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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 13 de maio de 2014

1964 nao foi so Guerra Fria e golpe de Estado: também foi a Feira Mundial de New York (History Channel)

Ver neste link: http://www.history.com/news/the-legacy-of-the-1964-worlds-fair-50-years-later

The Legacy of the 1964 World’s Fair, 50 Years Later

By Christopher Klein
The History Channel,
7
Fifty years ago, the gates to the 1964 New York World’s Fair opened for the first time. Before they closed for good in October 1965, 51 million people streamed through the fairgrounds. While some of the futuristic visions on display —underwater hotels, moon colonies and jet-pack rocketmen—remain the stuff of science-fiction fantasy, the 1964 World’s Fair left its imprint on the world in which we live a half-century later in six ways.
1964 World's Fair
1964 World's Fair (Credit: Lyons Press)
1. Videoconferencing
Visitors to the Bell System Pavilion were awed by demonstrations of the company’s Picturephones, which allowed callers to see each other on small television monitors. Decades before FaceTime and Skype made videoconferencing commonplace, Bell’s experimental Picturephone was a futuristic innovation straight out of “The Jetsons.” “With the possible exception of the NASA spacecraft, the Picturephone was probably the single piece of technology debuting at the fair that blew people’s minds,” says Joseph Tirella, author of the new book Tomorrow-Land: The 1964-65 World’s Fair and the Transformation of America. “It was really the only far-reaching piece of technology at the fair that was spot on.”
2. Ford Mustang
The Mustang made its public debut at the fair and proved so popular that the Detroit automaker sold 400,000 of its new model, four times its projections, in the first year. At “Ford’s Magic Skyway,” fair-goers climbed inside motorless Mustang convertibles and other Ford vehicles that were pulled slowly along a conveyor belt for a trip back in time to the Jurassic Age on a ride designed and narrated by Walt Disney. “That was a bit of brilliant marketing,” Tirella says. “Visitors sat in this comfortable Mustang, took a free ‘test drive’ and saw first-hand that the whole family fit in the car.” Ford has sold nine million Mustangs since the model’s coming-out party at the World’s Fair, making it among the best-selling automobiles in American history.
3. Push-button telephones
Visitors flocked to the RCA Pavilion to catch a glimpse of the company’s new Touch-Tone phones, which featured push buttons instead of rotary dials. The innovation promised to cut dialing times in half. Shortly after the fair opened, phone companies began to introduce the new telephone, and although customers paid $1.90 a month for the coveted push-button models, AT&T reported in 1965 that they were a “smash hit.”
4. Disney Audio-Animatronics
In addition to “Ford’s Magic Skyway,” Walt Disney Productions designed and created three other fair attractions: “It’s a Small World” at the Pepsi Pavilion; “Carousel of Progress” for the General Electric Pavilion and “Great Moments with Mr. Lincoln” for the Illinois Pavilion. These attractions featured Disney’s patented Audio-Animatronic robots that blinked, smiled and made other lifelike movements as they talked and sang. So real did Disney’s version of Lincoln appear that it caused a five-year old boy to exclaim to his father, “Daddy, I thought you said he was dead!” After the closure of the fair, the iconic “It’s a Small World” and the other Disney-designed rides were shipped to Disneyland in California. “Disney had no East Coast theme park at the time, and he saw the World’s Fair as a test of his particular brand of entertainment on the East Coast,” Tirella says. Disney’s success in New York boosted the prospects for the construction of Florida’s Walt Disney World, including Epcot Center, which Tirella calls a “permanent world’s fair.”
5. Belgian waffles
Now a brunch-time staple, Belgian waffles were the fair’s culinary sensation. On the opening day of the 1965 season, the New York Times reported that “Belgian waffles sold like hotcakes.” Branded as “Bel-Gem” waffles, the tasty treats sparked nationwide sales of waffle makers and proved so popular that even Lebanese vendors at the fair began to sell them. “The truth is that Belgian waffles debuted in America at the Seattle World’s Fair in 1962,” Tirella says, “but New York is where most Americans ate them for the first time.”
6. A multi-cultural United States
Since the 1964 World’s Fair was denied accreditation by the Bureau of International Exhibitions, European countries such as Britain, France and Italy declined to participate. Filling the gap were smaller geopolitical powers ranging from Thailand to Honduras to Morocco. Fifteen African republics, some newly independent from European colonial powers, also erected exhibits. Tirella says the fair not only introduced tens of millions of Americans to the languages, history and food of these more unfamiliar cultures, it also offered the first glimpse at the country’s coming demographic shift that would be precipitated by the signing of the 1965 Immigration Act, which opened the United States to millions previously denied by national quotas, in the same month that the fair closed. “The fair reflected a whole new world order, and it really showed what a multicultural America could look like,” Tirella says. Nowhere is that more true than in Queens, the New York City borough that hosted the world 50 years ago and is now the most demographically diverse county in America.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

