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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 29 de outubro de 2024

O plano de Putin para destronar o dólar - The Economist, O Estado de S. Paulo

O plano de Putin para destronar o dólar

O Estado de S. Paulo | Internacional
29 de outubro de 2024

 

Presidente da Rússia espera que parceiros do Brics encampem sua estratégia para driblar sanções O presidente da Rússia, Vladimir Putin, estava animado na semana passada ao receber líderes mundiais, incluindo Narendra Modi e Xi Jinping, na cúpula do Brics em Kazan. No ano passado, quando o bloco se reuniu na África do Sul e se expandiu de cinco para dez membros, Putin teve de ficar em casa para evitar ser preso por um mandado emitido pelo Tribunal Penal Internacional. Desta vez, ele foi o anfitrião do clube em rápido crescimento que está desafiando a ordem liderada pelo Ocidente.

Em 15 anos, o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) conquistou pouco. No entanto, Putin espera dar peso ao bloco, fazendo-o construir um novo sistema de pagamentos internacionais para atacar o domínio dos EUA nas finanças globais e proteger a Rússia e seus amigos das sanções.

Um sistema de pagamentos do Brics permitiria "operações econômicas sem depender daqueles que decidiram transformar dólar e euro em armas".

Esse sistema, que a Rússia chama de "Ponte do Brics", deve ser construído dentro de um ano e permitiria que os países fizessem liquidações transnacionais usando plataformas digitais administradas por seus bancos centrais. Surpreendentemente, ele pode tomar emprestado conceitos de um projeto diferente chamado mBridge, parcialmente administrado por um bastião da ordem liderada pelo Ocidente, o Banco de Compensações Internacionais (BIS), sediado na Suíça.

As negociações elucidaram um pouco a corrida para refazer os circuitos financeiros do mundo. A China há muito aposta que a tecnologia de pagamentos - não uma rebelião de credores ou conflito armado - reduzirá o poder dos EUA.

O plano do Brics pode tornar as transações mais baratas e rápidas. Esses benefícios podem ser suficientes para atrair economias emergentes. Em um sinal de que o esquema tem potencial genuíno, as autoridades ocidentais estão cautelosas de que ele seja projetado para escapar de sanções.

Alguns estão frustrados com o papel não intencional do BIS, conhecido como o banco central dos bancos centrais.

O domínio americano do sistema financeiro global, centrado no dólar, tem sido um pilar da ordem do pós-guerra e colocou os bancos americanos no centro dos pagamentos internacionais. Enviar dinheiro ao redor do mundo é um pouco como pegar um voo de longa distância; se dois aeroportos não estiverem conectados, os passageiros precisam trocar de voo, de preferência em um hub movimentado. No mundo dos pagamentos internacionais, o maior hub são os EUA.

PODER. Como quase todos os bancos que fazem transações em dólares têm de fazê-lo por meio de um banco correspondente nos EUA, o país é capaz de monitorar os fluxos em busca de sinais de financiamento terrorista e evasão de sanções. Isso fornece aos americanos um enorme poder.

Após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, o Ocidente congelou US$ 282 bilhões em ativos russos mantidos no exterior e desconectou os bancos russos do Swift, usado por cerca de 11 mil bancos para pagamentos internacionais.

Os EUA também ameaçaram "sanções secundárias" a bancos em outros países que apoiem o esforço de guerra da Rússia. Esse tsunami levou os bancos centrais a acumular ouro, e os adversários dos EUA a deixarem de usar o dólar para pagamentos, o que a China vê como uma de suas maiores vulnerabilidades.

Putin esperava capitalizar essa insatisfação em relação ao dólar na cúpula do Brics. Para ele, criar um novo esquema é uma prioridade prática urgente, bem como uma estratégia geopolítica. Os mercados de câmbio da Rússia agora negociam quase exclusivamente em yuans, mas, como o país não consegue obter o suficiente da moeda chinesa para pagar todas as suas importações, a Rússia foi reduzida às trocas. Putin espera avançar seus planos para o Brics Bridge, um sistema de pagamentos que usaria dinheiro digital emitido por bancos centrais e apoiado por moedas fiduciárias. Isso colocaria bancos centrais no meio de transações transnacionais, e não bancos correspondentes com acesso ao sistema de compensação de dólares nos EUA.

A maior vantagem para ele é que nenhum país poderia impor sanções a outro. A mídia estatal chinesa diz que o novo plano do Brics "provavelmente se baseará nas lições aprendidas" com o mBridge, uma plataforma de pagamentos experimental desenvolvida pelo BIS junto com os bancos centrais da China, Hong Kong, Tailândia e Emirados Árabes.

