terça-feira, 7 de julho de 2009

1199) Alberto Tamer sobre o Mercosul

Esse Mercosul não interessa ao Brasil
Alberto Tamer
O Estado de São Paulo, 5.07.2009

Para que serve hoje o Mercosul?, pergunta editorial do Estado de sexta-feira. Para nada, respondemos. Só para atrapalhar. Como está aí, é obsoleto, ultrapassado, não interessa mais ao Brasil. Na verdade, nunca existiu. Foi uma figura de retórica, pois Paraguai e Uruguai não contam, não contaram nunca, e o Mercosul nada mais é do que um acordo comercial entre Brasil e Argentina, que definha mês a mês.

Entre janeiro e junho, último dado oficial do Ministério de Desenvolvimento, a receita das exportações brasileiras para a Argentina despencou 42,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Um ritmo bem superior à queda de 22% das nossas vendas totais. O valor das nossas importações caiu menos, 19,5%, porque temos um mercado mais
aberto que o argentino.

MAS ELES ESTÃO EM CRISE…
E precisam de ajuda! Sei, sei sim, mas só não entendo porque só se fecham com o Brasil e abrem generosamente para a China. As exportações brasileiras que precisam de licença prévia caíram 61% neste ano enquanto as chinesas apenas 39%. Eles continuam nos roubando nichos importantes de mercado. Estão desalojando nossas indústrias.

O seu governo já deu a entender que não se trata de uma política temporária. A proteção do seu mercado veio para ficar. E continuamos a fazer concessões unilaterais. Nossos empresários querem salvar o que podem enquanto nossos amigos argentinos prometem mas não cumprem. Acho que aprenderam com o pessoal do G-8…

MAS O MERCOSUL PESA MUITO!
Pesava, não pesa mais. Em 2007, chegou a representar 17% das exportações brasileiras. Recuou para 10% em 2008 e em maio (último dado oficial) não passava de 8,7%. Vem declinando a cada mês. É o efeito Argentina que é, na verdade, o Mercosul. A sua participação nas exportações brasileiras só vem caindo. Vamos aos números. Perdoe,
leitor, sei que cansam, mas às vezes são inevitáveis e, neste caso, imprescindíveis.

1 – Entre 1997 e 2000 representavam 13% das nossas exportações totais.
2 – De 2006 a 2007 a participação caiu para 8%, em média.
3 – No ano passado, ainda representou 8,9%.

Agora, fique atento. Nos quatro primeiros meses deste ano, recuou para 7%. Não é porque o Brasil exportou mais para outros mercados – ao contrário, exportou menos. É que a Argentina passou a nos trocar pela China e por outros parceiros mais interessantes.

É mais do que justo que a Argentina se aproxime da China, um parceiro novo e promissor, e se afaste do Brasil, que já deu o que pode dar. Ela está defendendo seus interesses. Concordo. Mas, e os nossos, onde ficam? Vamos continuar amarrados ao Mercosul, enquanto a Argentina não nos faz nenhuma concessão? Vamos continuar não podendo fechar acordos com outros países sem a aquiescência do Mercosul? Ora, está na hora de “virar a mesa”e acabar com isso.

PRESIDENTE, VAMOS MUDAR?
Nós até poderemos conviver com menos comércio, mas jamais podemos continuar impedidos de fazer acordos com quem atender aos nossos interesses sem ter de “pedir autorização” a esse Mercosul agonizante. Está lá, escrito nos estatutos! Não podemos continuar dependendo da Argentina, que com frequência está contra nós na OMC e em outros fóruns internacionais. O Mercosul, nos termos atuais, não ajuda nada, só atrapalha. O acordo que se discute com a União Europeia se arrasta sabem há quanto tempo? Mais de 10 anos!

Ora, sr. presidente. Vamos dar um chega pra lá nisso? Não querem importar mais? Muito bem, mas não encham, vão cuidar da vida. Podemos até ajudar, mas não atrapalhem. Vocês dançam um tango chorado e nós um sambinha gostoso com os Estados Unidos, a UE e a China e com quem mais quisermos. Foi o que fizeram o Chile, o México e outros países
sul-americanos.

VAMOS AOS BILATERAIS
Presidente, o senhor deve ordenar – sim, ordenar – ao Itamaraty que cumpra promessa feita há pelo menos dois anos, de iniciar e concluir rapidamente acordos bilaterais com outros países. E, se a Argentina, o Paraguai, o Uruguai reclamarem, é problema deles! Que se mude o acordo ou saímos dele. Ah! mas eles ainda são nosso terceiro parceiro comercial, senhor colunista! Sim, mas 70% do que importam vêm dos Estados Unidos, da China, da União Europeia e de outros países, informa o ministro Miguel Jorge.

