O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Stalinistas e fraudadores querem reescrever a historia

Não adianta AAs (Adesistas Anônimos) postarem aqui comentários mistificadores sobre nossa história política recente, uma coleção de "malfeitorias" -- na verdade vários crimes -- cometidos por aqueles que, não contentes de roubar recursos do povo brasileiro, pretendem reescrever a história, para encobrir esses crimes e fazer o Brasil pender para o lado do totalitarismo mental.
Certas coisas não passam pelos filtros da história e como tais devem ser registradas para maior conhecimento de todos.
Paulo Roberto de Almeida

Querem apagar os crimes mensalão

Com o julgamento do mensalão pelo Supremo a caminho, os petistas lançam uma desesperada ofensiva para tentar desviar a atenção dos crimes cometidos por eles no que foi o maior escândalo de corrupção da história brasileira

Daniel Pereira e Hugo Marques
 Revista Veja, 18/04/2012
Rui Falcão, presidente do PT (ao lado), e Marco Maia, presidente da Câmara: para tentar apagar os crimes cometidos por petistas no mensalão, a ordem é mentir até parecer verdade
Cartilha Stalinista: Rui Falcão, presidente do PT (ao lado), e Marco Maia, presidente da Câmara: para tentar apagar os crimes cometidos por petistas no mensalão, a ordem é mentir até parecer verdade (Ag. Globo)
Josef Stalin, o ditador soviético ídolo de muitos petistas, considerava as ideias mais perigosas do que as armas e, por isso, suprimiu-as, matando quem teimava em manifestá-las. O PT até que tenta se arejar, exercitar certo pluralismo, mostrar respeito às leis e conduzir as instituições do país que ele governa não como propriedade particular do partido, mas reconhecendo-as como conquistas da sociedade brasileira. Mas basta uma contrariedade maior para que o espírito de papai Stalin baixe e rasgue a fantasia democrática dos petistas parcialmente convertidos ao convívio civilizado. A contrariedade de agora é a proximidade do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da maior lambança promovida pelos petistas com dinheiro sujo, que produziu o escândalo entronizado no topo do panteão da corrupção oficial brasileira com o nome de mensalão. Sussurre esse nome aos ouvidos de um petista nos dias que correm e ele vai reagir como se uma buzina de ar comprimido tivesse sido acionada a centímetros de seus tímpanos. A palavra de ordem emanada do comitê central sairá automaticamente: "Isso é invenção da oposição e da imprensa!".
Como formigas guiadas por feromônios, os militantes de todos os escalões, de ministros de estado aos mais deploráveis capangas pagos com dinheiro público na internet, vão repetir disciplinadamente o mantra de que o mensalão "foi uma farsa". Ele vai ser martelado sobre os cinco sentidos dos brasileiros na tentativa de apagar os crimes cometidos pelos petistas e, seguindo a cartilha stalinista, fazer valer as versões sobre os fatos, transmutar culpados em inocentes e, claro, apontar bodes expiatórios como responsáveis pelas próprias misérias morais que eles infligiram ao país, a si próprios e a sua reputação, firmada quando na oposição, de paladinos da ética. Esse processo perverso de reescrever a história está em curso em Brasília, em pleno século XXI. Sua mais recente iniciativa é a iminente instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Congresso Nacional, a primeira do governo Dilma Rousseff. O objetivo declarado — e desejável — da CPI é elucidar os limites da atuação no mundo oficial do contraventor Carlos Cachoeira, que explorava o bingo ilegal em Goiás e se encontra trancafiado em presídio de alta segurança. Acusado de receber dinheiro para defender os interesses do contraventor no governo e no Legislativo, o senador Demóstenes Torres, do DEM, está a caminho de perder o mandato. Razões para uma investigação republicana, portanto, não faltam. O problema está nos objetivos subalternos da CPI, que os petistas e seus aliados mal conseguem esconder nas conversas: criar um fato novo e, assim, desviar o foco da atenção da opinião pública do julgamento do mensalão. Eles esperam que as investigações produzam imagens que ajudem a demonstrar a tese central do presidente Lula sobre o mensalão, a de que o PT fez apenas o que todo partido político sempre fez. Esperam também criminalizar jornalistas para quem Carlos Cachoeira serviu de fonte sobre o que ia nos subterrâneos da corrupção no mundo oficial em Brasília, terreno que ele frequentava com especial desenvoltura.
Info
