sábado, 28 de dezembro de 2013

A social-democracia em acao, nos EUA - Cass Sunstein

Entrevista revista Veja

"Nada justifica o protecionismo", diz conselheiro de Obama

Professor de Harvard e ex-czar da regulação da primeira administração de Barack Obama, Cass Sunstein afirma que não há benefícios justificáveis no uso da regulação para isolar a indústria de um país de seus competidores internacionais

Ana Clara Costa
Cass Sunstein, diretor do Gabinete de Informação e Assuntos Regulatórios dos Estados Unidos
Cass Sunstein, ex-czar da regulação do governo Obama: 'nada justifica o protecionismo' (Byline Withheld/AP)
O tema regulação provoca debates acalorados nos Estados Unidos. O professor de Harvard Cass Sunstein sabe bem como é ser alvo da atenção da população americana quando se trata de criar regras para áreas da atividade econômica. Por quase quatro anos, ele foi os olhos e ouvidos do presidente Barack Obama em todos os assuntos envolvendo regulação — desde as novas regras para tornar automóveis e combustíveis menos poluentes até a obrigatoriedade da divulgação das calorias de produtos em cardápios de redes de fast food. O apresentador e comentarista da Fox News Glenn Beck, notório defensor do partido Republicano, chegou a afirmar que Sunstein era 'o homem mais perigoso da América', justamente porque suas meticulosas canetadas mudavam a vida de toda a população do país. 
Colega de Obama em um período em que ambos lecionaram na Universidade de Chicago, Sunstein tornou-se, no primeiro mandato do democrata, diretor da agência de informação e questões regulatórias da Casa Branca (Oira, na sigla em inglês), responsável por aprovar, modificar ou vetar qualquer cláusula redigida por agências reguladoras do país. Ao contrário do Brasil, onde as agências estão vinculadas aos Ministérios, nos EUA, tais órgãos se reportam à Oira. Em paralelo à vida pública, escreveu best-sellers como Nudge A Era do Radicalismo (ambos publicados pela Campus Elsevier). Sunstein deixou o governo em 2012, por razões que não foram explicadas publicamente. À época, o presidente Obama divulgou um comunicado afirmando que as mudanças regulatórias elaboradas por seu subordinado mudariam a vida da maior parte dos americanos nos próximos anos — e já estavam ajudando o governo a economizar bilhões de dólares. Desde então, o professor se dedica a pesquisas acadêmicas sobre economia comportamental aplicada a assuntos regulatórios.
Sunstein uniu ambos os temas no livro Simpler (Mais Simples, em tradução livre, ainda não disponível em português), em que mostra como a análise de custo-benefício no contexto regulatório pode tornar a gestão pública mais clara e acessível à população, além de muito mais eficaz. Em entrevista ao site de VEJA, o ex-czar da regulação do governo Obama afirma que as regras para balizar a economia são necessárias, mas não podem ferir a competitividade de um país. "Na administração Obama, sempre tivemos o maior cuidado em assegurar uma regulação que pudesse melhorar a saúde pública e o meio ambiente, mas também tornar a nação mais competitiva. Nada que limite a competição traz benefícios que se justifiquem", diz o acadêmico, que é casado com a diplomata Samantha Power, embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas (ONU). Confira trechos da conversa. 
Muitos países, tanto emergentes quanto desenvolvidos, têm usado a regulação para proteger determinados setores de suas economias. Há algum benefício sustentável e de longo prazo que justifique isso? Se a regulação vigente reduz a competitividade, temos um grande problema. Porque, frequentemente, os benefícios se anulam quando comparados aos custos impostos à população. Qualquer regra que cartelize uma indústria reduz sua competitividade. E não há análise de custo-benefício que consiga provar que essas medidas são boas para consumidores. Nos Estados Unidos, não gostamos de controle de preços. Na administração do presidente Obama, sempre tivemos o maior cuidado em assegurar uma regulação que pudesse melhorar a saúde pública e o meio ambiente, mas também tornar a nação mais competitiva. Nada que limite a competição traz benefícios que se justifiquem.
Há governos que, a exemplo do Brasil, usam a manutenção do emprego para justificar medidas de reserva de mercado. Isso é defensável? Se um país quiser aumentar o emprego, não é recomendável isolar sua indústria da competição. Empresas costumam dizer: 'Proteja-nos do mercado para que possamos manter nossos empregados em suas vagas'. Mas, no longo prazo, a criação de emprego não justifica o protecionismo. Num sistema competitivo em que todos estão tentando crescer e têm oportunidades iguais de criar negócios, a economia cresce mais e é melhor para o emprego do que aquela em que as empresas são isoladas. Usar o emprego como cortina de fumaça ou um mecanismo especial de proteção não ajuda em nada. 
Mas ajuda a ganhar votos, não é? Sinceramente, a ideia de gestores públicos usarem a regulação para proteção própria, e não dos cidadãos, é absurda. Ninguém deveria ser a favor disso.
As mudanças regulatórias feitas quando estava na administração Obama melhoraram a competitividade do país? Sim, principalmente porque tentamos simplificar o sistema regulatório com o objetivo de melhorar a interação internacional, sobretudo no âmbito dos negócios.
Como isso foi feito? Por meio da análise de custo-benefício. Frequentemente, o benefício de uma regra pode ser calculado. Um exemplo: quando você cria uma regulação que pode reduzir o número de acidentes nas estradas. Em muitos casos, quando se trabalha duro, é possível saber quantas vidas podem ser salvas. Não se sabe o número exato, mas, pelo menos, detecta-se um intervalo, como entre 50 e 200 vidas por ano. Quando se tem esse intervalo, é possível calcular o custo-benefício baseando-se no menor e no maior número. Outro exemplo é a criação de leis ambientais. Cientistas podem detectar a abrangência dos benefícios potenciais de uma medida à saúde das pessoas. Assim, quando se reduz as emissões de determinados poluentes, cientistas podem estimar quantas vidas serão salvas. Com isso, é possível determinar se os benefícios superam ou não os custos.
Como essa análise trata valores que resistem à quantificação, como o valor de uma vida humana, por exemplo? Em primeiro lugar, devo explicar que os órgãos regulatórios fazem parte do Executivo. Portanto, estão sujeitos à lei. Assim, se uma lei afirma que o Executivo tem de publicar uma regulamentação ambiental, ainda que os benefícios sejam inferiores aos custos, o Executivo tem de cumprir. Claro que, em alguns casos, o cálculo dos benefícios é extremamente difícil porque eles não podem ser convertidos em dinheiro. É isso que ocorre com regras que protegem as pessoas contra a discriminação ou contra a invasão de privacidade, por exemplo. Assim, da mesma forma que o presidente ordena que os benefícios justifiquem os custos, ele também afirma que as agências devem considerar valores que são difíceis ou impossíveis de quantificar, como a dignidade. No fim, análise de custo-benefício é de extrema importância, mas não é uma religião.
A falta de regulação do setor financeiro americano é apontada como a principal causa da crise financeira que teve início em 2008. O senhor concorda? As causas da crise são muitas. Mas acho justo dizer que a falta de uma estrutura regulatória no setor financeiro teve uma contribuição significativa. Outra questão que teve um peso enorme foi o fato de as pessoas não entenderem as regras de suas hipotecas, justamente porque nada era muito claro. Houve ainda o fator 'tentação'. As pessoas caíam na tentação de refinanciar suas hipotecas em vez de pagá-las. Com frequência, as pessoas se arriscam na questão das hipotecas porque pensam apenas no curto prazo. Assim, creio que foi uma combinação de todos esses fatores.
Banir os mecanismos de financiamento mais complexos seria a solução para evitar crises futuras? Sinceramente, não tenho resposta para isso. Muitos problemas regulatórios são combatidos com o uso da 'mão pesada', ou seja, da intervenção incisiva do Estado. Acho que essa 'mão' só se justifica se os mecanismos de financiamento forem tão complexos a ponto de se tornarem frágeis demais. O que nós, de fato, fizemos — e eu tive uma contribuição nisso — para tentar atenuar a complexidade foi tornar as divulgações de informações sobre hipotecas mais simples e acessível, garantindo mais segurança ao consumidor. Eu também acho que seria bom que os americanos, em vez de refinanciar suas hipotecas, preferissem quitá-las. A falta dessa hábito teve um papel significativo na crise. 
O senhor participou das discussões sobre o conjunto de leis Dodd-Frank, que aperta a regulação do sistema financeiro, mas também ajudou a formular o Obamacare, o plano de reforma da saúde do presidente Obama. A implementação do  Obamacare tem tido problemas seríssimos, e tornou-se uma dor de cabeça para o governo. As regras desse programa podem ser consideradas 'simples'?Eu sinceramente espero que elas ainda sejam colocadas em prática de uma forma que as faça simples de entender e de cumprir. Esse era o objetivo de tudo, afinal.