Mas 95% das nossas exportações são de produtos industrializados, o ponto fraco do nosso comércio exterior! Sim, mas eles só importam porque precisam, seus empresários já estão entrosados com os nossos, uma linha comercial mais antiga e deixarão logo de importar quando a China oferecer condições, preço e crédito melhores.

OLHA O CHÁVEZ AÍ!
E, a propósito, sr. presidente, já imaginou o que pode acontecer se a Venezuela entrar mesmo no Mercosul? Será um deus nos acuda! O “generalíssimo” Chávez é capaz de perfilar as tropas na fronteira e ameaçar invadir o Brasil se fecharmos algum acordo com os EUA, o grande Satã do Norte. Sr. presidente, vamos refazer esse Mercosul, pois esse que está aí não interessa mais ao Brasil.

1198) Sistema monetario internacional: trabalho publicado

Meu mais recente trabalho publicado:

Falácias acadêmicas, 10: mitos sobre o sistema monetário internacional
Brasília, 23 junho 2009, 9 p. Décimo artigo da série especial, sobre a fragilidade das recomendações pretensamente keynesianas a partir da crise econômica internacional.

Espaço Acadêmico, vol. 9, n. 98, julho 2009, p. 15-21

Citação ABNT:
ALMEIDA, P. Falácias acadêmicas, 10: mitos sobre o sistema monetário internacional. Revista Espaço Acadêmico, Brasil, 9 jun. 2009. Disponível em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/7445/4364. Acesso em: 06 jul. 2009.

Esse ensaio faz parte de uma série, como indica o seu nome, Falácias Acadêmicas, cujos títulos elaborados até aqui podem ser conferidos neste link.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

1197) Limmericks...

Nada como revisitar velhos posts. A gente descobre coisas das quais já se tinha esquecido, como est post de 4 de Fevereiro de 2007, por exemplo:

697) Limmericks...

Reproduzo-o aqui, por mero deleite literário.

Como sabem muitos (mas nem todos), “limmericks” é uma forma de expressão poética contendo algum ensinamento prosaico, ou mesmo um divertimento passageiro, organizada em cinco estrofes, que sempre combina duas rimas na forma aabba.
Não sei se tenho jeito para essas coisas, mas vou tentar arriscar...

Honestidade intelectual

Honrar a palavra dada
Recusar a verdade revelada
Ser, no equilíbrio, um cético
Manter comportamento ético
É a que aspiro, antes de mais nada

Projeto de vida

Ampliar conhecimento
É o meu empreendimento
Propagar sabedoria
Distribuir benfeitoria
Eu vivo para esse invento...


Imediatamente recebi um comentário, do qual, infelizmente só vim a tomar conhecimento nesta data, 06.07.2009:

Blogger ☆ MJ disse...

aparentemente você leva jeito sim para isso =)

seu blog ajuda e muito a me informar

espero no futuro ser nada mais nada menos do que você é no presente =)
seu currículo é o meu sonho!
parabéns!

Quarta-feira, Fevereiro 07, 2007 8:40:00 AM

1196) O medidor da "maldade": viajando pelos Estados vilões

A Folha de São Paulo deste domingo 5 de julho de 2009, trouxe, na última página do seu caderno "Mais", uma matéria com o escritor e viajante Tony Wheeler, fundador da editora de guias de viagens Lonely Planet, e autor do recentemente publicado "Bad Lands", um livro de viagens sobre os "estados-violões", assim chamados (rogue States, no original) por terem sido enquadrados pela doutrina Bush no "eixo do mal". Pois bem vejamos o que é o seu

Medidor da Maldade
Trata-se de um "malignômetro" pelo qual Tony Wheeler combina quatro quesitos para avaliar o potencial maléfico de certos países, todos os estados-vilões que ele visitou e que constam do seu livro (que não conheço ainda).
Esses critérios são:
1) Maus tratos a seus cidadãos, de 0 a 3
2) Envolvimento com o terrorismo, de 0 a 3
3) Ameaça a outros países, de o a 3
4) Culto à personalidade dos líderes, de 0 a 1

Com base nesses critérios, ele sai distribuindo pontos aos países que visitou, resultando na seguinte lista da "maldade"

1) Coréia do Norte, campeã absoluta, com 7 pontos redondos, mas o livro está defasado, pois dá apenas um ponto para "ameaça a outros países", quando talvez ela merecesse 3 atualmente, o que elevaria o total a 9

2) Iraque, com 6 pontos, mas o autor está completamente defasado, pois dá 3 pontos para "ameaça a outros países", quando as invasões e guerras com Irã e Kwait já fazem parte do passado e provavelmente não voltarão a ocorrer. De fato, uma nota confirma que se tratava do Iraque sob Saddam Hussein, mas um guia de viagens tem por obrigação ver não o passado, mas o presente e as perspectivas imediatas.

