurou explorar algumas possibilidades numa conjuntura caracterizada pela estagnação e pelo elevado nível de desemprego verificado em importantes atores do cenário político-econômico internacional.

Ao término da exposição houve várias perguntas e comentários sobre o tema. Entre outros pontos levantados surgiu o papel da China no novo cenário internacional e as perspectivas do cenário brasileiro em face da crise na União Europeia.

Surgido em 2001, o Fórum de Executivos da FAAP foi concebido com o objetivo de estreitar os laços da instituição com seus ex-alunos, bem como propiciar maior integração entre os mundos acadêmico e empresarial. Graças aos bons resultados obtidos e atendendo à solicitação de muitos ex-alunos interessados em participar desses encontros, acabou por ser incorporado à agenda anual da Faculdade de Economia da FAAP.

O Fórum representa uma ocasião para os antigos alunos se reencontrarem, renovarem seus laços de amizade e propicia a oportunidade para que se atualizem em relação às atividades desenvolvidas na Faculdade de Economia e na pós-graduação da FAAP. O Fórum é sempre um marco para combinar posteriores encontros.

Além de ocupar cargos no mundo empresarial, alguns antigos alunos também estão na área acadêmica, lecionando em diversos cursos espalhados por São Paulo e pelo País, outros se preparam para concursos públicos, e ainda há aqueles que estão trabalhando em outros países e respondem ao convite agradecendo e mandando lembranças.

Tendo sempre por objetivo propiciar a máxima interação entre os participantes, cada edição do Fórum conta sempre com a participação de um convidado especial, que realiza uma exposição a respeito de aspectos relevantes da conjuntura político-econômica do País, seguida de um período de debates sobre o tema. Até agora, participaram do Fórum na condição de palestrantes Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do Banco Central e ex-aluno da FAAP; Roberto Macedo, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e editor da Revista de Economia & Relações Internacionais; Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal; Roberto Teixeira da Costa, ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM); Romeu Chap Chap, ex-presidente do Secovi-SP; Ana Maria Diniz, diretora da Axialent do Brasil Consultoria Ltda. e ex-aluna da FAAP; os embaixadores Sergio Amaral e Rubens Ricupero, diretores da Faculdade de Economia e do Centro de Estudos Americanos da FAAP, respectivamente; e o professor Marcos Paulino, ex-vice- diretor da Faculdade de Economia.

Em decorrência desses encontros, muitos dos ex-alunos que participaram das diversas edições do Fórum de Executivo foram convidados a dar seu depoimento para o programa Gente de Iniciativa, levado ao ar pela TV FAAP, num projeto desenvolvido conjuntamente pelas Faculdades de Comunicação e de Economia.

Fotos e legendas
Foto 1 – Os ex-alunos Ana Paula Colombini e Renato Ópice Blum, ao lado de Maria do Rosário de Fátima Fernandes de Atouguia, colaboradora-símbolo da Faculdade de Economia e do vice-diretor Luiz Alberto Machado.
Foto 2 – Paulo Roberto de Almeida, observado pelos professores Luiz Alberto Machado, José Maria Rodriguez Ramos e Georges Landau.
Foto 3 – Flagrante da palestra do embaixador Paulo Roberto de Almeida.
Foto 4 – Os dois mais recentes livros de autoria do embaixador Paulo Roberto de Almeida.
Foto 5 – Ex-alunos de diversas turmas posam ao lado do embaixador Paulo Roberto de Almeida, dos professores Roberto Macedo, José Maria Rodriguez Ramos, Luiz Alberto Machado e Raquel Maria de Almeida Rocha, também ex-aluna do curso de Relações Internacionais.

National Public Radio on Brazil -

Uma entrevista com um jornalista do New York Times, Anand Giridharadas, sobre a economia brasileira: http://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=142943026 



