segunda-feira, 15 de maio de 2023

Chamada de artigos para a Revista do Instituto Histórico e Geográfico do DF - Comitê Editorial

 Chamada Pública – Edital de publicação para o N. 13 da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal

(ISSN 2525-6653)

 

Período de submissão: os artigos devem ser enviados ao email ihgdfederal@gmail.com até o dia 31/07/2023

Sobre a Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal:

1) Linha Editorial

A Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal aceita para publicação artigos, ensaios, documentos, resenhas bibliográficas e biográficas, entrevistas e atualidades relacionados às áreas de ciências humanas, sociais aplicadas e linguística, letras e artes, resultantes de estudos teóricos, pesquisas, reflexões sobre práticas atualizadas na área. Os textos em português devem ser inéditos, de autores(as) brasileiros(as) ou estrangeiros(as), conforme padrão da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.

2) Periodicidade: 

A Revista do IHGDF tem periodicidade semestral

3) Diretrizes para Autores

 

1. Os artigos, de preferência inéditos, terão extensão variável, de 15 a 25 páginas, com aproximadamente 36 a 60 mil caracteres.

2. Cada artigo, com título em ponto 14 e corpo do texto em ponto 12, deve vir acompanhado de resumo em português e abstract em inglês, de aproximadamente 80 palavras, bem como palavras-chave e key words. Ao final do artigo, o autor incluirá um breve currículo de até 10 linhas.

3. Na primeira página, abaixo do nome do autor, deve constar uma informação sintética sobre a formação e vinculação institucional do autor, de até duas linhas.

4. Notas de rodapé (ao pé da página) apenas quando indispensáveis; as referências bibliográficas e citações no corpo do texto devem seguir o modelo (Autor, ano: p.); bibliografia, distinguindo entre fontes e literatura secundária, deve vir em ordem alfabética ao final do artigo, observando as normas da ABNT (6023/2018).

5. Resenhas de livros terão de preferência entre 3 e 10 páginas, começando com a identificação precisa da obra, depois de eventual título fantasia.

6. Encaminhar as colaborações ao e-mail: ihgdfederal@gmail.com.

7. Os membros dos conselhos consultivo e editorial atuarão como pareceristas anônimos; pareceristas externos poderão atuar para temas especializados. 

 

 

4) Declaração de Direito Autoral

 

Ao submeter um artigo à REVISTA do IHGDF e tendo-o aprovado, os autores mantêm seus direitos autorais e concordam em ceder, sem pagamento, os seguintes direitos autorais à REVISTA do IHGDF: os direitos de primeira publicação e a permissão para esta revista redistribuir este artigo e seus dados aos serviços de indexação e referência que seus editores considerem apropriados.

 

Creative Commons Não Comercial 4.0 Internacional dREVISTA do IHGDF  está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.

Cold War II: Niall Ferguson on The Emerging Conflict With China Uncommon Knowledge

 

Cold War II: Niall Ferguson on The Emerging Conflict With China

Uncommon Knowledge

Hoover Institution

814 mil inscritos

 

349 mil visualizações há 13 dias

Recorded on April 24, 2023

https://www.youtube.com/watch?v=KDLTUMIR4jg

 

Niall Ferguson is the Milbank Family Senior Fellow at the Hoover Institution and the author of numerous books, including Doom: The Politics of Catastrophe and Kissinger, 1923–1968: The Idealist. In this conversation, we cover the conflict over Taiwan: why it’s a cold war, when it started, how to avoid allowing it to become a hot war, and how to de-escalate and even win it. Along the way, Ferguson discusses the Russian invasion of Ukraine, the role of the United States and Western Europe in both conflicts, and how we can avoid once again living under the threat of nuclear war as we did in Cold War I.

 

domingo, 14 de maio de 2023

Revista Interesse Nacional: vários artigos de interesse nacional: Ucrânia, meio ambiente, etc.

