Tenho uma lista preliminar de 20 ou 30 'falácias' para comentar, que vou elaborar progressivamente. Mais recentemente foi publicada a quinta da série:
O mito do complô dos países ricos contra o desenvolvimento dos países pobres
“Falácias acadêmicas, 5" (Brasília, 20 janeiro 2009, 11 p., 1976)
Continuação da série, tratando desta vez das teses do economista Ha-Joon Chang. Publicado em Espaço Acadêmico (ano 8, n. 93, fevereiro 2009; link). Relação de Publicados n. 889.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
1024) Pausa para os avancos fantasticos da ciencia
Tenho o prazer de transcrever, abaixo, algumas descobertas geniais do nosso espírito científico, graças ao espírito atilado de nossos jovens estudantes. Mas, que eles não sejam os únicos responsáveis por esses avanços inacreditáveis da ciência (made in Brazil): eles devem certamente ter recebido a enorme colaboração de professores abnegados.
Acredito que seja isso: ignorância não se improvisa: é uma obra pacientemente construída, que deveria merecer algum prêmio IgNobel coletivo...
-------------
Paulo Roberto de Almeida
As melhores frases dos piores estudantes
(PRA: Certamente uma maldade; aposto como metade dessas frases pertence a professores...)
O metro é a décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre e pro cálculo dar certo arredondaram a Terra!
O cérebro humano tem dois lados, um pra vigiar o outro.
O cérebro tem uma capacidade tão espantosa que hoje em dia, praticamente, todo mundo tem um.
Quando o olho vê ele num sabe o que tá vendo, ele manda uma foto elétrica pro célebro que explica pra ele.
Nosso sangue divide-se em glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e até verdes!
Nas olimpíadas a competição é tanta que só cinco atletas chegam entre os dez primeiros.
O piloto que atravessa a barreira do som nem percebe, porque não escuta mais nada.
O teste do carbono 14 nos permite saber se antigamente alguém morreu.
Antes mesmo da guerra a mercedes já fabricava volkswagen.
Pedofilia é o nome que se dá ao estudo dos pêlos.
O pai de D.Pedro II era D.Pedro I e de D.Pedro I era D Pedro 0
Nos aviões, os passageiros da primeira classe sofrem menos acidentes que os da classe econômica. (PRA: essa desigualdade de classes só acontece nos avioes capitalistas, por supuesto...)
O índice de fecundidade deve ser igual a 2 pra garantir a reprodução das espécies pois precisa-se de um macho e uma fêmea pra fazer o bêbe. Pode até ser 3 ou 4, mas bastam 2.
O homossexualismo ao contrário do que todos imaginam não é uma doença, mas ninguém quer pegar!
Em 2020 a previdência não terá mais dinheiro pra pagar os aposentados graças à quantidade de velhos que se recusam a morrer.
O verme conhecido como solitária é um molusco que mora no interior mas é muito sozinho.
Na segunda guerra mundial toda a europa foi vítima da barbie (barbárie) nasista.
Cada vez mais as pessoas querem conhecer sua família através da árvore ginecológica.
O hipopótamo comanda o sistema digestivo e o hipotálamo é um bicho bem perigoso.
A Terra se vira nela mesma, e esse difícil movimento denomina-se arrotação.
Lenini e Stalone eram grandes figuras do comunismo na Rússia.
Uma tonelada pesa pelo menos 100Kg de chumbo.
Quando os egípcios viam a morte chegando se disfarçavam de múmia.
Uma linha reta deixa de ser reta quando pega uma curva.
O aço é um metal muito mais resistente que a madeira.
O porco é assim chamado porque é nojento.
A fundação do Titanic serve pra mostrar a agressividade dos ice-bergs.
Pra fazer uma divisão basta multiplicar subtraindo.
A água tem uma cor inodora.
O telescópio é um tubo que nos permite ver televisão de bem longe.
O Marechal Deodoro da Fonzeca é conhecido principalmente pois está no dicionário.
A idade da pedra começa com a invenção do Bronze.
O sul foi colocado embaixo do norte pois é mais cômodo.
Os rios podem escolher em desembocar no mar ou na montanha.
A luta greco-romana causou a guerra entre esses dois países.
Os escravos dos romanos eram fabricados na áfrica, mas não eram de boa qualidade.
O tabaco é uma planta carnívora que se alimenta de pulmões.
Na idade média os tratores eram puxados por bois, pois não tinham gasolina.
A baleia é um peixe mamífero encontrado em abundância nos nossos rios.
A maconha deve ser proibida quando há flagrante.
Quando dois átomos se encontram, dá a maior merda.
Princípio de Arquimedes: todo corpo mergulhado na água, sai completamente molhado.
Newton foi um grande ginecologista e obstetra europeu que regulamentou a lei da gravidez e estudou os ciclos de Ogino-Knaus.
Pergunta: Em quantas partes se divide a cabeça?
Resposta: Depende da força da cacetada.
Trompa de Eustáquio é o instrumento musical de sopro, inventado pelo grande músico belga Eustáquio, de Bruxelas.
Parasitismo é o fato de um não trabalhar e vivendo a dar 'mordidas' nos outros, de dinheiro, cigarros e outros bens materiais.
Ecologia é o estudo dos ecos, isto é, da ida e vinda dos sons.
Biologia é o estudo da saúde. E para beneficiar a saúde é que o Dr.Fontoura inventou o biotônico.
As constelações servem para esclarecer a noite.
No começo os índios eram muito atrazados mas com o tempo foram se sifilizando.
O Convento da Penha foi construído no céculo 16 mas só no céculo 17 foi levado definitivamente para o alto do morro.
A História se divide em 4: Antiga, Média, Momentânea e Futura, a mais estudada hoje
Bigamia era uma espécie de carroça dos gladiadores, puchada por dois cavalos.
As aves tem na boca um dente chamado bico.
A terra é um dos planetas mais conhecidos e habitados no mundo.
Acredito que seja isso: ignorância não se improvisa: é uma obra pacientemente construída, que deveria merecer algum prêmio IgNobel coletivo...
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Paulo Roberto de Almeida
As melhores frases dos piores estudantes
(PRA: Certamente uma maldade; aposto como metade dessas frases pertence a professores...)
O metro é a décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre e pro cálculo dar certo arredondaram a Terra!
O cérebro humano tem dois lados, um pra vigiar o outro.
O cérebro tem uma capacidade tão espantosa que hoje em dia, praticamente, todo mundo tem um.
Quando o olho vê ele num sabe o que tá vendo, ele manda uma foto elétrica pro célebro que explica pra ele.
Nosso sangue divide-se em glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e até verdes!
Nas olimpíadas a competição é tanta que só cinco atletas chegam entre os dez primeiros.
O piloto que atravessa a barreira do som nem percebe, porque não escuta mais nada.
O teste do carbono 14 nos permite saber se antigamente alguém morreu.
Antes mesmo da guerra a mercedes já fabricava volkswagen.
Pedofilia é o nome que se dá ao estudo dos pêlos.
O pai de D.Pedro II era D.Pedro I e de D.Pedro I era D Pedro 0
Nos aviões, os passageiros da primeira classe sofrem menos acidentes que os da classe econômica. (PRA: essa desigualdade de classes só acontece nos avioes capitalistas, por supuesto...)
O índice de fecundidade deve ser igual a 2 pra garantir a reprodução das espécies pois precisa-se de um macho e uma fêmea pra fazer o bêbe. Pode até ser 3 ou 4, mas bastam 2.
