sábado, 20 de dezembro de 2008

976) Venezuela: uma interminavel novela politica

Chávez impede que opositores tomem posse
Depois das ameaças com tanques, líder venezuelano tem recorrido às vias civis contra oposição, diz 'El País'
Agências internacionais
Agência Estado

CARACAS - Depois das ameaças com tanques, o presidente venezuelano Hugo Chávez está utilizando as vias civis para impedir que os governadores e prefeitos da oposição que venceram as eleições de 23 de novembro tomem posse, informou nesta sexta-feira, 19, o jornal El País. A aliança de partidos que se opõe a Chávez venceram em cinco dos 22 Estados do país e em prefeituras importantes como a da capital Caracas, mas todos os opositores têm enfrentado dificuldade para assumir o cargo.

Segundo o El País, três semanas depois de vencer o pleito, César Pérez Vivas, governador eleito de Táchira, não pôde tomar posse, porque o Parlamento regional - de maioria chavista - se nega a convocar uma sessão para o juramento. Enquanto isso, continua no poder o governador Ronald Blanco, partidário de Chávez.
Ainda segundo o diário, no Estado de Carabobo acontece uma situação parecida. Diante da rejeição do Parlamento local para convocar a sessão para o juramento, o governador opositor eleito Henrique Salas foi empossado por um juiz. Depois de três dias, esse mesmo juiz foi suspenso de seu cargo por ordens "superiores", e um juizado superior anulou a posse que ele havia outorgado.
Reeleição indefinida

Chávez não poderá ganhar o plebiscito sobre a emenda constitucional para permitir a reeleição presidencial ilimitada sem recorrer à fraude ou o uso da força, assinalou nesta sexta o jornal americano Washington Post. A publicação repercutiu em editorial a aprovação em primeira discussão pela Assembléia Nacional venezuelana de um projeto de emenda constitucional para permitir a reeleição presidencial ilimitada que Chávez tenta aprovar a fim de poder se candidatar pela terceira vez, em 2012, à Presidência da Venezuela.

Chávez quebrou sua palavra de que respeitaria a derrota no referendo de dezembro do ano passado que, caso vencesse, lhe permitira justamente se candidatar novamente. A segunda e última discussão do projeto será votada em 5 de janeiro, e depois será entregue pelo Legislativo ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que terá que organizar em 30 dias um plebiscito sobre a emenda constitucional.

"Tanto a história como as pesquisas demonstram que ele (Chávez) não pode ganhar este plebiscito sem o uso da força ou a fraude", advertiu o jornal. O Postargumenta que o "futuro do presidente venezuelano não é brilhante" levando em conta os resultados das eleições regionais de novembro.

Além disso, o preço do combustível derivado do petróleo pesado caiu abaixo de US$ 35 por barril, muito inferior ao fixado pelo governo nos orçamentos e do qual analistas independentes estimam que Chávez necessita para manter seu projetos cheios de despesas públicas.

O Post também lembra que em um mês, Chávez perderá de vista seu "inimigo favorito", o presidente de EUA, George W. Bush, e que seu sucessor, o presidente eleito, Barack Obama, poderá ser mais popular que o atual líder americano.

Neste panorama, Chávez poderia ter moderado suas políticas e se aproximado da oposição, mas, ao contrário, apressou-se em "montar" outro plebiscito que eliminaria o limite a sua Presidência, quando já perdeu o ano passado uma aposta semelhante. As pesquisas indicam, além disso, que atualmente só um terço dos venezuelanos apoiariam esta iniciativa.

Veja também:
Emenda de reeleição é aprovada em 1ª discussão na Venezuela

======

Depois desta (e de outras que virão, certamente), qualquer um que disser que o Chávez é um democrata, ou que na Venezuela há um excesso de democracia (referindo-se a todas as consultas "populares), estará no minimo zombando da inteligência alheia...
-------------
Paulo Roberto de Almeida

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

975) Revista Brasileira de Política Internacional, todos os números disponiveis...