O experimento do BIS foi inocente em seus objetivos e teve início em 2019, antes da invasão feita pela Rússia. Ele tem sido incrivelmente bem-sucedido. Poderia reduzir o tempo de transação de dias para segundos e os custos de transação para quase nada. Em junho, o BIS disse que o mBridge havia atingido o "estágio mínimo de produto viável" e o banco central da Arábia Saudita se juntou como um quinto parceiro no esquema. Ao criar um sistema que poderia ser mais eficiente do que o atual e enfraquecer o domínio do dólar, o BIS involuntariamente entrou em um campo minado geopolítico.

Os ganhos de eficiência de novos tipos de dinheiro digital podem corroer o uso do dólar no comércio internacional, de acordo com o Fed.

Reciprocamente, eles poderiam impulsionar a moeda da China.

A maioria dos pagamentos internacionais é em dólares e normalmente ocorre em uma cadeia de bancos intermediários. Em vez disso, o projeto mBridge depende de bancos centrais e lhes dá visibilidade e algum controle sobre os bancos nacionais e sobre o uso de suas moedas digitais por bancos estrangeiros.

Na etapa 1, um banco que envia um pagamento internacional trocaria a moeda normal (A$) por uma moeda digital (eA$) emitida diretamente pelo banco central. Na etapa 2, o banco a trocaria por uma moeda digital estrangeira (e-B$), que enviaria na etapa 3. O banco estrangeiro trocaria isso de volta para dinheiro normal na etapa 4.

É possível que os conceitos e o código do mBridge sejam replicados pelo Brics, China ou Rússia? O BIS, sem dúvida, vê o mBridge como um projeto conjunto e acredita que tem a palavra final a respeito de quem pode participar.

No entanto, algumas autoridades ocidentais dizem que os participantes do teste do mBridge podem ser capazes de repassar o capital intelectual que ele envolve para outros, incluindo participantes do Brics Bridge.

De acordo com várias fontes, a China assumiu a liderança no software e código por trás do projeto mBridge. Talvez essa tecnologia e know-how pudessem ser usados para construir um sistema paralelo. O BIS não quis comentar semelhanças entre seu experimento e o plano de Putin, defendido por ele na cúpula de Kazan.

GEOPOLÍTICA. 

 Em a reunião do G-20, em 2020, o BIS recebeu a tarefa de melhorar o sistema existente e, a pedido da China, de experimentar moedas digitais. Como diferentes membros da organização têm objetivos concorrentes, manter-se acima da briga está ficando mais difícil.

Uma opção para os EUA e seus aliados é tentar dificultar novos sistemas de pagamento que competem com o dólar.

Autoridades ocidentais alertaram o BIS que o projeto poderia ser mal utilizado por países com motivos malignos. O BIS desde então desacelerou seu trabalho no mBridge.

Outra opção é melhorar o sistema baseado em dólar para que seja tão eficiente quanto os novos rivais. Em abril, o Fed de Nova York se juntou a seis outros bancos centrais em um projeto do BIS com o objetivo de tornar o sistema existente mais rápido e barato.

O Fed também pode vincular seu sistema doméstico de pagamentos instantâneos àqueles de outros países. Qualquer sistema de pagamento rival do Brics ainda enfrentará enormes desafios. Garantir liquidez será difícil ou exigirá grandes subsídios governamentais implícitos.

Se os fluxos subjacentes de capital e comércio entre dois países estiverem desequilibrados, o que geralmente acontece, eles terão de acumular ativos ou passivos nas moedas um do outro, o que pode ser desagradável.

Por tudo isso, o esquema do Brics pode ter força.

Há consenso de que os atuais pagamentos transnacionais são lentos e caros. Embora os países ricos tendam a se concentrar em torná-los mais rápidos, muitos outros querem derrubar o sistema atual completamente. Pelo menos 134 bancos centrais estão experimentando dinheiro digital, principalmente para fins domésticos, avalia o Atlantic Council, centro de estudos em Washington.

A cúpula do Brics da semana passada não foi um Bretton Woods. Tudo o que a Rússia e seus amigos precisam fazer agora é mover um número relativamente pequeno de transações relacionadas a sanções para além do alcance dos EUA. Ainda assim, muitos estão mirando mais alto.

No ano que vem, a cúpula do Brics será no Brasil, recebida por seu presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que se queixa do poder do dólar. "Toda noite eu me pergunto por que todos os países têm de basear seu comércio no dólar", disse ele no ano passado.

"Quem foi que decidiu isso?" 

@ TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL © 2023 THE ECONOMIST NEWSPAPER LIMITED. DIREITOS RESERVADOS. PUBLICADO SOB LICENÇA. O TEXTO ORIGINAL EM INGLÊS ESTÁ EM WWW.ECONOMIST.COM

ARTIGO O BIS, com sede na Suíça, involuntariamente entrou em um campo minado geopolítico

 

What is 'Taiwan independence' and is Taiwan already independent? - Ben Blanchard and Yimou Lee (Reuters)

What is 'Taiwan independence' and is Taiwan already independent?

TAIPEI, Oct 29 (Reuters) - Chinese President Xi Jinping asked U.S. President Joe Biden last year to toughen the language the United States uses when discussing its position on Taiwanese independence, according to two U.S. officials familiar with the private conversation.
Below are some questions and answers about what is meant by the term "Taiwan independence":

WHAT IS TAIWAN'S HISTORY AND FORMAL NAME TODAY?

Formerly known as Formosa, the island has been home to indigenous people for thousands of years, before the Dutch and Spanish briefly ruled parts of it in the 1600s.
The Qing dynasty incorporated Taiwan as part of Fujian province in 1684 and only declared it a separate Chinese province in 1885.
Following the Qing's defeat in a war with Japan, it became a Japanese colony in 1895. In 1945, it was handed over to the Republic of China government at the end of World War Two.
In 1949 after being defeated by Mao Zedong's communist forces, the defeated Republic of China government fled to Taiwan, and Republic of China remains the island's formal name. Mao set up the People's Republic of China, and claimed it was the only legitimate Chinese government for the whole country, including Taiwan, as the successor state to the Republic of China.

WHAT IS TAIWAN'S INTERNATIONAL STATUS?

For decades, the Republic of China in Taipei also claimed to be the legitimate Chinese government, but in 1971 it was expelled from the United Nations in favour of the Beijing government. Currently only 12 countries maintain formal ties with Taipei, mostly small and poorer developing nations such as Belize and Tuvalu.
Most major Western countries and U.S. allies maintain close unofficial ties with Taiwan by recognising the Republic of China passport and having de facto embassies in each other's capitals.
The United States severed official ties with Taipei in 1979 but is bound by law to provide the island with the means to defend itself. The United States officially takes no position on Taiwan's sovereignty under Washington's "One China" policy.
China says it will not renounce the use of force to bring Taiwan under its control. Beijing has offered Taiwan a "one country, two systems" model similar to Hong Kong, though no major political party in Taiwan supports that.

IS TAIWAN ALREADY AN INDEPENDENT COUNTRY?

Taiwan, whose people elect their own leaders and whose government controls a defined area of territory with its own military and passport, enjoys de facto independence even if that is not formally recognised by most countries.
Taiwan's government says the Republic of China is a sovereign state and that Beijing has no right to speak for or represent it given the People's Republic of China has no say in how it chooses its leaders and has never ruled Taiwan.


COULD TAIPEI DECLARE A "REPUBLIC OF TAIWAN"?

It would be very difficult and require first parliament approves a constitutional amendment and then a referendum, rather than a simple declaration by President Lai Ching-te.
At least 75% of lawmakers would need to pass that amendment, and the ruling Democratic Progressive Party (DPP) and main opposition party the Kuomintang (KMT) currently have an equal number of seats.
The DPP, which has been in power since 2016, has not made an attempt to change the constitution. The KMT strongly opposes any attempts to change the name of Republic of China.

WHAT DOES TAIWAN'S PRESIDENT SAY ABOUT INDEPENDENCE?

China strongly detests Lai and calls him a "separatist". Before Lai was elected president he made comments about being a "practical worker for Taiwan independence". Lai maintains he simply meant Taiwan is already an independent country.
Since taking office Lai has said on several occasions that the Republic of China and People's Republic of China are "not subordinate to each other", which Beijing says means he believes the two are separate countries and so he is therefore pushing an independence narrative.
Lai says he is simply stating a fact and that in any case the Republic of China, founded after the overthrow of the last imperial dynasty in 1911, is an older state than the People's Republic of China which was only established in 1949.

DOES CHINA HAVE A LEGAL FRAMEWORK TO PREVENT FORMAL INDEPENDENCE?

In 2005, China's largely rubber-stamp parliament passed the Anti-Secession Law that gives the country the legal basis for military action against Taiwan if it secedes or seems about to, but the law is vague and does not give details.
There has been speculation in Taipei that China might use next year's 20th anniversary of the law to offer greater clarity. China has not confirmed that.
In 2022, Chinese state media raised the possibility of a "reunification law" to give Beijing a further legal framework to bring Taiwan under its control but there has been no further movement towards that to date.
(This story has been refiled to correct the spelling of 'China' in paragraph 16)

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Reporting by Ben Blanchard and Yimou Lee; Editing by Lincoln Feast

Our Standards: The Thomson Reuters Trust Principles.