O subintelequitual da USP e sua revolta contra o pai: Freud explica - Leandro Narloch (via Orlando Tambosi)

Tomo carona nesta postagem de meu amigo de resistência intelectual e colega blogueiro Orlando Tambosi, que postou o artigo abaixo de Leandro Narloch a propósito de um subintelequitual uspiano, para fazer algumas considerações sobre o que pode ter motivado esse indivíduo -- um fake Lênin de pacotilha -- a recusar-se a ver a realidade do crescimento econômico, e seu papel na redução da pobreza, como indica o texto de Narloch.
Não pode ter sido por ignorância, ainda que essa espécie de gente costuma ser caracterizada por uma cegueira voluntária, por viseiras ideológicas auto-impostas, mas se supõe que essa gente leia jornal todos os dias, não é, pelo menos a Folha de S.Paulo, que costuma publicar esse tipo de lixo confusionista.
Não deve ser por estupidez primária, digamos assim, ainda que a estupidez seja congenital a certos tipos de ideólogos anacrônicos.
Vou arriscar uma outra hipótese, que tem ver com os arcanos da alma humana, como diria Freud.
No fundo, no fundo, esse sujeito, se ele não é totalmente estúpido, sabe que deve sua existência, seu salário, sua existência mesmo, aos capitalistas que ele tanto despreza (por estupidez, aqui sim). Ele deve saber, ou pelo menos deveria, que toda a USP, todas as academias do Brasil (e em boa parte do mundo) vivem de impostos, ou seja, da riqueza produzida pelos capitalistas (que ele tanto despreza, como já dito) e pelos trabalhadores (que ele pensa ajudar, pregando que os trabalhadores deveriam tomar o "poder" dos capitalistas e implantar a sua "ditadura do proletariado", uma bobagem monumental).
Ele sabe disso, e não gosta, pois seu papel -- para fazer figura de ideólogo de esquerda -- é pregar contra o capitalismo, contra os mercados, contra o "Estado burguês".
Isso nos remete a Freud, e suas teorias, geralmente inadequadas, mas algumas até razoáveis.
Freud dizia que toda criança apresenta, instintivamente, uma revolta contra o pai, aquele que possui a mãe, que é, sempre segundo Freud (esse pessoal acredita em qualquer coisa), o desejo secreto de todo garoto inseguro.
Esse cara, no fundo, é uma criança, e se revolta contra o pai capitalista que lhe paga os salários, e possui toda a riqueza e poder (pelo menos ele acredita nisso), e ele, secretamente, tem inveja de tudo isso.
Acho que a minha "teoria freudiana" pode explicar o fato desse Lênin subtropical publicar uma besteira desse tamanho, como relata Narloch.
Pode ser uma razão plausível.
Se não for isso, então o cara é deliberadamente de má-fé, um fraudador consciente. Seria esse o caso?
Paulo Roberto de Almeida

SEGUNDA-FEIRA, 12 DE MAIO DE 2014

Safatle e a filosofia de palanque

Vladimir Safatle, o Lênin da USP, leva uma boa sarrafada do jornalista Leandro Narloch. O pupilo de Marilena Chaui - aquela que odeia a classe média e se sente iluminada diante de Lula - gosta mesmo é de ideologia. É um típico representante da miséria acadêmica reinante no Brasil lulista, com espaço garantido na Folhona:


Por que intelectuais como Vladimir Safatle desprezam a receita mais eficaz, testada e aprovada para a redução de pobreza? Falo do crescimento econômico. Qualquer país que vive uma ou duas décadas de altas consecutivas do PIB vê massas humanas deixarem a miséria.

China: 680 milhões de miseráveis a menos desde que as fábricas capitalistas apareceram, há 35 anos. Indonésia: redução de pobreza de 54% para 16% em 18 anos. Coreia do Sul: tão pobre quanto a Índia em 1940, virou um dos países mais ricos do mundo depois de crescer em média 8% ao ano entre 1960 e 1980.

Essa receita deu tão certo que levou o mundo a superar, cinco anos antes do previsto, a meta estabelecida pela ONU, em 2000, de cortar pela metade o número de pessoas que viviam com menos de US$ 1,25 por dia. Quase tudo isso aconteceu sem cotas sociais, sem Bolsa Família, sem alta de impostos. Só com geração de riqueza.

É uma excelente notícia, que deveríamos comemorar --mas por que Safatle não participaria da festa conosco? No artigo "Demagogia" (29/4), na Folha, ele reclama de quem prefere discutir o crescimento econômico em vez de se concentrar no "caráter insuportável" dos arcaísmos brasileiros (mas a expansão da economia é melhor arma contra esses arcaísmos!). Noutro artigo, diz que a atividade econômica só faz produzir desigualdade.