O Bolsa-Gato dos companheiros (verdadeiro)

É o que acontece quando se pretende fazer bondade para todos e se sai por aí caçando "pobres"...
A notícia é antiga, mas ainda tem o seu sabor...
Afinal de contas, depois disso, os companheiros saíram caçando pobres por todo o Brasil, e no meio deles devem ter vindo alguns gatos, cachorros, ratos, hienas...
Paulo Roberto de Almeida 

Gato recebe por sete meses benefício do Bolsa Família

24 de janeiro de 2009 | 9h 03
AE - Agencia Estado
Billy, um gato com 4 anos de idade, foi cadastrado no Bolsa-Família como Billy da Silva Rosa, e recebeu durante sete meses o benefício do governo, R$ 20 por mês. A descoberta ocorreu quando o agente de saúde Almiro dos Reis Pereira foi até a casa do bichano convocá-lo para a pesagem no posto de saúde, conforme exige o programa no caso de crianças: "Mas o Billy é meu gato", disse a dona da casa ao agente.
Ela não sabia que o marido, Eurico Siqueira da Rosa, coordenador do programa no município de Antônio João (MS), recebia o benefício do gato e de mais dois filhos que o casal não tem. Os filhos fantasmas faziam jus a R$ 62 cada, desde o início de 2008, quando Eurico assumiu o cargo.
O golpe foi identificado em setembro e o benefício foi suspenso. Eurico ainda tentou retirar Billy do cadastro e pôr o sobrinho Brendo Flores da Silva no lugar. Mas já era tarde. No início desta semana o "pai" do gato Billy acabou exonerado a bem do serviço público e está sendo denunciado à Justiça. O promotor Douglas Oldegardo Cavalheiro disse que o servidor terá de devolver o que recebeu ilegalmente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo., e n

O STF tomado de assalto pelas teses companheiras: estamos avancando para o seculo XIX...