Revista Brasileira de Política Internacional
Pesquise número por número...

A mais antiga, certamente nao a mais "velha", revista de politica internacional editada no Brasil, a Revista Brasileira de Política Internacional, tem absolutamente todos os seus números à disposição de todo e qualquer pesquisador.
Trata-se de instrumento indispensável para o conhecimento e a análise de todos os processos relevantes da política internacional nestas últimas cinco décadas, assim como dos lances mais importantes da diplomacia brasileira no período.
Como eu fui um dos responsáveis pela transferência da revista de sua antiga sede editorial, no Rio de Janeiro (1958-1992), para Brasília (a partir de 1993), é com especial prazer que informo essa possibilidade de leitura e pesquisa, graças aos esforço do amigo e colega professor Antonio Carlos Lessa, do IRel-UnB.

Abaixo os links para leitura de cada um dos números da revista, disponíveis em blog proprio, em seis blocos, como segue:


RBPI - Vol. 51 - No. 2/2008
http://pt-br.wordpress.com/tag/rbpi/ (bloco mais recente)

http://pt-br.wordpress.com/tag/rbpi/2/

http://pt-br.wordpress.com/tag/rbpi/3/

http://pt-br.wordpress.com/tag/rbpi/4/

http://pt-br.wordpress.com/tag/rbpi/5/

e http://pt-br.wordpress.com/tag/rbpi/6/ (mais antigo)
RBPI - Vol. 1 - Nº 1 - Março - 1958

Bom proveito aos pesquisadores..
-------------
Paulo Roberto de Almeida

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

974) Talvez o fascismo seja isto: ocupacoes indiscriminadas e imposicao pela forca...

No post anterior, eu especulava sobre os elementos reais que pudessem justificar uma aproximação do "modelo ideal" (no sentido weberiano, obviamente) do fascismo da atual situação brasileira. Talvez tenhamos um exemplo, como no elemento abaixo.

Via campesina ocupa MME e pede estatização do petróleo
do Boletim Congresso em Foco
Terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Cerca de 250 integrantes da Via Campesina – movimento formado por organizações de trabalhadores rurais, entre elas o Movimento dos Sem Terra (MST) – ocupam na manhã desta segunda-feira (15) a entrada do Ministério de Minas e Energia (MME). Em ato simbólico, os movimentos reivindicam o cancelamento da 10ª Rodada de Licitações de Bloco para Exploração e Produção de Petróleo, marcada para 18 de dezembro, no Rio de Janeiro.
Até o momento, a manifestação segue pacífica. Uma comissão de 20 integrantes da Via se reúne agora com o secretário-executivo Márcio Zimmermann. Segundo a assessoria de imprensa dos movimentos, o grupo exige que seja vedada a participação de empresas estrangeiras na exploração do petróleo no Brasil e que os recursos advindos dessa exploração sejam destinados a políticas públicas. Eles argumentam que o petróleo é um bem-público e deve ser de domínio estatal.
No documento da campanha “O petróleo tem que ser nosso”, os campesinos da Via defendem que “o petróleo é um recurso natural estratégico e finito, que deve ficar sob controle do Estado e sua renda deve ser vinculada a investimentos em educação, saúde, trabalho, moradia e reforma agrária, garantindo melhores condições de vida para o povo e um futuro melhor para as próximas gerações de brasileiros”.
De acordo com o documento, no 10° leilão, o governo pretende passar para empresas petroleiras privadas 130 blocos para pesquisa de petróleo e gás natural, com cerca de 70 mil km² divididos em oito setores, em Sergipe-Alagoas, Amazonas, Paraná, Potiguar, Parecis, Recôncavo e São Francisco. (Renata Camargo)

Leia abaixo a íntegra do documento:

O petróleo tem que ser nosso!

