Ucrânia indica para embaixador no Brasil apologista do nazismo
Por Hora do Povo, 13 de maio de 2023
Zelenski nomeou para embaixador da Ucrânia no Brasil o ex-embaixador do país na Alemanha, Andrei Melnik, de onde foi destituído após ofensas ao presidente e ao povo alemão, além de elogiar como “lutador da liberdade” o colaborador de Hitler na Ucrânia, Stepan Bandera
O regime de Kiev retirou Melnik de Berlim após intensa pressão pela saída do embaixador que classificou o colaboracionista Bandera de “lutador da liberdade”.
Em abril do ano passado, Melnik destilou seu veneno russofóbico contra o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, porque o chefe de Estado alemão em um gesto em favor da pacificação do conflito promoveu um concerto com a participação de músicos russos e execução de obras de um compositor ucraniano. Em seu destempero, Melnik disse que ‘”todos os russos são inimigos” qualificou a ação do presidente alemão de equivalente à de “hipócritas construtores de pontes que levam direto ao inferno”.
Ao ser questionado sobre a razão de não participar, assumiu abertamente a russofobia insuflada por Washington qualificando o evento interessado em promover o entendimento de “provocação” e acrescentou que “não é nossa preocupação agora diferenciar entre russos maus e russos bons”, que “agora são todos”. “Vou dizer muito claramente: a Rússia é um Estado inimigo para nós. E todos os russos são inimigos da Ucrânia neste momento”, enfatizou no estilo dos colaboracionistas anti-soviéticos e adeptos do ocupante hitlerista na Segunda Guerra.
E finalizou, em estado de belicismo apoplético: “E então está claro para mim que, provavelmente, mesmo depois da guerra, a Rússia continuará sendo um Estado inimigo”.
As declarações publicadas no jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ) receberam ampla condenação. “Sr. Melnik, representar uma nação inteira como inimiga não passa de fascismo. Você deveria se envergonhar. Não só por isso, mas também por seu comportamento em geral”, reagiu um internauta. “‘Todos os russos…’ Esta é a coisa mais estúpida que ouvi hoje. Declaração completamente injustificada e só contribui para uma maior escalada”, disse outro.
“Bem, eu sou russo, recebi muitos amigos ucranianos e um amigo meu de uma família ucraniana em minha casa em Berlim. Mas de acordo com sua lógica, eu também sou o inimigo”, apontou mais um internauta.
Em outra ocasião, teve que pedir desculpas ao chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, por chama-lo de “salsicha de fígado ofendida” diante de sua negativa em visitar Kiev depois que Zelenski se negou a receber o presidente alemão Steinmeier dizendo que este “não é desejado em Kiev”. Isso porque o presidente alemão defendia a manutenção de relações com a Rússia bem como a abertura do gasoduto Nord Stream 2, que duplicaria e baratearia o fluxo de gás russo para os alemães. O Nord Stream 2 ficou obstruído depois que Berlim cedeu às pressões de Washington por boicote a Moscou.
O embaixador ainda se sentiu com espaço para chantagear o chanceler, dizendo que era melhor a Alemanha “cumprir rapidamente o envio de armas pesadas”.
TRIBUTO DE MELNIK AO COLABORACIONISTA BANDERA
Melnik também foi repudiado por prestar homenagem ao colaboracionista Bandera, visitando o túmulo do criminoso de guerra em Munique. Questionado sobre as evidências de que Bandera colaborou com o extermínio de judeus e poloneses, falou que isso era apenas uma “narrativa” criada pelos russos.
REAÇÕES À AFRONTA
O governo de Israel respondeu que “a declaração do embaixador ucraniano é uma distorção dos fatos históricos, menospreza o Holocausto e é um insulto àqueles que foram assassinados por Bandera e seu pessoal”.
Já para o governo polonês, “essa opinião e essas palavras são absolutamente inaceitáveis”.
A nomeação é uma clara provocação contra o governo brasileiro, uma vez que o presidente Lula tem buscado se manter equidistante e propor uma solução negociada para o conflito na Ucrânia, manter os negócios com a Rússia, ter recebido o ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov em Brasília e enviado o assessor para assuntos internacionais, Celso Amorim a Kiev.
Enviar ao Brasil um elemento que se posiciona simpático aos crimes de guerra nazistas na Segunda Guerra e tergiversa com relação ao morticínio de judeus durante a ocupação da Ucrânia é uma afronta aberta contra a diplomacia brasileira.
Um comentário:
Materia importante, principalmente por circular pouco em nossa imprensa. Nem todos os gatos sao pardos e politica internacinal nao é para amadores.
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