Concordo inteiramente: esse gajo é um leninista enrustido. Só não declara porque ficaria feio, hoje em dia, ser aderente a homens, causas e ideias que eliminariam algumas dezenas de milhões de seres humanos deste nosso planetinha bem redondo (para azar do guia genial dos povos, não o Stalin, mas o tupiniquim, mesmo, que subiu sendo informante do Dops).
Sinto vergonha do nosso STF, agora sendo preenchido com homens da causa, pela causa e para a causa.
Ainda vamos pagar um preço enorme por essa descida aos infernos da degradação jurídica, que aliás combina com nossa decadência de fato no plano material e mental.
Paulo Roberto de Almeida

Folha de S.Paulo, 27/12/2013 - 03h40

Um leninista de toga

Reinaldo Azevedo
Ouvir o texto

Lênin chegou ao STF pela via cartorial. O ministro Luís Roberto Barroso concedeu uma impressionante entrevista à Folha de domingo. Afirmou: "Em tese, não considero inconstitucional em toda e qualquer hipótese a doação [a campanhas eleitorais] por empresa". Ele, no entanto, votou pelo acolhimento de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que, se vitoriosa, impedirá as doações de pessoas jurídicas a candidatos e partidos. Ocorre que decisões do STF têm a força de uma tese! O ministro está dizendo que a Constituição, ao contrário do seu voto, não veta essa modalidade de contribuição. Ele declarou inconstitucional o que sabe não ser. É intelectualmente escandaloso!
Tivesse uma câmera na mão, Barroso seria cineasta, já que não lhe faltam más ideias na cabeça. Ele nos diz qual é a sua restrição: "[a doação] não tem nada a ver com ideologia. [As empresas] doam ou por medo, ou porque são achacadas ou porque querem favores". É? Fosse por ideologia, seria uma ação virtuosa? Será que o PT d'antanho teria conseguido se financiar caso as empresas fizessem uma triagem puramente ideológica? E se vigesse o financiamento público? O partido teria deixado de ser nanico?
Só houve alternância no poder –do PSDB para o PT– porque doações não foram feitas por ideologia. De resto, gente achacada, com medo ou em busca de favores não assina recibo. Pior será o modelo do ministro. Se achaque houver, não deixará nem pistas. Eis Barroso, que agora tem uma nova causa: descriminalizar as drogas. Entendo. Quando o assunto é maconha e cocaína, ele acha que a proibição induz ao crime; quando é doação eleitoral, ele acha que a proibição induz à virtude.
Como ignorar que os verdadeiros autores da ADI pertencem a um grupo liderado pelo próprio ministro? A OAB foi uma espécie de laranja da causa. Refiro-me a Daniel Sarmento, professor de Direito Constitucional da Uerj, área comandada por Barroso, e Eduardo Mendonça, que já foi seu sócio e hoje é seu assessor no STF. O ministro julgou de dia uma causa que ajudou a patrocinar à noite. E não se declarou impedido! Aéticos, para ele, são os políticos.
Mas Barroso é um queridinho da imprensa "progressista". Abraça todas as teses politicamente corretas das esquerdas atomizadas de hoje em dia: casamento gay, descriminalização das drogas, cotas raciais, aborto... Condenar fetos, que não podem correr, à sucção e à cureta é visto nestes tempos como prova de grande coragem. Quanta valentia a risco zero!
Na Folha, o homem ensaia um voo teórico: "É preciso interpretar [a história] e fazê-la andar. Está ruim? Não está funcionando? Nós temos de empurrar a história". Isso é Lênin. Os partidários do barbudo furunculoso (Marx) entendiam que a sociedade socialista dependia de certas precondições que a Rússia não oferecia. Lênin, então, lançou a tese da "aceleração da história", ora abraçada pelo valente. O ministro está dizendo que cabe ao STF tomar o lugar da sociedade e do Congresso.
Na semana que vem, voltarei à questão. Barroso é, no STF, a vanguarda de um atraso que tem história: a substituição do povo por um ente de razão chamado "partido". Esse homem "moderno" é um tipo que só prospera hoje em dia na América Latina. É vanguarda, sim, mas do fim do século 19 e início do 20. Em democracias que se respeitam, seria tangido da corte suprema a varadas –metafóricas claro! Ministro do STF que acredita ser sua missão "empurrar a história" não pratica "neoconstitucionalismo", mas o velho porra-louquismo. E com a toga nos ombros. #prontofalei.
*
PS - Um voto para o próximo Natal (o de anteontem já é jornal velho) e para os anos novos vindouros? Pois não. Que as pessoas sejam autônomas e não dependam da boa vontade do palavrório de estranhos. Não parece bom?
reinaldo azevedo
Reinaldo Azevedo, jornalista, é colunista da Folha e autor de um blog na revista "Veja". Escreveu, entre outros livros, "Contra o Consenso" (ed. Barracuda), "O País dos Petralhas" (ed. Record) e "Máximas de um País Mínimo" (ed. Record). Escreve às sextas-feiras.

O fascismo nosso de cada dia: proibido vender produtos em forma decigarros...