Em resumo, o PT espera desmoralizar na CPI todos que considera pessoal ou institucionalmente responsáveis pela apuração e divulgação dos crimes cometidos pelos correlegionários no mensalão — em especial a imprensa. Por quê? Principalmente porque o esquema de compra de apoio parlamentar pelo governo do PT começou a ser desbaratado em 2005, após uma reportagem de VEJA mostrar um funcionário dos Correios cobrando e recebendo propina em nome do PTB. Depois disso, o presidente do partido, o ex-deputado Roberto Jefferson, revelou ao país que parlamentares recebiam dinheiro na boca do caixa para votar com o Planalto. O chefe do esquema era o então ministro da Casa Civil José Dirceu, que vivia repetindo o bordão segundo o qual não fazia nada sem o conhecimento do presidente Lula. Tanto a CPI dos Correios quanto a Procuradoria-Geral da República deixaram claro que parte do dinheiro que financiou o mensalão saiu dos cofres públicos. Durante as investigações, o então marqueteiro de Lula, Duda Mendonça, admitiu ter recebido dólares por fora, no exterior, por serviços prestados na campanha do presidente. Foi tão grave e acintosa a agressão dos petistas às leis brasileiras no mensalão que, tecnicamente, o presidente Lula poderia ter sofrido um processo de impeachment. Seu mandato foi preservado por falta de apetite da oposição e pelo cálculo, que se mostraria redondamente equivocado, de que Lula definharia no poder, sangrando pouco a pouco em consequência do mensalão. Nada disso ocorreu. Lula deu uma magnífica volta por cima, reelegeu-se, fez a sucessora e saiu do Palácio do Planalto da mesma forma que entrou — nos braços do povo.
Agora o fantasma do mensalão volta a ameaçar a hagiografia do líder petista — e a ordem de cima é atropelar quaisquer escrúpulos para preservar Lula. "A bancada do PT defende uma CPI para apurar esse escândalo dos autores da farsa do mensalão. É preciso que a sociedade organizada, movimentos populares, partidos políticos comprometidos com a luta contra a corrupção, como é o PT, mobilizem-se para impedir a operação-abafa e para desvendar todo o esquema montado por esses criminosos, falsos moralistas que se diziam defensores da moral e dos bons costumes", declarou Rui Falcão, deputado paulista, presidente nacional do PT. A forma cristalina pela qual Falcão explica os objetivos do partido na CPI parece a transcrição perfeita de uma cartilha de propaganda soviética. Dado que os companheiros cometeram crimes no mensalão e que esse fato é devastador para o partido que no passado empunhou a bandeira da ética para vencer a antipatia e a desconfiança da classe média brasileira, vamos tentar mudar a percepção da realidade e acionar os companheiros para ver se cola a ideia de que o mensalão foi uma armação cujos responsáveis, vejam só que coincidência, estão todos orbitando em torno de um contraventor cujas atividades vão ser investigadas por uma CPI.
A lógica política de Falcão é irretocável — até certo ponto. Esse truque funcionou na União Soviética, funcionou na Alemanha nazista, funcionou na Itália fascista de Mussolini, por que não funcionaria no Brasil? Bem, ao contrário dos laboratórios sociais totalitários tão admirados por petistas, o Brasil é uma democracia, tem uma imprensa livre e vigilante, um Congresso eleito pelo voto popular e um Judiciário que, apesar de fortemente criticado recentemente, tem demonstrado independência e vigor doutrinário. Isso significa que para o delírio de Falcão se materializar é preciso neutralizar as instâncias democráticas, calando-as ou garantindo que a estridência radical petista supere as vozes da razão e do bom-senso.
Uma CPI dominada pelo PT e seus mais retrógrados e despudorados aliados é o melhor instrumento de que a falconaria petista poderia dispor — pelo menos na impossibilidade, certamente temporária para os falcões, de suprimir logo a imprensa livre, o Judiciário independente e o Parlamento, fósseis de um sistema burguês de dominação que está passando da hora de ser superado pelo lulopetismo, essa formidável invenção tropical diante da qual empalidecem todos os demais arranjos político-sociais do mundo atual. Mas, enquanto o triunfo final não vem, os falcões petistas vão se contentar em usar a CPI para desmoralizar todos os personagens e forças que ousem se colocar no caminho da marcha arrasadora da história, que vai lançar ao lixo todos os que atacaram o PT e, principalmente, seu maior líder, o ex-presidente Lula.
Não por acaso, a estratégia que a falconaria petista está executando disciplinadamente em Brasília saiu da cabeça de Lula. Em novembro de 2010, a menos de dois meses do término de seu segundo mandato, o então presidente recebeu o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu para um café da manhã no Palácio da Alvorada. À mesa, Lula prometeu a Dirceu, o mais influente quadro da engrenagem petista, que lançaria uma ofensiva para desmontar "a farsa do mensalão" tão logo deixasse o cargo. Não era bravata. Conforme prometido, essa cruzada para abafar o maior escândalo de corrupção da história recente do país começou a se materializar em pequenos movimentos. Foi ela que levou à eleição do petista João Paulo Cunha, um dos 36 réus no processo do mensalão, para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara em 2011, o que garantiu a ele uma posição privilegiada para dialogar com a cúpula do Poder Judiciário. Foi ela também que resultou na nomeação do petista José Genoíno, outro réu no processo, para o cargo de assessor especial do então ministro da Defesa, Nelson Jobim, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), justamente a corte que julgará o caso.