O homossexualismo ao contrário do que todos imaginam não é uma doença, mas ninguém quer pegar!
Em 2020 a previdência não terá mais dinheiro pra pagar os aposentados graças à quantidade de velhos que se recusam a morrer.
O verme conhecido como solitária é um molusco que mora no interior mas é muito sozinho.
Na segunda guerra mundial toda a europa foi vítima da barbie (barbárie) nasista.
Cada vez mais as pessoas querem conhecer sua família através da árvore ginecológica.
O hipopótamo comanda o sistema digestivo e o hipotálamo é um bicho bem perigoso.
A Terra se vira nela mesma, e esse difícil movimento denomina-se arrotação.
Lenini e Stalone eram grandes figuras do comunismo na Rússia.
Uma tonelada pesa pelo menos 100Kg de chumbo.
Quando os egípcios viam a morte chegando se disfarçavam de múmia.
Uma linha reta deixa de ser reta quando pega uma curva.
O aço é um metal muito mais resistente que a madeira.
O porco é assim chamado porque é nojento.
A fundação do Titanic serve pra mostrar a agressividade dos ice-bergs.
Pra fazer uma divisão basta multiplicar subtraindo.
A água tem uma cor inodora.
O telescópio é um tubo que nos permite ver televisão de bem longe.
O Marechal Deodoro da Fonzeca é conhecido principalmente pois está no dicionário.
A idade da pedra começa com a invenção do Bronze.
O sul foi colocado embaixo do norte pois é mais cômodo.
Os rios podem escolher em desembocar no mar ou na montanha.
A luta greco-romana causou a guerra entre esses dois países.
Os escravos dos romanos eram fabricados na áfrica, mas não eram de boa qualidade.
O tabaco é uma planta carnívora que se alimenta de pulmões.
Na idade média os tratores eram puxados por bois, pois não tinham gasolina.
A baleia é um peixe mamífero encontrado em abundância nos nossos rios.
A maconha deve ser proibida quando há flagrante.
Quando dois átomos se encontram, dá a maior merda.
Princípio de Arquimedes: todo corpo mergulhado na água, sai completamente molhado.
Newton foi um grande ginecologista e obstetra europeu que regulamentou a lei da gravidez e estudou os ciclos de Ogino-Knaus.
Pergunta: Em quantas partes se divide a cabeça?
Resposta: Depende da força da cacetada.
Trompa de Eustáquio é o instrumento musical de sopro, inventado pelo grande músico belga Eustáquio, de Bruxelas.
Parasitismo é o fato de um não trabalhar e vivendo a dar 'mordidas' nos outros, de dinheiro, cigarros e outros bens materiais.
Ecologia é o estudo dos ecos, isto é, da ida e vinda dos sons.
Biologia é o estudo da saúde. E para beneficiar a saúde é que o Dr.Fontoura inventou o biotônico.
As constelações servem para esclarecer a noite.
No começo os índios eram muito atrazados mas com o tempo foram se sifilizando.
O Convento da Penha foi construído no céculo 16 mas só no céculo 17 foi levado definitivamente para o alto do morro.
A História se divide em 4: Antiga, Média, Momentânea e Futura, a mais estudada hoje
Bigamia era uma espécie de carroça dos gladiadores, puchada por dois cavalos.
As aves tem na boca um dente chamado bico.
A terra é um dos planetas mais conhecidos e habitados no mundo.
sábado, 7 de fevereiro de 2009
1023) Ser diplomata: para os candidatos à carreira
Um correspondente interessado na carreira diplomática escreveu-me hoje, 7.02.2009, para dizer que tinha se sentido inspirado por um texto meu, de quase três anos atrás, do qual eu sequer me lembrava mais.
Como pode eventualmente interessar a outros, e como ele tinha sido apenas objeto de palestra e divulgação muito discreta em meu site pessoa, acredito que uma nova transcrição facilite o conhecimento e a leitura por um número maior de eventuais interessados na carreira.
Eis a ficha do trabalho, seguida do próprio:
1591. “O Ser Diplomata: Reflexões anárquicas sobre uma indefinível condição profissional”, Brasília, 2 maio 2006, 3 p. Reflexões sobre a profissionalização em relações internacionais, na vertente diplomacia. Palestra organizada pela Pacta Consultoria em Relações internacionais, em cooperação com o Instituto Camões, realizada na Embaixada de Portugal, em 4/05/2006 (anúncio). Disponível no site pessoal (link).
O Ser Diplomata
Reflexões anárquicas sobre uma indefinível condição profissional
Paulo Roberto de Almeida
(pralmeida@mac.com; www.pralmeida.org)
Reflexões sobre a profissionalização em relações internacionais,
na vertente diplomacia, para palestra em 4 de maio de 2006
(Ciclo de Debates da Pacta Consultoria, Brasília, dia 4/05, às 19h30).
1) Não se é diplomata, acredito, como se é economista, ou advogado, ou médico. Nós, diplomatas, não pertencemos a nenhuma guilda medieval, a nenhuma corporação de ofício, a nenhuma ordem feita de requisitos estanques, ainda que muitos nos comparem a uma casta, ou a um estamento social, numa acepção bem mais difusa deste conceito weberiano. Ou seja, ser diplomata não é simplesmente uma questão de profissão; é uma vocação, uma questão de status, quase que uma missão, o chamado calling, examinado por Weber em seu famoso estudo sobre a ética protestante e o espírito do capitalismo.
2) Ser diplomata não é apenas uma questão de nomadismo, de gostar de viajar ou de viver fora do país; ser diplomata é ser, antes de mais nada, um ser com raízes na sua terra, um servidor público na acepção mais completa dessa palavra, um funcionário do Estado, antes que de um governo e, como tal, estar identificado com a nação ou com a sociedade da qual se emergiu, na qual nos formamos e para a qual desejamos legar uma situação melhor do que aquela que recebemos de nossos pais e antecessores.
3) Ser diplomata não resulta, simplesmente, de um treinamento ad hoc, adquirido num desses cursinhos preparatórios de seis meses ou um ano, feitos de muita decoreba, alguma simulação para os exames e uma leitura sôfrega da bibliografia recomendada, por mais que ela seja ampla. Ser diplomata resulta de uma preparação de longo curso, adquirida no contato constante com uma cultura superior à da média da sociedade, no cultivo da leitura descompromissada com a aquisição de qualquer saber instrumental, resulta da curiosidade atemporal por todas as culturas e sociedades, passadas ou presentes e, sobretudo, da contemplação ativa da realidade, daquilo que um dramaturgo brasileiro famoso, Nelson Rodrigues, chamava de “a vida como ela é”.
4) Ser diplomata não é estar ou viver obcecado pela diplomacia, fazer dessa atividade o seu último ou supremo objetivo de vida, a sua única ocupação possível ou imaginável, sem outros afazeres ou hobbies. Ser diplomata, ser um bom diplomata significa, também, fazer algo mais no seu itinerário de vida, ter uma outra ocupação, uma distração, um divertissement, ou hobby, outras obsessões e amores na existência, de maneira a poder enfrentar a diversidade da vida, inclusive os altos e baixos da própria diplomacia, quando descobrimos que nem todo diplomata é exatamente um diplomata, naquela acepção que emprestamos ao termo. Ser um bom diplomata é se ver imaginando que, “se eu não fosse diplomata, o que mais, exatamente, eu gostaria de ser?; de onde mais eu poderia tirar motivos de satisfação, aonde mais eu poderia colaborar, com pleno gosto, com a sociedade na qual me formei, no país onde vivo?”. Se soubermos bem responder a esta questão, “o que eu faria se não fosse diplomata?”, já se tem meio caminho andado para ser um bom diplomata...