Quando criança, lembro-me de consumir regularmente canudos de chocolate em forma de cigarros, o que nunca me deu vontade de consumir os próprios.
Por que é que no Brasil tudo tem de ser feito na base das proibições estatais?
Esse é o espírito do fascismo, no qual estamos há muito tempo e que vem sendo celeremente aperfeiçoado pelos companheiros e seus órgãos fascistas por excelência, a Receita e a Anvisa.
Paulo Roberto de Almeida 

Consumo

Lei proíbe fabricação e venda de produtos que imitem forma de cigarros

Lei publicada em Diário Oficial nesta sexta tem o objetivo de reduzir o número de fumantes no Brasil

Pesquisadores afirmam que medidas mais eficazes precisam ser adotadas para afastar jovens da influência das campanhas de cigarro
A lei proíbe a fabricação e comercialização de produtos nacionais e importados que imitem a forma de cigarros ou seus similares (Thinkstock)
A fabricação e venda de produtos, especialmente os destinados ao público infantil e juvenil, que imitem a forma de cigarros será proibida no país a partir de junho do ano que vem, segundo lei publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial. A medida, sancionada na quinta-feira sem vetos pela presidente Dilma Rousseff, soma-se a outras iniciativas para reduzir o número de fumantes no Brasil, maior produtor de tabaco do mundo.
A lei prevê uma multa de 10 reais por cada produto apreendido e proíbe a fabricação, comercialização, distribuição e difusão de propaganda de produtos nacionais e importados que imitem a forma de cigarros ou seus similares.
Por ano, o hábito do cigarro mata no Brasil cerca de 130 mil pessoas. Desde 1988 a lei veta totalmente a publicidade de cigarro em meios de comunicação de massa e em locais públicos. Além disso, o governo impõe elevados impostos ao produto.
Uma pesquisa realizada entre 1989 e 2010 mostrou que um de cada três fumantes brasileiros deixou o hábito devido às restrições à publicidade e ao consumo. Segundo um estudo divulgado neste mês pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a porcentagem de brasileiros que consome tabaco com regularidade caiu de 19,6% da população em 2006 até 15,6% em 2012. Ainda de acordo com o estudo, existem no Brasil 20 milhões de fumantes, dos quais 533 mil são adolescentes.
(com EFE)

Sherlockianos: escrevam e publiquem sem pagar copyrights; vou completaro meu...

Não por isso, claro, mas comecei, muitos anos atrás (antes que Jo Siares oublicasse suas duas aventuras sherloquianas) uma paródia do detetive no Brasil. Deixei de lado por causa da tese e nunca mais retomei. Vou colocar no pipeline agora.
Paulo Roberto de Almeida 


Sherlock Holmes Is in the Public Domain, American Judge Rules


Sherlock Holmes as portrayed by Frederic Dorr Steele.Associated PressSherlock Holmes as portrayed by Frederic Dorr Steele.
In the more than 125 years since he first appeared, Sherlock Holmes has popped up everywhere from fan fiction set in outer space to screen adaptations like CBS’s “Elementary,” set in contemporary Manhattan. But now, following a legal ruling, the deerstalker-wearing detective is headed to another destination: the public domain.
A federal judge has issued a declarative judgment stating that Holmes, Watson, 221B Baker Street, the dastardly Professor Moriarty and other elements included in the 50 Holmes works that Arthur Conan Doyle published before Jan. 1, 1923, are no longer covered by United States copyright law, and can therefore be freely used by others without paying any licensing fee to the writer’s estate.
The ruling came in response to a civil complaint filed in February by Leslie S. Klinger, the editor of the three-volume, nearly 3,000-page “New Annotated Sherlock Holmes” and a number of other Holmes-related books. The complaint stemmed from “In the Company of Sherlock Holmes,” a collection of new Holmes stories written by different authors and edited by Mr. Klinger and Laurie R. King, herself the author of a mystery series featuring Mary Russell, Holmes’s wife.
Mr. Klinger and Ms. King had paid a $5,000 licensing fee for a previous Holmes-inspired collection. But in the complaint, Mr. Klinger said that the publisher of “In the Company of Sherlock Holmes,” Pegasus Books, had declined to go forward after receiving a letter from the Conan Doyle Estate Ltd., a business entity organized in Britain, suggesting that the estate would prevent the new book from being sold by Amazon, Barnes & Noble and “similar retailers” unless it received another fee.
Chief Judge Rubén Castillo of the United States District Court of the Northern District of Illinois, Eastern Division, stated that elements introduced in Holmes stories published after 1923 — such as the fact that Watson played rugby for Blackheath, or had a second wife — remain under copyright in the United States. (All of the Holmes stories are already in the public domain in Britain.)
But the judge rejected what he called the estate’s “novel legal argument” that the characters remain under copyright because, it claimed, they were not truly completed until Conan Doyle published his last Holmes story in 1927.
“Klinger and the public may use the pre-1923 story elements without seeking a license,” the judge wrote.
Arthur Conan DoyleAssociated PressArthur Conan Doyle
The decision comes at a moment when Holmes is a newly lucrative commercial property, thanks to the show “Elementary,” the BBC series “Sherlock” (which is shown in the United States as part of PBS’s “Masterpiece”) and the Warner Bros. movie franchise; all three have entered into licensing agreements with the estate.
The BBC declined to comment on the effect of the decision on its agreement for “Sherlock,” whose third season begins on PBS on Jan. 19. Warner Bros. had no comment on the ruling. A CBS spokesman said, “The decision will not affect CBS’s production or distribution of ‘Elementary.’ ”
Benjamin W. Allison, a lawyer for the Conan Doyle Estate, said that it was exploring an appeal but asserted that the ruling did not imperil any existing licensing agreements or the estate’s separate claims under trademark law.
Mr. Allison also reiterated the estate’s argument that the “highly delineated” Holmes and Watson characters depend on elements introduced in the post-1923 stories, which remain protected, and which he said went beyond simple matters like Watson’s athletic career.
“Those stories are set at a variety of points in Sherlock’s fictional life, not just the end of his life,” he said. “They develop the two men’s characters in ways that almost any use of the characters depends on.”
Mr. Klinger said he planned to go ahead with “In the Company of Sherlock Holmes,” which he said carefully avoided any post-1923 elements. And he praised the ruling for opening the way for other creators, many of whom had previously paid fees to the estate but had rallied to Mr. Klinger’s cause under the Twitter hashtag #FreeSherlock.
“Sherlock Holmes belongs to the world, and this ruling clearly establishes that,” he said. “People want to celebrate Holmes and Watson, and now they can do that without fear.”