Dida Sampaio/AE Beto Barata/AE Ailton de Freits/Ag. Globo Beto Barata/AE AE
O então deputado Roberto Jefferson contou ao Congresso como o governo do PT criou o mensalão, o esquema de suborno de parlamentares que era operado pelo publicitário Marcos Valério (ao lado). As revelações provocaram decepção e choro de alguns parlamentares petistas, ameaçaram a continuidade do governo Lula e resultaram no processo que acusa 36 pessoas de crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, evasão de divisas e lavagem de dinheiro
O esquema: O então deputado Roberto Jefferson contou ao Congresso como o governo do PT criou o mensalão, o esquema de suborno de parlamentares que era operado pelo publicitário Marcos Valério. As revelações provocaram decepção e choro de alguns parlamentares petistas, ameaçaram a continuidade do governo Lula e resultaram no processo que acusa 36 pessoas de crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, evasão de divisas e lavagem de dinheiro
Esses dois movimentos da reação capitaneada por Lula foram costurados nos bastidores. Fizeram parte de uma estratégia silenciosa destinada a reabilitar publicamente as estrelas petistas envolvidas até o pescoço com os desvios de dinheiro público para abastecer o caixa partidário. Uma tática deixada de lado na semana passada, quando o PT partiu para uma espécie de vale-tudo a fim de varrer para debaixo do tapete o esquema de compra de apoio parlamentar que funcionou durante o governo passado. A estratégia evoluiu para o uso da Operação Monte Carlo da Polícia Federal, que deu origem à CPI. A ação da PF desbaratou um esquema de exploração de jogos ilegais comandado por Carlinhos Cachoeira e revelou uma rede suprapartidária de políticos envolvidos com ele. Além do senador Demóstenes, as investigações atingiram o governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, desafeto de Lula desde que declarou, em 2005, que alertara o então presidente da existência do mensalão.
Lula viu na CPI a oportunidade política de mostrar que todos os partidos pecam. Que todos são farinha do mesmo saco e, por isso mesmo, o mensalão não seria um esquema de corrupção inaudito, muito menos merecedor de um rigor maior por parte do Judiciário e da sociedade. Para os petistas, apagar a história neste momento é uma questão de sobrevivência. Seus caciques sustentam que, com a aproximação da data prevista para o julgamento do mensalão e diante da hipótese de uma condenação, não há o que perder na arriscada aposta em tentar menosprezar a inteligência das pessoas, zombar das autoridades que investigaram o caso durante anos, impor constrangimentos aos ministros do Supremo que se preparam para julgar o processo. É tamanha a ânsia de Lula e dos mensaleiros para enterrar o escândalo que, se preciso, o PT rifará o governador do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz, que também aparece no arco de influência dos trambiques da máfia do jogo.
Lula e os falcões petistas viram também abrir-se para eles a retomada de um antigo, acalentado e nunca abandonado projeto de emascular a imprensa independente no Brasil. Os projetos de censura da imprensa que tramitaram no PT foram derrotados não por falta de vontade, mas porque o obscurantismo cobriria a imagem do Brasil de vergonha no cenário mundial. Surge agora uma oportunidade tão eficiente quanto a censura, com a vantagem de se obter a servidão acrítica da imprensa sem recorrer a nenhum mecanismo legal que possa vir a ser identificado com a supressão da liberdade de expressão. Não por coincidência, na semana passada a Executiva Nacional do PT divulgou uma resolução pedindo a regulamentação dos meios de comunicação diante "da associação de parte da imprensa com a organização criminosa da dupla Cachoeira-Demóstenes". Dando sequência à diretriz do comitê central do partido, o comissário Marco Maia, presidente da Câmara, complementou: "Todas as informações dão conta de que há uma participação significativa de alguns veículos de comunicação nesse esquema montado pelo Cachoeira. A boa imprensa, que está comprometida com a informação e a verdade, vai auxiliar para que a gente possa fazer uma purificação, separar o joio do trigo".
A oportunidade liberticida que apareceu agora no horizonte político é tentar igualar repórteres que tiveram Carlos Cachoeira como fonte de informações relevantes e verdadeiras com políticos e outras autoridades que formaram com o contraventor associações destinadas a fraudar o Erário. A nota da Executiva Nacional do PT e a fala do comissário Maia traem o vezo totalitário daquela parte do PT que não tem a mínima noção do papel de uma imprensa livre em uma sociedade aberta, democrática e que tenha como base material a economia de mercado. Papai Stalin ficaria orgulhoso dos pupilos. Caberá a eles agora, aos "tropicastalinistas" do PT auxiliados pelos impolutos José Sarney e Fernando Collor, "purificar" a imprensa, decidir qual é a boa e a ruim, o que é joio e o que é trigo nas páginas dos órgãos de informação e apontar que repórteres estão comprometidos com a informação e a verdade. Alguém com mais juízo deveria, a bem do comissário Maia, informá-lo de que quando governos se arvoram a "purificar" seja o que for — a população, a imprensa ou a literatura — estão abrindo caminho para o totalitarismo. Quem diria, comissário, que atrás de óculos modernosos se esconde uma mente tão arcaica.
Os petistas acham que atacar o mensageiro vai diminuir o impacto da mensagem. Pelo que disse Marco Maia, eles vão tentar mostrar que obter informações relevantes, verdadeiras e de interesse nacional lança suspeita sobre um jornalista. Maia não poderia estar mais equivocado. Qualquer repórter iniciante sabe que maus cidadãos podem ser portadores de boas informações. As chances de um repórter obter informações verdadeiras sobre um ato de corrupção com quem participou dele são muito maiores do que com quem nunca esteve envolvido. A ética do jornalista não pode variar conforme a ética da fonte que está lhe dando informações. Isso é básico. Disso sabem os promotores que, valendo-se do mecanismo da delação premiada, obtêm informações valiosas de um criminoso, oferecendo-lhe em troca recompensas como o abrandamento da pena. Esses são conceitos de difícil digestão para os petistas acostumados a receber do comitê central as instruções completas sobre o que devem achar certo ou errado, bom ou ruim, baixo ou alto. Fora da bolha ideológica, porém, a vida exige que bons jornalistas falem com maus cidadãos em busca de informações verdadeiras. Motivo mesmo para uma CPI seria investigar os milionários repasses de dinheiro público que o governo e suas estatais fazem a notórios achacadores, chantagistas e manipuladores profissionais na internet. Fica a sugestão.
Andre Dusek/AE
Há risco de prescrição de algumas imputações. Uma vez disponibilizado o processo para julgamento, vou colocá-lo em pauta em 48 horas.
Carlos Ayres Britto: “Há risco de prescrição de algumas imputações. Uma vez disponibilizado o processo para julgamento, vou colocá-lo em pauta em 48 horas.”  