5) Ser diplomata é saber se colocar acima das paixões e dos modismos do presente, transcender interesses políticos conjunturais, em favor de uma visão de mais longo prazo, afastar posições partidárias ou de grupos e movimentos com inserção parcial ou setorial na sociedade, em favor de uma visão nacional e uma perspectiva de mais longo prazo. Significa, sobretudo, contrapor às preferências ideológicas pessoais, ou de grupos momentaneamente dominantes, ou dirigentes, uma noção clara do que sejam os interesses nacionais permanentes.
Muito bem, uma vez dito o que acabo de expor, o que mais eu poderia dizer a vocês, ávidos de uma legítima curiosidade sobre os segredos da carreira diplomática, sobre o que é ser diplomata, enquanto profissão, enquanto vocação?
É claro que tudo começa em poder ser diplomata, em poder ingressar na carreira, em passar pelo crivo dos exames de entrada, dos requisitos de desempenho na soleira da profissão, ou seja, ultrapassar a porteira da entrada do concurso público: aberto, secreto, universal (ou quase).
Para isso, minha primeira e principal recomendação seria: pense numa preparação de longo curso, de longue haleine, diriam os franceses. E, sobretudo, pensem numa formação essencialmente autodidata. Isto por uma razão muito simples: por melhor que seja um curso universitário, e certamente existem dos bons, dos maus e dos feios, as “faculdades Tabajara”, como dizemos, por melhores que sejam esses cursos, eles nunca vão dar a vocês tudo aquilo de que vocês necessitam para entrar e para ser, já não digo um diplomata prêmio Nobel, mas um bom diplomata, de primeira linha. Quem vai prover o essencial da formação de vocês, são vocês mesmos, é o esforço individual, é o empenho pessoal no auto-aperfeiçoamento, no estudo voluntário, na pesquisa constante.
Em segundo lugar, eu diria que o recomendável seria ter a diplomacia como uma aspiração e, ao mesmo tempo, preparar-se para uma profissão “normal” – não que a diplomacia seja “anormal”, mas ela é relativamente excepcional, só uns poucos são chamados a exercê-la e seria uma pena que todos os demais, não chamados a servir o país nessa área, vivam uma existência de adultos frustrados, de profissionais desgostosos com o que foram levados a trabalhar. Por isso, eu colocaria a diplomacia numa espécie de Gólgota algo inatingível, uma montanha escarpada à qual se ascende com certo sacrifício pessoal (em alguns casos familiar, também), uma recompensa depois de muita labuta. Profissionais que já conheceram experiências diversas na vida civil costumam fazer bons diplomatas; o que não quer dizer que aqueles jovens saídos dos bancos universitários diretamente para a carreira não façam, ou não sejam, bons diplomatas; ao contrário: bem vocacionados, eles farão tudo o que estiver ao seu alcance para bem servir ao Estado e à nação. Mas, alguém dotado de competências outras que não as simples artes diplomáticas – que são as da representação, da informação e da negociação, todos sabem – alguém assim saberá servir ao país com vários outros instrumentos e ferramentas adquiridos na vida prática, seja na veterinária, na engenharia, na agronomia, na economia doméstica ou no corte e costura, whatever...
Em terceiro lugar, eu diria que existem muitas formas de trabalho profissional e de expressão individual dentro das relações internacionais, dentro e fora da diplomacia, estrito senso. Existe a diplomacia empresarial, existe uma diplomacia do agronegócio, uma diplomacia das ONGs, dos jogadores de futebol – hoje um dos principais itens de exportação da pauta brasileira –, assim como existe uma diplomacia na própria academia, mas ela costuma ser das mais chatas, com suas vaidades e torres de marfim. Tudo é uma questão de competência e de dedicação. Sendo competentes na atividade que escolheram e estando contentes no desempenho quiçá temporário daquilo que estão fazendo, vocês serão felizes na vida, farão os outros felizes, e lutarão, talvez, pelo ingresso na carreira com a tranqüilidade que um exame desse tipo requer, não com o desespero ou a obsessão de uma batalha de vida ou morte. Sejam competentes e desempenhem as tarefas nas quais se encontram engajados e vocês já serão bons diplomatas, em qualquer hipótese e em qualquer profissão onde estiverem efetivamente colocados.
Minha mensagem central é justamente esta: o diplomata já é um ser realizado na vida, feliz consigo mesmo, confiante em seus estudos e em sua capacidade; conhecedor do mundo, mesmo que nunca tenha viajado de avião; curioso de todas as artes, mesmo que tenha estacionado num escritório durante vários anos; crítico dos seus professores, mesmo que nunca tenha ousado contestá-los em classe; anotador de livros; recortador de notícias de jornal e de páginas de revista; invasor de bibliotecas; delinqüente reincidente na arte de ler livros em livrarias – o que eu já fiz milhares de vezes –, enfim, uma pessoa totalmente à vontade nas artes do impossível e apaixonada por novos desafios.
Se vocês são um pouco assim, mesmo de forma distraída, desajeitada, totalmente sbagliatta, como diriam os italianos, se vocês também acham que sabem mais do que o chefe, então vocês já são diplomatas, só falta agora ingressar na carreira. Mas isso é uma mera formalidade.
Por fim, e termino aqui esta preleção, caberia abordar a carreira pelo lado prático: uma vez dentro da diplomacia, o que fazer exatamente? Ao lado, das missões clássicas, e tradicionais, do diplomata – que são as de informar, representar e negociar, sobre as quais não me estenderei por sua obviedade elementar –, existem aqueles que acreditam que o diplomata deve igualmente participar de uma espécie de projeto nacional, e aí sua missão seria, não apenas participar e contribuir para o processo de desenvolvimento do país, mas também engajar-se ativamente na transformação do mundo, de maneira a que este sirva, de maneira mais adequada, aos objetivos nacionais de desenvolvimento.
Sou cético quanto a essa extensão indevida das funções do diplomata, ainda que eu reconheça que nossas capacidades analíticas e por vezes executivas possam ser tão boas quanto as de qualquer especialista em políticas públicas. Defendo que o diplomata seja excelente nas suas funções tradicionais e, se possível, agregue valor ao seu trabalho pela dedicação paralela a atividades de pesquisa, similares, em grande medida, às que são conduzidas no âmbito da academia. Existe, obviamente, grande interface e uma notável similitude de métodos entre o trabalho acadêmico e o diplomático, naquilo que se refere à elaboração de estudos, position papers, diagnósticos de situação, reflexões prospectivas e tudo o mais que possa identificar-se com o processamento de informações. O diplomata, contudo, à diferença do seu colega de academia, não se limita a processar informações, ele as utiliza para elaborar posições negociadoras, para propor posturas práticas que o seu país deva assumir nos foros mundiais, nas relações bilaterais, nos desafios do sistema internacional.
Em determinadas instâncias negociadoras, o diplomata pode até ficar, no terreno de batalha, sem instruções precisas da capital quanto a que atitude adotar. Ele deverá portanto contar com todo o seu tirocínio e conhecimento do problema em causa, de molde a poder defender o interesse nacional da melhor forma possível. Na capital, ele deverá, na elaboração de posições, mobilizar todos os recursos técnicos e humanos de diferentes agências governamentais e alguns até privados, de maneira a extrair, na postura negociadora, o máximo de benefícios para o país num determinado contexto negociador.