Yimou Lee is a Senior Correspondent for Reuters covering everything from Taiwan, including sensitive Taiwan-China relations, China's military aggression and Taiwan's key role as a global semiconductor powerhouse. A three-time SOPA award winner, his reporting from Hong Kong, China, Myanmar and Taiwan over the past decade includes Myanmar's crackdown on Rohingya Muslims, Hong Kong protests and Taiwan's battle against China's multifront campaigns to absorb the island.


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segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Livro: "A Saga da Crise" - Carlos Thadeu de Freitas Gomes

 

Ex-diretor do BC, Petrobras e BNDES, Carlos Thadeu lança livro sobre os dilemas da economia brasileira

Data: 13 de novembro

Coletânea de 100 artigos conta com apresentação do presidente da CNC, José Roberto Tadros, e prefácio do também economista Paulo Rabello de Castro

O livro "A Saga da Crise" (Editora Ex-Libris, 314 páginas, R$ 85) contém uma seleção de 100 artigos do economista Carlos Thadeu de Freitas Gomes, publicados no jornal eletrônico Poder360, entre 2020 e 2024. A obra traz reflexões sobre a complexa realidade econômica do Brasil, agravada pela pandemia da Covid-19. O lançamento será no Rio de Janeiro, no dia 13 de novembro, às 19h, na Livraria da Travessa, em Botafogo (R. Voluntários da Pátria, 97). Todo o valor arrecadado com a venda do livro será doado para a Escola Especial Crescer, em Niterói (RJ), que promove atenção integral à pessoa com deficiência intelectual e múltipla.

Não falta experiência ao autor, professor das mais importantes universidades do país, ex-diretor do Banco Central, da Petrobras e do BNDES, além de consultor externo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em seus artigos, Carlos Thadeu aborda diversos temas, que vão desde os dilemas da economia ao crescimento sustentável, sempre buscando apontar soluções para nossos problemas, acentuados pela má distribuição de renda.

No prefácio, Paulo Rabello de Castro, economista que presidiu o IBGE e o BNDES, vai direto no ponto: "Carlos Thadeu soube, como poucos, ler o que vinha pela frente e projetar com antecedência as manobras necessárias para evitar vultosos prejuízos financeiros e custos sociais alarmantes para o nosso sofrido Brasil. Esse é o tipo de experiência que só se aprende em lutas com tiro real, com astúcia e destemor".

O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, resume a grande virtude de Carlos Thadeu: "O talento para traduzir as informações econômicas em uma linguagem clara, aliado à capacidade de apreensão da realidade brasileira, o tornaram uma fonte valiosa para os jornalistas, que se acostumaram a ter nele um consultor quase obrigatório, dependendo da pauta a ser apurada".

Sobre o autor:

O economista Carlos Thadeu de Freitas Gomes tem 77 anos. Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Mestre em Economia pela FGV, Carlos Thadeu foi diretor do Banco Central (1986-1988) e da Petrobras (1990-1992); presidente do Conselho de Administração do BNDES e diretor do BNDES, de 2017 a 2019. Na área acadêmica, foi professor do IBMEC, FGV, PUC, UNB E UFF. Atualmente, é assessor externo da área de economia da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Escreve para o Poder360 às segundas-feiras.

Serviço:

Lançamento do livro "A Saga da Crise" (Editora Ex-Libris)

Autor: Carlos Thadeu de Freitas Gomes

Data: 13 de novembro, às 19h

Local: Livraria da Travessa - Botafogo (R. Voluntários da Pátria, 97) - Rio de Janeiro

Economic crisis forcing China to adjust foreign policy - Ian Bremmer India Today

Economic crisis forcing China to adjust foreign policy: Ian Bremmer

Ian Bremmer explained why China is showing less willingness to engage in confrontational behaviour and is actively seeking to reduce tensions with key partners.

https://www.indiatoday.in/business/story/ian-bremmer-explains-why-china-economic-crisis-is-reshaping-its-foreign-policy-exclusive-2624350-2024-10-28

In Short

  • China's economy is facing its worst performance in decades
  • Provincial governments nearly bankrupt, real estate sector collapsing
  • Manufacturing overproduction causing global trade tensions

China is facing its worst economic performance in decades, pushing Beijing to adopt a more cooperative stance in international relations, global risk expert, political scientist and author Ian Bremmer said while speaking to Rahul Kanwal, News Director - Aajtak & India Today.