Estamos em luta em defesa do cancelamento da 10ª Rodada de Licitações de Blocos para Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, marcada para 18 de dezembro, no Rio de Janeiro. O petróleo é um recurso natural estratégico e finito, que deve ficar sob controle do Estado e sua renda deve ser vinculada a investimentos em educação, saúde, trabalho, moradia e reforma agrária, garantindo melhores condições de vida para o povo e um futuro melhor para as próximas gerações de brasileiros.

Neste leilão, o governo pretende passar para empresas petroleiras privadas 130 blocos para pesquisa de petróleo e gás natural, com cerca de 70 mil km² divididos em oito setores, em Sergipe-Alagoas, Amazonas, Paraná, Potiguar, Parecis, Recôncavo e São Francisco. O presidente Lula tem a responsabilidade de cumprir o compromisso de que os recursos do petróleo da camada do pré-sal serão voltados para o atendimento das necessidades do povo brasileiro. Agora, cobramos do presidente o cancelamento dessa rodada, sinalizando que o petróleo deixará de ser matéria-prima para os lucros das petroleiras nacionais e estrangeiras.

A discussão sobre o futuro do petróleo, que pode mudar a história do nosso país e contribuir na resolução de problemas sociais históricos, não pode ficar restrita às salas de reunião em Brasília. O povo tem o direito de participar das grandes definições sobre o futuro do petróleo e do país, como aconteceu na campanha "O Petróleo é nosso", que teve como desfecho a criação da Petrobras e o monopólio estatal de exploração e produção.

Nós, centrais sindicais, movimentos populares, estudantes, organizações da sociedade civil, temos propostas para mudanças na regulação do setor do petróleo e do gás. Defendemos mudanças na Lei do Petróleo e o fim do modelo de concessão, que comprometeram gravemente a soberania nacional e entregaram o petróleo para petroleiras privadas, que pagam no nosso país os impostos e participações especiais mais baixos do mundo.

Em 10 anos, o governo federal entregou mais de 500 blocos de petróleo para 72 conglomerados econômicos, sendo a metade estrangeiros. Precisamos retomar o monopólio da União sobre o petróleo, como prevê a Constituição de 1988 (artigo 177). Por isso, a Lei do Petróleo de 1997, uma das heranças malditas do governo Fernando Henrique Cardoso, deve ser revogada e todos os leilões devem ser cancelados.

Defendemos a criação de um fundo soberano, com resguarda constitucional, para garantir que todos os recursos provenientes da renda do petróleo e do gás sejam usados para atender as necessidades do nosso povo e das próximas gerações. Não podemos deixar que os recursos naturais sejam usados para sustentar políticas econômicas neoliberais, com o pagamento do superávit primário. O governo deve fortalecer a Petrobras, aumentando a sua participação acionária a longo prazo, reforçando seu caráter público e nacional. Não podemos deixar que interesses privados controlem os nossos blocos de petróleo e gás nem dirijam a Petrobrás.

O petróleo tem que ser nosso! O pré-sal é do povo brasileiro!
COMITÊ NACIONAL CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DO PETRÓLEO E DO GÁS

973) Nascimento do fascismo? Talvez...

O fascismo assume várias características, entre elas o culto do líder e o abastardamento das instituições, quando não a supressão de sua independência, em nome de uma causa nacional supostamente unificadora, geralmente a serviço desse mesmo líder.
Não tenho certeza de quais seriam os elementos analíticos principais que permitem a Reinaldo Azevedo aproximar esse tipo de regime político do atual modelo brasileiro de governança, mas certamente ele tem motivos para fazê-lo.
A ler e refletir.