Em última instância, a matéria-prima essencial do diplomata é a inteligência, e isso não depende de nenhuma fonte externa, mas de sua própria capacidade em acolher todo tipo de conhecimento e colocar essa informação a serviço de seu país.
Abraçando a carreira diplomática, vocês abordam uma carreira aberta sobretudo à inteligência. Cada um deve confiar em sua própria capacidade de trabalho e abrir-se o tempo todo a novos conhecimentos.
Muito obrigado...
Vôo São Paulo-Brasília (Gol 1778), 2 maio 2006, 4 p.
Revisão em 4.05.06. (1591).
Como pode eventualmente interessar a outros, e como ele tinha sido apenas objeto de palestra e divulgação muito discreta em meu site pessoa, acredito que uma nova transcrição facilite o conhecimento e a leitura por um número maior de eventuais interessados na carreira.
Eis a ficha do trabalho, seguida do próprio:
1591. “O Ser Diplomata: Reflexões anárquicas sobre uma indefinível condição profissional”, Brasília, 2 maio 2006, 3 p. Reflexões sobre a profissionalização em relações internacionais, na vertente diplomacia. Palestra organizada pela Pacta Consultoria em Relações internacionais, em cooperação com o Instituto Camões, realizada na Embaixada de Portugal, em 4/05/2006 (anúncio). Disponível no site pessoal (link).
O Ser Diplomata
Reflexões anárquicas sobre uma indefinível condição profissional
Paulo Roberto de Almeida
(pralmeida@mac.com; www.pralmeida.org)
Reflexões sobre a profissionalização em relações internacionais,
na vertente diplomacia, para palestra em 4 de maio de 2006
(Ciclo de Debates da Pacta Consultoria, Brasília, dia 4/05, às 19h30).
1) Não se é diplomata, acredito, como se é economista, ou advogado, ou médico. Nós, diplomatas, não pertencemos a nenhuma guilda medieval, a nenhuma corporação de ofício, a nenhuma ordem feita de requisitos estanques, ainda que muitos nos comparem a uma casta, ou a um estamento social, numa acepção bem mais difusa deste conceito weberiano. Ou seja, ser diplomata não é simplesmente uma questão de profissão; é uma vocação, uma questão de status, quase que uma missão, o chamado calling, examinado por Weber em seu famoso estudo sobre a ética protestante e o espírito do capitalismo.
2) Ser diplomata não é apenas uma questão de nomadismo, de gostar de viajar ou de viver fora do país; ser diplomata é ser, antes de mais nada, um ser com raízes na sua terra, um servidor público na acepção mais completa dessa palavra, um funcionário do Estado, antes que de um governo e, como tal, estar identificado com a nação ou com a sociedade da qual se emergiu, na qual nos formamos e para a qual desejamos legar uma situação melhor do que aquela que recebemos de nossos pais e antecessores.
3) Ser diplomata não resulta, simplesmente, de um treinamento ad hoc, adquirido num desses cursinhos preparatórios de seis meses ou um ano, feitos de muita decoreba, alguma simulação para os exames e uma leitura sôfrega da bibliografia recomendada, por mais que ela seja ampla. Ser diplomata resulta de uma preparação de longo curso, adquirida no contato constante com uma cultura superior à da média da sociedade, no cultivo da leitura descompromissada com a aquisição de qualquer saber instrumental, resulta da curiosidade atemporal por todas as culturas e sociedades, passadas ou presentes e, sobretudo, da contemplação ativa da realidade, daquilo que um dramaturgo brasileiro famoso, Nelson Rodrigues, chamava de “a vida como ela é”.
4) Ser diplomata não é estar ou viver obcecado pela diplomacia, fazer dessa atividade o seu último ou supremo objetivo de vida, a sua única ocupação possível ou imaginável, sem outros afazeres ou hobbies. Ser diplomata, ser um bom diplomata significa, também, fazer algo mais no seu itinerário de vida, ter uma outra ocupação, uma distração, um divertissement, ou hobby, outras obsessões e amores na existência, de maneira a poder enfrentar a diversidade da vida, inclusive os altos e baixos da própria diplomacia, quando descobrimos que nem todo diplomata é exatamente um diplomata, naquela acepção que emprestamos ao termo. Ser um bom diplomata é se ver imaginando que, “se eu não fosse diplomata, o que mais, exatamente, eu gostaria de ser?; de onde mais eu poderia tirar motivos de satisfação, aonde mais eu poderia colaborar, com pleno gosto, com a sociedade na qual me formei, no país onde vivo?”. Se soubermos bem responder a esta questão, “o que eu faria se não fosse diplomata?”, já se tem meio caminho andado para ser um bom diplomata...
5) Ser diplomata é saber se colocar acima das paixões e dos modismos do presente, transcender interesses políticos conjunturais, em favor de uma visão de mais longo prazo, afastar posições partidárias ou de grupos e movimentos com inserção parcial ou setorial na sociedade, em favor de uma visão nacional e uma perspectiva de mais longo prazo. Significa, sobretudo, contrapor às preferências ideológicas pessoais, ou de grupos momentaneamente dominantes, ou dirigentes, uma noção clara do que sejam os interesses nacionais permanentes.
Muito bem, uma vez dito o que acabo de expor, o que mais eu poderia dizer a vocês, ávidos de uma legítima curiosidade sobre os segredos da carreira diplomática, sobre o que é ser diplomata, enquanto profissão, enquanto vocação?
É claro que tudo começa em poder ser diplomata, em poder ingressar na carreira, em passar pelo crivo dos exames de entrada, dos requisitos de desempenho na soleira da profissão, ou seja, ultrapassar a porteira da entrada do concurso público: aberto, secreto, universal (ou quase).
Para isso, minha primeira e principal recomendação seria: pense numa preparação de longo curso, de longue haleine, diriam os franceses. E, sobretudo, pensem numa formação essencialmente autodidata. Isto por uma razão muito simples: por melhor que seja um curso universitário, e certamente existem dos bons, dos maus e dos feios, as “faculdades Tabajara”, como dizemos, por melhores que sejam esses cursos, eles nunca vão dar a vocês tudo aquilo de que vocês necessitam para entrar e para ser, já não digo um diplomata prêmio Nobel, mas um bom diplomata, de primeira linha. Quem vai prover o essencial da formação de vocês, são vocês mesmos, é o esforço individual, é o empenho pessoal no auto-aperfeiçoamento, no estudo voluntário, na pesquisa constante.
Em segundo lugar, eu diria que o recomendável seria ter a diplomacia como uma aspiração e, ao mesmo tempo, preparar-se para uma profissão “normal” – não que a diplomacia seja “anormal”, mas ela é relativamente excepcional, só uns poucos são chamados a exercê-la e seria uma pena que todos os demais, não chamados a servir o país nessa área, vivam uma existência de adultos frustrados, de profissionais desgostosos com o que foram levados a trabalhar. Por isso, eu colocaria a diplomacia numa espécie de Gólgota algo inatingível, uma montanha escarpada à qual se ascende com certo sacrifício pessoal (em alguns casos familiar, também), uma recompensa depois de muita labuta. Profissionais que já conheceram experiências diversas na vida civil costumam fazer bons diplomatas; o que não quer dizer que aqueles jovens saídos dos bancos universitários diretamente para a carreira não façam, ou não sejam, bons diplomatas; ao contrário: bem vocacionados, eles farão tudo o que estiver ao seu alcance para bem servir ao Estado e à nação. Mas, alguém dotado de competências outras que não as simples artes diplomáticas – que são as da representação, da informação e da negociação, todos sabem – alguém assim saberá servir ao país com vários outros instrumentos e ferramentas adquiridos na vida prática, seja na veterinária, na engenharia, na agronomia, na economia doméstica ou no corte e costura, whatever...