Dá pra entender o desprezo. Admitir a importância da alta do PIB na redução da pobreza implica em reconhecer verdades dolorosas. A primeira é que quem atrapalha o crescimento da economia atrapalha os pobres. Afugentar investidores resulta em menos negócios, menos vagas, menores salários.

Outra é que os interesses das classes nem sempre divergem. PIB em alta faz bem para pobres, remediados e magnatas. Os anos recentes do Brasil são um exemplo disso. Entre 2007 e 2012, vivemos uma impressionante redução da miséria. Enquanto isso, o número de milionários subiu de 120 mil para 165 mil. Não há motivo para fomentar conflito entre motoboys e donos de jatinhos.

Mas o fato mais difícil de reconhecer é que os filósofos de palanque e os bons mocinhos tiveram um papel irrelevante na redução da pobreza. Se crescimento da economia ajuda os pobres, isso se deve a seus protagonistas, ou seja, os homens de negócio, alguns deles ricos, quase todos interessados somente em botar dinheiro no bolso.

Pior ainda, Safatle teria que admitir que os negociantes aliviaram a condição dos pobres fazendo justamente aquilo que mais incomoda os intelectuais ressentidos: lucrar explorando mão de obra barata. Capitalistas costumam atrair competidores, criando uma concorrência por empregados, elevando salários.

Intelectuais costumam reservar para si um lugar mais elevado que o de comerciantes na sociedade. É difícil terem generosidade para admitir que uma de suas causas mais nobres depende de negociantes mundanos. Por isso, o filósofo prefere ficar do lado da ideologia, e não do lado dos pobres, o que me faz acreditar que ele é movido por um ressentimento contra os ricos, talvez um desejo puritano de conter seus excessos. E não uma vontade genuína de reduzir a pobreza. (Folha de São Paulo).

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Mercosul: um barco a deriva ou um cadaver insepulto? Acabaram as reunioes?

Não acredito que qualquer coisa significativa aconteça com o Mercosul, este ano, pelo menos.
Paulo Roberto de Almeida 

El GMC del Mercosur se reunirá en Caracas, luego de un largo paréntesis
ABC Color, 4/05/2013

El Grupo del Mercado Común (GMC) volverá a reunirse, tras casi un año, el 12 y 13 de mayo en Caracas, Venezuela, para revisar la agenda del Mercosur, informó el viceministro de Relaciones Económicas, Federico González Franco.
En la reunión del GMC en la capital venezolana serán partícipes los viceministros de las instituciones que componen cada país socio (Brasil, Argentina, Paraguay, Uruguay y Venezuela). En nuestro país, el GMC está integrado por las autoridades de Relaciones Exteriores, Hacienda, Industria y Comercio, y Banco Central del Paraguay.
El viceministro González Franco explicó que la reunión preparatoria de la instancia del Mercosur se iniciará el domingo 11 de mayo en Caracas.
El diplomático indicó que el GMC es un ámbito previo a la reunión del Consejo del Mercado Común (CMC), que integran los ministros de las carteras respectivas y luego la instancia final, que es la Cumbre de Jefes de Estado y de Gobierno.

Cumbre, sin fecha
El Mercosur, desde hace casi un año, cuando Venezuela tomó la presidencia pro témpore, no puede llevar adelante la Cumbre de Presidentes que normativamente está fijada para cada seis meses. El encuentro entre los mandatarios, inicialmente, debió haberse realizado en diciembre de 2013, pero desde entonces ya fue postergado en tres ocasiones. Ahora, a causa de la crisis política en Venezuela, la cumbre está aplazada. Ni siquiera hay una fecha probable.

Revisión de normativas
Las seis normativas de un total de 180 decisiones, resoluciones y directivas aprobadas en el Mercosur, mientras el Paraguay se encontraba suspendido en sus derechos de miembro pleno y fundador, como castigo por la destitución del presidente Fernando Lugo, tienen consecuencias económicas, políticas y jurídicas que el Gobierno nacional pretende revertir este año.
Las normativas son: 1. Modificación del Arancel Externo Común a Bienes de Capital. 2. Proceso de Adhesión de Bolivia al Mercosur. 3. Acuerdo Marco de Asociación entre el Mercosur y Surinam. 4. Acuerdo Marco de Asociación entre el Mercosur y Guyana. 5. Fondo Mercosur de garantías para micro, pequeñas y medianas empresas y 6. Régimen de Participación de los Estados Asociados al Mercosur.

Por otra parte, el bloque regional deberá estudiar el pedido del Gobierno paraguayo al Fondo para la Convergencia Estructural del Mercosur (Focem) para financiar obras viales.

