Bem, eu sabia que a situação educacional no Brasil era ruim, só não sabia que era tão grave. Os dados abaixo, de um estudo do Ipea, revelam a falência completa da sociedade brasileira (disse sociedade, e não apenas o governo) em resolver o mais elementar serviço básico de qualquer país que se pretenda civilizado.
Infelizmente, tenho de concluir que o Brasil ainda não é um país civilizado...
Juventude e políticas sociais no Brasil
Ipea, 2009
Fracasso escolar
Jovens entre 15 e 17 anos que frequentam o ensino médio: 48%
Não concluíram o ensino fundamental: 44%
Estão fora da escola: 18%
Poucos chegam à universidade
Jovens entre 18 e 24 anos que frequentam a escola: 31%
Estão no ensino superior: 13%
Jovens analfabetos
De 15 a 17 anos: 1,7%
De 18 a 24 anos: 2,4%
De 25 a 29 anos: 4,3%
Qualidade da ocupação
Percentual de trabalhadores sem carteira assinada:
De 18 a 24 anos: 50%
De 25 a 29 anos: 30%
Transcritas essas estatísticas, eu me permitiria acrescentar o seguinte: o percentual de jovens universitários (13% apenas, da faixa etária de 18 a 24 anos, os anos "corretos", digamos) é ridículo, mas ele seria ainda mais deplorável se dependêssemos apenas das universidades públicas, posto que não se deve esquecer que mais de 80% das vagas universitárias no Brasil são oferecidas por universidades privadas, muitas das quais são desprezadas por pedagogos do MEC que as acusam de serem fábricas de diplomas.
Sem elas, o percentual de universitários no Brasil seria provavelmente inferior a 5% da correspondente faixa etária.
Acho que em algum momento o Brasil falhou, e falhou terrivelmente.
Eu coloco essa falha entre os anos 1970 e agora. O pior é que ainda não conseguimos corrigir esse problema.
No máximo colocamos 98% das crianças de sete anos no PRIMEIRO ano primário, depois essa proporção vai diminuindo até chegar a menos da metada no fundamental completo.
Isso 150 anos depois que os países mais avançados já tinha resolvido no essencial o problema quantitativo da escolarização.
Nada preciso acrescentar da qualidade da educação.
Sinto muito repetir, mas o Brasil é um país fracassado, uma nação falida no plano educacional, uma terra ingrata para os seus cidadãos...
Paulo Roberto de Almeida (20.01.2010)
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
1721) Forum Social Mundial: traindo seus proprios principios
Ou o FSM se debate com uma crise severa, falta de recursos, insolvência temporária ou coisas do gênero, ou então seus responsáveis não exibem o mínimo respeito pelos seus princípios fundadores.
Sim, segundo se lê em sua Carta de Princípios (de 2001):
"5. O Fórum Social Mundial reúne e articula SOMENTE entidades e movimentos da sociedade civil de todos os países do mundo, mas não pretende ser uma instância representativa da sociedade civil mundial."
Sublinho somente, porque em Português (aliás, em qualquer língua) somente quer dizer somente, ponto. Ou seja, exclusivamente, apenas, ou equivalentes do gênero, o que a rigor excluiria não apenas a participação de representantes de governos, como também o recebimento de apoio financeiro de governos, o que comprometeria a sua independência, e a própria condição de entidade representativa da sociedade civil.
Excluir representantes de governos não quer dizer impedir figuras políticas de participar, mas apenas e tão somente em sua condição de indivíduos, não enquanto responsáveis governamentais. Alguém acredita que isso ocorrerá?
Quando Hugo Chávez organizou, recebeu, participou de eventos anteriores do FSM ele o fez em sua condição de cidadão, ou de líder de um país? Acho que não preciso responder.
Acredito que esses encontros do FSM receberão farto aporte de recursos públicos.
O mínimo que o pessoal organizador do FSM poderia fazer seria detalhar os apoios, em total transparência, sob risco de perder credibilidade.
Fórum Social Mundial terá edição temática na Bahia
Agência Estado, quarta-feira, 20 de janeiro de 2010, 13:00
Evento terá uma programação distinta da edição de Porto Alegre; organização espera 30 mil participantes
SÃO PAULO - O Fórum Social Mundial (FSM) terá uma edição temática na Bahia este ano, entre os dias 29 e 31, que ocorrerá após o evento tradicional em Porto Alegre, que será entre os dias 25 e 29. Um total de 20 chefes de governo da América Latina e África é esperado durante os três dias de debates. Além das agendas próprias, os eventos baiano e gaúcho discutirão temas comuns, que serão levados para o FSM unificado em Dacar, no Senegal, em 2011.
Com o tema "Da Bahia a Dacar: enfrentar a crise com integração, desenvolvimento e soberania", a organização do evento em Salvador prevê a participação de vários ministros, como Tarso Genro (Justiça), Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência da República), Carlos Luppi (Trabalho), Carlos Minc (Meio Ambiente), Paulo Vannucchi (Secretaria Especial de Direitos Humanos), Fernando Haddad (Educação), além de personalidades como o escritor Paul Singer, o ex-prefeito de Londres Ken Livingston, o sociólogo norte-americano Immanuel Wallerstein, entre outros.
É esperada também a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 30. Cerca de 30 mil pessoas devem participar do 1º Fórum Social Mundial Temático da Bahia (FSMT-BA), segundo a organização do evento. O FSM faz dez anos em 2010 e ocorrerá de forma descentralizada em pelo menos 27 eventos regionais, nacionais e locais espalhadas pelo mundo ao longo do ano.
O evento de Porto Alegre abre a agenda com o tema "Fórum Social 10 Anos: Grande Porto Alegre", um congresso regional que terá mais de 500 atividades descentralizadas na capital gaúcha e em Gravataí, Canoas, São Leopoldo e Sapiranga, na região metropolitana de Porto Alegre, e Novo Hamburgo, no Vale do Rio dos Sinos.
Sim, segundo se lê em sua Carta de Princípios (de 2001):
"5. O Fórum Social Mundial reúne e articula SOMENTE entidades e movimentos da sociedade civil de todos os países do mundo, mas não pretende ser uma instância representativa da sociedade civil mundial."
Sublinho somente, porque em Português (aliás, em qualquer língua) somente quer dizer somente, ponto. Ou seja, exclusivamente, apenas, ou equivalentes do gênero, o que a rigor excluiria não apenas a participação de representantes de governos, como também o recebimento de apoio financeiro de governos, o que comprometeria a sua independência, e a própria condição de entidade representativa da sociedade civil.
Excluir representantes de governos não quer dizer impedir figuras políticas de participar, mas apenas e tão somente em sua condição de indivíduos, não enquanto responsáveis governamentais. Alguém acredita que isso ocorrerá?
Quando Hugo Chávez organizou, recebeu, participou de eventos anteriores do FSM ele o fez em sua condição de cidadão, ou de líder de um país? Acho que não preciso responder.
Acredito que esses encontros do FSM receberão farto aporte de recursos públicos.
O mínimo que o pessoal organizador do FSM poderia fazer seria detalhar os apoios, em total transparência, sob risco de perder credibilidade.