IGNORANTES E FASCISTÓIDES
Blog Reinaldo Azevedo (17.12.2008):

O fascismo foi o regime do "vulgo". Embora, em latim, a palavra "vulgus" também signifique povo, eu a tomo aqui no sentido de "multidão" — a massa amorfa que adota como definitivas as falsas verdades, pautadas pela ignorância e pelo preconceito. Alguém poderá objetar, com alguma razão, que o sistema não difere muito do socialismo. Na vocação totalitária, sim. Mas o fascismo tem particularidades: à diferença de seu congênere de esquerda, ele teve o apoio das massas. Os socialistas só se mantiveram – ou se mantêm, onde subsistem – no poder em razão do aparato repressivo. Os vários fascismos foram inequivocamente populares, contavam com a adesão entusiasmada do chamado "HOMEM COMUM", em nome do qual alguns "jornalistas" anunciam falar hoje em dia.
Raramente ou nunca o "homem comum" da Alemanha, da Itália, da Espanha ou de Portugal se sentiram tão representados como nos governos, respectivamente, de Hitler, Mussolini, Franco ou Salazar. No Brasil, o período de adoração a Getúlio Vargas coincide com o auge do Estado Novo — o fascismo caboclo. Em todos os casos, e também no brasileiro, o autoritarismo, ou a tirania mesmo, como expressão de uma dita "vontade" nacional, seduziu fatias do pensamento. Todos esses modelos deram à luz os "intelectuais do regime", que se dedicaram, então, à tarefa de demonstrar a identidade de propósitos entre o "líder" e o açougueiro da esquina. Para o fascismo e os fascistas, os detalhes não interessam, mas as idéias gerais — os "detalhes" pertencem à esfera dos regimes burgueses.
É evidente que vou chegar ao Brasil. Lula não é um líder fascista porque, por ora ao menos, as condições institucionais brasileiras não permitem. Mas seus homens de propaganda talham a figura do líder fascistóide, sempre pronto a dar um conforto intelectual aos açougueiros, a dizer aquelas "verdades" genéricas que tornam sábia a estupidez. E seus mistificadores cantam, então, as glórias de sua sabedoria, de seu vocabulário desassombrado, de sua camaradagem sempre hostil aos matizes e aos detalhes. Se o fascismo podia criar a sua máquina de imprensa e propaganda, censurando o jornalismo livre, os fascistóides, por ora, se contentam em criar a "imprensa do regime".
Essa imprensa oficial tem duas faces — ou, melhor, se manifesta em duas frentes: há os jornalistas da grande imprensa que cedem à patrulha e passam, então, a fazer o jogo do poder, falando, eles também, como os açougueiros do regime, e há a canalha comprada mesmo, minoridades morais que se colocam a serviço do poder porque pagas para isso. Quem é mais desprezível?
É difícil saber. Corromper-se por dinheiro é pior do que corromper-se por alinhamento ideológico ou covardia? Não tenho resposta. O regime dos açougueiros é instituído com a conivência dos dois grupos. Talvez o corrompido ideológico seja ligeiramente inferior porque, se os tontons-maCUTs realmente triunfarem, ele também acaba indo em cana — ao passo que o jornalista venal estará sempre dizendo as verdades eternas do poder. Assim, o que adere ao regime por "convicção" talvez consiga ser um tantinho mais asqueroso do que o outro: porque, além de tudo, é burro.
Não sou porta-voz de açougueiros, do tal "homem comum" – uma categoria que só existe na cabeça de gente do miolo mole. Porto a voz apenas das minhas convicções, esperanças e angústias. Mas considero que é uma questão de respeito com o telespectador saber ao menos o que diz a Constituição antes de entrevistar um presidente do Supremo Tribunal Federal.
Não vale alegar a condição de "pessoa comum" para dizer ignorâncias e irrelevâncias indignadas.

Por Reinaldo Azevedo | 17:18 | comentários (60)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

972) IPEA novamente: os comentarios se multiplicam

Depois que eu transcrevi um post do Blog do Reinaldo Azevedo neste blog (ver abaixo, post 967), recebi diversos comentários e algumas indicações de novos posts, como este, que transcrevo abaixo, de um blog de sete alunos do curso de economia da PUC-Rio.