This post has been revised to reflect the following correction:
Correction: December 27, 2013

An earlier version of this post gave an incorrect title for a three-volume collection edited by Leslie S. Klinger. It is “The New Annotated Sherlock Holmes," not “The Complete Annotated Sherlock Holmes.”

A version of this article appears in print on 12/28/2013, on page C3 of the NewYork edition with the headline: Mystery He Won’t Face: U.S. Copyright Laws .

Anuncio do novo valor do salario minimo: o correto e o equivocado - Paulo Roberto de Almeida

Caro leitor: veja estes dois anúncios do novo valor do salário mínimo e escolha o que você acha correto e o que você acha equivocado:

Novo mínimo de R$ 724 vai adicionar R$ 28,4 bi à demanda em 2014 (Dieese)
Correto [ ]  Equivocado [ ]

Novo mínimo de aumenta o índice de inflação na economia (Paulo Roberto de Almeida)
Correto [ ]  Equivocado [ ]

Pois é, eu concordo comigo mesmo, e acho que o mais provável que vai acontecer é a segunda hipótese.
Vejamos, num exercício intelectual-econômico, os resultados do primeiro.

O que significa " adicionar" aquele valor na demanda?
Significa que os trabalhadores, pagos pelo mínimo, ou com salários referenciados ao mínimo, vão receber um valor adicional nos seus contracheques.
Significa que a economia vai passar a "trabalhar" com essa quantidade de dinheiro a mais, correto?

Mas, se os patrões -- empresários ou famílias, não importa muito aqui -- não emitem dinheiro, e não tiveram os seus próprios valores de mercado reajustados nessa proporção, como é que eles vão pagar esse adicional aos seus empregados, domésticos ou empresariais?
Bem, existem algumas hipóteses: (a) diminuindo o seu lucro, ou o seu próprio retorno no negócio (faturamento), no caso das empresas; (b) diminuindo a sua própria renda disponível para consumir, no caso das famílias; (c) aumentando a produtividade dos empregados no caso das empresas; (d) deixando de assumir elas mesmas certas despesas que incumbiriam aos empregados, como a seguridade social, por exemplo, que as famílias que empregam domésticas geralmente fazem; (e) aumentando o valor dos bens ou serviços que vendem, no caso das empresas; (f) deixando de ter empregados fixos, e passando a diaristas, ou simplesmente suprimindo o apoio doméstico, no caso das famílias.

No caso dos governos -- União, estados e municípios, agências públicas -- que também precisam pagar mais seus empregados, os aposentados e pensionistas, determinadas despesas indexadas ao mínimo, como fazer para cobrir esse adicional?
Bem, o governo federal, e apenas ele, pode emitir dinheiro, mas isso é inflacionário, concordam?
Então, ele, a exemplo dos empresários e famílias tem de tirar de algum lugar, certo?
Eis aqui algumas hipóteses: (a) mais impostos, ou adicional nos existentes, como o governo acaba de fazer com o IOF sobre cartão de crédito no exterior (mas por outros motivos, de balanço de pagamentos); (b) tirando dinheiro de investimentos, ou de outros gastos, para pagar o adicional do salário mínimo; (c) fazendo dívida pública.

Vejam que no primeiro bloco não existe criação de dinheiro, apenas transferência de alguns (os empresários, as famílias), para outros (os trabalhadores). Como é que se fala então de adicional na economia? Não existe adicional, e sim mera transferência de uns para outros.

No segundo bloco, o do governo, pode sim haver adicional, mas como não é o governo que produz bens ou serviços para a população, e que tudo o que ele oferece ele tira antes por meio de impostos da sociedade, então, o que existe é igualmente uma mera transferência de uns para outros, dos pagadores de impostos para o governo, que estabelece suas prioridades de gastos.
Se o governo imprimir dinheiro, vai causar inflação, o que deixará os trabalhadores ainda mais pobres, ou seja, com menor poder de compra.

Reparem que se não existisse o salário mínimo, e se todos discutissem quanto querem receber e quanto podem pagar, a economia não teria praticamente desempregados, pois todos encontrariam uma maneira de trabalhar e de receber de comum acordo com o jogo da oferta e da procura.
O salário mínimo, na verdade, aumenta o desemprego e cria déficits orçamentários.
Uma economia livre é sempre melhor do que uma economia regida por decretos e por burocratas.