Fórum Social Mundial terá edição temática na Bahia
Agência Estado, quarta-feira, 20 de janeiro de 2010, 13:00
Evento terá uma programação distinta da edição de Porto Alegre; organização espera 30 mil participantes
SÃO PAULO - O Fórum Social Mundial (FSM) terá uma edição temática na Bahia este ano, entre os dias 29 e 31, que ocorrerá após o evento tradicional em Porto Alegre, que será entre os dias 25 e 29. Um total de 20 chefes de governo da América Latina e África é esperado durante os três dias de debates. Além das agendas próprias, os eventos baiano e gaúcho discutirão temas comuns, que serão levados para o FSM unificado em Dacar, no Senegal, em 2011.
Com o tema "Da Bahia a Dacar: enfrentar a crise com integração, desenvolvimento e soberania", a organização do evento em Salvador prevê a participação de vários ministros, como Tarso Genro (Justiça), Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência da República), Carlos Luppi (Trabalho), Carlos Minc (Meio Ambiente), Paulo Vannucchi (Secretaria Especial de Direitos Humanos), Fernando Haddad (Educação), além de personalidades como o escritor Paul Singer, o ex-prefeito de Londres Ken Livingston, o sociólogo norte-americano Immanuel Wallerstein, entre outros.
É esperada também a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 30. Cerca de 30 mil pessoas devem participar do 1º Fórum Social Mundial Temático da Bahia (FSMT-BA), segundo a organização do evento. O FSM faz dez anos em 2010 e ocorrerá de forma descentralizada em pelo menos 27 eventos regionais, nacionais e locais espalhadas pelo mundo ao longo do ano.
O evento de Porto Alegre abre a agenda com o tema "Fórum Social 10 Anos: Grande Porto Alegre", um congresso regional que terá mais de 500 atividades descentralizadas na capital gaúcha e em Gravataí, Canoas, São Leopoldo e Sapiranga, na região metropolitana de Porto Alegre, e Novo Hamburgo, no Vale do Rio dos Sinos.
1720) Exportacoes: governo preocupado com deficit
Se o governo está de fato preocupado, em lugar de manipulações cambiais e novos prêmios fiscais aos exportadores (acompanhados, geralmente, de mais protecionismo setorial, com aumento de barreiras tarifárias e não-tarifárias à importação de bens), deveria mirar os reais fatores de competividade do fabricante brasileiro.
O empresário brasileiro não consegue exportar, não por ser incompetente, preguiçoso, ou despreparado.
Não, ele não consegue competir por estar literalmente soterrado por uma montanha de impostos, taxas, contribuições, enfim, uma enorme carga fiscal à qual se acrescentam custos logísticos e ineficiência administrativa, de modo amplo. Ora, isto é de responsabilidade exclusiva do próprio governo.
O governo brasileiro deveria começar eliminando suas próprias ineficiências e o custo absurdo que ele impõe a empresários e a particulares. Essa seria a maneira correta de resolver o problema.
Aposto, porém, que o governo vai fazer um pouco de tudo o que apontei acima, ou seja, manipulações e "prêmios", menos corrigir suas próprias debilidades. Querem apostar?
Paulo Roberto de Almeida (20.01.2010)
Comércio exterior: Lula pede plano para recuperar exportações
Sergio Leo, de Brasília
Valor Econômico, 20/01/2010
Presidente está preocupado com resultado da balança neste começo do ano e cobra ministros
Preocupado com a queda nos resultados do comércio exterior, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou aos ministros do Desenvolvimento, Miguel Jorge, e da Fazenda, Guido Mantega, uma estratégia para recuperar as exportações brasileiras. Nesta semana, Miguel Jorge começou a discutir as medidas com a equipe do próprio ministério, e, por sugestão de Lula, deve convidar empresários para participar da definição da nova estratégia. O ministério já defende uma proposta do setor têxtil, de mudar o regime Simples para empresas exportadoras, e teme que, sem medidas de impacto, o país consolide em 2011 saldos negativos na conta de comércio.
Na avaliação dos técnicos do Ministério do Desenvolvimento, o déficit registrado nas duas primeiras semanas de janeiro, de US$ 967 milhões, fortemente influenciado pela conta de petróleo, com nenhum embarque e volumosas importações, não indica ainda qual será a tendência da balança comercial de 2010. No ano passado, o movimento do comércio exterior também foi negativo no início do ano, período de entressafra e de redução de atividade econômica, agravado pelos efeitos da crise, mas se recuperou gradualmente.
O que preocupa o ministério, porém, é a forte perda de mercados externos, devido à maior competição externa e à retração dos exportadores brasileiros. Se o país não recuperar rapidamente os mercados perdidos no ano passado, quando as exportações para a América Latina caíram 32% e os embarques para os Estados Unidos mais de 42%, terá dificuldade em voltar a vender no exterior em volume semelhante ao que vendia antes da crise financeira. Essa é avaliação de uma das autoridades do governo envolvidas na discussão interna sobre a balança comercial.
Mais que criar novos instrumentos, o que o Ministério do Desenvolvimento defende é a aplicação e ampliação dos já existentes, de maneira mais eficiente. Nos próximos dias, o Ministério da Fazenda deve editar medida para eliminar dificuldades encontradas pelos empresários no uso do mecanismo de drawback, pelo qual os exportadores compram sem impostos os insumos usados na produção de mercadorias para exportação.
Na opinião de Miguel Jorge, a prioridade do governo deve ir para a redução da carga tributária que pesa indevidamente sobre exportações, e na melhoria das condições de logística, de portos, estradas e energia. Técnicos do ministério avaliam, porém, que o efeito do real sobrevalorizado é o obstáculo às exportações que, retirado, tem condições de produzir resultados mais rápidos sobre a competitividade dos produtos brasileiros no exterior. Mas sobre esse ponto não há nenhuma proposta ainda em debate no governo.
As notícias de reversão na tendência de valorização do real, divulgadas ontem pelo Valor, não animam o Ministério do Desenvolvimento, porque, sem alterações significativas no cenário econômico, o dólar deve chegar a 2011 ainda bem abaixo de R$ 2,00 ou R$ 2,10, o nível considerado aceitável pelos técnicos.
Uma das principais linhas de ação do Ministério do Desenvolvimento é a redução dos créditos devidos aos exportadores, por causa da cobrança indevida de impostos. Estimativas não oficiais indicam a retenção de pelo menos R$ 20 bilhões em impostos cobrados de forma imprópia dos exportadores.
Hoje, na primeira reunião do ano do Confaz, que agrega os secretários estaduais de Fazenda, o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, assina convênio para facilitar o uso das informações de comércio exterior na tributação das empresas. Além de criar mecanismos para ajustar as regras federais ao controle tributário feito pelas secretarias estaduais, o governo quer abrir caminho para isentar automaticamente de ICMS os insumos de mercadorias destinadas à importação. Hoje, os regimes especiais de exportação isentam os exportadores de impostos federais, o IPI e a Cofins.
A intenção do governo federal é aumentar, nos Estados, o uso dos mecanismos de drawback que permitem a compra, sem impostos, no mercado interno, de matéria-prima, partes e peças para mercadorias destinadas à exportação. Segundo avaliação do Ministério do Desenvolvimento, o meio mais eficaz de evitar o acúmulo de créditos tributários é criar mecanismos automáticos de isenção, como o drawback, que evita a cobrança indevida dos impostos.
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) enviou ao ministério a sugestão de que micro e pequenas empresas possam abater as receitas com exportação da base de cálculo para enquadramento no sistema de tributação simplificada, o Simples. Hoje, para evitar cair no regime mais complexo de tributação, empresas pequenas evitam aumento de receita limitando o volume de exportações. O tema ainda terá de ser discutido com o Ministério da Fazenda, porém.