 

O assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para política externa, Celso Amorim, viajou nesta semana à Ucrânia e propôs ao presidente Volodimir Zelenski o início de um processo diplomático para tentar dar início às negociações de paz. Em editorial, o embaixador Rubens Barbosa, coordenador editorial da Interesse Nacional, avalia que, embora a expectativa de Lula fosse que a viagem do assessor especial trouxesse indícios e soluções para que se possa começar a conversar sobre a paz, as perspectivas de negociação para a suspensão das hostilidades estão ainda muito difusas e distantes. Leia o artigo completo.

Além da proposta de colocar o Brasil como um mediador em busca da paz, o governo também continua tentando projetar o país como uma liderança na área ambiental. Em sua estreia como colunista da Interesse Nacional, o professor de estudos latino-americanos e geografia Robert Toovey Walker argumenta que o plano do presidente para desenvolver a Amazônia pode criar uma redução artificial do desmatamento com projetos de infraestrutura que aumentarão a destruição no futuro.

A semana ainda incluiu análises sobre a capacidade do Brasil de ter influência no mundo e sobre rivalidades políticas em nações polarizadas.

Repasse este e-mail para quem você quiser e avise que é possível assinar a newsletter da Interesse Nacional clicando aqui. 

Boa leitura!

Daniel Buarque
Editor-executivo - Interesse Nacional

As promessas e mais promessas ambientais


Parar completamente o desmatamento da Amazônia será uma tarefa difícil, e pode determinar o legado do novo governo de Lula e mesmo o futuro do planeta. Em sua estreia como colunista da Interesse Nacional, o professor de estudos latino-americanos e geografia Robert Toovey Walker argumenta que o plano do presidente para desenvolver a Amazônia pode criar uma redução artificial do desmatamento com projetos de infraestrutura que aumentarão a destruição no futuro.

Leia o artigo completo

Apesar de a emergência climática ser reconhecida pelos principais atores do mundo, ações contra o aquecimento global não parecem ter efeito suficiente. Para o professor de engenharia florestal Víctor Resco de Dios, o planeta sofre de miopia climática severa e a indiferença deve ser a resposta mais provável que encontraremos em alguns anos.

Leia o artigo completo

A transição ecológica merece um novo contrato social. Compensações e compromissos devem ser compartilhados de forma transparente com as partes interessadas e o público em geral. Isso nada mais é do que garantir não só a equidade e eficácia da ação pública, mas também sua legibilidade e credibilidade.

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Influentes, quem?


Rankings que medem imagem e influência de diferentes países seguem metodologias limitadas e influenciadas pela mentalidade centrada no Ocidente rico. Para o diplomata Hayle Melim Gadelha, o Brasil poderia formular métricas que aferissem o lugar do país no imaginário do mundo multipolar que se conforma.

Leia o artigo completo

Investigações e imagem


Investigação sobre vacinação de casal Bolsonaro tem destaque no exterior. Na primeira semana de maio, foi registrado o total 56 textos com menção ao Brasil nos sete veículos analisados, volume um pouco abaixo da média semanal doÍndice de Interesse Internacional (iii-Brasil). A maior proporção dos textos teve tom neutro, atingindo 67% da cobertura sobre o país, já as reportagens com tom negativo foram 19% e as notícias de tom positivo foram apenas 14%. Demonstrando o aumento das notícias factuais e diminuição das notícias de teores positivos e negativos sobre o Brasil.

Leia o relatório completo

Rivalidades exageradas


As pessoas são consistentemente muito pessimistas em relação a seus opositores políticos e tendem a superestimar o extremismo, a hostilidade e o egoísmo do outro lado. Para economista comportamental, as pessoas tendem a exagerar no quanto não gostam de quem elas discordam.

Leia o artigo completo

Ficção científica e ameaças reais


Países como o Reino Unido e a França usam histórias fantásticas como uma forma de pensar em futuros possíveis e seus riscos. Para professor de Marketing a ficção científica pode ajudar a imaginar um mundo moldado por novas tecnologias e oferecer lições importantes.