Sim, leitor, pode ter certeza, esse novo valor do salário mínimo vai aumentar a inflação, diminuir o nível de emprego na economia e aprofundar um pouco mais o déficit público, que teremos de pagar sob a forma de mais impostos ou mais inflação.
Qual a sua escolha?
Paulo Roberto de Almeida

Concurso para a carreira diplomatica: manuais dos candidatos da Funag

 A Funag disponibiliza em seu site (neste link: http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/category&path=60) todos os manuais dos candidatos, por ela editados.
Abaixo, apenas colada, a página em questão:

Manuais do Candidato

A Fundação Alexandre de Gusmão oferece aos candidatos ao Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD), realizado pelo Instituto Rio Branco (IRBr), a série Manuais do Candidato. Os Manuais do Candidato constituem marco de referência conceitual, analítica e bibliográfica das matérias exigidas pelo CACD.
Dada à condição de guias, os manuais não devem ser encarados como apostilas que habilitam o candidato à aprovação no CACD.
Os Manuais do Candidato são elaborados por representantes do meio acadêmico com reconhecido saber. As opiniões expressas nos textos são de responsabilidade exclusiva de seus autores.
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Candidate's Handbook, The
R$ 20,00 
Os livros da série “Manual do Candidato” são compilações abrangentes do conteúdo de cada matéria esc..
Manual do Candidato: Espanhol
R$ 10,00 
Os livros da série “Manual do Candidato” são compilações abrangentes do conteúdo de cada matéria esc..
Manual do Candidato: Francês
R$ 20,00 
Este Manual de Francês busca apresentar os conhecimentos necessários à redação exigida pelo CACD. Of..
Manual do Candidato: Geografia
R$ 10,00 
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Manual do Candidato: História do Brasil
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Manual do Candidato: História Mundial Contemporânea 3° Edição
R$ 20,00 
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Manual do Candidato:Noções de Direito e Direito Internacional 4° Edição
R$ 20,00 
Os livros da série “Manual do Candidato” são compilações abrangentes do conteúdo de cada matéria esc..
Manual Política Internacional  2° Edição Atualizada
R$ 20,00 
Os livros da série “Manual do Candidato” são compilações abrangentes do conteúdo de cada matéria esc..

Guerrilheiros das FARC eliminados na Colombia, em ataque apoiado pela CIA

Alguns (ou vários) companheiros vão lamentar, outros sentir muita raiva do imperialismo, alguns ainda até chorar, emotivos que são, com a morte de irmãos do mesmo combate anti-burguês e anti-imperialista. O pessoal do MST, por exemplo, deve estar de bandeira a meio pau, e provavelmente vai emitir alguma nota protestando contra esse apoio da CIA ao exército colombiano.
Bem, vejamos: sozinhas, nenhuma das FFAA da região conseguiriam empreender certas operações sem uma logística sofisticada, envolvendo rastreamento por satélite, interceptação de comunicações e depois bombas "inteligentes". Se não fosse a CIA, quem seria que prestaria ajuda a um governo legítimo, sob ataque de narcotraficantes, sequestradores e terroristas?
Se o Brasil estivesse na mesma posição, ou seja, enfrentando grupos armados criminosos, o Exército iria pedir ajuda a quem? Se dependesse dos companheiros, provavelmente à Inteligência Cubana, que tem um acordo de cooperação com os arapongas da ABIN, gentilmente patrocinado pelo chefe da quadrilha, agora preso, quando era o grão-vizir, ou mais, o Richelieu do cerrado central...
Paulo Roberto de Almeida