O presidente Lula deve se encontrar ainda em fevereiro com Miguel Jorge e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para decidir que medidas urgentes tomará contra a queda nos resultados do comércio exterior. Os técnicos do governo ainda acreditam em superávit no comércio exterior neste ano, mas temem um aumento maior que o esperado nas importações. Um dos grande inimigos do desempenho exportador é, também, o forte crescimento do mercado interno, que desestimula ainda mais as empresas menores a dirigir a produção para os mercados externos.
O empresário brasileiro não consegue exportar, não por ser incompetente, preguiçoso, ou despreparado.
Não, ele não consegue competir por estar literalmente soterrado por uma montanha de impostos, taxas, contribuições, enfim, uma enorme carga fiscal à qual se acrescentam custos logísticos e ineficiência administrativa, de modo amplo. Ora, isto é de responsabilidade exclusiva do próprio governo.
O governo brasileiro deveria começar eliminando suas próprias ineficiências e o custo absurdo que ele impõe a empresários e a particulares. Essa seria a maneira correta de resolver o problema.
Aposto, porém, que o governo vai fazer um pouco de tudo o que apontei acima, ou seja, manipulações e "prêmios", menos corrigir suas próprias debilidades. Querem apostar?
Paulo Roberto de Almeida (20.01.2010)
Comércio exterior: Lula pede plano para recuperar exportações
Sergio Leo, de Brasília
Valor Econômico, 20/01/2010
Presidente está preocupado com resultado da balança neste começo do ano e cobra ministros
Preocupado com a queda nos resultados do comércio exterior, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou aos ministros do Desenvolvimento, Miguel Jorge, e da Fazenda, Guido Mantega, uma estratégia para recuperar as exportações brasileiras. Nesta semana, Miguel Jorge começou a discutir as medidas com a equipe do próprio ministério, e, por sugestão de Lula, deve convidar empresários para participar da definição da nova estratégia. O ministério já defende uma proposta do setor têxtil, de mudar o regime Simples para empresas exportadoras, e teme que, sem medidas de impacto, o país consolide em 2011 saldos negativos na conta de comércio.
Na avaliação dos técnicos do Ministério do Desenvolvimento, o déficit registrado nas duas primeiras semanas de janeiro, de US$ 967 milhões, fortemente influenciado pela conta de petróleo, com nenhum embarque e volumosas importações, não indica ainda qual será a tendência da balança comercial de 2010. No ano passado, o movimento do comércio exterior também foi negativo no início do ano, período de entressafra e de redução de atividade econômica, agravado pelos efeitos da crise, mas se recuperou gradualmente.
O que preocupa o ministério, porém, é a forte perda de mercados externos, devido à maior competição externa e à retração dos exportadores brasileiros. Se o país não recuperar rapidamente os mercados perdidos no ano passado, quando as exportações para a América Latina caíram 32% e os embarques para os Estados Unidos mais de 42%, terá dificuldade em voltar a vender no exterior em volume semelhante ao que vendia antes da crise financeira. Essa é avaliação de uma das autoridades do governo envolvidas na discussão interna sobre a balança comercial.
Mais que criar novos instrumentos, o que o Ministério do Desenvolvimento defende é a aplicação e ampliação dos já existentes, de maneira mais eficiente. Nos próximos dias, o Ministério da Fazenda deve editar medida para eliminar dificuldades encontradas pelos empresários no uso do mecanismo de drawback, pelo qual os exportadores compram sem impostos os insumos usados na produção de mercadorias para exportação.
Na opinião de Miguel Jorge, a prioridade do governo deve ir para a redução da carga tributária que pesa indevidamente sobre exportações, e na melhoria das condições de logística, de portos, estradas e energia. Técnicos do ministério avaliam, porém, que o efeito do real sobrevalorizado é o obstáculo às exportações que, retirado, tem condições de produzir resultados mais rápidos sobre a competitividade dos produtos brasileiros no exterior. Mas sobre esse ponto não há nenhuma proposta ainda em debate no governo.
As notícias de reversão na tendência de valorização do real, divulgadas ontem pelo Valor, não animam o Ministério do Desenvolvimento, porque, sem alterações significativas no cenário econômico, o dólar deve chegar a 2011 ainda bem abaixo de R$ 2,00 ou R$ 2,10, o nível considerado aceitável pelos técnicos.
Uma das principais linhas de ação do Ministério do Desenvolvimento é a redução dos créditos devidos aos exportadores, por causa da cobrança indevida de impostos. Estimativas não oficiais indicam a retenção de pelo menos R$ 20 bilhões em impostos cobrados de forma imprópia dos exportadores.
Hoje, na primeira reunião do ano do Confaz, que agrega os secretários estaduais de Fazenda, o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, assina convênio para facilitar o uso das informações de comércio exterior na tributação das empresas. Além de criar mecanismos para ajustar as regras federais ao controle tributário feito pelas secretarias estaduais, o governo quer abrir caminho para isentar automaticamente de ICMS os insumos de mercadorias destinadas à importação. Hoje, os regimes especiais de exportação isentam os exportadores de impostos federais, o IPI e a Cofins.
A intenção do governo federal é aumentar, nos Estados, o uso dos mecanismos de drawback que permitem a compra, sem impostos, no mercado interno, de matéria-prima, partes e peças para mercadorias destinadas à exportação. Segundo avaliação do Ministério do Desenvolvimento, o meio mais eficaz de evitar o acúmulo de créditos tributários é criar mecanismos automáticos de isenção, como o drawback, que evita a cobrança indevida dos impostos.
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) enviou ao ministério a sugestão de que micro e pequenas empresas possam abater as receitas com exportação da base de cálculo para enquadramento no sistema de tributação simplificada, o Simples. Hoje, para evitar cair no regime mais complexo de tributação, empresas pequenas evitam aumento de receita limitando o volume de exportações. O tema ainda terá de ser discutido com o Ministério da Fazenda, porém.
O presidente Lula deve se encontrar ainda em fevereiro com Miguel Jorge e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para decidir que medidas urgentes tomará contra a queda nos resultados do comércio exterior. Os técnicos do governo ainda acreditam em superávit no comércio exterior neste ano, mas temem um aumento maior que o esperado nas importações. Um dos grande inimigos do desempenho exportador é, também, o forte crescimento do mercado interno, que desestimula ainda mais as empresas menores a dirigir a produção para os mercados externos.
1719) Equador, avante, para tras, na confusao
Uma cronica do conhecido jornalista cubano (vivendo em Madrid) sobre um livro do presidente do Equador, que revela o estado de confusão mental que tomou conta daquele país, aliás, de vários paises da América Latina...
Rafael Correa, recetario para un desastre
Carlos Alberto Montaner
Firmaspress, Enero 2, 2010
Rafael Correa, el presidente de Ecuador, acaba de publicar un libro. Lo llamó Ecuador: de Banana Republic a la No República. Supone que el país, bajo su mando, dejó de ser una república bananera, gobernada arbitrariamente en beneficio de una oligarquía deshonesta y del capital extranjero, para convertirse en otra cosa que no es, tampoco, una república tradicional con su separación y equilibrio de poderes, su constitución neutral y sus instituciones abiertas que propician los cambios suavemente al amparo tranquilo del Estado de Derecho.