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"Ucrânia indica para embaixador no Brasil apologista do nazismo" - Hora do Povo

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Ucrânia indica para embaixador no Brasil apologista do nazismo

 Por 13 de maio de 2023 

Zelenski nomeou para embaixador da Ucrânia no Brasil o ex-embaixador do país na Alemanha, Andrei Melnik, de onde foi destituído após ofensas ao presidente e ao povo alemão, além de elogiar como “lutador da liberdade” o colaborador de Hitler na Ucrânia, Stepan Bandera

O regime de Kiev retirou Melnik de Berlim após intensa pressão pela saída do embaixador que classificou o colaboracionista Bandera de “lutador da liberdade”.  

Em abril do ano passado, Melnik destilou seu veneno russofóbico contra o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, porque o chefe de Estado alemão em um gesto em favor da pacificação do conflito promoveu um concerto com a participação de músicos russos e execução de obras de um compositor ucraniano. Em seu destempero, Melnik disse que ‘”todos os russos são inimigos” qualificou a ação do presidente alemão de equivalente à de “hipócritas construtores de pontes que levam direto ao inferno”.

Ao ser questionado sobre a razão de não participar, assumiu abertamente a russofobia insuflada por Washington qualificando o evento interessado em promover o entendimento de “provocação” e acrescentou que “não é nossa preocupação agora diferenciar entre russos maus e russos bons”, que “agora são todos”.  “Vou dizer muito claramente: a Rússia é um Estado inimigo para nós. E todos os russos são inimigos da Ucrânia neste momento”, enfatizou no estilo dos colaboracionistas anti-soviéticos e adeptos do ocupante hitlerista na Segunda Guerra.

E finalizou, em estado de belicismo apoplético: “E então está claro para mim que, provavelmente, mesmo depois da guerra, a Rússia continuará sendo um Estado inimigo”.

As declarações publicadas no jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ) receberam ampla condenação. “Sr. Melnik, representar uma nação inteira como inimiga não passa de fascismo. Você deveria se envergonhar. Não só por isso, mas também por seu comportamento em geral”, reagiu um internauta. “‘Todos os russos…’ Esta é a coisa mais estúpida que ouvi hoje. Declaração completamente injustificada e só contribui para uma maior escalada”, disse outro.

“Bem, eu sou russo, recebi muitos amigos ucranianos e um amigo meu de uma família ucraniana em minha casa em Berlim. Mas de acordo com sua lógica, eu também sou o inimigo”, apontou mais um internauta.

Em outra ocasião, teve que pedir desculpas ao chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, por chama-lo de “salsicha de fígado ofendida” diante de sua negativa em visitar Kiev depois que Zelenski se negou a receber o presidente alemão Steinmeier dizendo que este “não é desejado em Kiev”. Isso porque o presidente alemão defendia a manutenção de relações com a Rússia bem como a abertura do gasoduto Nord Stream 2, que duplicaria e baratearia o fluxo de gás russo para os alemães. O Nord Stream 2 ficou obstruído depois que Berlim cedeu às pressões de Washington por boicote a Moscou.

O embaixador ainda se sentiu com espaço para chantagear o chanceler, dizendo que era melhor a Alemanha “cumprir rapidamente o envio de armas pesadas”.

TRIBUTO DE MELNIK AO COLABORACIONISTA BANDERA

Melnik também foi repudiado por prestar homenagem ao colaboracionista Bandera, visitando o túmulo do criminoso de guerra em Munique. Questionado sobre as evidências de que Bandera colaborou com o extermínio de judeus e poloneses, falou que isso era apenas uma “narrativa” criada pelos russos.

REAÇÕES À AFRONTA

O governo de Israel respondeu que “a declaração do embaixador ucraniano é uma distorção dos fatos históricos, menospreza o Holocausto e é um insulto àqueles que foram assassinados por Bandera e seu pessoal”.

Já para o governo polonês, “essa opinião e essas palavras são absolutamente inaceitáveis”.

A nomeação é uma clara provocação contra o governo brasileiro, uma vez que o presidente Lula tem buscado se manter equidistante e propor uma solução negociada para o conflito na Ucrânia, manter os negócios com a Rússia, ter recebido o ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov em Brasília e enviado o assessor para assuntos internacionais, Celso Amorim a Kiev.