What The U.S. Can Learn From Upbeat Brazil

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November 30, 2011
Amid continued political gridlock in Washington, New York Times Columnist Anand Giridharadas says governments should depoliticize the economy. He recently reported in Brazil, where he says jobs and yacht sales are up, and young locals are ecstatic about the future. He speaks with host Michel Martin.
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MICHEL MARTIN, HOST:
I'm Michel Martin and this is TELL ME MORE from NPR News. Coming up, we'll talk about that tweet sent by a Kansas high school senior that was heard, well, not quite around the world but in the Kansas governor's office. It set off a controversy about free speech and manners in the digital age. We will talk to the student who sent it in just a few minutes. But first, we want to talk about the economy.
At this point most of us are painfully aware of the gridlock in Washington over economic issues. In fact, earlier this week Fitch Ratings Agency changed it's outlook for the U.S. from stable to negative because of the failure of the congressional supercommittee to come up with a deficit reduction plan. And Europe's difficulties in coming up with a coherent recovery and currency strategy is also dominating the headlines. But what has not been getting so much attention is how far some other countries have come in getting their economic houses in order.
And now, some analysts are wondering if these countries might have a thing or two to teach the U.S. about getting our economic priorities straight. One example some are pointing to right now is Brazil. During the last decade Brazil has gone from experiencing a debt crisis with spiraling inflation and unemployment to becoming an economic powerhouse. New York Times columnist Anand Giridharadas covers this. He covers developing countries. He recently returned from a reporting trip to Brazil and he's going to tell us more about it.
Welcome back. Thanks so much for joining us once again.
ANAND GIRIDHARADAS: It's great to be with you.
MARTIN: So now, Anand, Brazil is one of the so called brick countries: Brazil, Russia, India and China that are considered sort of the leading edge of the developing world. What drew you to Brazil and to write about their economic recovery?
GIRIDHARADAS: I think what fascinated me - I spent about a week there and, well, just talking to a lot of people about how Brazil has gone in a very kind of short blink of history from being this country that Charles de Gaulle famously called the country of the future that always will be, to being very much a country of the present. The economy is booming. Business is booming. There's private equity in hedge funds and all of that stuff, but inequality which is terrible in Brazil, is actually going down at the same time.
And so, they, you know, at least from the outside seem to have a bit of it all right now and I spent time asking people how did this happen. And what really struck me and then began to depress me about my return flight home was that they were very much in the same situation we were in. They had a very bad kind of funked-out economy and they had really serious ideological divisions. The people who believed in the free market and the people who believed in kind of unions and government regulation and action for the poor didn't speak to each other and took turns kind of pushing one extreme policy to the other and then they all got over themselves.
They had first President Cardoso and then Lula who was a trade union...
MARTIN: President Luiz Inacio Lula da Silva, who everybody calls President Lula.
GIRIDHARADAS: ...who was a militant union leader, further to the left than anybody in the American congress who said, you know what? I still have those commitments to helping the poor but I'm going to add to them a new commitment to accept the market to make the world easier for business because there is no justice without growth also, and he was in a way just a leading edge of a lot of Brazilians from every side, saying, you know what? Let's get ourselves.
Let's make facts more important than principles and let's start to rebuild an economy simply based on the ideology of whatever works.
MARTIN: You make the point in your piece that, you know, the kinds of divisions that we have had in this country and, you know, pro business policies versus the idea of reducing inequality that Brazil did both at the same time. Now one of the things you said is that everybody decided to get over themselves. How did they decide to get over themselves? What made them get over themselves?
GIRIDHARADAS: I think there are a few elements and this is not just in Brazil. You see this in India, you saw this in China; which is, that in a way they all had crisis moments. In Brazil it was just this prolonged slog of unemployment, inflation; people were literally having to go to the bank everyday. And I think that kind of walking up to the brink convinced people to get over themselves. But it was also leadership and it was also, you know, in logic they call it an argument against interest. The most persuasive argument someone could make is an argument against their own interest because you say wow, that person must really mean what they're saying.
And you have leaders in all of these cases who made profound arguments against interest, whether it's a union leader saying the market is good, or I met a lot of business people in Brazil who said equality is our problem too. If we have rampant inequality in this country we won't have enough customers. We'll have 20 million customers instead of 200 million. We will be living in fortresses afraid of crime and this country will never be a great country.
You need people to make argument against interest and to say you know what? I'm over here, but I like a little bit of what's being said over there and I accept it.
MARTIN: You saying your piece of the numbers tell the story that according to the World Bank gross domestic product or GDP growth last year was 7.5 percent. According to the planning ministry, estimated growth this year will be around 3.5 percent, which is, you know, something that's being experienced around the world. How are Brazilians feeling about their lives? I mean, sometimes that, you know, the numbers say one thing but people feel another thing. Do Brazilians feel better about their country?
Do they feel optimistic about their futures that they're kind of in this in it together?