Nova ação da Colômbia com apoio da CIA mata 10 guerrilheiros das Farc

27/12/2013 14:12
Por Redação, com agências internacionais - de Bogotá

Guerrilheiro das Farc monta guarda em área próxima ao local onde ocorreu o bombardeio
Guerrilheiro das Farc monta guarda em área próxima ao local onde ocorreu o bombardeio
Um grupamento de 10 guerrilheiros das Farc, incluindo um importante líder rebelde, foi aniquilado em um bombardeio militar na região central da Colômbia, informou o governo na manhã desta sexta-feira, numa demonstração de que a ofensiva contra a insurgência prossegue apesar do diálogo de paz para pôr fim a um conflito interno de quase 50 anos e a uma trégua unilateral do grupo esquerdista. O ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, disse que a operação militar ocorreu numa área montanhosa do município de Cubarral, no departamento de Meta, e resultou na morte de dez rebeldes, inclusive o comandante da Frente 53 das Farc, conhecido como Jhon 26.
Segundo Pinzón, o bombardeio contra o acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia ocorreu na madrugada de domingo, mas, por causa de dificuldades climáticas e topográficas, só na quinta-feira os militares conseguiram chegar ao local para recolher os corpos e armamentos de longo alcance. Pinzón descreveu Jhon 26 como um “indivíduo de enorme relevância” para as Farc, dedicado à captação de recursos na região central da Colômbia, o que inclui Bogotá, uma metrópole com mais de 8 milhões de habitantes.
O governo do presidente Juan Manuel Santos e as Farc iniciaram há 13 meses, em Havana, uma negociação de paz que busca encerrar um conflito interno que já dura quase meio século e deixou mais de 200 mil mortos e milhões de refugiados internos. Santos se recusou a declarar uma trégua bilateral durante as negociações, como propunha a guerrilha, alegando que as Farc poderiam tirar proveito militar dessa situação para estender o processo de paz indefinidamente. Em 15 de dezembro, as Farc declararam uma trégua unilateral de um mês, como gesto de boa vontade, mas o governo manteve sua ofensiva contra os insurgentes.
Embora os assassinatos, chacinas e sequestros tenham se reduzido consideravelmente na Colômbia, ainda são frequentes os bombardeios das Forças Militares contra a guerrilha e os ataques rebeldes contra o Exército e a polícia, bem como os ataques contra a infraestrutura econômica do país.
Apoio da CIA
O governo de Juan Manuel Santos recebe o apoio dos Estados Unidos no combate às Farc. Um programa secreto da Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA ajudou o governo da Colômbia a eliminar vários líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) na última década, entre eles Raúl Reyes no Equador, segundo reportagem publicada diário conservador norte-americano The Washington Post, no início da semana.
De acordo com o jornal, o programa contou com ajuda fundamental da Agência Nacional de Segurança (NSA), e teve um “orçamento de muitos milhões de dólares”, de caráter sigiloso, que não faz parte do chamado Plano Colômbia – pelo qual o governo norte-americano envia US$ 700 milhões por ano aos militares colombianos. O programa da CIA foi implementado com autorização do então presidente George W. Bush (2001-2009), no início do seu governo, e mantido por Barack Obama, afirmou o jornal, que consultou mais de 30 fontes envolvidas no processo.
Desde o início, o papel dos EUA era proporcionar inteligência para localizar líderes das Farc e, a partir de 2006, fornecer um sistema de rastreamento por GPS para converter bombas de gravidade em bombas de alta precisão. A combinação dos dados da inteligência e das bombas guiadas por GPS permitiu, em 2008, que a Força Aérea colombiana localizasse e eliminasse o líder da guerrilha, Raúl Reyes, em território equatoriano, o que desencadeou a pior crise diplomática entre os dois países em mais de uma década.
O Washington Post lembrou que, em 2006, a Colômbia foi o país que recebeu a terceira maior ajuda militar americana, depois de Egito e Israel, mas este programa secreto deu um salto qualitativo quando passou a incluir os dispositivos GPS. Uma bomba com esse sistema matou, naquele ano, Abu Musab al-Zarqawi, um dos chefes da Al-Qaeda, no Iraque. O ataque fez o então presidente colombiano, Álvaro Uribe, pedir em caráter reservado a Bush para receber o equipamento.
Entretanto, os norte-americanos não entregaram aos colegas de Bogotá os códigos de criptografia que permitiam comunicar o sistema de orientação das bombas aos cérebros eletrônicos guiados por GPS. Em 2007, operações realizadas com o novo sistema de bombas inteligentes provocaram a morte de dois líderes das Farc. Primeiro, Tomás Medina, o Negro Acacio, e, seis semanas mais tarde, Gustavo Rueda, o Martin Caballero.
Em 2008, a CIA localizou Reyes num acampamento no Equador, a pouco mais de 1,5 quilômetro da fronteira com a Colômbia. “Foi uma descoberta incômoda para a Colômbia e os EUA. Realizar um ataque significava que pilotos colombianos em aviões colombianos destruiriam um acampamento usando bombas construídas nos EUA e com um cérebro eletrônico controlado pela CIA”, destacou oWashington Post.
Em 2010, os EUA repassaram à Colômbia os códigos de criptografia das bombas inteligentes.
Guerrilheiros
Um tribunal do Estado da Virgínia, nos EUA, solicitou em novembro que a Colômbia extradite dois membros das Farc que fazem parte da equipe que negocia com o governo de Juan Manuel Santos em Havana, segundo reportagem da edição desta sexta-feira do jornal colombiano El Tiempo. Os guerrilheiros Omar Retrepo e Adán Jimenez seriam responsáveis pela “Frente 36″ das Farc no Departamento (Estado) de Antioquia, no norte da Colômbia, e são acusados de tráfico de armas e de drogas, segundo documentos da Procuradoria-Geral da Colômbia, citados pelo jornal.
Em 2012, o presidente Santos baixou decreto que suspendeu todas as ordens de captura de membros das Farc que façam parte da equipe de negociação. O texto não suspende, porém, ações penais em andamento.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Enquanto isso, nao muito longe daqui, como vao los hermanos...

Argentina vai reduzir compra de carros brasileiros
O Estado de S. Paulo, 27/12/2013

Representantes do governo argentino anunciaram que o país vai reduzir de 20% a 27,5% as importações de carros do Brasil no primeiro trimestre de 2014. Os importados respondem por 60% do mercado de leves na Argentina, que desembolsou US$ 5 bilhões com importações no segmento em 2013. Pelo novo sistema, o con-
trole por parte do país vizinho se daria individualmente em cada terminal das montadoras. O período previsto para a medida é de 90 dias, com economia estimada em US$ 290 milhões.
O índice de Confiança do Consumidor caiu em dezembro 1,0% foi o recuo passando de 138 pontos em novembro para 136,6 pontos, informou a Fecomércio-SP; o índice varia numa escala de zero (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total)

Argentina tem 'risco muito alto' de protestos
Lígia Mesquita
Folha de S. Paulo, 27/12/2013