Enviar ao Brasil um elemento que se posiciona simpático aos crimes de guerra nazistas na Segunda Guerra e tergiversa com relação ao morticínio de judeus durante a ocupação da Ucrânia é uma afronta aberta contra a diplomacia brasileira.

The Secret History and Unlearned Lessons of the Cuban Missile Crisis - Sergey Radchenko and Vladislav Zubok (Foreign Affairs)

Chantagem nuclear não é nova, nem inédita... 

Historians, political scientists, and game theorists have “endlessly rehashed” the Cuban missile crisis since it occurred, in 1962—but hundreds of pages of newly released top-secret Soviet documents “shed new light on the most hair-raising of Cold War crises,” write Sergey Radchenko and Vladislav Zubok in a new essay for Foreign Affairs

 

The true story of the crisis, and of why the Soviet Union’s massive operation to station ballistic nuclear missiles on Cuban soil failed so spectacularly, has chilling parallels with Russian President Vladimir Putin’s nuclear saber rattling in Ukraine today, they write. “Russia, it seems, still has not learned the lesson of the Cuban missile crisis: that the whims of an autocratic ruler can lead his country into a geopolitical cul-de-sac—and the world to the edge of calamity.”

 

Read more from Foreign Affairs on great-power competition and the risks of nuclear conflict:

 

The New Nuclear Age” by Andrew F. Krepinevich

How Russia Decides to Go Nuclear” by Kristin Ven Bruusgaard

Playing With Fire in Ukraine” by John J. Mearsheimer

The Persistence of Great-Power Politics” by Emma Ashford

Competition Without Catastrophe” by Kurt M. Campbell and Jake Sullivan

What the War in Ukraine Has Revealed About Nuclear Weapons” by Nina Tannenwald


A partição da Palestina britânica, a criação do Estado de Israel e a primeira guerra contra os estados árabes circundantes, 1947-48 - Hoje no Mundo Militar

A partição da Palestina britânica, a criação do Estado de Israel e a primeira guerra contra os estados árabes circundantes, 1947-48: 

Copiando desta fonte: "Hoje no Mundo Militar", 14/05/2023: 

https://twitter.com/hoje_no/status/1657769386730463232/photo/3

Neste dia no ano de 1948, respeitando a Resolução 181 da ONU votada no ano anterior p/a partição da Palestina, Israel declarou a sua independência. O estado israelense nasceu reconhecendo a existência de um estado palestino (em amarelo no mapa), mas os palestinos se recusaram a aceitar e logo no dia seguinte, 15 de maio de 1948, dezenas de milhares de soldados do Egito, Transjordânia, Iraque, Síria, Líbano, Arábia Saudita, Iêmen e uma liga de voluntários árabes oriundos de outros 10 países, atacaram Israel a partir do sul, do leste e do norte. Como disse Azzam Pasha, chefe da Liga Árabe: "esta é uma guerra de extermínio... será lembrada nos livros de história". Mas contrariando esse desejo, Israel venceu a guerra.

Mapa de Israel, em sua origem:






A má consciência americana e ocidental sobre as misérias do mundo - Foreign Policy sobre as "falhas" dos EUA e da ONU no Sudão

 Existe uma mania, no Ocidente, nos próprios EUA, de achar que o Ocidente e os EUA em particular deveriam se ocupar de todas as democracias, de todas as ditaduras, de todas as tragédias humanitárias do mundo, como neste questionamento abaixo.

Por que os EUA teriam "falhado" no Sudão?

Eles têm a obrigação moral e material de vigiar cada transição, de dar cenoura ou aplicar porrete cada vez que algum general golpista se apresenta no horizonte dos lugares mais problemáticos do mundo? 

Em metade do mundo, talvez mais, povos e nações nunca conheceram qualquer semelhança de regime democrático ou respeitador dos DH. Por que teria de haver um "policial" (good coop) para certificar que todo o mundo está no bom caminho.