3) Irã, com 5 pontos, sendo 2 por envolvimento com o terrorismo. Uma nota diz que o país merece meio ponto extra pelo decreto religioso contra o escritor Salman Rushdie.

4) Afeganistão e Líbia, empatados com 4,5 pontos, mas a Líbia ganha dois por envolvimento com o terrorismo, quando aparentemente ela renunciou a esse apoio (mas, nunca se sabe...). Quanto ao Afeganistão, se tratava do país sob o regime talebã, mas aparentemente a vida não melhorou muito desde então, apenas se mudou a direção do país.

5) Arábia Saudita, com 4 pontos, mas pode-se questionar os critérios do autor: 2 pontos são por maus-tratos aos cidadão, eu diria claramente às mulheres, e mais 2 por envolvimento com o terrorismo, o que obviamente não é de responsabilidade da monarquia reinante, que deveria ser condenada por atraso monumental nos temas civis e políticos, reacionarismo educacional, fundamentalismo religioso, desrespeito aos direitos do homem, especificamente quanto à liberdade religiosa.

6) Albânia, com 3 pontos, embora uma nota precise que "especialmente sob o regime Enver Hoxha, da qual ainda não se recuperou totalmente. Se posso acrescentar algo, é que o país precisa ser visto de modo totalmente diferente. Antes, se tratava de um totalitarismo comunista miserável para o seu próprio povo, mas aparentemente ordeiro. Depois, mergulhou no caos das máfias criminosas, envolvidas com tráfico ilegal de pessoas, drogas, armas, enfim, um prato cheio para filmes de Hollywood.

7) Mianmar, com 2,5 pontos, sendo 2 por maus tratos aos seus cidadãos (deveria ser 3 inteiros, ou talvez mais).

8) Cuba, com apenas 1,5 ponto por maus tratos aos seus cidadãos. Acho que o autor só ficou nas praias cubanas, pois se tivesse conversado mais com a população local talvez aumentaria os pontos nesse quesito. Ele não dá nenhum ponto por culto à personalidade, dizendo que tem mais fotos de Ché Guevara do que de Fidel Castro. A questão não é essa: é que a ilha é uma fazenda pessoal dos Castros, que comandam o processo político e a vida pessoal dos cubanos com mão-de-ferro, nos últimos 50 anos.

Enfim, o livro pode dar ideias a outros para fazerem seus próprios indicadores de "malignidade" de certos governos...

ALiás, já existe um Index dos Estados Falidos, na Fund for Peace, do qual falarei oportunamente. Os interessados podem buscar o
Index of Failed States, neste link.
Não se assustem...

1195) O melhor livro de relacoes internacionais da decada

What is the best international relations book of the decade?
Daniel Drezner
Foreign Policy, Wed, 07/01/2009

The International Studies Association announces a book contest:

The International Studies Best Book of the Decade Award honors the best book published in international studies over the last decade. In order to be selected, the winning book must be a single book (edited volumes will not be considered) that has already had or shows the greatest promise of having a broad impact on the field of international studies over many years. Only books of this broad scope, originality, and interdisciplinary significance should be nominated.

Hmmm.... which books published between 2000 and 2009 should be on the short list? This merits some thought, but the again, this is a blog post, so the following choices are the first five books that came to mind:

John J. Mearsheimer, The Tragedy of Great Power Politics (2001)
G. John Ikenberry, After Victory (2001).
Mia Bloom, Dying to Kill (2003)
Raghuram Rajan and Luigi Zingales, Savng Capitalism from the Capitalists (2003).
Gregory Clark, A Farewell to Alms (2007).
I don't agree with everything in these books -- but they linger the most in the cerebral cortex.