Segunda-feira, 15 de Dezembro de 2008

Pintaram o Ipea de preto

Ocorreu a morte anunciada do Ipea. Todas as pessoas que acompanham o que vem acontecendo no Insituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, desde que Marcio Pochman chegou a sua presidência, esperavam por uma prova ruim para a seleção dos futuros integrantes do órgão. Foi pior.

A prova de conhecimentos básicos, comum a todos os cargos, não estava ruim, apenas refletia o fraco conteúdo presente no edital, já comentado nesse blog. Apenas uma pergunta trivial sobre econometria.

Já a prova de conhecimentos específicos foi estapafúrdia. Poderia discorrer sobre o absurdo e a tendênciosidade da prova, mas suas questões falam por si só:

Certo ou errado?: “A especulação financeira vislumbra como luz no fim do túnel o brilho do tesouro nacional.”

Certo ou errado?: "O termo neoliberalismo designa uma corrente de organização da atividade econômica que capciosamente ecoa um movimento histórico com o qual em realidade e na prática não partilha fundamentos e princípios."

Certo ou errado?: "Para os Estados, a tecnologia afeta a soberania."

Corpo de um texto da prova: "O Consenso de Washington -a infame lista que apontava a autoridades monetárias de países em desenvolvimento o que fazer e o que não fazer- havia se dilapidado em grande parte."

Não pára por ai. Inúmeros são os exemplos de atrocidades e idelogias nessa prova, quem quiser pode postá-los nos comentários.

O número de pessoas que entrará por esse concurso será grande, além da intenção da presidência de usar essa prova para criar uma reserva de futuros "pesquisadores". Se nada for feito contra esse concurso, e dificilmente algo será, o Ipea como instituto de pesquisa econômica aplicada morreu.

Defensores da nova presidência argumentavam que o Ipea seria um Instituto de Pesquisa Estratégica. Com esse exame de seleção, nem isso poderá ser. Será no máximo um órgão para reproduzir a ideologia do momento, um porta-voz de luxo do governo.

Postado por Tiago Caruso às 07:13 29 comentários
Marcadores: prova Ipea

971) Globalizacao nas Americas: conferencia sobre as interacoes e reacoes

Globalisation in the Americas
Newcastle, Inglaterra, Março 2009

**Postgraduate conference announcement and advance call for abstracts**
NIASSH, Newcastle Institute for the Arts, Social Sciences and Humanities,
Newcastle University, ARG, Americas Research Group Postgraduate

About the Americas Research Group at Newcastle University
The Americas Research Group at Newcastle University has existed since 2003. It brings together scholars who work on all parts of the Americas at Newcastle, and other regional universities, to explore connections and comparisons across the hemisphere, and across disciplines. In recent years the Group has organized workshops, lectures, seminars, postgraduate conferences and discussion groups on a wide variety of themes, and we would like to invite postgraduate researchers to our next conference:

Globalisation in the Americas: Interactions and Reactions

For further information about ARG events, please visit our website at:
http://www.ncl.ac.uk/niassh/americas/

Venue: Newcastle University, UK
Date: 11th March 2009
Keynote: Mrs. Rosemary Thorp, Emeritus Fellow of St Antony’s College, Oxford University

Call for Papers
Journalist, economist and leading commentator on globalisation, migration and European issues, Philippe Legrain, offers the following definition of globalisation:
This ugly word is shorthand for how our lives are becoming increasingly intertwined with those of distant people and places around the world-economically, politically, and culturally. These links are not always new, but they are more pervasive than ever before. (Legrain, 2002: 4)