Em terceiro lugar, eu diria que existem muitas formas de trabalho profissional e de expressão individual dentro das relações internacionais, dentro e fora da diplomacia, estrito senso. Existe a diplomacia empresarial, existe uma diplomacia do agronegócio, uma diplomacia das ONGs, dos jogadores de futebol – hoje um dos principais itens de exportação da pauta brasileira –, assim como existe uma diplomacia na própria academia, mas ela costuma ser das mais chatas, com suas vaidades e torres de marfim. Tudo é uma questão de competência e de dedicação. Sendo competentes na atividade que escolheram e estando contentes no desempenho quiçá temporário daquilo que estão fazendo, vocês serão felizes na vida, farão os outros felizes, e lutarão, talvez, pelo ingresso na carreira com a tranqüilidade que um exame desse tipo requer, não com o desespero ou a obsessão de uma batalha de vida ou morte. Sejam competentes e desempenhem as tarefas nas quais se encontram engajados e vocês já serão bons diplomatas, em qualquer hipótese e em qualquer profissão onde estiverem efetivamente colocados.
Minha mensagem central é justamente esta: o diplomata já é um ser realizado na vida, feliz consigo mesmo, confiante em seus estudos e em sua capacidade; conhecedor do mundo, mesmo que nunca tenha viajado de avião; curioso de todas as artes, mesmo que tenha estacionado num escritório durante vários anos; crítico dos seus professores, mesmo que nunca tenha ousado contestá-los em classe; anotador de livros; recortador de notícias de jornal e de páginas de revista; invasor de bibliotecas; delinqüente reincidente na arte de ler livros em livrarias – o que eu já fiz milhares de vezes –, enfim, uma pessoa totalmente à vontade nas artes do impossível e apaixonada por novos desafios.
Se vocês são um pouco assim, mesmo de forma distraída, desajeitada, totalmente sbagliatta, como diriam os italianos, se vocês também acham que sabem mais do que o chefe, então vocês já são diplomatas, só falta agora ingressar na carreira. Mas isso é uma mera formalidade.
Por fim, e termino aqui esta preleção, caberia abordar a carreira pelo lado prático: uma vez dentro da diplomacia, o que fazer exatamente? Ao lado, das missões clássicas, e tradicionais, do diplomata – que são as de informar, representar e negociar, sobre as quais não me estenderei por sua obviedade elementar –, existem aqueles que acreditam que o diplomata deve igualmente participar de uma espécie de projeto nacional, e aí sua missão seria, não apenas participar e contribuir para o processo de desenvolvimento do país, mas também engajar-se ativamente na transformação do mundo, de maneira a que este sirva, de maneira mais adequada, aos objetivos nacionais de desenvolvimento.
Sou cético quanto a essa extensão indevida das funções do diplomata, ainda que eu reconheça que nossas capacidades analíticas e por vezes executivas possam ser tão boas quanto as de qualquer especialista em políticas públicas. Defendo que o diplomata seja excelente nas suas funções tradicionais e, se possível, agregue valor ao seu trabalho pela dedicação paralela a atividades de pesquisa, similares, em grande medida, às que são conduzidas no âmbito da academia. Existe, obviamente, grande interface e uma notável similitude de métodos entre o trabalho acadêmico e o diplomático, naquilo que se refere à elaboração de estudos, position papers, diagnósticos de situação, reflexões prospectivas e tudo o mais que possa identificar-se com o processamento de informações. O diplomata, contudo, à diferença do seu colega de academia, não se limita a processar informações, ele as utiliza para elaborar posições negociadoras, para propor posturas práticas que o seu país deva assumir nos foros mundiais, nas relações bilaterais, nos desafios do sistema internacional.
Em determinadas instâncias negociadoras, o diplomata pode até ficar, no terreno de batalha, sem instruções precisas da capital quanto a que atitude adotar. Ele deverá portanto contar com todo o seu tirocínio e conhecimento do problema em causa, de molde a poder defender o interesse nacional da melhor forma possível. Na capital, ele deverá, na elaboração de posições, mobilizar todos os recursos técnicos e humanos de diferentes agências governamentais e alguns até privados, de maneira a extrair, na postura negociadora, o máximo de benefícios para o país num determinado contexto negociador.
Em última instância, a matéria-prima essencial do diplomata é a inteligência, e isso não depende de nenhuma fonte externa, mas de sua própria capacidade em acolher todo tipo de conhecimento e colocar essa informação a serviço de seu país.
Abraçando a carreira diplomática, vocês abordam uma carreira aberta sobretudo à inteligência. Cada um deve confiar em sua própria capacidade de trabalho e abrir-se o tempo todo a novos conhecimentos.
Muito obrigado...
Vôo São Paulo-Brasília (Gol 1778), 2 maio 2006, 4 p.
Revisão em 4.05.06. (1591).
1022) Revisitando Maquiavel
Para os que gostam do Principe, ou que simplesmente se interessam por uma visao diferente de um classico da literatura politica, fiz uma releitura, ou uma reescritura, da parte inicial da obra fundadora do moderno pensamento politico.
O moderno príncipe: Uma releitura maquiaveliana do poder contemporâneo
Revista Temas & Matizes (Cascavel/PR, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Unioeste, a III, n. 5, ISSN: 1519-7972; p. 1-15)
link: http://e-revista.unioeste.br/index.php/temasematizes/article/download/548/459
O moderno príncipe: Uma releitura maquiaveliana do poder contemporâneo
Revista Temas & Matizes (Cascavel/PR, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Unioeste, a III, n. 5, ISSN: 1519-7972; p. 1-15)
link: http://e-revista.unioeste.br/index.php/temasematizes/article/download/548/459
1021) Falacias Academicas: novo artigo da serie publicado
Gostaria de informar os eventuais interessados que foi publicado o mais recente artigo da série "Falácias Acadêmicas", assim registrado:
“Falácias acadêmicas, 5: O mito do complô dos países ricos contra o desenvolvimento dos países pobres”
Brasília, 20 janeiro 2009, 11 p., 1976. Continuação da série, tratando desta vez das teses do economista Ha-Joon Chang. Publicado em Espaço Acadêmico (ano 8, n. 93, fevereiro 2009; link: http://www.espacoacademico.com.br/093/93pra.htm).