So, dear readers, which books do you think are worthy of consideration for this award?

sábado, 4 de julho de 2009

1194) Um debate sobre a educacao

Reproduzo abaixo as quatro etapas de um debate, involuntário, que um leitor de um dos meus artigos provocou recentemente.
O artigo em questão se chama "O afundamento da educação no Brasil", e pode ser lido neste link.

Reproduzo abaixo as quatro etapas do "debate".

1) On Wednesday, June 24, 2009, at 12:42PM, "Victor MP" wrote:

A despeito de minha divergência com a opinião do autor, gostaria de perguntar porque a sociologia afundaria o ensino? sobre o incentivo do "conflito que já deveria estar na lata do lixo", deveria mas não está! ele está só velado e o sr como diplomata deveria saber disso! Quanto a ler ou não Marx, pode até ser que não sejam a maioria, mas existem os que lêem!


2) Minha resposta, na mesma data:

2009/6/24 Paulo R. Almeida:

Grato por escrever-me, mas sinceramente, nao consegui entender a razao de sua pergunta a mim e as demais referencias. Suponho que se refira a algum texto meu, mas nao consigo determinar os parametros dessa discussao. Agradeceria esclarecimentos.
Eu falei do afundamento do ensino no Brasil por uma serie de razoes, nao apenas por isso. Em lugar de se concentrar o foco no ensino da lingua nacional, matematicas e ciencias elementares, ficam inventando coisas que so podem prejudicar a formacao dos jovens.
De fato, sou contra a obrigatoriedade do ensino de filosofia e de sociologia no ensino medio. Acredito que deveria ficar como materias opcionais, como outras. O Brasil tem a mania de fazer tudo obrigatorio, o que simplesmente conforma reservas de mercado injustificaveis.
Cordialmente,
----------------------
Paulo Roberto de Almeida


3) Novo comentário de meu correspondente:

On 04/07/2009, at 11:19, Victor MP wrote:

Eu escrevi porque li o texto do Sr. na Revista Espaço acadêmico, não concordo que devam ser priorizadas as "matemáticas" por exemplo, talvez se começassem a ensinar a história como deve ser ensinada desde o princípio (sem falsos heróis por exemplo!), a geografia ensinada de outra forma (aplicada, seria muito mais útil se fosse ensinado por exemplo como é feita a previsão climática), mesmo a matemática poderia ser muito mais interessante. As exigências do mercado não podem ser a única direção para a educação! Do jeito que o Sr. Dr. colocou parece que a entidade "mercado" não deseja formar somente trabalhadores!
As duas visões que o senhor cita, de fato se contrapõem! Pode até ser que possam ser harmonizadas, mas a educação tem um papel importante nisso! A Educação do Brasil se deteriora não pela obrigatoriedade de disciplinas, mas pela forma que são lecionadas as disciplinas. Além disso, programas que pretendiam mudar a educação como a Escola Plural sofrem mais críticas do que recebem o apoio que deveriam receber! Temos vários pedagogos famosos como Paulo Freire, Lauro de Oliveira Lima, dentre outros que são simplesmente ignorados pelos professores, que só pensam no baixo salário (que nem é tão baixo em relação ao resto dos profissionais), dizem que trabalham em casa planejando aulas, corrigindo provas, etc; mas qual profissional pode se gabar de não levar nenhum trabalho pra casa!? A educação se deteriora é pela postura dos profissionais e políticos e não porque existem disciplinas demais! Inclusive pq quem aprende línguas por exemplo é pq faz curso fora da escola (raramente aprende na escola - principalmente se for pública e em um turno só!), então pq não oferecer estas disciplinas nas escolas públicas em um outro turno, mas oferecê-las com a qualidade que é oferecida por cursos de fora!?
Sobre a citada teoria da jabuticaba, queria observar que alguns problemas só aparecem aqui no Brasil! seja qual seja a desculpa ou justificativa que encontrem para tal: políticos corruptos, povo ignorante, coisas do tipo! Inovações às vezes são muito bem vindas, pois se o problema da Educação não foi resolvido é pq ainda exige que algo seja feito ou criado! O problema da Educação é um problema mundial, mesmo nos países onde não existem analfabetos! Porque educação não é só aprender a ler e escrever e fazer contas! Educação é ensinar a pensar principalmente (é claro que isso a pessoa vai aprender ao longo da vida, mas a filosofia e sociologia podem ajudar nisso com certeza!).
Programas como o Bolsa Família e Bolsa escola, mesmo sendo (individualmente) uma quantia muito pequena, permitem que as crianças e adolescentes frequentem as escolas, oferecem cursos profissionalizantes, acompanham a saúde dos bolsistas, dentre outras coisas é uma inovação bem vinda, mesmo tendo um carater assistencialista realmente melhora a vida das pessoas! Concordo que colocar estudos afro-brasileiros é demais! (inclusive pq isso pode estar inserido na disciplina de sociologia). Pq os estudos são Brasileiros (já que somos todos mistura!).Concordo também com o Sr. que uma reserva de mercado para jornalista é bizarra, mas a profissão foi criada em nosso país na época das ditaduras, para que fossem tirados do currículos os conteúdos de filosofia e sociologia por exemplo, ou seja a reserva é resquício desse tempo. Infelizmente os problemas que o Sr. " confrontos classistas e raciais que já deveriam estar na lata de lixo da história", não estão na lata de lixo e a função dos cientistas sociais é justamente alertar para estas questões! Marx não tem uma visão ultrapassada do mundo, inclusive PQ no seu livro mais importante "O Capital" ele analisa o Capitalismo e não prega o socialismo, e as análises feitas por ele das iniquidades do modo de produção capitalista estão tão atuais que chegam a ser assustadoras! E eu não sou um marxista, mas estou longe de ser também um liberal!
Desculpe-me qualquer coisa, não gosto dos problemas, mas gosto da discussão que provoca, pois alimenta o cérebro com idéias que podem ser úteis para uma solução. Um abraço
Victor (Cientista Social)