O socialismo como impossibilidade pratica e cientifica, pois quebaseado na coercao - Jesus Huerta De Soto

Todos os regimes socialistas, sem exceções, foram e são ditaduras, ponto.
O que anda por aí, travestido de socialismo, é, na verdade, formado por economias de mercado, administradas por partidos social-democratas, ou seja, apenas distributivistas (com o dinheiro dos capitalistas, claro).
O resto é ditadura pura. Ou seja, não é socialismo, apenas opressão em favor de uma nova classe. 
Paulo Roberto de Almeida 
PS: Grato a Orlando Tambosi por me chamar a atenção para este artigo

O que é realmente o socialismo e qual o seu maior problema

por , segunda-feira, 12 de maio de 2014


_empresário_socialista.jpg_.jpgNão há nada mais prático do que uma boa teoria.  Por isso, proponho-me a explicar em termos teóricos o que é o socialismo e por que ele não apenas é um erro intelectual, como também é uma impossibilidade científica.  Mostrarei por que ele se desmoronou — ao menos o socialismo real — e por que o socialismo que segue existindo na forma de intervencionismo econômico nos países ocidentais é o principal culpado pelas tensões e conflitos de que padece o mundo atual. 
Ainda estamos vivendo em um mundo essencialmente socialista, não obstante a queda do Muro de Berlim; e continuamos tolerando os efeitos que, segundo a teoria, são próprios da intervenção do estado sobre a vida social.
Para definir o socialismo, é necessário antes entendermos o conceito de "função empresarial".  Os teóricos da economia dizem que a função empresarial é uma capacidade inata do ser humano.  Não estamos nos referindo aqui ao empresário típico que leva adiante um empreendimento.  Estamos nos referindo, isso sim, à capacidade inata que todo ser humano tem de descobrir, criar, tomar conhecimento das oportunidades de lucro que surgem ao seu redor e atuar de modo a se aproveitar das mesmas.  Com efeito, etimologicamente, a palavra 'empresário' evoca o descobridor, alguém que percebe algo e aproveita a oportunidade.  Em termos mais figurativos, seria a lâmpada que se acende.
A função empresarial é a mais essencial das capacidades do ser humano.  Essa capacidade de criar e de descobrir coisas é o que, por natureza, mais nos distingue dos animais.  Neste sentido geral, o ser humano, mais do que um homo sapiens é um homo empresario.  Quem seria, portanto, um empresário?  Não se trata apenas de Henry Ford ou de Bill Gates, que sem dúvida alguma são grandes empresários no âmbito comercial e econômico.  Um empresário é toda e qualquer pessoa que tenha uma visão criativa, uma visão revolucionária.  Madre Teresa de Calcutá, por exemplo.  Sua missão era ajudar aos mais necessitados, e ela buscava fazer isso de forma criativa, unindo voluntários e canalizando os desejos de todos para o seu objetivo.  Por isso, Teresa de Calcutá foi um exemplo paradigmático de empresário.
Portanto, entendamos a função empresarial como sendo a mais íntima característica de nossa natureza como seres humanos, a característica que explica o surgimento da sociedade e o seu desenvolvimento como uma extremamente complicada rede de interações.  A sociedade é formada por inúmeras relações de interação e troca entre indivíduos, relações estas que são empreendidas porque, de alguma forma, imaginamos que estaremos melhor após elas.  Todas estas relações são impulsionadas por nosso espírito empresarial.
Todo ato empresarial produz uma sequência de três etapas.  A primeira consiste na criação da informação: quando um empresário descobre ou cria uma ideia nova; quando ele gera em sua mente uma informação que antes não existia.  Para colocar essa descoberta em prática, ele parte para a segunda etapa, que é quando ele combina recursos para satisfazer necessidades.  Se, de um lado, ele percebe que há um recurso barato e mal aproveitado, e, do outro, ele descobre que há demandas que podem ser satisfeitas com este recurso, ele irá atuar de modo a coordenar este "desarranjo". Ele irá comprar barato o recurso, utilizá-lo, transformá-lo, e vendê-lo a um preço maior, satisfazendo assim a demanda que ele havia percebido.  Desta forma, a informação é transmitida a todos, o que nos leva à terceira e última etapa, que é quando os agentes econômicos, atuando de maneira descoordenada, observam, aprendem e descobrem que devem conservar e economizar melhor um determinado recurso porque alguém o está demandando. 