Andre Dusek/AE
O processo está muito maduro e há risco de prescrição. A responsabilidade de quem julga é muito grande.
Marco Aurélio Mello: “O processo está muito maduro e há risco de prescrição. A responsabilidade de quem julga é muito grande.”

Alan Marques/Folhapress
Tem de ser neste semestre. Tudo recomenda, e nada indica o contrário. Devemos e podemos julgar o processo neste ano.
Gilmar Mendes: “Tem de ser neste semestre. Tudo recomenda, e nada indica o contrário. Devemos e podemos julgar o processo neste ano.”

Andre Dusek/AE
Essa pergunta vale 1 milhão de dólares!
Ricardo Lewandowski, ao ser questionado, na última quarta-feira, sobre quando apresentará seu relatório, última etapa antes do julgamento: “Essa pergunta vale 1 milhão de dólares!”  

segunda-feira, 16 de abril de 2012

InfoLATAM, agora tambem em Portugues


Querido amigo:
queremos compartir contigo una buena noticia.
Te adjunto nota sobre el acuerdo que hemos firmado Terra-Infolatam. Para nosotros es muy importante y te pido ayuda para que le des difusión. Estamos muy orgullosos de que nuestra Infolatam se internacionalice y sea la primera web española que afronte el reto de salir en Brasil con una edición en portugués.
Gracias por tu ayuda y un abrazo

Consuelo Alvarez de Toledo y Consuelo Ysart

INFOLATAM Y TERRA ACUERDAN UNA ALIANZA EDITORIAL EN BRASIL
 Terra e Infolatam han alcanzado una alianza estratégica para la publicación de Infolatam en el portal Terra en Brasil. Este nuevo diario en la red,  (http://www.infolatam.com.br/),  está realizado íntegramente en portugués y forma parte de la sección de Noticias de América Latina en el portal Terra en Brasil.
www.infolatam.com, primera web de información y análisis de América Latina, inicia así una nueva etapa de expansión. Tras este lanzamiento en Brasil, que ha comenzado su andadura esta semana, el acuerdo continuará con la integración de Infolatam en español dentro de otros portales de Terra en América Latina.
Consuelo Alvarez de Toledo, presidenta y editora de Infolatam, considera que esta alianza abre una nueva etapa de expansión empresarial en la región. “Con la publicación de nuestros contenidos de análisis e información en portugués Infolatam quiere contribuir al mejor conocimiento de América Latina en Brasil, país que hoy es un referente no sólo regional, sino también imprescindible para entender la actualidad global”. 
Por su parte Antonio Prada, director de Contenidos y Productos LatAm y US de Terra, manifestó que el acuerdo amplía la oferta de contenidos de America Latina en Brasil. "Además de la producción de todos los países de Terra en la región agregamos también una visión plural sobre la actualidad política, económica y social de América Latina". 
Terra cuenta con 900 profesionales. Está presente  en 18  países, incluido Estados Unidos, y  tiene aproximadamente 100 millones de visitantes únicos. Por su parte, Terra TV tiene 12 millones de usuarios únicos, con un promedio de 1.500 millones de vídeos vistos al año. Desde 1999, Terra es parte del Grupo Telefónica, una de las primeras compañías mundiales de telecomunicación.
Infolatam S.L., editora de www.infolatam.com y a partir de ahora, de www.infolatam.com.br, seis años después de su nacimiento es hoy el medio internacional de referencia para analistas, inversores, investigadores y ejecutivos que tienen intereses en Latinoamérica. Con más de medio centenar de especialistas, Infolatam publica diariamente noticias, informes y análisis sobre la actualidad política, económica y social de América Latina.

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Consuelo Alvarez de Toledo Saavedra

Presidenta/Editora
c/ Nuria 45 2
28034 Madrid
Tfno: 34 629293090
www.infolatam.com

Triste fim das cupulas das Americas (diminuidas)...

Uma comédia de erros, como diria Shakespeare, essa última (ou a mais recente, mas creio que será a última, mesmo, e ainda bem) cúpula das Américas, com todos os direitos a ridicularias, superfluidades e inutilidades.
Nem sei como assessores presidencias permitem que seus chefes de Estado se desloquem para coisas tão sem sentido, pura perda de tempo.
Abaixo a excelente síntese feita pelo ex-prefeito Cesar Maia: 



CÚPULA DAS AMÉRICAS! OU UM CORSO, COMO DISSE MUJICA!
    
1. Não houve documento final.
    
2. Presidentes do Equador e Nicarágua não foram porque Cuba não participou. Chávez alegou doença.
    
3. Não se tratou da flexibilização das drogas, nem da participação de Cuba. Morales discursou sobre Cuba e não sobre problemas da Bolívia.
     
4. Brasil tratou de protecionismo e Argentina foi quem colocou a carapuça.
     
5. Ninguém quis tratar das Malvinas e Cristina Kirchner rodou a polaina, abandonou a reunião e voltou para Buenos Aires.
      
6. Presidente dos EUA disse que a época da guerra fria e de xingar os yankees já passou há muitos anos.
       
7. No meio do "baile" o presidente do Uruguai, José Mujica, declarou: "Isso não é uma Cúpula: é um Corso. Que papelão vieram fazer".

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Comentário (longo) recebido de um leitor anônimo (mas que deve entender do assunto):

sobre a Cupula das Americas e o exercício das cúpulas.
Elas eram relativamente raras no contexto latino-americano, diferentemente das reuniões diplomáticas de nível ministerial. Destas tivemos várias, do sistema interamericano, algumas famosas, como a do Rio de Janeiro, de janeiro de 1942, que hipotecou solidariedade aos EUA, depois dos ataques de Pearl Harbor.
Depois houve a de 1947, em Petropolis, quando se firmou o TIAR, com direito a discurso do presidente Dutra. Eisenhower visitou o Brasil, mas foi bilateral, como tinha sido Roosevelt, durante a guerra.
A outra grande conferência de chefes de Estado do hemisfério foi em 1967, em Punta del Este, quando Lyndon Johnson perguntou a um assessor, já dentro do avião presidencial, "para onde mesmo estamos indo?" (bem isso pode ser apenas um joke...).