4) Minha resposta nesta data (4.06.2009):

Caro Victor,
Grato pelos esclarecimentos e pelos comentarios. Agora sei que voce comentava meu artigo sobre o "afundamento" da educacao no Brasil (que continua, a despeito de esforços do ministro da Educacao).
Se voce nao concorda em que sejam priorizadas as tres areas fundamentais em qualquer ensino de qualquer pais em qualquer epoca -- lingua nacional, matematicas e ciencias elementares -- você está ipso facto concordando nao apenas com o afundamento da educacao no Brasil, como com o afundamento do proprio Brasil.
Nao vou me alongar em argumentos, mas se voce pesquisar historia economica mundial, verá que os povos desfrutando de maior prosperidade material (que costuma vir junto com liberdades, democracia, seguranca, esperanca de vida, etc), sao justamente aqueles mais educados, independentemente dos recursos naturais, localizacao geografica, cor da pele ou religiao.
Prosperidade material se constroi com excelentes recursos humanos, ou seja boa qualidade da educacao e produtividade da mao de obra, refletida na inovacao tecnologica, competitividade, etc.
Nao vou comentar os demais pontos, pois voce parece concordar comigo.
Mas se nao concordar no essencial, lamento por voce, pois voce continuará contribuindo, mesmo involuntariamente, para o afundamento da educacao e do proprio Brasil, ou pelo menos mantendo o pais em ritmo de baixo crescimento, desigualdade, incapacidade inovadora e perspectivas muito lentas de melhorias sociais e materiais.

Quanto a Marx, acho que voce sobredimensiona as qualidades de sua contribuicao, como milhares de outros, alias. Ele foi um filosofo social importante, influente, mas suas analises do capitalismo sao falhas, e suas prescricoes para a superacao do capitalismo foram mais falhas ainda. Se ele tivesse razao, a Uniao Sovietica nao teria desaparecido e todos os paises socialistas que existiram seriam grandes potencias economicas, e nao a miseria material e humana que foram (e por isso mesmo desapareceram).
O melhor teste das teorias é a realidade.
O Brasil nao passa em varios testes, a comecar pela educacao...
-------------
Paulo Roberto de Almeida

(por enquanto é isto...)

1193) PIB por paridade de poder de compra dos paises

Como diz este verbete da Wikipedia (uma fonte tão distorcida, ou tão confiável quanto outras, segundo estudos conduzidos até aqui), o PIB por paridade de poder de compra (PPP na sigla em ingês) dos países pode ser uma medida mais realista da "prosperidade" relativa dos habitantes desses países, uma vez que leva em conta dados relativos a inflação e custo de vida nesses países, e não apenas a conversão nominal do seu valor agregado em dólares correntes, segundo as taxas de câmbio do momento (que podem ser tão distorcidas quanto determinados preços subsidiados).
Nas três estimações, FMI, Banco Mundial e CIA, o Brasil aparece em nono lugar. Selecionei apenas os vinte primeiros lugares, mas a lista completa pode ser consultada no link abaixo indicado.