Transcrevo aqui o comentário simpático recém recebido de um jovem leitor:
"Prezado prof. Paulo Roberto de Almeida,
Eu desejaria congratulá-lo pelo artigo da série "Falácias Acadêmicas" - "O mito do complô dos países ricos contra o desenvolvimento dos países pobres". Foi um artigo espetacular, excelente, muito criativo, e, sobretudo, necessário. Já tive discussões com colegas a respeito daquele livro que o sr. citou, do autor coreano, assim como já até possuí um livro chamado "Communism and Nationalism - Karl Marx versus Friedrich List", de Roman Szporluk, que, confrontando as respectivas teorias destes dois teóricos com dados históricos de regimes comunistas, tenta mostrar como se dava, dentro do bloco comunista, a divergência de conduta entre regimes mais nacionalistas, protecionistas, portanto mais obedientes à teoria de List, e regimes mais internacionalistas, mais afeitos à teoria marxista. O livro, muito embora ostente um elogio editorial feito pelo conselheiro político Zbigniew Brzezinski, não me interessou muito no fim das contas, mas, incentivando-me a pesquisar mais sobre Friedrich List, economista menos conhecido, me fez descobrir que uma certa edição de uma de suas obras no Brasil contou com apresentação de Cristovam Buarque, o que acrescenta ainda mais fundamentos à tese das "falácias acadêmicas", mostrando o quanto falácias da política podem estar intrinsecamente ligadas a falácias acadêmicas (ou vice-versa).
Bem, é isso. Obrigado, e até mais.
André"
Agradeci e já anotei o nome do livro recomendado na minha lista de "Books To Read", que vou buscar na próxima vez que for aos EUA. Transcrevi esta mensagem, não por qualquer orgulho inadequado, mas apenas para estimular o debate intelectual em torno das teses de que tratamos, eu e o meu distante contendor, da universidade de Cambridge.
Não pretendi, no curto espaço de um artigo, aprofundar meus argumentos históricos sobre os problemas ali tratados, mas prometo fazê-lo num estudo mais aprofundado, que estou, aliás, elaborando...
“Falácias acadêmicas, 5: O mito do complô dos países ricos contra o desenvolvimento dos países pobres”
Brasília, 20 janeiro 2009, 11 p., 1976. Continuação da série, tratando desta vez das teses do economista Ha-Joon Chang. Publicado em Espaço Acadêmico (ano 8, n. 93, fevereiro 2009; link: http://www.espacoacademico.com.br/093/93pra.htm).
Transcrevo aqui o comentário simpático recém recebido de um jovem leitor:
"Prezado prof. Paulo Roberto de Almeida,
Eu desejaria congratulá-lo pelo artigo da série "Falácias Acadêmicas" - "O mito do complô dos países ricos contra o desenvolvimento dos países pobres". Foi um artigo espetacular, excelente, muito criativo, e, sobretudo, necessário. Já tive discussões com colegas a respeito daquele livro que o sr. citou, do autor coreano, assim como já até possuí um livro chamado "Communism and Nationalism - Karl Marx versus Friedrich List", de Roman Szporluk, que, confrontando as respectivas teorias destes dois teóricos com dados históricos de regimes comunistas, tenta mostrar como se dava, dentro do bloco comunista, a divergência de conduta entre regimes mais nacionalistas, protecionistas, portanto mais obedientes à teoria de List, e regimes mais internacionalistas, mais afeitos à teoria marxista. O livro, muito embora ostente um elogio editorial feito pelo conselheiro político Zbigniew Brzezinski, não me interessou muito no fim das contas, mas, incentivando-me a pesquisar mais sobre Friedrich List, economista menos conhecido, me fez descobrir que uma certa edição de uma de suas obras no Brasil contou com apresentação de Cristovam Buarque, o que acrescenta ainda mais fundamentos à tese das "falácias acadêmicas", mostrando o quanto falácias da política podem estar intrinsecamente ligadas a falácias acadêmicas (ou vice-versa).
Bem, é isso. Obrigado, e até mais.
André"
Agradeci e já anotei o nome do livro recomendado na minha lista de "Books To Read", que vou buscar na próxima vez que for aos EUA. Transcrevi esta mensagem, não por qualquer orgulho inadequado, mas apenas para estimular o debate intelectual em torno das teses de que tratamos, eu e o meu distante contendor, da universidade de Cambridge.
Não pretendi, no curto espaço de um artigo, aprofundar meus argumentos históricos sobre os problemas ali tratados, mas prometo fazê-lo num estudo mais aprofundado, que estou, aliás, elaborando...
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
1020) Um questionário liberal-libertário
Alguns comentários pessoais
Paulo Roberto de Almeida
Um amigo economista, Claudio Shikida, mandou uma mensagem a donos de blogs liberais-libertários para que respondessem a um questionário que preparou que deve fundamentar um trabalho de pesquisa sobre a blogosfera liberal-libertária e/ou conservadora (ou mesma não-alinhada), para ser respondida online (aqui, para os que se também animarem a fazê-lo: http://www.polldaddy.com/s/56845037A142B50B/).
Eu não me considero um liberal-libertário, estando mais para independente, mas como sou “dono de blog” (aliás, de vários), resolvi responder. Além de uma série de perguntas clássicas, figuravam algumas que requeriam certa elaboração, cujo teor transcrevo abaixo, seguidas imediatamente de minhas respostas. Talvez interesse a alguém saber quais são minhas posições sobre algumas "coisas" e sobre este nosso país.
Q.2. Você se considera
* liberal clássico
* libertário
* outros (não listados aqui, inclusive, sem alinhamento) (Minha opção)
* conservador
Q.6. Como você entrou em contato com a literatura austríaca e/ou liberal e/ou libertária e/ou conservadora? Conte um pouco de sua história a respeito.
Venho do marxismo, com evolução para a social-democracia e, através do estudo, da reflexão e da comparação, considero-me absolutamente independente, atualmente, sem qualquer tipo de afiliação a qualquer escola em particular. Considero-me basicamente um racionalista, ou seja, alguém que pensa cada problema com os instrumentos da razão (o que inclui um bocado de pesquisa, dados empíricos, reflexão com base em alguns elementos analíticos, e portanto teóricos, mas sem me filiar a uma corrente precisa) e, com base em tudo isso, procura implementar as melhores soluções possíveis para os problema humanos, sendo que algumas serão estritamente market-friendly, outras de cunho dirigista, ou planejada.
Na economia, estou bem mais do lado da liberdade irrestrita dos mercados do que da regulação estatal, mas reconheço que na sociedade moderna soluções estritamente laissez-faire tornaram-se praticamente impossíveis, na medida em que o Estado já avançou demais na regulação econômica e social. Sendo este o ponto de partida, fica muito difícil preconizar-se uma regulação puramente espontânea das questões sociais, posto que a selva regulatória já é uma realidade. Liberais eventualmente conduzidos a posições de mando na esfera política e econômica têm de ater-se a estas realidades, e procurar levar a regulação o mais próximo possível dos princípios liberais, mas tendo uma perfeita consciência de que eles estarão propondo um pouco mais de regulação, eventualmente até libertária, mas ainda assim regulação.
A liberdade de movimentos de capitais, por exemplo, é uma espécie de regulação, posto que garantida pelo Estado, até chegar o próximo colbertiano no seu comando.
Ou seja, sou anarco-libertário, mas absolutamente realista quanto às possibilidades de plena liberdade nas sociedades contemporâneas.
No plano filosófico, hesito em me classificar em qualquer escola que seja, pois elas podem também representar uma espécie de camisa de força conceitual. Melhor ser absolutamente livre na prática, inclusive das escolas libertárias...
Q.9. Como você avalia a atuação de think tanks liberais como o Instituto Liberdade, o Instituto Liberal (IL-RJ), o Ordem Livre ou o Instituto Millenium em prol da divulgação do pensamento liberal? Fique a vontade para elogiar e criticar.