En la solapa del libro Correa aporta sus notables credenciales académicas y declara su filiación ideológica. Dice ser un seguidor de la doctrina social de la Iglesia y de la hoy muy desacreditada teología de la liberación. Pero es en el texto, compuesto por artículos previamente publicados, donde encontramos las claves de su visión de los problemas de Ecuador. Es ahí donde comparece una abultada lista de malos a los que fustiga junto a los buenos a los que cita elogiosamente.
La lista de los villanos es muy extensa: prácticamente todos los presidentes que lo precedieron en el poder, los organismos internacionales de crédito, “la nefasta burocracia internacional y sus corifeos'', el mercado y “la mano invisible'' que lo guía, el Consenso de Washington, la independencia del Banco Central, la dolarización del país, el comercio libre internacional (el ALCA), la privatización, lo que llama “la larga y triste noche neoliberal'', las concesiones de los servicios a la empresa privada y la “tercerización'' o contratación a terceros para evitar cargas fiscales o presiones sindicales. En la página 64 manifiesta una intención que me parece encomiable: “Liberar al Estado de los grupos de poder que lo controlan''.
Sus héroes son el Estado, la teoría de la dependencia, la planificación, el gasto público, el dirigismo desarrollista, una moneda nacional que sirva para encajar las crisis y compensar la improductividad del país, Raúl Prebisch, J. M. Keynes, James Petras --un disparatado economista marxista radical--, las protecciones arancelarias para desarrollar la industria nacional, cierta conveniente inflación y hasta Facundo Cabral y Eduardo Galeano, como para poner cierta nota folclórica a un texto que es semiacadémico.
El libro tiene algunos errores impropios de un economista formado en Estados Unidos como, por ejemplo, afirmar que el gobierno de F. D. Roosevelt revocó el patrón oro en 1933, algo que sucedió, realmente, durante la administración de Richard Nixon varias décadas más tarde. Roosevelt lo que hizo fue devaluar el dólar con relación al oro: de 20 dólares la onza a 35, medida que, en su momento, fue considerada por muchas personas como una violación de los derechos de propiedad.
Estamos, pues, ante un gobernante que posee cierta visión ideológica perfectamente calificable como estatista (“tercermundista'', le llamaba Carlos Rangel), acompañada por una acendrada desconfianza en la economía de mercado y en las intenciones de las grandes democracias desarrolladas. Lamentablemente, a esta equivocada forma de entender cómo debe gobernarse, cuarenta veces fracasada en América Latina a lo largo del siglo XX, se une un temperamento claramente autoritario, según su propio hermano, y la perniciosa arrogancia intelectual de quien no conoce la duda y se mantiene indiferente ante una realidad que desmiente constantemente las premisas de las que parte.
Si, de acuerdo con el análisis de Correa, la clase política ecuatoriana es totalmente venal e ignorante, y está rodeada por un ejército de funcionarios indolentes, ¿por qué cree que el Estado va a solucionar los problemas de la sociedad mejor que la sociedad civil? Si el sector público ecuatoriano es un minucioso desastre y su propio gobierno naufraga en medio de la corrupción y la ineficacia (según también opina su hermano) y ni siquiera pudo prever el anunciado colapso de la distribución de energía eléctrica, ¿qué le hace pensar que dándole más poder y entregándole más recursos ese Estado va a hacer mejor su trabajo?
En lugar de mirar hacia Venezuela, que es el modelo perfecto de cómo no debe gobernarse a una sociedad, el señor Correa debería observar cuidadosamente el tipo de Estado que los chilenos han construido a partir de los años ochenta, y luego, inteligentemente, han conservado y profundizado los posteriores cuatro gobiernos de la democracia, como hará el que salga electo en las próximas elecciones. Es verdad que los chilenos hacen lo contrario de lo que Correa prescribe, pero parece aconsejable imitar los ejemplos exitosos, no los fallidos.
Al final de su libro, Correa cita a dos economistas que, probablemente, no ha leído o, peor aún, no ha entendido, Ronald Coase y Douglas North, y asume con ellos que la prosperidad, el desarrollo y la estabilidad dependen de la calidad de las instituciones y del carácter predecible de las reglas. Exactamente lo opuesto a lo que hace su gobierno. Eso se llama cultivar la esquizofrenia intelectual.
==========
Carlos Alberto Montaner nació en La Habana, Cuba, en 1943. Reside en Madrid desde 1970. Ha sido profesor universitario en diversas instituciones de América Latina y Estados Unidos. Es escritor y periodista. Varias decenas de diarios de América Latina, España y Estados Unidos recogen desde hace más de treinta años su columna semanal. La revista Poder lo ha calificado como uno de los columnistas más influyentes en lengua española. Se calcula en seis millones de lectores semanales quienes tienen acceso a sus artículos en español, inglés y portugués.
Montaner ha publicado una veintena de libros. Varios han sido traducidos al inglés, al portugués, el ruso y el italiano. Entre los mas conocidos y reeditados están Viaje al corazón de Cuba, Cómo y por qué desapareció el comunismo, Libertad: la clave de la prosperidad, y las novelas Perromundo y 1898: La Trama.
En 1978 la Editorial Planeta y la Universidad de Arkansas editaron un libro de crítica sobre su obra (La narrativa de Carlos Alberto Montaner). Dos de sus más polémicos y divulgados ensayos son los “best-sellers” Manual del perfecto idiota latinoamericano y Fabricantes de miseria, ambos escritos con la colaboración de Plinio Apuleyo Mendoza y Álvaro Vargas Llosa.
En 2001 publicó Las raíces torcidas de América Latina. En este libro Montaner aborda desde una perspectiva histórica uno de los asuntos más acuciantes de nuestra cultura: ¿por qué la América surgida de la colonización ibérica es el segmento más pobre e inestable de Occidente? Antes de esta obra, el autor, desde otros ángulos, había reflexionado sobre el tema en dos libros también publicados por Plaza & Janés: La agonía de América y No perdamos también el siglo XXI. En 2002, durante el primer centenario de la república, apareció Cuba: un siglo de doloroso aprendizaje, era el resultado de un ciclo de conferencias dictadas en la Universidad de Miami. En el 2003 publicó Los latinoamericanos y la cultura occidental.
En 1990 creó la Unión Liberal Cubana junto a exiliados y cubanos radicados en Cuba. El propósito era llevar el cambio democrático a la Isla por vías pacíficas. La ULC pronto se afilió a la Internacional Liberal. En 1992 Montaner fue elegido vicepresidente de la Internacional Liberal, cargo que ocupa desde entonces.
Rafael Correa, recetario para un desastre
Carlos Alberto Montaner
Firmaspress, Enero 2, 2010
Rafael Correa, el presidente de Ecuador, acaba de publicar un libro. Lo llamó Ecuador: de Banana Republic a la No República. Supone que el país, bajo su mando, dejó de ser una república bananera, gobernada arbitrariamente en beneficio de una oligarquía deshonesta y del capital extranjero, para convertirse en otra cosa que no es, tampoco, una república tradicional con su separación y equilibrio de poderes, su constitución neutral y sus instituciones abiertas que propician los cambios suavemente al amparo tranquilo del Estado de Derecho.
En la solapa del libro Correa aporta sus notables credenciales académicas y declara su filiación ideológica. Dice ser un seguidor de la doctrina social de la Iglesia y de la hoy muy desacreditada teología de la liberación. Pero es en el texto, compuesto por artículos previamente publicados, donde encontramos las claves de su visión de los problemas de Ecuador. Es ahí donde comparece una abultada lista de malos a los que fustiga junto a los buenos a los que cita elogiosamente.