A mania de cúpulas começou mesmo com os espanhóis, que queriam a todo custo celebrar condignamente os 500 anos da viagem inaugural de Colombo.
As celebrações de Sevilha em 1992 deram a partida para as reuniões ibero-americanas, que o Embaixador Seixas Correa, ex-SG do MRE, ex-embaixador em Buenos Aires, Mexico e Madrid, já definiu como um envelope em busca de um conteúdo. Não apenas na ocasião tivemos várias iniciativas anti-colonizadoras, mas as ibero-americanas sempre foram marcadas por reclamações indiretas de parte e outra, e o Brasil nunca gostou muito do que considera, talvez, uma hispanidad excessiva.
Diferente foi a Cúpula das Américas, inaugurada por Clinton em dezembro de 1994 em Miami, e que visava dar uma roupagem mais densa à Iniciativa para as Américas que tinha sido proposta por Bush pai, em 1990. Os propósitos eram grandiosos, e além da Alca-FTAA, vários outros temas foram sempre mobilizados pelos diplomatas e estrategistas americanos, inclusive alguns que não foram muito bem acolhidos pelos latino-americanos (como integração financeira, serviços e propriedade intelectual). As negociações da Alca corriam paralelamente, com suas reuniões ministeriais e de negociadores diplomáticos, mas as cúpulas de chefes de Estado tinham certa importância cerimonial, embora pouca relevância prática. Os chefes de Estado deveriam, a rigor, pressionar seus ministros e negociadores a avançarem na agenda de cooperação e de liberalização comercial, na linha do que pretendiam os EUA, mas vários países se opunham a essa agenda, entre eles o Brasil (desde sempre, seguido mais tarde pela Venezuela chavista e pela Argentina a partir de 2003). Foram estes tres que sabotaram, conscientemente, a Alca na V Cúpula das Américas, quando Kirchner quis contentar seu amigo e unico financiador Hugo Chavez, permitindo a realização de uma contra-cúpula das Americas, num momento em que cubanos e venezuelanos já se decidiam pela Alca.
Tanto o Brasil se sentia desconfortável com as iniciativas americanas que ele propos, na virada de conceitos de América Latina para América do Sul, a partir de 1993, sobretudo com Celso Amorim na chancelaria, uma Alcsa, que nunca foi muito bem aceita pelos demais países.
As ibero-americanas foram se fazendo de modo muito burocratico e as cúpulas das Américas também não conseguiram realizar o que os EUA pretendiam, daí a adoção de uma estratégia minilateralista pelos EUA, desde a chegada de Bush filho, abordando os países individualmente, e não mais em grupo. As próprias ofertas dos EUA na Alca foram diferenciadas entre países, sendo Mercosul ficava claramente desfavorecido.
Em 2000, para concretizar a ideia da sul-americanidade, que tinha ficado praticamente sem elaboração desde o início da década, FHC reúne seus contrapartes da América do Sul, mas já na conferência a Argentina sabotou nossas propostas, continuando a falar de América Latina, o tempo todo, e recusando-se a aceitar a convocação de uma segunda reunião de chefes de Estado um ano depois, que só foi ser feita no Equador dois anos depois. 
Não é preciso dizer que a tropa dos companheiros, Lula, JD e MAG, e mais Samuel e Amorim, nunca gostaram da Cúpula das Americas, da Alca, das ibero-americanas e mesmo do Grupo do Rio, excessivamente ligado aos problemas centro-americanos e caribenhos. Sabotaram umas e desenvolveram outras, começando pela ideia da Comunidade de Nações Sul-Americanos, também sabotados pelos vizinhos, por uma questão de arrogância diplomática brasileira sob os companheiros.
Toda a politica externa de Lula, de Chavez, de Kirchner, e dos bolivarianos menores, foi no sentido de sabotar e enterrar todas as iniciativas e organizações de que participasse o "império", criando outras, exclusivamente sul-americanas ou pretensamente latino-americanas, como a Alba de Chávez, uma esquizofrenia completa (basta ler o tratado constitutivo para constatar). 
Como a proposta brasileira não foi aceita pelos demais, acabamos descambando na Unasul, que tem um tratado tão vago que permite qualquer coisa, mas não realiza nada de concreto.
Quanto às cúpulas das Américas, era inevitável que fossem sabotados pelos bolivarianos. Mas é ridículo que outros paises também aderissem a essa campanha em favor de Cuba, que não tem interesse nenhum de participar desse tipo de exercício, assim como tampouco teve interesse em reingressar na OEA, depois da patetica reunião ministerial de 2009 que suspendeu a "suspensão" de 1962, adotada em Punta del Este, sob patrocínio dos EUA e da Venezuela.
Não creio que esses gestos pro-cubanos -- alias ratificados até pelo Tom Shannon, quando ficou na ministerial da OEA em substituição a Hillary Clinton -- tenham qualquer importância real; pura política, da mais baixa qualidade.
Enfim, não há muito a fazer nessas cúpulas, senão endossar declarações insípidas, e sem qualquer significado prático. Nem mesmo os valores democráticos são respeitados, e seria melhor, para todos, dar o exercício por encerrado.
Os latino-americanos já tem cúpulas suficientes, varias delas de iniciativa do Brasil, entre as quais a CALC, convertida em Celac em dezembro passado.
Tudo isso constitui um balé diplomático sem qualquer importância real, pois já se caiu na enfermidade do cupulismo, reuniões para se reunir, não para decidir algo realmente importante.
Nunca foram tão grandes as diferenças reais entre os países, e nunca os chefes de Estado se reuniram tantas vezes, com discursos absolutamente hipócritas.
Mas a própria OEA é um exercício político altamente hipócrita, e caro para o contribuinte americano.
Talvez esteja na hora de repensar todos esses exercícios. 
Mas como as burocracias diplomáticas são todas conservadoras, lentas e desprovidas de imaginação, e como os chefes de Estado adoram se reunir, esses jamborees inúteis vai continuar a ser realizados.

Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica

Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica

Desde 1959, a Organização Odebrecht patrocina iniciativas que valorizam o patrimônio artístico e cultural do Brasil e de outros países em que atua. Destinando recursos à realização de projetos de grande projeção ou de alcance local, dentro e fora do espaço acadêmico, contribui para a dinamização da vida cultural em suas diferentes esferas e aspectos e promove a afirmação de identidades diversas e a celebração de valores universais. Assim, estimulando a preservação e a propagação da memória, cumpre o papel de incentivar a evolução cultural da sociedade, como determina sua política de sustentabilidade.
Instituído em 2003, O Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica – Clarival do Prado Valladares é conferido anualmente a um projeto de pesquisa que contribua significativamente para um maior entendimento da formação econômica, sociopolítica ou artística brasileira. Visando incentivar e enriquecer a produção historiográfica nacional, a Odebrecht provê ao vencedor as melhores condições para a realização de seu projeto, incluindo pagamento de direitos autorais e o custeio de todas as despesas necessárias à realização e ao registro da pesquisa. Os conhecimentos gerados são consolidados em um livro de arte, cuidadosamente editado e ricamente ilustrado, distribuído a bibliotecas e outras entidades ligadas à cultura no Brasil e no exterior.

(Des)Educacao no Brasil: as sauvas do MEC enterram de vez a educacao - Paulo Freire garante a decadencia...

Pronto, só faltava essa!
Eu já escrevi, diversas vezes, já falei em seminários, e volto a repetir aqui uma paráfrase da famosa frase de Monteiro Lobato: 
"Ou o Brasil acaba com as saúvas freirenas do MEC, ou elas acabam com o Brasil".
Acho que agora elas conseguiram, e vão enterrar a educação no Brasil por pelo menos três gerações à frente (que é o tempo mínimo que eu calculo ser necessário para mudar, depois de desastres repetidos, a tragédia educacional brasileira, e nisso se vão mais ou menos 74 anos...).
Pois as saúvas freireanas do MEC acabaram decretando que o seu santo protetor, o supremo idiota da pedagogia do oprimido -- uma fabulosa impostura intelectual, se o adjetivo se aplica -- Paulo Freire é o patrono da educação no Brasil.
Isso vai redundar em dois efeitos: os pedagogos e pedagogas (invertem, se quiserem respeitar as novas prioridades idiotas de gênero) vão continuar idiotas, por muito tempo mais, e jornalistas menos idiotas vão talvez poder constatar como são idiotas os escritos desse supremo deseducador.
Lamento o ocorrido, mas o Brasil realmente está andando cada vez mais para trás em matéria de educação.
Paulo Roberto de Almeida 



Paulo Freire, patrono da educação brasileira 
Agência Brasil, 16/04/2012

Lei publicada no Diário Oficial reconhece importância do pedagogo e filósofo para o país

BRASÍLIA - O Diário Oficial da União publica nesta segunda-feira a lei que declara o educador Paulo Freire patrono da educação brasileira. O projeto de lei foi aprovado no início de março pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, em decisão terminativa, por unanimidade.

Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) foi educador e filósofo. Considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia mundial, influenciou o movimento chamado pedagogia crítica. Sua prática didática fundamentava-se na crença de que o estudante assimilaria o objeto de análise fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído.

Freire ganhou 41 títulos de doutor honoris causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford. Foi preso em 1964, exilou-se depois no Chile e percorreu diversos países, sempre levando seu modelo de alfabetização, antes de retornar ao Brasil em 1979, após a publicação da Lei da Anistia.




Paulo Freire é declarado patrono da educação brasileira

Lei publicada no Diário Oficial reconhece importância do pedagogo e filósofo para o país

AGÊNCIA BRASIL
Publicado:
Atualizado:
BRASÍLIA - O Diário Oficial da União publica nesta segunda-feira a lei que declara o educador Paulo Freire patrono da educação brasileira. O projeto de lei foi aprovado no início de março pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, em decisão terminativa, por unanimidade.
Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) foi educador e filósofo. Considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia mundial, influenciou o movimento chamado pedagogia crítica. Sua prática didática fundamentava-se na crença de que o estudante assimilaria o objeto de análise fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído.
Freire ganhou 41 títulos de doutor honoris causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford. Foi preso em 1964, exilou-se depois no Chile e percorreu diversos países, sempre levando seu modelo de alfabetização, antes de retornar ao Brasil em 1979, após a publicação da Lei da Anistia.


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Impresa 12 vs Governo 0: ainda devem 3 ou 4, de safras passadas...

Com esta denúncia, deve ser o 12. personagem implicado em "malfeitos", digamos assim (para usar uma expressão corrente, que não pretende acusar ninguém, mas já deveria corresponder a um prontuário).
Na verdade, ainda nos devem o afastamento de três ou quatro, devidamente denunciados pela imprensa -- sim, se não fosse ela, essas comissões de fiscalização, de ética, controladoria, corregedoria, PF, etc, não serviriam para nada, nadicas de peteberebas -- e que até agora foram ficando de bobos, como quem não quer nada com a vida. E a Comissão de Ética não se pronuncia sobre casos duvidosos?