The world's second-largest economy is grappling with economic challenges. Provincial governments are essentially bankrupt, and the real estate sector, which accounts for about 30% of government revenue and 70% of consumer wealth, is in collapse.

 

Manufacturing remains the only bright spot in China's economy. However, this strength has become a double-edged sword. With domestic consumption weak, factories are overproducing, leading to political backlash from trading partners worldwide.

" I was just in Beijing uh a week ago and I'll tell you it's the worst economically I've seen the Chinese perform in decades. The leadership is aware of it," said Bremmer, president of Eurasia Group.

These economic pressures are reshaping China's foreign policy. Beijing is showing less willingness to engage in confrontational behaviour and is actively seeking to reduce tensions with key partners.

"This is a time when the Chinese are highly aware of not wanting confrontation geopolitically around the world. That's led to more engagement, um it's led to less willingness to be assertive and aggressive and respond with perceived slights with tit for tat. It's also absolutely the reason why Xi Jinping decided this was the time to reach out to India and to have a very successful bilateral," said Bremmer.

This shift was evident in the recent meeting between Chinese President Xi Jinping and Indian Prime Minister Narendra Modi, their first bilateral talks in about five years. While the meeting signals a thaw in relations, experts suggest this change might be temporary.

"I don't think the Chinese have changed their overall long-term strategy," Bremmer explains. "But for the near term... I think this isn't just a matter of a few months. I think this is probably a few years because China's problems are structural."

This economic situation has also influenced China's role in BRICS, the economic bloc that includes Brazil, Russia, India, China, and South Africa, which recently expanded to include four new members. The group is gaining importance as a platform for Global South cooperation, though member countries maintain varying relationships with Western nations.

Despite discussions about reducing dependency on the US dollar within BRICS, significant changes to the global financial system appear unlikely in the near term. The dollar's role in global trade remains largely unchanged since the 1990s, even as other currencies' relative strengths shift.

For Chinese leadership, the immediate priority appears to be stabilising the domestic economy rather than pursuing aggressive foreign policy objectives. This economic reality is forcing Beijing to adopt a more pragmatic approach to international relations, at least for the foreseeable future

 

 

O jornalismo como história da política externa brasileira: - Paulo Roberto de Almeida (Correio Braziliense)

 Correio Braziliense, 28/10/2024

https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2024/10/6974261-o-jornalismo-como-historia-da-politica-externa-brasileira.html 

OPINIÃO

O jornalismo como história da política 

externa brasileira

O livro Política externa e jornalismo é uma  historiografia da política externa brasileira, 

assim como da evolução do sistema internacional, nas décadas mais intensas 

da reinserção mundial do Brasil.

 Paulo Roberto de Almeida

Os primeiros historiadores são os jornalistas, antigamente chamados de cronistas dos eventos correntes ou de memorialistas do cotidiano. Não importa muito o nome; se não fosse por eles, não teríamos outra história que não aquela feita nos gabinetes de Estado, nos atos da imprensa governamental, reportando a atividade dos donos do poder e suas interpretações exclusivas. Sem eles, a história se resumiria a um longo desfilar de relatos oficiais.

Na política externa, sobretudo, a atividade jornalística é fundamental, uma vez que relações exteriores são conduzidas basicamente pelos governos, em nome do seus Estados. Em meus exercícios de historiador da diplomacia brasileira, além de recorrer ao exame dos documentos oficiais, sempre apelei aos relatos dos fatos correntes feitos por jornalistas brasileiros e estrangeiros. Mas esse tipo de material sempre foi mais abundante nas questões de política interna ou de economia, do que na informação e discussão dos fatos relativos à política externa. No plano interno, Carlos Castelo Branco talvez tenha sido o mais importante cronista da política brasileira, mas faltava alguém na área da política externa que pudesse competir com o seu padrão. Agora não falta mais: Maria Helena Tachinardi acaba de ocupar com maestria, e constância, um espaço que poucos jornalistas brasileiros souberam até aqui preencher: o relato circunstanciado, meticuloso, bem-informado, mas também opinativo, sobre mais de três décadas de política externa brasileira, um verdadeiro manancial de relatos objetivos que constituem um aporte decisivo a todos os historiadores que necessitam reconstruir os passos de nossa diplomacia desde os anos 1970 até nossa própria época. 

Entre fevereiro de 1974, data de sua primeira matéria, e junho de 2015, o último artigo catalogado no anexo do livro Política externa e jornalismo, foram 305 reportagens no total, selecionadas dentre milhares de outras, geralmente veiculadas na Gazeta Mercantil, entre 1980 e 2003, incluindo sua fase como correspondente em Washington, de 1996 a 1988. O núcleo do livro está organizado por governos e décadas, começando pela Guerra Fria, ainda nos anos 1980, que compreende também a nossa "década perdida", seguida pela globalização, nos anos 1990, logo agitada pelas manifestações antiglobalizadoras, até adentrar nos anos problemáticos da "guerra ao terror", nos anos 2000, que também testemunharam os primeiros desajustes nas relações internacionais, com novas tensões surgindo no horizonte. 