Cada um procura levar sua mensagem num meio intelectual absolutamente hostil, ou talvez até medíocre, como é o do Brasil, onde a inteligência leva de dez a zero contra as conveniências políticas e as espertezas econômicas. O Brasil é, infelizmente, um país no qual, por força da baixa educação formal, inclusive nas chamadas elites esclarecidas, as maiores fraudes intelectuais ainda encontram guarida nas universidades, nos meios políticos e até no comando do Estado, para nada dizer das máfias sindicais, patronais e de trabalhadores.
Esses think-tanks liberais nadam contra a corrente e se eles conseguem influenciar um punhado de jovens, milhares de outros mais estão sendo todos os dias conquistados pelas idéias não apenas antiliberais, mas obviamente medíocres, para não dizer fraudulentas propagadas por certos acadêmicos de sucesso e jornalistas ignorantes.
Creio que eles devem ainda assim persistir na educação dos mais jovens, posto que, eventualmente alguns deles chegarão a posições de mando e poderão, assim influenciar moderadamente o ambiente estatista-dirigista no qual vive o Brasil e diminuir, talvez, o quantum de mediocridade intelectual que percorre todas as instancias publicas do Pais.
Como se vê, sou bastante pessimista quanto às perspectivas o liberalismo econômico e político no Brasil.
Q.10. Há algo mais que queira acrescentar? Por favor, seja breve.
Sim, a despeito de tudo acredito no poder da palavra, da inteligência, do convencimento por vias racionais (do contrário, aliás, não seria professor, posto que essa não é minha atividade principal, da qual não retiro meu sustento essencial). Por isso, creio que os liberais devem persistir em seu esforço, por motivos os mais variados, que acredito, porém, serem os mais nobres possíveis: melhorar a humanidade pela via da liberdade, do livre-arbítrio e da capacidade de iniciativa individual. O mérito próprio sempre deve ser enfatizado, contra o paternalismo estatal e as soluções de favor.
Aqui a mensagem original:
Prezados donos de blogs,
Permitam-me tomar seu tempo com uma observaçào sobre o que enviei ontem: não é necessário fornecer o nome verdadeiro (embora não haja lá muito a comprometer os senhores neste questionário). Também agradeço se - conhecendo outros blogueiros afins - repassarem esta mensagem cujo conteúdo reproduzo abaixo.
Preciso muito de sua ajuda no preenchimento desta pesquisa. Agradeço imensamente sua colaboração. São menos de dez perguntas, muitas de múltipla escolha. Trata-se de uma pesquisa bem simples sobre a blogosfera liberal-libertária e/ou conservadora (ou mesma não-alinhada). O link segue abaixo. Agradeço muito sua participação.
http://www.polldaddy.com/s/56845037A142B50B/
Atenciosamente,
Claudio Shikida
p.s. se você tem ou teve co-blogueiro(s), por favor, repasse o link para ele.
http://shikida.net and http://works.bepress.com/claudio_shikida/
Paulo Roberto de Almeida
Um amigo economista, Claudio Shikida, mandou uma mensagem a donos de blogs liberais-libertários para que respondessem a um questionário que preparou que deve fundamentar um trabalho de pesquisa sobre a blogosfera liberal-libertária e/ou conservadora (ou mesma não-alinhada), para ser respondida online (aqui, para os que se também animarem a fazê-lo: http://www.polldaddy.com/s/56845037A142B50B/).
Eu não me considero um liberal-libertário, estando mais para independente, mas como sou “dono de blog” (aliás, de vários), resolvi responder. Além de uma série de perguntas clássicas, figuravam algumas que requeriam certa elaboração, cujo teor transcrevo abaixo, seguidas imediatamente de minhas respostas. Talvez interesse a alguém saber quais são minhas posições sobre algumas "coisas" e sobre este nosso país.
Q.2. Você se considera
* liberal clássico
* libertário
* outros (não listados aqui, inclusive, sem alinhamento) (Minha opção)
* conservador
Q.6. Como você entrou em contato com a literatura austríaca e/ou liberal e/ou libertária e/ou conservadora? Conte um pouco de sua história a respeito.
Venho do marxismo, com evolução para a social-democracia e, através do estudo, da reflexão e da comparação, considero-me absolutamente independente, atualmente, sem qualquer tipo de afiliação a qualquer escola em particular. Considero-me basicamente um racionalista, ou seja, alguém que pensa cada problema com os instrumentos da razão (o que inclui um bocado de pesquisa, dados empíricos, reflexão com base em alguns elementos analíticos, e portanto teóricos, mas sem me filiar a uma corrente precisa) e, com base em tudo isso, procura implementar as melhores soluções possíveis para os problema humanos, sendo que algumas serão estritamente market-friendly, outras de cunho dirigista, ou planejada.
Na economia, estou bem mais do lado da liberdade irrestrita dos mercados do que da regulação estatal, mas reconheço que na sociedade moderna soluções estritamente laissez-faire tornaram-se praticamente impossíveis, na medida em que o Estado já avançou demais na regulação econômica e social. Sendo este o ponto de partida, fica muito difícil preconizar-se uma regulação puramente espontânea das questões sociais, posto que a selva regulatória já é uma realidade. Liberais eventualmente conduzidos a posições de mando na esfera política e econômica têm de ater-se a estas realidades, e procurar levar a regulação o mais próximo possível dos princípios liberais, mas tendo uma perfeita consciência de que eles estarão propondo um pouco mais de regulação, eventualmente até libertária, mas ainda assim regulação.
A liberdade de movimentos de capitais, por exemplo, é uma espécie de regulação, posto que garantida pelo Estado, até chegar o próximo colbertiano no seu comando.
Ou seja, sou anarco-libertário, mas absolutamente realista quanto às possibilidades de plena liberdade nas sociedades contemporâneas.
No plano filosófico, hesito em me classificar em qualquer escola que seja, pois elas podem também representar uma espécie de camisa de força conceitual. Melhor ser absolutamente livre na prática, inclusive das escolas libertárias...
Q.9. Como você avalia a atuação de think tanks liberais como o Instituto Liberdade, o Instituto Liberal (IL-RJ), o Ordem Livre ou o Instituto Millenium em prol da divulgação do pensamento liberal? Fique a vontade para elogiar e criticar.
Cada um procura levar sua mensagem num meio intelectual absolutamente hostil, ou talvez até medíocre, como é o do Brasil, onde a inteligência leva de dez a zero contra as conveniências políticas e as espertezas econômicas. O Brasil é, infelizmente, um país no qual, por força da baixa educação formal, inclusive nas chamadas elites esclarecidas, as maiores fraudes intelectuais ainda encontram guarida nas universidades, nos meios políticos e até no comando do Estado, para nada dizer das máfias sindicais, patronais e de trabalhadores.
Esses think-tanks liberais nadam contra a corrente e se eles conseguem influenciar um punhado de jovens, milhares de outros mais estão sendo todos os dias conquistados pelas idéias não apenas antiliberais, mas obviamente medíocres, para não dizer fraudulentas propagadas por certos acadêmicos de sucesso e jornalistas ignorantes.
Creio que eles devem ainda assim persistir na educação dos mais jovens, posto que, eventualmente alguns deles chegarão a posições de mando e poderão, assim influenciar moderadamente o ambiente estatista-dirigista no qual vive o Brasil e diminuir, talvez, o quantum de mediocridade intelectual que percorre todas as instancias publicas do Pais.
Como se vê, sou bastante pessimista quanto às perspectivas o liberalismo econômico e político no Brasil.
Q.10. Há algo mais que queira acrescentar? Por favor, seja breve.