Comissão de Ética da Presidência acolhe representação contra Ideli

PSDB pede investigação sobre a conduta da ministra da Secretaria de Relações Institucionais na compra de 28 lanchas feitas pelo Ministério da Pesca

16 de abril de 2012 | 14h 28
Rafael Moraes Moura, de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - A Comissão de Ética Pública da Presidência da República acolheu na manhã desta segunda-feira, 16, representação do PSDB para investigar a conduta da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, no episódio envolvendo a compra de 28 lanchas-patrulha. Conforme informou o Estado, as lanchas foram encomendadas por R$ 31 milhões pelo Ministério da Pesca em 2009 e parte da conta foi paga enquanto Ideli comandava a pasta. O Estado também revelou que o dono da fabricante das lanchas, a Intech Boating, doou R$ 150 mil ao comitê financeiro do PT de Santa Catarina, que bancou 81% dos custos da campanha derrotada de Ideli ao governo catarinense.
De acordo com o presidente da comissão, Sepúlveda Pertence, Ideli já se antecipou e apresentou explicações sobre as compras das lanchas. "Ela apresentou esclarecimentos voluntariamente. Recebi o memorial do seu advogado, ainda não li, o relator (Américo Lacombe) é que está examinando o caso", disse Pertence, após o final da primeira metade da reunião, que ocorre em anexo do Palácio do Planalto. Os conselheiros devem decidir depois se abrem um processo disciplinar contra Ideli, informou Pertence. A próxima reunião da comissão está marcada para 14 de maio.
Ideli contratou uma empresa de consultoria, a Entrelinhas Comunicação e Publicidade, para evitar o desgaste de sua imagem e também para reagir aos ataques que considera estar sofrendo nos últimos dias. Na semana passada, a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara aprovou convocação para a ministra falar sobre o episódio das lanchas.
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também decidiu pedir mais informações ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, sobre os negócios de sua empresa de consultoria. Os conselheiros aplicaram ainda "censura ética" ao ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot, por conta de suas declarações que de não cumpriria a "quarentena" enquanto aguardava a volta à iniciativa privada após deixar o serviço público.
Foi arquivado o caso da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, que recebeu camisetas da escola de samba Império Serrano, após o ministério zerar a inadimplência da agremiação carioca, conforme revelado pelo jornal "Correio Braziliense".

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Aprender com a Historia: Erasmo de Rotterdam (Stefan Zweig)

Estou lendo, na edição do Livre de Poche, em sua versão francesa, portanto, a obra que o grande escritor austríaco Stefan Zweig escreveu, em 1935, na Inglaterra, sobre o grande humanista do Renascimento:
Érasme: grandeur et décadence d'une idée
A capa reproduz o famoso quadro de Quentin Metsys, e na verdade todos os quadros conhecidos de Erasmo, sobretudo os de Hans Holbein, o jovem, o mostram cercado de livros ou escrevendo livros.
Não quero me comparar, mas eu também vivo cercado de livros, embora não tenha escrito nenhum tão famoso quanto o Elogio da Loucura (embora tenha escrito um "Elogio da Exploração", que não deve ter sido apreciado por certos marxistas obtusos).


A obra de Zweig reflete sua angústia com a chegada ao poder de Hitler, e o crescimento do fanatismo e da intolerância. Erasmo, o primeiro europeu, foi um humanista no sentido mais completo da palavra, amigo dos livros e do conhecimento, detestava todos os fanatismos.
O livro, feito em meio ao clima totalitário que já predominava em boa parte do mundo europeu, conserva toda a sua atualidade, em vista dos vários fanatismos que ainda vemos em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, onde também predomina o segundo mal que Erasmo mais abominava: a ignorância, não a dos inocentes incultos, mas a dos arrogantes estúpidos, idiotas ativos que pretendem mandar e dominar.


Toda a angústia com essa situação levou Zweig a se suicidar, ao ver o seu mundo, que já tinha sido destruído uma primeira vez na Guerra de 1914-1918, descambar uma segunda vez no horror da segunda guerra mundial.
A despeito de apreciar Zweig, não pretendo, obviamente, seguir seu exemplo, ainda que eu também fique preocupado com o aumento da estupidez e da intolerância à minha volta.
Vou continuar lutando contra esses males tão comuns em todas as épocas.
Paulo Roberto de Almeida 

Conhecer a Historia: uma das poucas licoes uteis de Kissinger

Henry Kissinger foi um realista cínico, no limite imoral, e em todo caso amoral.
Foi um "bom" servidor do Estado americano, no sentido em que foi um Secretário de Estado eficiente, no curto prazo, pelo menos. 
Defendeu os interesse mesquinhos do império, mas não transformou o mundo, apenas "restaurou-o", como pretendiam os conservadores de Viena, que ele estudou tão bem em sua tese de doutorado.
Mas, preservou o outro império, o soviético -- que finalmente foi "destruído" por um idealista cínico, Ronald Reagan, não pelo fiel servidor do desejo de potência que sempre foi Kissinger --, assim como está preservando, atualmente, o poder despótico da China comunista.
A única lição, finalmente, que temos de aprender com Kissinger, é o estudo da História.
Paulo Roberto de Almeida 