Estes são os três planos que completam a sequência: criação de informação, transmissão de informação e, o mais importante, o efeito de coordenação gerado pelas duas etapas anteriores.  Desde o momento em que acordamos e nos levantamos da cama até o momento em que voltamos a dormir, disciplinamos nosso comportamento em função das mais distintas necessidades, em função das necessidades de pessoas que nem sequer conhecemos; e fazemos isso por iniciativa própria porque, seguindo nosso próprio interesse empresarial, sabemos que assim saímos ganhando.  É importante entendermos tudo isso porque, em contraste, vejamos agora o que é o socialismo.
O socialismo deve ser definido como sendo "todo e qualquer sistema de agressão institucional e sistemática contra o livre exercício da função empresarial".  O socialismo consiste em um sistema de intervenção que se impõe pela força, utilizando todos os meios coercitivos do estado.  O socialismo poderá apresentar determinados objetivos como sendo bons, mas terá de impor estes objetivos supostamente bons por meio de intervenções coercivas que provocarão distúrbios neste processo de cooperação social protagonizado pelos empresários.  Sendo assim — e essa é sua principal característica —, o socialismo funciona por meio da coerção.  Esta definição é muito importante porque os socialistas sempre querem ocultar sua face coerciva, a qual é a essência mais distintiva de seu sistema.
A coerção consiste em utilizar a violência para obrigar alguém a fazer algo.  De um lado temos a coerção do criminoso de rua que assalta um indivíduo qualquer; de outro temos a coerção do estado, que é a coerção que caracteriza o socialismo.  Quando a coerção é aleatória, não sistemática, o mercado tem, na medida do possível, seus próprios mecanismos para definir direitos de propriedade e defender-se da criminalidade.  Porém, se a coerção é sistemática e advém institucionalmente de um estado que detém todos os instrumentos do poder, a possibilidade de nos defendermos destes instrumentos e evitá-los é muito reduzida.  É neste ponto que o socialismo manifesta sua realidade em toda a sua crueza.
O socialismo não deve ser definido unicamente em termos de propriedade pública ou privada dos meios de produção.  Isso é um arcaísmo.  A essência do socialismo é a coerção, a coerção institucional oriunda do estado, por meio da qual se pretende que um órgão planejador se encarregue de todas as tarefas supostamente necessárias para se coordenar toda uma sociedade.  A responsabilidade é retirada à força dos indivíduos — que são naturalmente os únicos responsáveis por sua função empresarial, e que almejam seus objetivos e querem alcançá-los utilizando os meios mais adequados para tal — e repassada a um órgão planejador que, "lá de cima", pretende impor por meio da coerção sua visão específica de mundo e seus objetivos particulares.  Nesta definição de socialismo, vale enfatizar que é irrelevante se este órgão planejador foi ou não eleito democraticamente.  O teorema da impossibilidade do socialismo se mantém intacto, sem nenhuma modificação, independentemente de ser democrática ou não a origem do órgão planejador que quer impor à força a coordenação de toda a sociedade.
Definido o socialismo desta maneira, expliquemos então por que ele é um erro intelectual. 
O socialismo é um erro intelectual porque é impossível que o órgão planejador encarregado de exercer a coerção para coordenar a sociedade obtenha todas as informações de que necessita para fornecer um conteúdo coordenador às suas ordens.  Este é o grande paradoxo do socialismo, e o seu maior problema.  O planejador da economia necessita receber um fluxo ininterrupto e crescente de informação, de conhecimento e de dados para que seu impacto coercivo — a organização da sociedade — tenha algum êxito.  Mas é obviamente impossível uma mente ou mesmo várias mentes obterem e processarem todas as informações que estão dispersas na economia.  As interações diárias entre milhões de indivíduos produzem uma multiplicidade de informações que são impossíveis de serem apreendidas e processadas por apenas um seleto grupo de seres humanos.
Os teóricos da Escola Austríaca de Economia, Mises e Hayek, elaboraram quatro argumentos básicos no debate que mantiveram durante a primeira metade do século XX contra os teóricos da economia neoclássica, os quais nunca foram capazes de entender o problema inerente ao socialismo.  E por que não foram capazes de entendê-lo?  Pelo seguinte motivo: eles acreditavam que a economia funcionava exatamente como nos livros-textos de faculdade.  Mas o que os livros-textos ensinam em relação ao funcionamento da economia de mercado é radicalmente falso e fictício.  Tais manuais baseiam suas explicações sobre o mercado em termos matemáticos que supõem um ajuste perfeito.  É como se o mercado fosse uma espécie de computador que ajusta de maneira automática e perfeita os desejos dos consumidores à ação dos produtores.  O modelo ideal dos manuais é o daconcorrência perfeita, descrito pelo sistema de equações simultâneas de Walras. 