Abaixo, portanto, um artigo da Wikipedia sobre o assunto, recomendando consulta ao site, neste link, para apreciar as três tabelas completas.

List of countries by GDP (PPP)
Wikipedia, the free encyclopedia (acesso em 4.07.2009)

There are three lists of countries of the world sorted by their gross domestic product (GDP) (the value of all final goods and services produced within a nation in a given year). The GDP dollar estimates given on this page are derived from purchasing power parity (PPP) calculations. Using a PPP basis is arguably more useful when comparing generalized differences in living standards on the whole between nations because PPP takes into account the relative cost of living and the inflation rates of the countries, rather than using just exchange rates which may distort the real differences in income. However, economies do self-adjust to currency changes over time, and technology intensive and luxury goods, raw materials and energy prices are mostly unaffected by difference in currency (the latter more by subsidies), despite being critical to national development, therefore, the sales of foreign apparel or gasoline per liter in China is more accurately measured by the nominal figure, but everyday food and haircuts by PPP.

Several economies which are not considered to be countries (world, EU, and some dependent territories) are included in the list because they appear in the sources. These economies are not ranked in the charts here, but are listed in sequence by GDP for comparison.

* The first table includes data for the year 2008 for 179 of the current 185 International Monetary Fund members and the Republic of China (Taiwan), as well as for the following unranked entities: the European Union, China's Hong Kong Special Administrative Region, and the world. Data are in millions of international dollars and were calculated by the International Monetary Fund. Figures were published in April 2009.
* The second table includes data for the year 2007 for 178 of the 193 currently recognized sovereign nations, the two Chinese Special Administrative Regions (Hong Kong and Macau), and for the unranked entities of the world and the Eurozone. Data are in millions of international dollars (rounded to the nearest 100 million) and were compiled by the World Bank. Figures were published in April 2009.
* The third table is a tabulation of the CIA World Factbook GDP PPP data update of 2008. The data for GDP at purchasing power parity (PPP) have also been rebased using the new ICP price surveys and extrapolated to 2007. Final figures are estimates in millions of international dollars.

List by the International Monetary Fund (2008)
Rank Country GDP (PPP) $M
World 68,996,849
European Union 15,247,163
1 United States 14,264,600
2 China 7,916,4291
3 Japan 4,354,368
4 India 3,288,345
5 Germany 2,910,490
6 Russia 2,260,907
7 United Kingdom 2,230,549
8 France 2,130,383
9 Brazil 1,981,207
10 Italy 1,814,557
11 Mexico 1,548,007
12 Spain 1,396,881
13 South Korea 1,342,338
14 Canada 1,303,234
15 Turkey 915,184
16 Indonesia 908,242
17 Iran 819,799
18 Australia 795,305
19 China (Taiwan) 711,418
20 Netherlands 675,375


List by the World Bank (2007)
World 65,973,053
United States 13,751,400
Eurozone 10,611,658
2 China 7,096,671
3 Japan 4,297,171
4 India 3,096,867
5 Germany 2,830,135
6 United Kingdom 2,142,959
7 Russia 2,087,449
8 France 2,077,952
9 Brazil 1,832,983
10 Italy 1,802,177
11 Mexico 1,484,919
12 Spain 1,416,361
13 South Korea 1,201,770
14 Canada 1,180,948
15 Turkey 1,028,897
16 Indonesia 837,612
17 Iran 778,035
18 Australia 733,904
19 Netherlands 633,854
20 Poland 609,420

List by the CIA World Factbook (2008)
World 69,490,000
European Union 14,820,000
1 United States 14,290,000
2 China 7,800,000
3 Japan 4,348,000
4 India 3,267,000
5 Germany 2,863,000
6 United Kingdom 2,231,000
7 Russia 2,225,000
8 France 2,097,000
9 Brazil 1,990,000
10 Italy 1,821,000
11 Mexico 1,559,000
12 Spain 1,378,000
13 Canada 1,307,000
14 South Korea 1,278,000
15 Indonesia 915,900
16 Turkey 906,500
17 Iran 842,000
18 Australia 800,500
19 China (Taiwan) 738,800
20 Netherlands 670,200

Para a lista completa ver o link já indicado.
O mesmo verbete apresenta links para os seguintes temas correlacionados:
* List of countries by GDP (nominal)
* List of countries by GDP growth
* List of countries by GDP (PPP) per capita
* List of countries by GDP (nominal) per capita
* List of countries by Human Development Index

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...