Foreign Policy, Thursday, April 12, 2012 - 12:53 PM   Share

The big event at Harvard yesterday was "A Conversation with Henry Kissinger" at Sanders Theater. The event featured the 89-year old statesman reflecting on his time at Harvard, his career in government, and the future relationship between the United States and China, along with several other topics. He was joined in the discussion by my colleagues Graham Allison (who moderated) and Joseph Nye, and by Jessica Blankshain, a graduate student from the Department of Government.
I won't try to summarize the whole conversation, but instead merely highlight a couple of moments that I found especially interesting. First, at one point Kissinger said he thought the best academic preparation for government service was training in philosophy, political theory, and history. In particular, he argued that training in political theory taught you how to think in a disciplined and rigorous manner, and knowledge of history was essential for grasping the broader political context in which decisions must be made. It was clear that he also sees a grounding in history as essential for understanding how different people see the world, and also for knowing something about the limits of the possible.
I found this observation intriguing because these subjects are not what schools of public policy typically emphasize, even though they are supposedly in the business of preparing students for careers in public service. The canonical curriculum in public policy emphasizes economics and statistics (i.e., regression analysis), sometimes combined with generic training in "public policy analysis" and political institutions. The Kennedy School (where I teach) does require MPP students to take one core course in ethics (which is grounded in political philosophy), but there's no required course in history and each year I feel my students know less and less about that important subject. Instead, they flock to courses on "leadership," as if this quality was something you can learn in a classroom in a semester or two. I would love to have asked Kissinger to elaborate on how aspiring public servants are being trained these days.
After Joe Nye asked him if there were any decisions he made that he wished he could do over (a question that Kissinger mostly evaded), he went on to reflect on how his thinking has changed over time. He noted that he has had lots of time to read and reflect since leaving government service, and he said there were many things about the world that he understood better now than when he was serving in government. He also said he was not as "self-confident" in some of his judgments as he had been when he was younger. But then he said he wasn't sure this greater wisdom would make him a better policymaker. The reason, he said, is that being a policymaker requires a powerful sense of self-confidence, precisely because so many decisions are not clear-cut -- they are 51/49 judgment calls. As he put it, "You don't get rewarded for your doubts." And in those circumstances, a little bit of bravado goes a long way; it might even be a job requirement.
It was entirely predictable, of course, that the event was briefly disrupted by a vocal protester who was quickly escorted from the room. One of the questions asked during the Q and A took a similar approach, reciting a list of Kissinger's alleged crimes and ending with the question "How do you sleep at night?" I understand where such questions come from, but I've also thought this tactic is a remarkably ineffective way to try to make a political point. Disrupting public gatherings is a form of free speech and I wouldn't try to ban it, but my experience is that it is almost always counterproductive. The reason is simple: When someone gets up and starts shouting accusations, it violates our innate sense of courtesy and almost always turns the crowd against the protester and toward the person they are attacking. I like spirited discourse as much as the next person, but I've found that a respectful, well-aimed, and devastating question usually opens more minds and does more damage than passionate denunciations do.

Coreia do Norte: o pais du SUPER-GULAG

Desculpem as maiúsculas, mas de fato a Coreia do Norte merece: seu Gulag é muito maior, proporcionalmente, e muito mais longo, do que os exemplares (e como!) da URSS stalinista e da China maoista.
Um verdadeiro horror, praticamente desconhecido do mundo.
Paulo Roberto de Almeida 

Turning a blind eye to North Korea’s ‘hidden gulag’

The Washington Post, Editorial Board, April 12, 2012

WHILE ATTENTION focused on North Korea this week ahead of Friday morning’s missile launch, hundreds of Americans, Koreans, Japanese and others gathered in Washington to examine a different aspect of life in that communist nation: its “hidden gulag.”
That was the title of an unprecedented conference organized by the U.S. Committee for Human Rights in North Korea (HRNK) and the Jacob Blaustein Institute for the Advancement of Human Rights. The gulag is a network of labor camps that houses 150,000 to 200,000 prisoners. They are generally arrested for no crime, sent away with no trial, never again allowed to communicate with anyone outside the camps, fed on starvation rations and forced to work until they die. Other than from one camp, according to South Korean expert Yoon Yeo-sang, no one deported to North Korea’s gulag is ever released.
As noted by Blaine Harden, author of the recently published book “Escape from Camp 14,” the North Korean gulag has existed twice as long as did the Soviet network of labor camps created by Lenin and Stalin, and 12 times as long as Hitler’s concentration camps. Yet, for the most part, “Americans don’t know anything about these camps,” Mr. Harden said. “They don’t know they exist.”
This is not, the title of the conference notwithstanding, because the gulag is all that hidden, although North Korea’s regime continues to deny its existence. In fact, as David Hawk said, a great deal is known about the camps, both from the testimony of those who have escaped and from satellite imagery. Mr. Hawk has just published the second edition of his definitive survey, also called “The Hidden Gulag,” which draws on horrifying testimony from 60 former prisoners.
The reason for the ignorance is mostly political. The United States, with a goal of keeping the peace and depriving North Korea of nuclear weapons, has not made human rights a priority. In South Korea, the gulag has been a political football between left-wing politicians favoring warmer ties with the North and right-wing politicians pushing a harder line. China, North Korea’s neighbor to the north and west, abuses the human rights of its own population and does not believe any country’s freedom to abuse its population in the same way should be interfered with.
China, in fact, is complicit in North Korea’s abuses, since it sends many defectors who have made it across the Yalu River back into North Korea, where they face punishment or, if they are repeat escapees, execution. North Korean women who have become pregnant in China often are forced to abort their children. “In cases where the pregnancy is too advanced, guards beat the infants to death or bury them alive after they are born,” writes Roberta Cohen, the chair of HRNK.
Inevitably, there remains much that is unknown. It’s impossible to be confident of a population count for the gulag, Mr. Hawk said, because it’s not clear whether deaths are outpacing deportations.
Enough is known, however, for indifference to be inexcusable. As a first step, the United Nations could establish a commission of inquiry to investigate crimes against humanity taking place inside the prison camps. As Ms. Cohen said, “It is not just nuclear weapons that have to be dismantled but an entire system of political repression.”