Quando era universitário, minha primeira aula de economia foi com um professor que começou sua explanação com a seguinte e espantosa frase: "Suponhamos que todas as informações sejam conhecidas".  E logo em seguida ele se pôs a encher o quadro-negro com funções, curvas e fórmulas.  Esta é exatamente a hipótese da qual partem os neoclássicos: todas as informações são conhecidas e nada se altera; tudo é estático.  Mas esta hipótese é radicalmente irreal.  Ela vai contra a característica mais típica do mercado: a informação nunca é conhecida por todos; ela está dispersa pela economia.  Ela não é um dado constante que está ali para ser consultado a qualquer momento.  O conhecimento dos dados surge continuamente em decorrência da atividade criativa dos empresários: novos fins são almejados, novos meios são criados e utilizados.  Logo, qualquer teoria econômica construída a partir deste pressuposto irreal está fatalmente errada.
Os economistas neoclássicos pensaram que o socialismo era possível porque supuseram que todos os dados necessários para elaborar o sistema de equações simultâneas de Walras e encontrar sua solução eram "conhecidos".  Não foram capazes de apreciar o que ocorria neste mundo que tinham de investigar cientificamente; por conseguinte, não conseguiram entender o que realmente se passava.
Somente a Escola Austríaca seguiu um paradigma distinto.  Ela nunca supôs que as informações já estavam dadas e eram conhecidas por todos.  Ela sempre considerou que o processo econômico era impulsionado por empresários que continuamente incorrem em transações e descobrem novas informações.  Somente ela foi capaz de entender e explicar que o socialismo era um erro intelectual.  Ela desenvolveu seu argumento utilizando quatro enunciados: dois podem ser considerados "estáticos" e os outros dois podem ser considerados "dinâmicos".
Em primeiro lugar, a Escola Austríaca afirma, como já dito, ser impossível o órgão planejador coletar e utilizar corretamente todas as informações de que necessita para imprimir um conteúdo coordenador às suas ordens.  O volume de informações que os seres humanos manejam e com as quais lidam diariamente é imenso, de modo que é impossível gerir o que sete bilhões de seres humanos têm na cabeça.  Embora os neoclássicos não tenham sequer conseguido entender este argumento, ele é o mais fraco e o menos importante.  Ao fim e ao cabo, nos dias de hoje, com toda a capacidade informática existente, é um pouco mais fácil lidar com volumes imensos de informação.
O segundo argumento é muito mais profundo e contundente.  A informação com que lida o mercado não é objetiva; não é como a informação que se encontra impressa em um catálogo.  A informação empresarial possui uma natureza radicalmente distinta; ela é uma informação subjetiva, e não objetiva.  Ela é tácita, por assim dizer.  Ela é do tipo "sabemos algo, temos a técnica, a prática e o conhecimento, mas não sabemos no que tudo isso consiste detalhadamente."  Explicando de outra forma: é como a informação necessária para andar de bicicleta.  É como se alguém quisesse aprender a andar de bicicleta estudando as fórmulas físicas e matemáticas que expressam o equilíbrio que mantém o ciclista enquanto ele pedala.  O conhecimento necessário para saber andar de bicicleta não é adquirido desta forma, mas sim mediante um processo prático de aprendizagem, normalmente bem acidentado, que finalmente permite entender como se equilibra sobre uma bicicleta, além de detalhes fundamentais, como o de que, ao fazermos as curvas, temos de nos inclinar para não cairmos.  É bem provável que Lance Armstrong desconheça os detalhes das leis da física que o permitiram vencer o Tour de France várias vezes, mas ele indubitavelmente possui o conhecimento de como se anda em uma bicicleta.
A informação implícita não pode ser moldada de maneira formalizada e objetiva; tampouco pode ser transmitida corretamente a um órgão planejador.  Só é possível transmitir a um órgão planejador — de modo que este assimile e imponha uma coerção, dando um conteúdo coordenador às suas ordens — uma informação unívoca que não dê brechas a mal entendidos.  Porém, a esmagadora maioria das informações das quais dependemos para sermos bem-sucedidos em nossas vidas não é objetiva; não é informação de catálogo.  É informação subjetiva e tácita.