 

Mas, antes de percorrer todas essas décadas e governos, com base nas três centenas de trabalhos que redigiu ao longo de reportagens, viagens e estágios no exterior, ela oferece em três dezenas de páginas introdutórias os seus Princípios de política externa nas reportagens, com as ênfases sucessivas e as definições fundamentais dessa política: "soberania, autodeterminação, realismo, pragmatismo, autonomia e não intervenção" (página 33), que são também os eixos diretrizes com os quais sempre trabalhou a diplomacia brasileira. Para isso, ela se valeu não só de investigações e estudos próprios, bem como de ensaios acadêmicos e de declarações de diplomatas — entre eles, os embaixadores Rubens Barbosa (que assina o prefácio) e Fernando de Mello Barreto, que ofereceu uma orelha. 

Acompanhei alguns atos de "fabricação" dessas matérias, sobretudo ao longo das negociações comerciais multilaterais da Rodada Uruguai, da difícil construção do Mercosul e dos embates da Alca. Maria Helena interrogou pacientemente diplomatas, empresários, autoridades estrangeiras e glosou notícias que vinham do mundo todo, em coberturas sempre certeiras. O resultado é uma historiografia da política externa brasileira, assim como da evolução do sistema internacional, nas décadas mais intensas da reinserção mundial do Brasil, desde o período final da ditadura militar até o capítulo conclusivo, que remete à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e ao primeiro ano de Lula III.

As notas, ao final, complementam a informação sobre alguns episódios e fornecem alguma bibliografia. A obra termina por onde começou, ao citar Gabriel Garcia Marques, que relatou sua "paixão insaciável" pela "melhor profissão do mundo". Maria Helena possui essa paixão, e conseguiu convertê-la num livro essencial aos historiadores do passado, assim como aos diplomatas do futuro.   

 

China-Rússia: armas e diplomacia - Adbeel Barbosa Lucio (Observatorio de Politica China)

 Apenas transcrevendo: uma história incompleta das relações militares Rússia (ex-URSS) e RPC, desde o surgimento desta, em 1949, esquecendo tudo o que ocorreu pelo meio, inclusive guerra de frinteira e rompimento de relações politicas. Só se reaproximaram por erros do imperialismo americano em sua hegemonia já contestada pelos dois impérios ex-comunistas.

O titulo deveria ser mais armas que diplomacia. (PRA)


China-Rusia: armas y diplomaciaAdbeel Barbosa Lucio, analista independiente

In AnálisisSeguridad y defensa by Director OPCh


Conmemorando el 75° aniversario del establecimiento de las relaciones diplomáticas entre Rusia y China, se han llevado a cabo diferentes reuniones gubernamentales a lo largo de este año, con una amplia agenda en las diferentes áreas de cooperación entre estas dos naciones, este mes tuvo turno el campo militar.

El ministro de defensa ruso, Andrei Belousov acompañado de los integrantes del departamento militar, llegó a Beijing el pasado lunes 14 de octubre del año en curso, donde fue recibido por su homólogo el almirante Dong Jun, junto con una escolta de honor y una orquesta para celebrar una ceremonia de bienvenida.

Anterior a esto, el Ministerio de Defensa Ruso comunicó en la red social Telegram que “el ministro depositó una ofrenda floral en el Monumento a los Héroes del Pueblo en la Plaza de Tiananmen” (Ministerio de Defensa Ruso, 2024), este monumento de 37,94 metros está ubicado al norte del Mausoleo de Mao Zedong y fue construida en honor a las víctimas de la lucha revolucionaria en los siglos XIX y XX.

Andrei Belousov, nacido en 1959 y egresado de la Universidad Estatal de Moscú en la carrera de economía, fue nombrado ministro de Defensa el 12 de mayo de 2024, luego de doce años en donde Serghei Shoiugu estuvo al frente de la Defensa Rusa. Algo que sorprendió al mundo pues ¿cómo un economista podría ser el nuevo ministro de defensa en medio de la situación en Ucrania?

Desde el 2000 hasta la actualidad, el nuevo ministro ha trabajado en 7 puestos para el gobierno ruso entre los que destaca “Asistente Presidencial” de 2013 a 2020, cargo que le permitió trabajar con el presidente Vladimir Putin; ¿podrá ser esta la razón para darle el cargo?