Seja por razões morais, ou por ameaças reais à paz e à segurança regional, ou até internacional, por que os EUA, e o Ocidente em geral deveria sair em busca dos bons companheiros em todas as partes?

Esse tipo de sanção moral, como se os EUA fossem os garantidores obrigatórios da Carta da ONU e do bem-estar internacional é algo arrogante: ninguém gosta do imperialismo, mas depois reclamam quando ele deixa as pessoas se matarem se não intervir para acabar com o morticínio.

Alguém já deu uma olhada na fronteira do México e na própria zona fronteiriça dos EUA? Quantos miseráveis tentam entrar, alguns morrem, outros ficam meses, talvez anos, em centros de detenção insalubres e até desumanos.

Os EUA são culpados por serem ricos e livres?

Abaixo, uma série de artigos na Foreign Policy, quase todos acusatórios dos EUA, e da ONU...

Paulo Roberto de Almeida

How the U.S. failed Sudan
Chloe Hadavas
Foreign Policy, May 14, 2023
In mid-2019, after the ouster of Sudanese dictator Omar al-Bashir, political analysts hoped that Washington might be able to help Sudan chart a path to democracy. That hope was short-lived. In late 2021, Sudan’s generals staged a coup, and after 18 months of controversial U.S. policies attempting to revive the country’s democratic transition, armed conflict erupted again in Khartoum last month.
“Maybe we couldn’t have prevented a conflict,” one U.S. official told FP’s Robbie Gramer. “But it’s like we didn’t even try and beyond that just emboldened [the warring generals] by making repeated empty threats and never following through.”
Today, we’re featuring our best reporting and essays on how Sudan got here—and the role that the United States and other Western powers have played in what many fear will become a full-blown civil war.
How the U.S. Fumbled Sudan’s Hopes for Democracy

Remembering - Paulo Roberto de Almeida

 Remembering

Todo mundo tem mãe, esta é uma certeza. A minha, Dona Laura, trabalhou duramente a vida inteira, meu pai também, assim como meu irmão maior, e eu mesmo, e assim saimos de uma situação tangenciando a pobreza, durante a infância, para uma de classe média periclitante na adolescência. Meus avós eram perfeitamente analfabetos, meus pais não tinham primário completo, mas Dona Laura se esforçou enormemente para que tivéssemos um desempenho satisfatório nas escolas públicas que frequentamos: exigia boletins com boas notas, do contrário vinha bronca das bravas.

Com isso, escapei de um provável futuro profissional em ocupações manuais, como eram as de meus avós e dos meus pais, para uma profissão de letrado e burocrata cum acadêmico, graças igualmente à Biblioteca Pública Infantil que frequentei durante toda a minha infância e a primeira adolescência.

Devo ao ingente trabalho e à vigilância severa de Dona Laura nos meus estudos o fato de ter ascendido socialmente e intelectualmente.

É o que eu poderia dizer neste Dia das Mães de 2023, muito anos depois que Dona Laura se foi. Ela sabe que eu devo isso a ela, sempre soube.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 14/05/2023


sábado, 13 de maio de 2023

Uma breve avaliação pro domo - Paulo Roberto de Almeida

 Uma breve avaliação pro domo

Paulo Roberto de Almeida 

A diplomacia lulopetista (em parte profissional, ainda hoje) e a “dipromacia” bolsolavista (controlada, numa primeira fase, por lunáticos completos) foram os dois grandes desafios a uma diplomacia de qualidade, pois que deformando o trabalho de profissionais bem preparados. 

Foram perdas para o Brasil, e continuam sendo, na fase atual, de retomada parcial de alguns dos grandes equívocos do lulopetismo diplomático do passado. 

Ele só não consegue reproduzir todos os equívocos porque o mundo mudou. Mas continuam tentando.

A falta de estadistas esclarecidos tem trazido atrasos inaceitáveis ao Brasil, que continua se arrastando penosamente em direção a um futuro incerto. Por mais que avancemos, um pouco, lentamente, estamos nos atrasando relativamente.