La lista de los villanos es muy extensa: prácticamente todos los presidentes que lo precedieron en el poder, los organismos internacionales de crédito, “la nefasta burocracia internacional y sus corifeos'', el mercado y “la mano invisible'' que lo guía, el Consenso de Washington, la independencia del Banco Central, la dolarización del país, el comercio libre internacional (el ALCA), la privatización, lo que llama “la larga y triste noche neoliberal'', las concesiones de los servicios a la empresa privada y la “tercerización'' o contratación a terceros para evitar cargas fiscales o presiones sindicales. En la página 64 manifiesta una intención que me parece encomiable: “Liberar al Estado de los grupos de poder que lo controlan''.
Sus héroes son el Estado, la teoría de la dependencia, la planificación, el gasto público, el dirigismo desarrollista, una moneda nacional que sirva para encajar las crisis y compensar la improductividad del país, Raúl Prebisch, J. M. Keynes, James Petras --un disparatado economista marxista radical--, las protecciones arancelarias para desarrollar la industria nacional, cierta conveniente inflación y hasta Facundo Cabral y Eduardo Galeano, como para poner cierta nota folclórica a un texto que es semiacadémico.
El libro tiene algunos errores impropios de un economista formado en Estados Unidos como, por ejemplo, afirmar que el gobierno de F. D. Roosevelt revocó el patrón oro en 1933, algo que sucedió, realmente, durante la administración de Richard Nixon varias décadas más tarde. Roosevelt lo que hizo fue devaluar el dólar con relación al oro: de 20 dólares la onza a 35, medida que, en su momento, fue considerada por muchas personas como una violación de los derechos de propiedad.
Estamos, pues, ante un gobernante que posee cierta visión ideológica perfectamente calificable como estatista (“tercermundista'', le llamaba Carlos Rangel), acompañada por una acendrada desconfianza en la economía de mercado y en las intenciones de las grandes democracias desarrolladas. Lamentablemente, a esta equivocada forma de entender cómo debe gobernarse, cuarenta veces fracasada en América Latina a lo largo del siglo XX, se une un temperamento claramente autoritario, según su propio hermano, y la perniciosa arrogancia intelectual de quien no conoce la duda y se mantiene indiferente ante una realidad que desmiente constantemente las premisas de las que parte.
Si, de acuerdo con el análisis de Correa, la clase política ecuatoriana es totalmente venal e ignorante, y está rodeada por un ejército de funcionarios indolentes, ¿por qué cree que el Estado va a solucionar los problemas de la sociedad mejor que la sociedad civil? Si el sector público ecuatoriano es un minucioso desastre y su propio gobierno naufraga en medio de la corrupción y la ineficacia (según también opina su hermano) y ni siquiera pudo prever el anunciado colapso de la distribución de energía eléctrica, ¿qué le hace pensar que dándole más poder y entregándole más recursos ese Estado va a hacer mejor su trabajo?
En lugar de mirar hacia Venezuela, que es el modelo perfecto de cómo no debe gobernarse a una sociedad, el señor Correa debería observar cuidadosamente el tipo de Estado que los chilenos han construido a partir de los años ochenta, y luego, inteligentemente, han conservado y profundizado los posteriores cuatro gobiernos de la democracia, como hará el que salga electo en las próximas elecciones. Es verdad que los chilenos hacen lo contrario de lo que Correa prescribe, pero parece aconsejable imitar los ejemplos exitosos, no los fallidos.
Al final de su libro, Correa cita a dos economistas que, probablemente, no ha leído o, peor aún, no ha entendido, Ronald Coase y Douglas North, y asume con ellos que la prosperidad, el desarrollo y la estabilidad dependen de la calidad de las instituciones y del carácter predecible de las reglas. Exactamente lo opuesto a lo que hace su gobierno. Eso se llama cultivar la esquizofrenia intelectual.
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Carlos Alberto Montaner nació en La Habana, Cuba, en 1943. Reside en Madrid desde 1970. Ha sido profesor universitario en diversas instituciones de América Latina y Estados Unidos. Es escritor y periodista. Varias decenas de diarios de América Latina, España y Estados Unidos recogen desde hace más de treinta años su columna semanal. La revista Poder lo ha calificado como uno de los columnistas más influyentes en lengua española. Se calcula en seis millones de lectores semanales quienes tienen acceso a sus artículos en español, inglés y portugués.
Montaner ha publicado una veintena de libros. Varios han sido traducidos al inglés, al portugués, el ruso y el italiano. Entre los mas conocidos y reeditados están Viaje al corazón de Cuba, Cómo y por qué desapareció el comunismo, Libertad: la clave de la prosperidad, y las novelas Perromundo y 1898: La Trama.
En 1978 la Editorial Planeta y la Universidad de Arkansas editaron un libro de crítica sobre su obra (La narrativa de Carlos Alberto Montaner). Dos de sus más polémicos y divulgados ensayos son los “best-sellers” Manual del perfecto idiota latinoamericano y Fabricantes de miseria, ambos escritos con la colaboración de Plinio Apuleyo Mendoza y Álvaro Vargas Llosa.
En 2001 publicó Las raíces torcidas de América Latina. En este libro Montaner aborda desde una perspectiva histórica uno de los asuntos más acuciantes de nuestra cultura: ¿por qué la América surgida de la colonización ibérica es el segmento más pobre e inestable de Occidente? Antes de esta obra, el autor, desde otros ángulos, había reflexionado sobre el tema en dos libros también publicados por Plaza & Janés: La agonía de América y No perdamos también el siglo XXI. En 2002, durante el primer centenario de la república, apareció Cuba: un siglo de doloroso aprendizaje, era el resultado de un ciclo de conferencias dictadas en la Universidad de Miami. En el 2003 publicó Los latinoamericanos y la cultura occidental.
En 1990 creó la Unión Liberal Cubana junto a exiliados y cubanos radicados en Cuba. El propósito era llevar el cambio democrático a la Isla por vías pacíficas. La ULC pronto se afilió a la Internacional Liberal. En 1992 Montaner fue elegido vicepresidente de la Internacional Liberal, cargo que ocupa desde entonces.
1718) Tragtenberg: um mestre sempre presente
Maurício Tragtenberg
A falência da política
Foi meu mestre, a quem admirava sinceramente pela inteligência, pela fina ironia, pela generosidade em distribuir seu conhecimento de forma tão natural e tão provocadora.
Aprendi muito com ele, e possivelmente teria aprendido muito mais se não tivesse saído do Brasil numa época decisiva em minha vida. Mas continuei acompanhando seus muitos textos, alguns deles transcritos nesta coletânea.
Título: A falência da política
Autor: Maurício Tragtenberg
Coleção: Maurício Tragtenberg
Número de páginas: 484
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 69
ISBN: 978-85-7139-959-4
Coletânea destaca a produção jornalística de Maurício Tragtenberg
O pensamento crítico de Maurício Tragtenberg vem
novamente à tona com a publicação de vários de seus
artigos, polêmicas e respostas divulgadas em jornais e
revistas de âmbito nacional, regional e até mesmo local,
em sua maioria escritas nos anos 1980. A coletânea está
disponível no livro A falência da política,
lançamento da Editora Unesp, que dá sequência à Coleção
Maurício Tragtenberg, e onde o leitor encontra uma visão
clara de como o autor entendia a política, o poder
político, o governo e o Estado.