Sim, a despeito de tudo acredito no poder da palavra, da inteligência, do convencimento por vias racionais (do contrário, aliás, não seria professor, posto que essa não é minha atividade principal, da qual não retiro meu sustento essencial). Por isso, creio que os liberais devem persistir em seu esforço, por motivos os mais variados, que acredito, porém, serem os mais nobres possíveis: melhorar a humanidade pela via da liberdade, do livre-arbítrio e da capacidade de iniciativa individual. O mérito próprio sempre deve ser enfatizado, contra o paternalismo estatal e as soluções de favor.
Aqui a mensagem original:
Prezados donos de blogs,
Permitam-me tomar seu tempo com uma observaçào sobre o que enviei ontem: não é necessário fornecer o nome verdadeiro (embora não haja lá muito a comprometer os senhores neste questionário). Também agradeço se - conhecendo outros blogueiros afins - repassarem esta mensagem cujo conteúdo reproduzo abaixo.
Preciso muito de sua ajuda no preenchimento desta pesquisa. Agradeço imensamente sua colaboração. São menos de dez perguntas, muitas de múltipla escolha. Trata-se de uma pesquisa bem simples sobre a blogosfera liberal-libertária e/ou conservadora (ou mesma não-alinhada). O link segue abaixo. Agradeço muito sua participação.
http://www.polldaddy.com/s/56845037A142B50B/
Atenciosamente,
Claudio Shikida
p.s. se você tem ou teve co-blogueiro(s), por favor, repasse o link para ele.
http://shikida.net and http://works.bepress.com/claudio_shikida/
domingo, 1 de fevereiro de 2009
1019) Trabalhos publicados: relacao dos mais recentes
Como escrevo muito (que posso fazer?, é uma mania), mantenho uma relação de trabalhos originais, que deve andar beirando os 2.000 (desde o final dos anos 1960, com algumas perdas pelo caminho), e também uma relação de publicados, isto é, trabalhos terminados que foram efetivamente publicados em algum veículo independente, e não apenas em um dos meus blogs ou site pessoal (com uma ou outra exceção, como livros terminados em edição de autor).
Abaixo, uma relação dos trabalhos publicados mais recentes:
878. To Be or Not the Bric, Inteligência (Rio de Janeiro: Ano: XI - 4º trimestre, 12/2008, p. 22-46). Relação de Trabalhos n. 1920.
879. O problema da universidade no Brasil: do público ao privado?. Via Política (15.12.2008). Relação de Trabalhos nº 1934.
880. Previsões imprevisíveis em tempos de crise global: minha astrologia econômica para 2009 (e mais além), Via Política (22.12.2008). Relação de Trabalhos nº 1963.
881. Fórum Surreal Mundial: Pequena visita aos desvarios dos antiglobalizadores, Mundorama, divulgação científica em relações internacionais (27.12.2008). Relação de Trabalhos nº 1966.
882. Lula's Foreign Policy: Regional and Global Strategies. In: Werner Baer and Joseph Love (eds.), Brazil under Lula (Palgrave-Macmillan, 2008. ISBN: ; p. ). Relação de Trabalhos nº 1811. [Ainda não recebi este livro]
883. Globalizando: ensaios sobre a globalização e a antiglobalização (Brasília: Edição do Autor, 2009, 273 p.), Brasília, 1 de janeiro de 2009, 273 p. Compilação de ensaios sobre a globalização e seus contrarianistas. Disponibilizada no site pessoal e no site NeoReader (link). Relação de Trabalhos n. 1970.
884. Previsões imprevisíveis em tempos de crise global: minha astrologia econômica para 2009 (e mais além). Espaço Acadêmico (ano 8, nr. 92, janeiro 2009). Relação de Trabalhos n. 1963.
885. Fórum Surreal Mundial, 1: Reciclando velhas idéias, Via Política (12.01.2009). Relação de Trabalhos n. 1966.
886. Fórum Surreal Mundial, 2: Pequena visita aos desvarios dos antiglobalizadores, Via Política (19.01.2009) Relação de Trabalhos n. 1966.
887. Brazil, com Denise Gregory, Diretora Executiva do Cebri. In: Growth and Responsibility: The positioning of emerging powers in the global governance system; Gerhard Wahlers, Paulo Roberto de Almeida, He Fan, Denise Gregory, Matthew Joseph, Leaza Kolkenbeck-Ruh, Rajiv Kumar (Berlin: Konrad Adenauer Stiftung, 2009, 126 p.; ISBN 978-3-940955-45-6; p. 11-30; link: ). Titulo original: Brazil's Integration into Global Governance: The rise of the Outreach-5 countries to a G-8 (plus) status. Relação de Trabalhos n. 1868.
Voilà, por enquanto é só (para listas completas ver o site: www.pralmeida.org)
Abaixo, uma relação dos trabalhos publicados mais recentes:
878. To Be or Not the Bric, Inteligência (Rio de Janeiro: Ano: XI - 4º trimestre, 12/2008, p. 22-46). Relação de Trabalhos n. 1920.
879. O problema da universidade no Brasil: do público ao privado?. Via Política (15.12.2008). Relação de Trabalhos nº 1934.
880. Previsões imprevisíveis em tempos de crise global: minha astrologia econômica para 2009 (e mais além), Via Política (22.12.2008). Relação de Trabalhos nº 1963.
881. Fórum Surreal Mundial: Pequena visita aos desvarios dos antiglobalizadores, Mundorama, divulgação científica em relações internacionais (27.12.2008). Relação de Trabalhos nº 1966.
882. Lula's Foreign Policy: Regional and Global Strategies. In: Werner Baer and Joseph Love (eds.), Brazil under Lula (Palgrave-Macmillan, 2008. ISBN: ; p. ). Relação de Trabalhos nº 1811. [Ainda não recebi este livro]
883. Globalizando: ensaios sobre a globalização e a antiglobalização (Brasília: Edição do Autor, 2009, 273 p.), Brasília, 1 de janeiro de 2009, 273 p. Compilação de ensaios sobre a globalização e seus contrarianistas. Disponibilizada no site pessoal e no site NeoReader (link). Relação de Trabalhos n. 1970.
884. Previsões imprevisíveis em tempos de crise global: minha astrologia econômica para 2009 (e mais além). Espaço Acadêmico (ano 8, nr. 92, janeiro 2009). Relação de Trabalhos n. 1963.
885. Fórum Surreal Mundial, 1: Reciclando velhas idéias, Via Política (12.01.2009). Relação de Trabalhos n. 1966.
886. Fórum Surreal Mundial, 2: Pequena visita aos desvarios dos antiglobalizadores, Via Política (19.01.2009) Relação de Trabalhos n. 1966.
887. Brazil, com Denise Gregory, Diretora Executiva do Cebri. In: Growth and Responsibility: The positioning of emerging powers in the global governance system; Gerhard Wahlers, Paulo Roberto de Almeida, He Fan, Denise Gregory, Matthew Joseph, Leaza Kolkenbeck-Ruh, Rajiv Kumar (Berlin: Konrad Adenauer Stiftung, 2009, 126 p.; ISBN 978-3-940955-45-6; p. 11-30; link: ). Titulo original: Brazil's Integration into Global Governance: The rise of the Outreach-5 countries to a G-8 (plus) status. Relação de Trabalhos n. 1868.
Voilà, por enquanto é só (para listas completas ver o site: www.pralmeida.org)
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