Uma coisa é certa: não existe nenhum problema internacional obstando o nosso desenvolvimento: todos os obstáculos são made in Brazil, desgraças autocriadas, óbices brasilo-brasileiros.

Como já diagnosticou o embaixador Ricupero na conclusão de seu livro sobre A Diplomacia na Construção do Brasil, existe um limite ao que a diplomacia possa fazer na ausência de impulsos adequados vindos do ambiente político interno.

Mas tem sido assim desde 1822, desde que os novos donos bloquearam a extinção imediata do tráfico e a abolição delongada da escravidão. Depois continuou a passos lentíssimos. 

Persistiremos, os diplomatas conscientes? Certamente, mas a passos lentos.

Parafraseando Georges Brassens:

“Mourir pour des idées?

D’accord, mais de mort lente,

Mais de mort lente…”


Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 13/05/2023

War and politics Why what happens in Bakhmut matters in Russia - Timothy Snyder

Putin está perdendo na Ucrânia, e pode perder na Rússia.

War and politics

Why what happens in Bakhmut matters in Russia

War is the continuation of politics by other means, says Clausewitz in On War.  To an aggressor, war can seem like a direct way to alter the domestic politics of another country.  When Vladimir Putin ordered the invasion of Ukraine seeking "denazification and demilitarization," he meant killing Ukraine's leaders, purging its society, changing its regime, and transforming it into a colonial appendage of Russia.  But wartime politics often continues in a way the aggressor does not foresee.  It was not foreseen that President Volodymyr Zelens'kyi would remain in Kyiv, that the Ukrainian state would function well, that Ukrainian civil society would resist.

Russian propagandists work hard to instruct us that there is no politics in Russia: the leader is beyond question, always right, opposed by external diabolic forces, etc.  Night after night, they give us a furious panoply of genocidal images of Ukrainians: as vermin, as pestilence, as pigs to be killed by the million.  The visual accumulation of evil is perhaps also a desperate attempt to draw attention away from a basic reality.  Even as we see that the Putin regime is more criminal than we had realized, we don't doubt that it is durable and strong.  In that sense, perhaps, Russian wartime propaganda succeeds.

But we should be suspicious.  Russian history abounds in examples of war bringing an unexpected continuation of politics.  Defeat in Crimea (1856) brought attempts at reform.  Defeat to Japan brought a Russian revolution (1905).  The First World War brought down both the tsar, then the regime that replaced the tsar, in the Bolshevik revolution (1917).  Brezhnev's choice to invade Afghanistan (1979) was one source of the end of the Soviet Union (1991).

And now a leading Putinist propagandist brings a note of discord to Putinism.  Yevgeny Prigozhin is often called "Putin's chef," in reference to his Kremlin-adjacent catering company.  More significantly, Prigozhin ran the Internet Research Agency, which in 2016 generated and spread social media content to get Donald Trump elected.  Prigozhin also directs Wagner, a mercenary company.  Its soldiers have been responsible for carrying out public atrocities, such a beheading a live prisoner.  For Prigozhin, such war crimes are public relations: fascism is presented as effective. 

In recent propaganda videos, however, Prigozhin has been complaining about the Russian military effort.  He has even taken the unusual step of mocking Putin (without mentioning his name).  You can get a very useful guide to the atmospherics here.

This is politics where there is supposed to be none.  It is Russian domestic politics, boomeranging back from Ukraine.  Christo Grozev believes that Prigozhin has been profiling himself as a rival or successor to Putin from the beginning of this war.  Prigozhin has been putting his own image forward on billboards and Telegram videos with relentless regularity.  Wagner has in general been more successful than the regular Russian army in gaining territory.  And Prigozhin has not hesitated to make loud public claims on state resources on this logic.