A compilação, resultado da seleção do professor Evaldo
Amaro Vieira, é inédita e formada por textos que trazem a
crítica ácida de um pensador comprometido com um projeto
libertário da sociedade que permanece atual apesar dos
dez anos transcorridos desde o falecimento do sociólogo,
reconhecido por levar adiante o debate sobre poder,
educação e sociedade.
Para melhor apresentar os escritos de Tragtenberg, Vieira
incumbiu-se da tarefa de colher e organizar os artigos
fornecidos pela viúva do autor. Assim, A falência da
política apresenta-se dividida em três partes: na
primeira, estão as especulações teóricas sobre modelos
político-sociais adotados em todo o mundo, com
considerações críticas que abrangem de Paulo Maluf a
Vladimir Lênin e Francisco Franco.
Na segunda parte estão elencados os textos que
correspondem a fatos específicos comentados pelo autor,
como o implacável sistema educacional japonês, o conflito
entre Israel e Palestina, os casos de prisão,
interrogatórios e tortura praticados na Grã-Bretanha e na
Alemanha Social-Democrata, entre muitos outros.
O livro é finalizado com a questão política no Brasil
que, contando com um profícuo número de artigos, foi
dividido em três seções que trabalham o modo burocrático
de fazer política no país e a atenção dirigida à
educação, além de textos que abarcam a política
previdenciária e de saúde. A falência da política
apresenta-se, assim, como a reunião do trabalho de um
intelectual "que ensina a fazer da inteligência um ato de
liberdade e de conhecimento".
Sobre a Coleção Maurício Tragtenberg - A
relevância da obra de Maurício Tragtenberg, em que a
erudição acadêmica é temperada pela autonomia intelectual
e opções doutrinárias heterodoxas, evidencia a
importância de se reunir seus trabalhos dispersos e
variados. Este é o objetivo desta Coleção, coordenada por
Evaldo A. Vieira e lançada pela Editora Unesp. O
restabelecimento dos textos é feito por meio de
comparação com originais e cuidados formais que incluem
notas, compilação de artigos e revisão. A Coleção
Maurício Tragtenberg inclui a parcela mais representativa
do que foi produzido por este intelectual.
Na mesma editora, o catálogo ainda abriga outros livros do mestre, como estes:
REFLEXÕES SOBRE O SOCIALISMO
SOBRE EDUCAÇÃO, POLÍTICA E SINDICALISMO
ADMINISTRAÇÃO, PODER E IDEOLOGIA
Os livros da Fundação Editora da Unesp podem ser adquiridos pelo telefone (11) 3107-2623 ou pelos sites: www.editoraunesp.com.br ou www.livrariaunesp.com.br.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
1717) Um vento caro demais: de volta ao assunto dos Rafales
Vento, em qualquer lugar, sai de graça. Sim, às vezes, quando é forte demais, dá prejuizo. Mas, mesmo um país pobre, uma ilha deserta digamos, que não tenha quase nada, só vento, pode, teoricamente, mandar engarrafar o vento e conseguir alguma economia com isso. Refiro-me, obviamente, à energia eólica, que sempre é uma alternativa a países pobres, mas tão pobres (como o Haiti, por exemplo), que só dispõem de vento para"engarrafar".
Mas essa história de vento volta ao notíciário com a matéria abaixo em torno da compra dos aviões de combate para a Aeronáutica.
Parece que pagaremos pelo vento muito mais caro do que pagariam os indianos, caso se decidissem pelo Rafale, o que eles não fizeram. Descartaram o Rafale como a pior solução entre sete possibilidades "ventosas"...
A NEGOCIATA COM OS RAFALES: EIS O GRANDE ESCÂNDALO
do Reinaldo Azevedo, 19.01.2010 - 16:28
Não fosse essa espécie de abdução coletiva a que estamos todos submetidos, com “O Cara” deitando e rolando sobre as instituições — e a moralidade pública — , o caso dos caças Rafale seria tratado como aquilo que é: UM ESCÂNDALO, talvez o maior do governo Lula. Não é assim porque eu quero. É assim porque é. A Índia abriu uma concorrência internacional para a compra — ATENÇÃO!!! — de 126 caças. Valor que se dispõe a pagar a Força Aérea Indiana: US$ 10 bilhões. Seis modelos participaram da primeira rodada de seleção: os americanos F 18 e F 16, o Eurofighter Typhoon, o russo MiG 35, o sueco Gripen NG e o Rafale. Só um caça foi descartado no começo da disputa: o Rafale. Justificativa: não cumpria os requisitos mínimos de desempenho técnico exigidos pela Força Aérea Indiana.
Como vocês sabem, o Rafale é o caça que Lula decidiu comprar ao arrepio da recomendação da Aeronáutica, que é quem entende da área no Brasil. Lula, o Homem com o Isopor na Cabeça, é especialista em outros assuntos. Muitos indagarão: “Mas o escândalo está em ter a Força Aérea da Índia rejeitado o Rafale, que Lula quer comprar?” Não! Já contei onde está. É que a abdução em curso está nos impedindo de ver as coisas com a rapidez necessária. Já chego lá. Antes, algumas outras considerações. Ah, sim: depois de ler este post, você pode obter mais detalhes na concorrência indiana no site India Defence. Sigamos.
Enquanto o Rafale esteva na concorrência, Nicolas Sarkozy, o camelô de aviões e marido de Carla Bruni, fez o mesmíssimo lobby que vem fazendo no Brasil. A diferença é que, na Índia, a avaliação é realmente técnica. Por lá, não basta apenas adular o imperador absolutista, dispensar-lhe rapapés, elegê-lo “o homem do ano”, para embolsar alguns bilhões. Desde o começo da concorrência, informam os sites indianos que trataram do assunto, o Rafale era considerado a pior alternativa entre — atenção! — SETE MODELOS.
A chamada grande imprensa, que a canalha petralha acusa de ser “antigovernista” (podem rolar de rir), se interessou pelo assunto? Que eu tenha achado, só o Estadão Online publicou um despacho da Reuters no dia 16 de abril de ano passado. Depois o assunto sumiu. Como vocês sabem, a Força Aérea Brasileira também não quer o Rafale. Entre os três caças que avaliou, preferiu o sueco Gripen NG. Em segundo lugar, ficou o F-18. Em último, o avião francês. Como reagiu o governo do Homem do Ano do Le Monde? Considerou a hipótese de punir o que chamou de “vazamento” do relatório. Onde já se viu a Aeronáutica ficar se metendo com caças?
Celso Amorim, um gigante da filosofia, ainda maior por dentro do que por fora, deu-se a especulações metafísicas: “Às vezes, o barato sai caro”. Samuel Pinheiro Guimarães, o chefe da banda antiamericana do governo e da Sealopra, indagou se a gente compra um carro só pensando no preço… A mediocridade dessa gente é espantosa, especialmente quando tenta mimetizar Lula nas suas filosofadas e metáforas. O que, nele, aspira a um saber popular revela-se pelo que é na boca dos doutores: BOÇALIDADE PURA E SIMPLES.