Mas estes dois argumentos — que as informações são extremamente volumosas e que possuem um caráter subjetivo — não bastam.  Existem outros dois, de caráter dinâmico, que são ainda mais contundentes e cuja implicação inevitável é a impossibilidade do socialismo.
Nós seres humanos somos dotados de uma inata capacidade criativa.  Continuamente descobrimos coisas "novas", almejamos objetivos "novos", e escolhemos meios "novos" para alcançá-los.  É impossível transmitir a um órgão planejador a informação ou o conhecimento que ainda não foi "criado" pelos empresários.  O órgão planejador pode se empenhar o quanto quiser em construir um "nirvana social" por meio de uma publicação diária de decretos e da imposição da força.  Mas, para fazer isso — ou seja, para se alcançar o "nirvana social" — ele tem de saber exatamente o que ocorrerá amanhã.  E o que vai ocorrer amanhã dependerá de uma informação empresarial que ainda não foi criada hoje, e que não pode ser transmitida ainda hoje para que nossos governantes nos coordenem eficientemente amanhã.  Este é o paradoxo do socialismo, a terceira razão.
Mas isso ainda não é tudo.  Existe um quarto argumento que é definitivo.  A própria natureza do socialismo — que, como dito, se baseia na coerção, no impacto coercivo sobre o corpo social ou a sociedade civil — bloqueia, dificulta ou impossibilita a criação empresarial de informação, que é precisamente aquilo de que necessita o governante para dar um conteúdo coordenador às suas ordens.
Esta é a demonstração em termos científicos do motivo de o socialismo ser teoricamente impossível.  É impossível o órgão planejador socialista coletar, apreender e colocar em prática todas as informações de que necessita para imprimir um conteúdo coordenador aos seus decretos.  Esta é uma análise puramente objetiva e científica.  Não é necessário pensar que o problema do socialismo está no fato de que "aqueles que estão no comando são maus".  Nem mesmo anjos, santos ou seres humanos genuinamente bondosos, com as melhores intenções e com os melhores conhecimentos, poderiam organizar uma sociedade de acordo com o esquema coercivo socialista.  Ela seria convertida em um inferno, já que, dada a natureza do ser humano, é impossível alcançar o objetivo ou o ideal socialista.
Todas estas características do socialismo têm consequências que podemos identificar em nossa realidade cotidiana.  A primeira é seu poder de encanto.  Em nossa natureza mais íntima, sempre encontramos o risco de ceder ao socialismo porque seu ideal nos tenta, porque o ser humano sempre tende a se rebelar contra sua natureza.  Viver em um mundo cujo futuro é incerto é algo que nos inquieta, e a possibilidade de controlar este futuro, de erradicar a incerteza, nos atrai.  Em seu livro A Arrogância Fatal, Hayek diz que, na realidade, o socialismo é a manifestação social, política e econômica do pecado original do ser humano, que é a arrogância.  O ser humano sempre teve o devaneio de querer ser Deus — isto é, onisciente.  Por isso, sempre, geração após geração, temos de estar em guarda contra o socialismo, continuamente vigilantes, e entender o fato de que nossa natureza é criativa, do tipo empresarial. 
O socialismo não é uma simples questão de siglas, abreviações, sindicatos ou partidos políticos em determinados contextos históricos.  O socialismo é uma ideia que está e sempre estará se infiltrando de maneira insidiosa em famílias, comunidades, bairros, igrejas, empresas, movimentos, partidos políticos de todas as ideologias etc.  É necessário lutar continuamente contra a tentação do estatismo porque ele representa o perigo mais original que há dentro dos seres humanos, nossa maior tentação: crer que somos Deus.  O socialista acredita ser genuinamente capaz de superar o problema da impossibilidade da coleta, da apreensão e da utilização de informações dispersas, problema esse que desacredita totalmente a essência do sistema que ele defende.  Por isso, o socialismo sempre decorre do pecado da soberba intelectual.  Por trás de todo socialista há um arrogante, um intelectual soberbo.  E isso é algo fácil de constatarmos ao nosso redor.
O socialismo não é somente um erro intelectual.  É também uma força verdadeiramente antissocial, pois sua mais íntima característica consiste em violentar, em maior ou menor escala, a liberdade empresarial dos seres humanos em seu sentido criativo e coordenador.  E, como é exatamente isso o que distingue os seres humanos dos outros seres vivos, o socialismo é um sistema social antinatural, contrário a tudo o que o ser humano é e aspira a ser.