Posterior a la ceremonia, se abrió un diálogo con el Almirante Dong Jun, quien llegó a la cabeza del Ministerio de Defensa chino en octubre de 2023; anteriormente fue comandante de la armada china desde 2021, gracias a esto alcanzó el rango de Shangjiang (almirante) y su formación comenzó en la Academia Naval de Dalian a los 17 años, esta academia fue creada en 1949; la primera de su tipo.

En el comunicado oficial del Ministerio de Defensa Nacional de la República Popular China, Jung le compartió estas palabras al representante del país más grande del mundo: “Los dos ejércitos deben seguir profundizando la coordinación estratégica, mejorar la calidad y la eficacia de la cooperación, impulsar el desarrollo de las relaciones entre militares, salvaguardar firmemente los intereses comunes de los dos países y trabajar juntos para mantener la estabilidad estratégica global.”

Para finalizar esta reunión, Belousov contestó a su homólogo que “Rusia está dispuesta a trabajar con China para seguir llevando a cabo una cooperación estrecha y eficiente, enfrentar conjuntamente los desafíos de seguridad e impulsar las relaciones militares bilaterales a un nuevo nivel.” (Ministerio de Defensa Nacional de la República Popular China, 2024)

Esta reunión muestra un avance significativo en el crecimiento de esta alianza e intentan ser un contrapeso a la postura militar estadounidense relacionada a Ucrania y Taiwán. Pero esta visita no es el único hecho que respalda la iniciativa de Putin y Xi en fomentar la cooperación militar de alto nivel; un día antes de la visita del ministro ruso, en el océano pacifico las dos armadas de estos países realizaron un entrenamiento conjunto.

El domingo 13 de octubre del 2024, “Varios buques de guerra de Rusia y China han llevado a cabo ejercicios de tiro con fuego real en el océano Pacífico como parte de los entrenamientos en lucha antisubmarina y defensa antiaérea”, informó el medio RT, citando al Ministerio de Defensa del país euroasiático. (Rusia Y China Realizan Ejercicios Navales Con Fuego Real En El Pacífico (VIDEO), 2024)

Ambos países mostraron su potencial naval al mandar buques como el Navío Antisubmarino ruso “Almirante Pantelyev”, el cuál alberga diferentes misiles antisubmarinos y puede transportar dos helicópteros KA-27, utilizados en la actual guerra con Ucrania. Por su parte, la armada china envió el Destructor Xining (117) puesto en servicio en 2017 y diseñado para albergar un sistema destructor de misiles guiados con un gran rendimiento en sigilo.

En la misma noticia RT mencionó que “un grupo de buques realizó la detección de un submarino ‘enemigo’ y se le dio seguimiento en una zona del noroeste del Pacífico. Para neutralizar el sumergible, las tripulaciones rusas emplearon lanzacohetes RBU-6000.»

Ver navegar a esta clase de navíos, escoltados por otras fragatas, buques de menor tamaño y cruceros, todos con armamento y objetivos en batalla diferentes; deja claro que la alianza militar está en una muy buena etapa.

Este ejercicio conjunto no es el único en lo que va del año, el pasado mes de septiembre se llevaron a cabo tres grandes ejercicios militares en diferentes partes de los mares y océanos del mundo, los que llevaron por nombre “Ocean-2024”, “Northern/Interaction 2024” y “Beibu-Interaction 2024”.

Ambos países protagonizan dos importantes conflictos, por un lado, está la ocupación rusa en territorio ucraniano y por el otro la defensa por parte de China de que la isla de Taiwán es parte de su territorio.

La estrategia de estos aliados es fortalecer al máximo sus áreas de cooperación, además de impulsar el grupo BRICS y la OCS, la reunión de los ministros y la variedad de ejercicios navales conjuntos es ejemplo de esto, ahora la pregunta es ¿se preparan para algo más?

 

Referencias

-Ministerio de Defensa Nacional de la República Popular China. (2024, Octubre 14). El ministro de Defensa chino se reúne con su homólogo ruso en Pekín. Sitio web del Ministerio de Defensa China. Retrieved Octubre 16, 2024, from http://eng.mod.gov.cn/xb/News_213114/TopStories/16345363.html

-Ministerio de Defensa Ruso. (2024, Octubre 14). El Ministro de Defensa ruso llegó a China en visita oficial. Sitio Oficial en Telegram del Ministerio de Defensa de Rusia. Retrieved octubre 15, 2024, from https://t.me/mod_russia/44482

-Rusia y China realizan ejercicios navales con fuego real en el Pacífico (VIDEO). (2024, October 14). Actualidad RT. Retrieved October 17, 2024, from https://actualidad.rt.com/actualidad/526422-rusia-china-tiro-pacifico-ejercicio.