It is a logic that might have run its course in Bakhmut.  Russia has been trying to take this minor city in the Donbas for about a year, at huge cost in lives.  The area has some economic significance in mines and minerals.  But in the Russian official mind it seems to function like Stalingrad (a turning point in the Second World War): a battle that must be won for the honor of the leader.  Bakhmut was clearly supposed to be taken by 9 May, so that Putin would have something of which to boast in his Victory Day speech.  This did not happen.  What happened instead was politics

Near Bakhmut, 3 May

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The days before and after 9 May were full of discord.  First, Prigozhin announced that he would pull Wagner from Bakhmut because the Russian military had failed to supply artillery shells.  Then he proclaimed that his blackmail had succeeded: the shells were coming, so Wagner would remain in Bakhmut.  Then he said that the shells had not come after all.  Then he began to narrate Ukrainian counter-attacks around Bakhmut, claiming that Russian soldiers (as opposed to Wagner men) were fleeing.  As I write, local Ukrainian counterattacks persist.  Russian gained only a few square miles in the months and months of its entire 2023 offensive, at the cost of tens of thousands of casualties.  And now it seems to be losing that.

It is hard to interpret both Russian politics and battlefield realities, and smart people take opposing sides all the time.  So let me offer, with that proviso, a personal interpretation of the politics of Bakhmut.  I think it possible that Wagner, at this point, is meant to lose in Bakhmut.  If what Prigozhin says was broadly true (a very big if, I accept), then he has been tricked by the Russian command into not withdrawing, and has not been armed the way that he wished to be, right before a Ukrainian attack.  A trap. If that is the case, the motives of his rivals would not be far to seek.  Prigozhin has been mocking the Russian military leadership for months.  He has now criticized Putin directly.  His prestige rests on on the image if Wagner as vicious and successful.  If Wagner fails in Bakhmut, that image is tarnished, and his position is weaker.

Western analysts spend a lot of time plunging the depths of Putin's mind, often to explain to us that his psychological commitments are such that he cannot lose in Ukraine.  I agree that he cares about Ukraine to an unhealthy degree; I was writing about this long ago, and his misunderstanding of the country has indeed brought hubris, catastrophe, nemesis.  But the fixation on Ukraine is connected to something deeper: the idea that tyranny is forever, a personal obsession with losing power. 

Putin’s obsession with eternal personal power was one of the forces that led him to try to suppress Ukraine by military force: a neighboring country where people made their wishes known, where elections worked, where protest was commonplace.  Ukraine was a dangerous model for Russia, at least as Putin understands Russia.  His idea of "rescuing" Russian-speaking people in Ukraine always meant conquering them, humiliating them, taming them.  Remember, Zelens'kyi himself is one of those people!  Ukraine is the country in the world where more people say what they want in the Russian language than anywhere else.  It was that freedom, expressed in Russian, that threatened Putinism.  Now Ukraine threatens Putinism in other ways, which can bring other reactions.

I might be wrong about Bakhmut; it's risky to analyze while a battle is underway, especially on the basis of limited sources.  But if I am right, or something like right, I hope we can think about this war as the continuation of politics by other means, where the continuation is unpredictable, and forces adaptation.  Putin is not fighting the war he imagined, nor should we be.  He is now embedded in a politics he did not anticipate.  

Putin initially connected Ukraine to a dream of posthumous glory.  But now he has no choice but to connect Ukraine to earthly politics, since he cares about retaining power to the end.  To keep power, Putin must control all Russian armed forces, which is not the same thing as keeping them in Ukraine.  Those two things might well contradict: the recent spectacle of disunity around Bakhmut shows how.  The better Ukraine does on the battlefield, the more they will contradict.  More broadly, keeping power is not the same thing as pushing for victory in Ukraine.  If Ukraine seems likely to win, Putin will seek another story of power.  His propagandists are good at changing the subject.

We in democracies sometimes get a bit enraptured by dictators, and particularly dictators at war.  We can get a little carried away by the notion that they can do what they want.  If I am right, though, that Russian politics has continued in an unexpected war thanks to the war, it is easier to see its end.  Putin will not want to see challenges to his rule begin abroad.

War brings political pressure, and not necessarily where the aggressor intended.  Pressure forces choices.  Putin can afford to lose in Ukraine, but he cannot afford to lose in Russia.  He must face that choice if this war is to be brought to an end. 

TS 12 May 2023


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Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...