E o escândalo, além do fato de que Lula anunciou o vitorioso quando a avaliação estava em curso??? Vamos lá. A Dassault, que fabrica os Rafales, se ofereceu para vender 126 caças à Índia por US$ 10 bilhões. Preço médio de cada avião: US$ 79.365.079,36. O Brasil está disposto a pagar R$ 10 bilhões por 36 aviões — ou US$ 5.681.818.181. Dividindo-se esse valor em dólar pelo número de aparelhos, chega-se ao custo unitário: US$ 157.828.282,82. Cada Rafale para o Brasil custa mais do que o dobro do que custaria para a Índia. Atenção: ESTAMOS FALANDO DO MESMO MODELO DE AVIÃO E DE CONCORRÊNCIAS FEITAS AO MESMO TEMPO.
Agora entendo o que o sr. Samuel Pinheiro Guimarães quer dizer quando afirma que a gente não compra um carro só pelo preço. No caso, parece que se compra também para agradar o fornecedor, não é mesmo? Que, sei lá, se não tiver o coração tão duro quanto o do faraó, dá ao menos um chaveiro de presente ao comprador. Já quanto a Amorim, o que pensar? Nem uma antítese tornada um clichê popular resiste a este monumento, logo involuindo para a tautologia: O CARO SAI CARO!
É incrível que um dos maiores negócios do governo Lula, com jeito, história e números de negociata, se faça sob o silêncio cúmplice de boa parte da imprensa e, como não poderia deixar de ser, da oposição.
=========
Addendum em 20.01.2010.
Muita gente lê apenas o post e passa por cima dos comentários.
Recomendo que se os leia (perdão pelo Português arrevesado).
Acrescentei este comentário a um leitor anônimo (eles sempre tem vergonha de se apresentar com nome próprio, e dizer claramente qual posição defendem), que pretende ser crítico do jornalista acima transcrito:
Meu caro Anônimo (seja você quem for),
Não tenho procuração para defender Reinaldo Azevedo, nem ninguém, e não é minha intenção fazê-lo.
Mas, veja, trata-se, como ele próprio se classifica, de um jornalista que não entende necas de pitiribas de aviões militares, nem eu, aliás.
Eu entendo de poucas coisas, entre elas que o dinheiro que vai pagar esses aviões vai sair do meu, do seu, do nosso bolso, e portanto essa é a única coisa que nos interessa como cidadãos.
Jamais ele, nem eu (aliás, nem você) pretendeu discutir características físicas da Lua, de Marte ou de qualquer país terrestre, sequer discutiu objetivos militares, se os indianos vão enfrentar chineses, paquistaneses, gregos ou goianos.
O que ele fez, como bom jornalista, foi buscar informações e colocá-las à disposição de seus leitores, sim, acrescentado seus comentários que ele tem direito de fazer.
Seu único comentário relevante foi que o Rafale custa um bocado caro (algo que não precisa ser gênio militar para saber), e que os indianos aparentemente não estão dispostos a comprá-los.
Nem, aliás, a FAB, pelo que se sabe.
Assim, a única pergunta relevante que VOCÊ, EU e todo o POVO BRASILEIRO pode e tem o direito de fazer (já nem falo de governo, pois ele é um pouco, digamos, surrealista), é por que uma escolha prévia, por antecipação ao relatório técnico da FAB, pelos caças franceses.
Se você tem alguma resposta convincente para esta pergunta, pode mandar para mim, que publicarei com prazer...
Paulo Roberto de Almeida
Permito-me acrescentar apenas uma coisa: um governo que age de forma pouco transparente, que é capaz de torrar bilhões em recursos públicos (ou seja, dinheiro de cada um de nós) sem oferecer uma explicação convincente, que se refugia em argumentos tão calhordas como "relação estratégica", não merece obviamente a confiança de ninguém. Em qualquer democracia digna desse nome, os responsáveis seriam chamados numa comissão parlamentar para se explicar. Assim se passa em países sérios.
Em democracias aviltadas como a nossa, o direito dos cidadãos a uma informação decente é violado todos os dias.
Apenas uma palavra pode definir o que uma pessoa normal sente: asco!
Mas essa história de vento volta ao notíciário com a matéria abaixo em torno da compra dos aviões de combate para a Aeronáutica.
Parece que pagaremos pelo vento muito mais caro do que pagariam os indianos, caso se decidissem pelo Rafale, o que eles não fizeram. Descartaram o Rafale como a pior solução entre sete possibilidades "ventosas"...
A NEGOCIATA COM OS RAFALES: EIS O GRANDE ESCÂNDALO
do Reinaldo Azevedo, 19.01.2010 - 16:28
Não fosse essa espécie de abdução coletiva a que estamos todos submetidos, com “O Cara” deitando e rolando sobre as instituições — e a moralidade pública — , o caso dos caças Rafale seria tratado como aquilo que é: UM ESCÂNDALO, talvez o maior do governo Lula. Não é assim porque eu quero. É assim porque é. A Índia abriu uma concorrência internacional para a compra — ATENÇÃO!!! — de 126 caças. Valor que se dispõe a pagar a Força Aérea Indiana: US$ 10 bilhões. Seis modelos participaram da primeira rodada de seleção: os americanos F 18 e F 16, o Eurofighter Typhoon, o russo MiG 35, o sueco Gripen NG e o Rafale. Só um caça foi descartado no começo da disputa: o Rafale. Justificativa: não cumpria os requisitos mínimos de desempenho técnico exigidos pela Força Aérea Indiana.
Como vocês sabem, o Rafale é o caça que Lula decidiu comprar ao arrepio da recomendação da Aeronáutica, que é quem entende da área no Brasil. Lula, o Homem com o Isopor na Cabeça, é especialista em outros assuntos. Muitos indagarão: “Mas o escândalo está em ter a Força Aérea da Índia rejeitado o Rafale, que Lula quer comprar?” Não! Já contei onde está. É que a abdução em curso está nos impedindo de ver as coisas com a rapidez necessária. Já chego lá. Antes, algumas outras considerações. Ah, sim: depois de ler este post, você pode obter mais detalhes na concorrência indiana no site India Defence. Sigamos.
Enquanto o Rafale esteva na concorrência, Nicolas Sarkozy, o camelô de aviões e marido de Carla Bruni, fez o mesmíssimo lobby que vem fazendo no Brasil. A diferença é que, na Índia, a avaliação é realmente técnica. Por lá, não basta apenas adular o imperador absolutista, dispensar-lhe rapapés, elegê-lo “o homem do ano”, para embolsar alguns bilhões. Desde o começo da concorrência, informam os sites indianos que trataram do assunto, o Rafale era considerado a pior alternativa entre — atenção! — SETE MODELOS.
A chamada grande imprensa, que a canalha petralha acusa de ser “antigovernista” (podem rolar de rir), se interessou pelo assunto? Que eu tenha achado, só o Estadão Online publicou um despacho da Reuters no dia 16 de abril de ano passado. Depois o assunto sumiu. Como vocês sabem, a Força Aérea Brasileira também não quer o Rafale. Entre os três caças que avaliou, preferiu o sueco Gripen NG. Em segundo lugar, ficou o F-18. Em último, o avião francês. Como reagiu o governo do Homem do Ano do Le Monde? Considerou a hipótese de punir o que chamou de “vazamento” do relatório. Onde já se viu a Aeronáutica ficar se metendo com caças?
Celso Amorim, um gigante da filosofia, ainda maior por dentro do que por fora, deu-se a especulações metafísicas: “Às vezes, o barato sai caro”. Samuel Pinheiro Guimarães, o chefe da banda antiamericana do governo e da Sealopra, indagou se a gente compra um carro só pensando no preço… A mediocridade dessa gente é espantosa, especialmente quando tenta mimetizar Lula nas suas filosofadas e metáforas. O que, nele, aspira a um saber popular revela-se pelo que é na boca dos doutores: BOÇALIDADE PURA E SIMPLES.