O jornalismo como história da política externa brasileira - Paulo Roberto de Almeida (Correio Braziliense)

 O jornalismo como história da política externa brasileira

Paulo Roberto de Almeida

Correio Braziliense, 28/10/2024

Resenha do livro:

Maria Helena Tachinardi

Politica Externa e Jornalismo

São Paulo: Contexto, 2024


Os primeiros historiadores são os jornalistas, antigamente chamados de cronistas dos eventos correntes ou de memorialistas do cotidiano. Não importa muito o nome; se não fosse por eles, não teríamos outra história que não aquela feita nos gabinetes de Estado, nos atos da imprensa governamental, reportando a atividade dos donos do poder e suas interpretações exclusivas. Sem eles, a história se resumiria a um longo desfilar de relatos oficiais.

Na política externa, sobretudo, a atividade jornalística é fundamental, uma vez que relações exteriores são conduzidas basicamente pelos governos, em nome do seus Estados. Em meus exercícios de historiador da diplomacia brasileira, além de recorrer ao exame dos documentos oficiais, sempre apelei aos relatos dos fatos correntes feitos por jornalistas brasileiros e estrangeiros. Mas esse tipo de material sempre foi mais abundante nas questões de política interna ou de economia, do que na informação e discussão dos fatos relativos à política externa. No plano interno, Carlos Castelo Branco talvez tenha sido o mais importante cronista da política brasileira, mas faltava alguém na área da política externa que pudesse competir com o seu padrão. Agora não falta mais: Maria Helena Tachinardi acaba de ocupar com maestria, e constância, um espaço que poucos jornalistas brasileiros souberam até aqui preencher: o relato circunstanciado, meticuloso, bem-informado, mas também opinativo, sobre mais de três décadas de política externa brasileira, um ver- dadeiro manancial de relatos objetivos que constituem um aporte decisivo a todos os historiadores que necessitam reconstruir os passos de nossa diplomacia desde os anos 1970 até nossa própria época.

Entre fevereiro de 1974, data de sua primeira matéria, e junho de 2015, o último artigo catalogado no anexo do livro Política externa e jornalismo, foram 305 reportagens no total, selecionadas dentre milhares de outras, geralmente veiculadas na Gazeta Mercantil, entre 1980 e 2003, incluindo sua fase como correspondente em Washington, de 1996 a 1988. O núcleo do livro está organizado por governos e décadas, começando pela Guerra Fria, ainda nos anos 1980, que compreende também a nossa “década perdida”, seguida pela globalização, nos anos 1990, logo agitada pelas manifestações antiglobalizadoras, até adentrar nos anos problemáticos da “guerra ao terror”, nos anos 2000, que também testemunharam os primeiros desajustes nas relações internacionais, com novas tensões surgindo no horizonte.

Mas, antes de percorrer todas essas décadas e governos, com base nas três centenas de trabalhos que redigiu ao longo de reportagens, viagens e estágios no exterior, ela oferece em três dezenas de páginas introdutórias os seus Princípios de política externa nas reportagens, com as ênfases sucessivas e as definições fundamentais dessa política: “soberania, autodeterminação, realismo, pragmatismo, autonomia e não intervenção” (página 33), que são também os eixos diretrizes com os quais sempre trabalhou a diplomacia brasileira. Para isso, ela se valeu não só de investigações e estudos próprios, bem como de ensaios acadêmicos e de declarações de diplomatas — entre eles, os embaixadores Rubens Barbosa (que assina o prefácio) e Fernando de Mello Barreto, que ofereceu uma orelha.

Acompanhei alguns atos de “fabricação” dessas matérias, sobretudo ao longo das negociações comerciais multilaterais da Rodada Uruguai, da difícil construção do Mercosul e dos embates da Alca. Maria Helena interrogou pacientemente diplomatas, empresários, autoridades estrangeiras e glosou notícias que vinham do mundo todo, em coberturas sempre certeiras. O resultado é uma historiografia da política externa brasileira, assim como da evolução do sistema internacional, nas décadas mais intensas da reinserção mundial do Brasil, desde o período final da ditadura militar até o capítulo conclusivo, que remete à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e ao primeiro ano de Lula III.

As notas, ao final, complementam a informação sobre alguns episódios e fornecem alguma bibliografia. A obra termina por onde começou, ao citar Gabriel Garcia Marques, que relatou sua “paixão insaciável” pela “melhor profissão do mundo”. Maria Helena possui essa paixão, e conseguiu convertê-la num livro essencial aos historiadores do passado, assim como aos diplomatas do futuro.