Legrain’s description of globalisation as an ‘ugly word’ attests to the controversy surrounding what is more neutrally described as the increasing interconnectedness of modern life. These connections embrace economics, politics and culture on the global, local and personal scales. For many commentators this phenomenon is nothing new but represents an intensification of continuing processes of global integration.
The Americas are particularly pertinent sites in discussions of globalisation, both because of their historical and present-day geo-political positions. Columbus’s fateful ‘discovery’ of the Americas in 1492 heralded the start of a truly global system of trade, and irrevocably changed the world’s political, economic and cultural configurations. The current position of the US in world power structures provokes reactions around the globe and from the ‘other’ Americas. NAFTA and the Cuban trade embargo are just two examples of the US’s controversial economic and political stances towards its Latin American neighbours. South America interacts with its Northern counterpart both in the global political and economic arenas, and also within the US itself. People of ‘Latin’ origin or descent now make up 15%, or some 45.5 million of the US population (US Census, 2008), with this figure predicted to triple by 2050 (USA
Today, 2008). This, together with growing Latino political participation, as seen in the recent US presidential election, may herald the rise of an influential political and cultural force within the US.
This postgraduate conference aims to explore the interactions and reactions triggered by the contested, and often highly controversial, processes of globalisation in a friendly, informal environment. We welcome papers that focus on both North and South Americas, and across and between diverse fields of study and disciplines. Therefore, we welcome abstracts and posters from Masters and PhD students that address, but are not limited to, the following questions and themes concerning the Americas, encompassing North America, Latin America and the Caribbean:

Globalisation: Opportunity for world prosperity or neo-colonialism?
Development, neo-liberalism and emerging alternatives
Global financial institutions, the Credit Crunch, reactions and lessons
Transnational corporations and natural resource extraction.
Globalisation: Preservation of power relations or creation of new political spaces?
Globalisation from above and below: Obama and a new world order?
Indigenous peoples’ political movements in South America
Grassroots political mobilisation in the US
Globalisation: Cultural homogenisation or diversification?
Identities-global, national, local and the revival of indigenous identities
Tourism and migration: towards a borderless world?
Education, communication and language in a globalising world

Please submit abstracts of up to 250 words to:
Jane Carnaffan
Deadline: 20th February 2009
References: Legrain, P. 2002 Open World: The Truth about Globalisation, London,
Abacus US Census (2008); available, accessed 20/11/2008 USA Today (2008) available

From: Jane Carnaffan

970) Religiao e fertilidade

FAITH EQUALS FERTILITY
Religious people have more babies than non-believers--and not just for the obvious reasons.
Anthony Gottlieb looks into a philosophical puzzle ...
From INTELLIGENT LIFE magazine, Winter 2008

If a Martian were to look at a map of the Earth's religions, what he might find most surprising is the fact that such a map can be drawn at all. How strange--he might say to himself--that so many of the world's Hindus are to be found in one place, namely India. And how odd that Muslims are so very numerous in the Middle East. With the disconcerting curiosity that is so typical of Martians, he might wonder what explains this geographical clustering. Do people move countries in order to be close to others of the same faith? Or do people simply tend to adopt the religion they grew up with?

The answer, of course, is the latter--on the whole. There are exceptions: Jews moving to Israel, for example, and there are many other cases of religious migration. Still, the huddling of the faithful is mainly explained by the fact that religion runs in families. If you have a religion, it is probably the same one as your parents. Earlier this year a survey by the Pew Forum on Religion and Public Life found that nearly three-quarters of American adults professed the religion in which they were raised. But instead of finding this glass to be three-quarters full, newspapers preferred to notice that it was one-quarter empty. It was the minority of Americans who either switched religions, or abandoned religion altogether, who were highlighted in reports of the survey ("Poll Finds a Fluid Religious Life in US", ran a headline in the New York Times). Plainly it does not count as news that religion remains largely a family affair. Yet it should do, because of its largely unnoticed consequences. Some religious groups are dramatically outbreeding others, in ways that have an impact on America, Europe and elsewhere.

Consider the Mormons, who grew from six people in a log-cabin in upstate New York in 1830 to 13.1m adherents around the world in 2007. At the beginning of the 20th century, Mormons were a fringe sect in America, with decidedly unusual beliefs. (They officially hold that God once had a body; that people exist as spirits before they are physically conceived; and that Jesus will one day commute between somewhere in Israel and somewhere in the United States.) Today Mormons are about to overtake Jews in America; in fact, they may already have done so. And they almost had their own presidential candidate, in the person of Mitt Romney, a former governor of Massachusetts. The rapid rise of Mormons in America, growing by an average of 40% every decade in the 20th century, is mainly due to their large families. The American state with the highest birth rate is Utah, which is around 70% Mormon. In America, on average, Mormon women have nearly three times more children than Jewish women.