'Economist' mapeia distúrbios em 2014

BUENOS AIRES - Três países sul-americanos aparecem na categoria de "muito alto risco" de instabilidade social em 2014, no ranking elaborado pela revista britânica "The Economist": Argentina, Bolívia e Venezuela. Outros 16 países do mundo figuram nessa categoria.
A Unidade de Inteligência da revista analisou a probabilidade de protestos e distúrbios sociais em 150 países. O Brasil está na categoria abaixo da mais grave, a de "alto risco", com outras 45 nações.
Segundo a "Economist", problemas econômicos, como o aumento do nível de desemprego e a diminuição da renda, não são sempre seguidos por instabilidade social.
Na maioria dos casos de protestos, os problemas econômicos são acompanhados por elementos de vulnerabilidade como conflitos étnicos e um governo pobre institucionalmente. "Nos últimos tempos, tem havido uma erosão da confiança em governos e instituições: a crise da democracia", diz a revista.
Há 15 dias, a Argentina viveu uma onda de saques a comércios e residências em 20 dos 23 províncias do país, por causa de greves policiais.
Na última semana, moradores de Buenos Aires saíram às ruas para protestar contra os cortes de luz na cidade. Na segunda, um manifestante foi morto pela polícia durante um dos panelaços.

Evo se opõe a proibição do trabalho infantil na Bolívia
Por Fabio Murakawa | De São Paulo
Valor Econômico, 27/12/2013

No momento em que a Bolívia debate a criação de um estatuto da criança e do adolescente, o presidente Evo Morales disse ser contrário à proibição do trabalho de menores de 14 anos no país.
Na segunda-feira, após reunir-se com uma comissão de menores trabalhadores no palácio presidencial Quemado, Morales declarou sua oposição a um artigo do "Código de Meninos, Meninas e Adolescentes", em discussão no Legislativo, que prevê essa proibição. O presidente disse que o trabalho infantil é, em muitos casos, fruto de necessidade e cria "consciência social" nas crianças. Ele afirmou que recomendará aos parlamentares de sua base que busquem "conciliar a legislação com os pedidos dos menores". Para ele, "os organismos internacionais têm que entender" essa realidade.
A legislação tem sido alvo de protestos em La Paz. Na semana passada, centenas de membros do Sindicato de Meninos e Meninas Trabalhadores da Bolívia (Unatsbo, na sigla em espanhol) foram às ruas em uma manifestação contra o novo código. Eles exigiam reunir-se com os legisladores, mas foram recebidos com bombas de gás lacrimogêneo pela polícia quando tentavam se aproximar da Assembleia Nacional, no centro da capital. A repressão policial gerou duras críticas na imprensa boliviana.
Depois de reunir-se com representantes do Unatsbo na sede do governo, Morales, que trabalhou durante a infância, opinou que o trabalho de menores de 14 anos no país não deve ser proibido. Ele afirmou, entretanto, que devem ser tomados cuidados para proteger as crianças e garantir que elas sigam na escola.
"Minha experiência, minha posição: não deveria ser eliminado o trabalho de meninas, meninos e adolescentes. Nem tampouco se deveria explorar [os menores] ou estimulá-los a trabalhar. Alguns trabalham por necessidade", afirmou, em entrevista coletiva após o encontro. "Eliminar o trabalho de meninos e meninas é como evitar que eles tenham consciência social."
Morales contou que, anos atrás, enviou os filhos Eva Liz, hoje com 19 anos, e Álvaro, um ano mais velho, a Orinoca, sua cidade natal, para aprenderem o pastoreio de lhamas e conhecerem, assim, "como viveu o pai na infância".
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), há na Bolívia 850 mil crianças e adolescentes que trabalham, o que representa cerca de 28% da população entre 5 e 17 anos no país. Desse total, 87% desempenham ofícios considerados perigosos.
Morales afirmou que alguns dos jovens com quem se reuniu na segunda-feira alegaram ser contra a nova legislação porque muitos são órfãos e precisam trabalhar para sobreviver. Outros, segundo ele, ajudam os pais, cuja renda não é suficiente para sustentar a família.
Além disso, o presidente afirmou que a proibição do trabalho infantil no país pode estimular a "exploração clandestina" de crianças e adolescentes. "Nas áreas rurais, desde o momento em que aprende a andar, você já presta um serviço à família", disse ele. "Não é exploração. É sacrificado, mas isso é uma experiência em si mesmo."
Segundo o jornal "La Razón", a presidente do Senado, Gabriela Montaño, assumiu o compromisso perante os menores de suspender o trâmite da nova legislação. Ela marcou para o próximo dia 8 de janeiro uma nova reunião entre os legisladores e os menores para discutir o assunto.

O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) vem há meses estimulando a aprovação do novo código. Em documento de junho deste ano, a entidade disse ser "inaceitável" o trabalho de menores de 14 anos no país. "É compreensível que culturalmente o trabalho seja entendido como aprendizado. Mas, quando elas [crianças] são forçadas a trabalhar nas piores formas de trabalho, quando abandonam a escola, quando põem em risco sua saúde e seu bem-estar, isso é totalmente inaceitável", disse Marcoluigi Corsi, representante do Unicef na Bolívia. Para ele, é preciso "evitar um marco legal que permita que crianças e adolescentes possam trabalhar desde uma idade precoce, inclusive antes dos 14 anos".

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Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...