E o escândalo, além do fato de que Lula anunciou o vitorioso quando a avaliação estava em curso??? Vamos lá. A Dassault, que fabrica os Rafales, se ofereceu para vender 126 caças à Índia por US$ 10 bilhões. Preço médio de cada avião: US$ 79.365.079,36. O Brasil está disposto a pagar R$ 10 bilhões por 36 aviões — ou US$ 5.681.818.181. Dividindo-se esse valor em dólar pelo número de aparelhos, chega-se ao custo unitário: US$ 157.828.282,82. Cada Rafale para o Brasil custa mais do que o dobro do que custaria para a Índia. Atenção: ESTAMOS FALANDO DO MESMO MODELO DE AVIÃO E DE CONCORRÊNCIAS FEITAS AO MESMO TEMPO.
Agora entendo o que o sr. Samuel Pinheiro Guimarães quer dizer quando afirma que a gente não compra um carro só pelo preço. No caso, parece que se compra também para agradar o fornecedor, não é mesmo? Que, sei lá, se não tiver o coração tão duro quanto o do faraó, dá ao menos um chaveiro de presente ao comprador. Já quanto a Amorim, o que pensar? Nem uma antítese tornada um clichê popular resiste a este monumento, logo involuindo para a tautologia: O CARO SAI CARO!
É incrível que um dos maiores negócios do governo Lula, com jeito, história e números de negociata, se faça sob o silêncio cúmplice de boa parte da imprensa e, como não poderia deixar de ser, da oposição.
=========
Addendum em 20.01.2010.
Muita gente lê apenas o post e passa por cima dos comentários.
Recomendo que se os leia (perdão pelo Português arrevesado).
Acrescentei este comentário a um leitor anônimo (eles sempre tem vergonha de se apresentar com nome próprio, e dizer claramente qual posição defendem), que pretende ser crítico do jornalista acima transcrito:
Meu caro Anônimo (seja você quem for),
Não tenho procuração para defender Reinaldo Azevedo, nem ninguém, e não é minha intenção fazê-lo.
Mas, veja, trata-se, como ele próprio se classifica, de um jornalista que não entende necas de pitiribas de aviões militares, nem eu, aliás.
Eu entendo de poucas coisas, entre elas que o dinheiro que vai pagar esses aviões vai sair do meu, do seu, do nosso bolso, e portanto essa é a única coisa que nos interessa como cidadãos.
Jamais ele, nem eu (aliás, nem você) pretendeu discutir características físicas da Lua, de Marte ou de qualquer país terrestre, sequer discutiu objetivos militares, se os indianos vão enfrentar chineses, paquistaneses, gregos ou goianos.
O que ele fez, como bom jornalista, foi buscar informações e colocá-las à disposição de seus leitores, sim, acrescentado seus comentários que ele tem direito de fazer.
Seu único comentário relevante foi que o Rafale custa um bocado caro (algo que não precisa ser gênio militar para saber), e que os indianos aparentemente não estão dispostos a comprá-los.
Nem, aliás, a FAB, pelo que se sabe.
Assim, a única pergunta relevante que VOCÊ, EU e todo o POVO BRASILEIRO pode e tem o direito de fazer (já nem falo de governo, pois ele é um pouco, digamos, surrealista), é por que uma escolha prévia, por antecipação ao relatório técnico da FAB, pelos caças franceses.
Se você tem alguma resposta convincente para esta pergunta, pode mandar para mim, que publicarei com prazer...
Paulo Roberto de Almeida
Permito-me acrescentar apenas uma coisa: um governo que age de forma pouco transparente, que é capaz de torrar bilhões em recursos públicos (ou seja, dinheiro de cada um de nós) sem oferecer uma explicação convincente, que se refugia em argumentos tão calhordas como "relação estratégica", não merece obviamente a confiança de ninguém. Em qualquer democracia digna desse nome, os responsáveis seriam chamados numa comissão parlamentar para se explicar. Assim se passa em países sérios.
Em democracias aviltadas como a nossa, o direito dos cidadãos a uma informação decente é violado todos os dias.
Apenas uma palavra pode definir o que uma pessoa normal sente: asco!
1716) Manual de diplomacia prática: em publicacao...
Com base em artigo mais abrangente, que foi publicado em livro, compus uma série de pequenos artigos sobre "diplomacia prática", qeu vem sendo publicados no site de informação e opinião do RS, Via Política.
Estes os artigos publicados até aqui:
1) Manual de diplomacia prática, 1: clareza de intenções
Existem diversos elementos do “jogo diplomático” que devem ser considerados em qualquer política externa que se pretenda responsável. O primeiro deles é uma visão clara sobre os objetivos nacionais. (...)
aqui
2) Manual de diplomacia prática, 2: interação com a economia
Na concepção tradicional da diplomacia, isto é, nas considerações clássicas de política externa, essa relação dual se colocava entre a política externa e os instrumentos militares, ou seja, o poderio estratégico de um determinado país e sua projeção externa. Nas condições atuais, sobretudo para os países emergentes – mas também, no jogo diplomático das grandes potências – essa relação deve ser vista como envolvendo basicamente o mundo econômico (indústria, comércio, investimentos, finanças, tecnologia, recursos humanos, enfim, os grandes determinantes da produtividade e da competitividade contemporânea). (...)
aqui
3) Manual de diplomacia prática 3: avaliação dos meios
No plano das relações internacionais e do jogo diplomático, não existem nem podem existir aliados permanentes nem, obviamente, parceiros privilegiados, que o sejam a priori, incondicionalmente e sem qualquer critério de utilidade. A noção de que “aliados estratégicos” o sejam por simples declaração de intenções, de modo vago e sem clareza quanto aos objetivos, é ingênua e principista, sem atender a um claro critério de racionalidade quanto aos meios e fins. (...)
aqui
à suivre...
Estes os artigos publicados até aqui:
1) Manual de diplomacia prática, 1: clareza de intenções
Existem diversos elementos do “jogo diplomático” que devem ser considerados em qualquer política externa que se pretenda responsável. O primeiro deles é uma visão clara sobre os objetivos nacionais. (...)
aqui
2) Manual de diplomacia prática, 2: interação com a economia
Na concepção tradicional da diplomacia, isto é, nas considerações clássicas de política externa, essa relação dual se colocava entre a política externa e os instrumentos militares, ou seja, o poderio estratégico de um determinado país e sua projeção externa. Nas condições atuais, sobretudo para os países emergentes – mas também, no jogo diplomático das grandes potências – essa relação deve ser vista como envolvendo basicamente o mundo econômico (indústria, comércio, investimentos, finanças, tecnologia, recursos humanos, enfim, os grandes determinantes da produtividade e da competitividade contemporânea). (...)
aqui
3) Manual de diplomacia prática 3: avaliação dos meios
No plano das relações internacionais e do jogo diplomático, não existem nem podem existir aliados permanentes nem, obviamente, parceiros privilegiados, que o sejam a priori, incondicionalmente e sem qualquer critério de utilidade. A noção de que “aliados estratégicos” o sejam por simples declaração de intenções, de modo vago e sem clareza quanto aos objetivos, é ingênua e principista, sem atender a um claro critério de racionalidade quanto aos meios e fins. (...)
aqui
à suivre...
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