Ultra-Orthodox Jews, however, do have plenty of offspring. This fact is changing the face of Israel, where such families have three times more children than other Israelis. As a result, at least a quarter of Israel's population of under-17s is expected to be ultra-Orthodox by 2025, according to Eric Kaufmann at Harvard. A similar but more gradual increase in the religious right has been taking place in America for decades, and not just because of Mormons. Conservative Protestant denominations as a whole grew much faster than liberal ones in 20th-century America, and it has been estimated that three-quarters of this growth is due simply to higher birth rates. Were it not for the fact that Evangelical Christians reproduce faster than other Protestants, George Bush--who attracted most of the Evangelical votes--probably could not have made it back to the White House in 2004.

Like other demographers, Eric Kaufmann expects western Europe to become markedly more religious in the course of the 21st century, as a result of the relatively low fertility of unbelievers and immigration from more pious places. Not only do denominations with traditionalist values tend to have higher birth rates than their more liberal co-religionists, but countries that are relatively secularised usually reproduce more slowly than countries that are more religious. According to the World Bank, the nations with the largest proportions of unbelievers had an average annual population growth rate of just 0.7% in the period 1975-97, while the populations of the most religious countries grew three times as fast.

If they want to spread their gospel, then, one might half-seriously conclude that atheists and agnostics ought to focus on having more children, to help overcome their demographic disadvantage. Unfortunately for secularists, this may not work even as a joke. Nobody knows exactly why religion and fertility tend to go together. Conventional wisdom says that female education, urbanisation, falling infant mortality, and the switch from agriculture to industry and services all tend to cause declines in both religiosity and birth rates. In other words, secularisation and smaller families are caused by the same things. Also, many religions enjoin believers to marry early, abjure abortion and sometimes even contraception, all of which leads to larger families. But there may be a quite different factor at work as well. Having a large family might itself sometimes make people more religious, or make them less likely to lose their religion. Perhaps religion and fertility are linked in several ways at the same time.

Mary Eberstadt, a research fellow at the Hoover Institution in Stanford, California,has suggested several ways in which the experience of forming a family might stimulate religious feelings among parents, at least some of the time. She notes that pregnancy and birth, the business of caring for children, and the horror of contemplating their death, can stimulate an intensity of purpose that might make parents more open to religious sentiments. Many common family events, she reasons, might encourage a broadly spiritual turn of mind, from selfless care for a sick relation to sacrifices for the sake of a child's adulthood that one might never see.

Eberstadt argues that part of the reason why western European Christians have become more secular is that they have been forming fewer stable families, and having fewer children when they do. This, she suggests, may help to explain some puzzles about the timing of secularisation in certain places. In Ireland, for example, she notes that people started having smaller families before they stopped going to church. And, she argues, if something about having families can incline one to religion, this might shed some light on another mystery: why the sexes are not equally religious.

According to Rodney Stark, an American sociologist of religion, the generalisation that men are less religious than women "holds around the world and across the centuries". In every country--both Christian and non-Christian--analysed by Dr Stark, based on data from the World Values Survey in the 1990s, more women than men said they would describe themselves as religious. There is no agreed explanation for this striking difference. Perhaps the fact that women play a rather larger role than men in the production and rearing of children has something to do with it. If family life does contribute to religiosity, then having larger families might backfire on unbelievers. It might make them more religious. And since faith is still largely a family affair, their children would then be more likely to be religious, too.

(Anthony Gottlieb is a former executive editor of The Economist. Author of "The Dream of Reason", he is working on a book about nothingness. His last piece for Intelligent Life was about the science of humour.)

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...