GIRIDHARADAS: It is when I landed from the moment I landed I was struck by the fact that the kind of emotional atmosphere was exactly the ying-yang opposite of what you feel in this country right now. Just as in this country the kind of fundamentals and the numbers lead to a kind of culture, an emotional environment that we feel in the air. So, it is there but the opposite. It feels to be honest younger than the U.S. and it is demographically younger.
Half the population under thirty or something like that. You know, not very long ago when inflation was in the 1,000's of percentage points it was not a country where it was easy to believe in the future. Now, they really believe in the future - at the very moment when this country is losing it's belief in the future.
MARTIN: If you're just joining us you're listening to TELL ME MORE from NPR News. We're speaking with New York Times columnist Anand Giridharadas. He's talking about what the U.S. might be able to learn from developing countries particularly Brazil where he just returned from a reporting trip. In the time we have left Anand talk a little bit if you would about India and China. You know, Brazil and India are both democracies and it requires the kind of, you know, what you're talking about requires people from different political parties, different ideologies to figure out a way to agree and move forward together.
China has a very different system of governance. So, tell me a little bit if you would about India and China, which are both such big players on the economic stage right now.
GIRIDHARADAS: I think what you're pointing to is actually something that's very important that doesn't get talked through enough. I think a lot of these countries - and China's a slightly different case because of the authoritarian system, but certainly India and Brazil and to an extent China - are doing something fundamentally different from what the West did, because you have to remember when the West was going through the changes that India and China and Brazil are going through in terms of moving from rural to urban, fostering development, building capitalism, building a regulatory state, most people in the West, in Western countries, could not vote.
Women couldn't vote. A lot of minority groups couldn't vote. There were land qualifications. And so these very big difficult reengineering to the society in the West, a lot of it was done before you had to ask everybody's permission. What's now happening in Brazil and India is you're doing those same things that we did maybe a 100 years ago but you have to do it with everybody voting and that actually leads perhaps to a different model of development in which this idea of inclusive growth as the Indian leadership calls it, is actually baked in from the beginning and is not a slogan.
But it's the idea that, when you try to do the construction of a capitalist market economy with 100 percent voting rights, it fundamentally looks different and, in some ways, it makes us think that we're at a disadvantage.
MARTIN: Well, before you go, Anand, the implicit message of your piece is that there are lessons to be learned, particularly by the U.S. from the example set by, particularly, Brazil, which has had a lot of these factors. I mean, we didn't talk about race, but you know, racial division is certainly a part of life in Brazil, you know, grotesque economic inequality, sluggish growth, you know, debt and so forth.
And you talked about the need for people to sort of move past their ideologies and embrace different points of view and be pragmatic and fact driven about the economy and there's an implicit criticism here of the U.S. that, you know, the U.S. should do this.
You know, President Obama said during the campaign, famously, in this exchange with - you remember Joe the plumber. He said, look, I think things work best when we spread the wealth around a little bit and then that became something that his political opponents used to bludgeon him with. He's still trying to kind of maintain this point of view in kind of reaching out across the aisle to the point where members of his own political party are criticizing him.
What do you think, based on your reporting, not just in Brazil, but also in India - what does it take to break that gridlock? Is it a powerful personality? Is it, what, people from the business community reaching out? What is it? Is it people outside of government demanding that they do so? What is it?
GIRIDHARADAS: Let me take a moment to kind of make the implicit point explicit and you could talk about what leaders need to do, but I'm going to skip that because I don't really have much hope in them right, at least.
Let's take a moment to ask your listeners, who are educated, thoughtful people, to pause the blame on Washington, who deserves to be blamed, but let's just put that on pause and ask each of ourselves in what way we might need to get over ourselves.
What can each of us do to get out of this hole? What ideas that we've clung onto for 40 years can we accept are no longer valid in light of new realities? What principles can we let go of? What idea from the other side, even within our own family debates, can we say have some sense?
And we need to look around and say, whether it's by working harder; whether it's by being better parents who, you know, unplug the video games; whether it's any number of things that actually the government has no control over; whether we are living up to what we need to do to get this country out of what is a very, very deep hole right now.
MARTIN: OK. So I'm going to put the question to you. What are you doing to get over yourself?
GIRIDHARADAS: That's a great question. I'm, you know, sitting on NPR. No. I think, for me, it's a question of - I've spent a lot of time this year traveling to parts of this country. You know, I live on the East Coast. I live in places where, although I don't take public stands, I'm surrounded by liberals and I've spent a lot of time in this country talking to people who have very different views than the people I live around and trying to see kind of what's in common beneath those conversations.
And you know what? There's a lot in common. It requires some intelligent reframing to make people see commonalities that they don't otherwise see. To me, the Tea Party and the Occupy movement are, in many ways, saying the same thing, but it requires a bit of imagination to get people to see that.
MARTIN: Anand Giridharadas is a columnist for the New York Times. He's the author of the book, "India Calling." He reports on developing countries around the world and he was kind enough to join us today from the studios at Harvard University.
Anand, thank you so much for speaking with us.
GIRIDHARADAS: Thank you.