Jesús Huerta de Soto, professor de economia da Universidade Rey Juan Carlos, em Madri, é o principal economista austríaco da Espanha. Autor, tradutor, editor e professor, ele também é um dos mais ativos embaixadores do capitalismo libertário ao redor do mundo. Ele é o autor de A Escola Austríaca: Mercado e Criatividade EmpresarialSocialismo, cálculo econômico e função empresarial e da monumental obra Moeda, Crédito Bancário e Ciclos Econômicos.

A frase do dia: Venezuela, por Moises Naim

O principal conflito na Venezuela hoje em dia não é entre os que promovem o socialismo e os que acreditam no capitalismo, entre ricos e pobres ou entre os simpatizantes dos Estados Unidos e os que repudiam a superpotência. Está entre os que defendem um governo que usa a violação dos direitos humanos como política de Estado e os que estão dispostos a sacrifícios para impedi-lo.

Moises Naim
Postais da Venezuela
El País, 12/05/2014

Quadrilheiros do PT: zombaria com a Justica termina aqui; agora comecamos ataques virulentos dos mensaleiros e comparsas

A Famiglia está cada vez mais descontente com o simples cumprimento da lei. Cabe agora processar is quem ofendido juizes a afrontado o STF.
Paulo Roberto de Almeida 

Barbosa revoga saida de trabalho de Delubio
MÁRCIO FALCÃO
Folha de São Paulo, 12/05/2014

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, revogou nesta segunda-feira (12) a autorização para trabalho externo do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
Condenado no julgamento do mensalão,Delúbio estava trabalhando na sede da CUT (Central Única de Trabalhadores), em Brasília, desde janeiro último, recebendo salário de R$ 4.500.
Segundo Barbosa, não há como fiscalizar o trabalho do petista no sindicato. "Verifico que a fiscalização a cargo dos órgãos estatais é praticamente inexistente, uma vez que, até o presente momento, foi realizada apenas uma fiscalização no local de trabalho do sentenciado. Nesse ato precário, limitou-se o fiscal a lançar no relatório um "OK"", afirmou o despacho de Barbosa.
"Não há relatório de atividade, tampouco se registrou qualquer tipo de produção ou de tarefa que estaria sendo desenvolvida pelo apenado", completou.
O presidente do STF destacou ainda que Delúbio tem ligação pessoal com a entidade, "mesma agremiação política de que sempre foi militante". "Os atuais proponentes do emprego eram (ou são) subordinados do apenado, ou lhe prestam reverência por ter sido fundador da CUT, numa demonstração eloquente da total incompatibilidade da proposta com os fins estabelecidos pelo artigo 28 da Lei de Execuções Penais para o trabalho do condenado", disse o ministro.
A defesa de Delúbio, assim como dos outros que tiveram as autorizações revogadas, vai recorrer ao plenário do STF contra a decisão de Barbosa. Segundo o advogado, Arnaldo Malheiros, Barbosa adotou uma posição "sem solidez jurídica".
Malheiros afirmou que a autorização para trabalho não depende desse requisito temporal. "Eu acho um absurdo. Vou recorrer ao plenário que tenho certeza que irá revogar. Quando se fala em regime inicial semiaberto, é logo no início e não depois de cumprir um sexto da pena. Acho totalmente sem fundamento", disse.
O advogado disse que Delúbio "tem sido acompanhado de perto" e tem se comportado de acordo com as normas. "Se o Estado não o fiscaliza, ele não tem que ser punido por isso". Procurada pela reportagem, a CUT ainda não se manifestou.
Em fevereiro, a autorização para trabalho externo do ex-tesoureiro do PT chegou a ser suspensa após denúncias de que ele teria comido uma feijoada em um domingo dentro da prisão e de que o carro da CUT, que buscava o petista para o trabalho, teria estacionado dentro do pátio do CPP (Centro de Progressão Penitenciária) de Brasília, o que é proibido.
O petista foi condenado a seis anos e oito meses de prisão. Esse é o terceiro dos nove condenados do mensalão que tiveram suspensa a autorização para trabalhar fora.
Na sexta-feira (9), Barbosa também negou autorização para trabalho ao ex-ministro José Dirceu.
Barbosa tem alegado que os condenados não têm direito a cumprir pena no regime semiaberto, que é quando o preso sai para trabalhar durante o dia e retorna à noite para a cadeia, desde que autorizado pela Justiça, porque ainda não cumpriu um sexto da pena.
Pelo entendimento de Barbosa, Delúbio poderá sair para trabalhar quando completar 1 ano, 2 meses de prisão. Ele cumpre pena desde o dia 15 de novembro.
O presidente do STF utilizou o mesmo argumento para revogar na quinta-feira (8) a liberação para trabalhar em uma empresa do ex-deputado Romeu Queiroz e do advogado Rogério Tolentino.
O entendimento de Barbosa deve ser estendido para os ex-deputados João Paulo Cunha, Valdemar Costa Neto, Pedro Henry, Pedro Corrêa, Bispo Rodrigues, além do ex-assessor Jacinto Lamas.
STJ
Desde 1999, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) adotou o entendimento de que a exigência do cumprimento de um sexto da pena vale só para presos em regime fechado, com pena superior a oito anos.

Para o presidente do STF, porém, essa regra desvirtua a lei. Em seu despacho, Barbosa citou duas decisões do STF, uma de 1995 e outra de 2006, que reconhece a necessidade do requisito temporal para a liberação de trabalho.
Especialistas ouvidos pela Folha criticaram interpretação restritiva da legislação pelo presidente do STF.
Alexandre Wunderlich, professor da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica) e conselheiro federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), defende que o ministro fez uma interpretação muito restritiva da lei. "Joaquim Barbosa foi duro demais. Muitos Estados da Federação já admitem o trabalho externo no regime semiaberto antes do cumprimento de um sexto da pena."
Já Janaína Paschoal, professora de direito penal da USP, considera que a exigência de cumprimento de um sexto da pena até pode ser flexibilizada, mas não para os condenados pelo mensalão, por causa do desvio de recursos públicos, segundo ela.
"Uma interpretação mais benevolente do texto legal não pode ocorrer no caso da ação penal 470, na qual foram apurados crimes com sérios danos à sociedade. Seria um desrespeito."