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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

1722) Ipea: retrato da juventude brasileira

Bem, eu sabia que a situação educacional no Brasil era ruim, só não sabia que era tão grave. Os dados abaixo, de um estudo do Ipea, revelam a falência completa da sociedade brasileira (disse sociedade, e não apenas o governo) em resolver o mais elementar serviço básico de qualquer país que se pretenda civilizado.
Infelizmente, tenho de concluir que o Brasil ainda não é um país civilizado...

Juventude e políticas sociais no Brasil
Ipea, 2009

Fracasso escolar
Jovens entre 15 e 17 anos que frequentam o ensino médio: 48%
Não concluíram o ensino fundamental: 44%
Estão fora da escola: 18%

Poucos chegam à universidade
Jovens entre 18 e 24 anos que frequentam a escola: 31%
Estão no ensino superior: 13%

Jovens analfabetos
De 15 a 17 anos: 1,7%
De 18 a 24 anos: 2,4%
De 25 a 29 anos: 4,3%

Qualidade da ocupação
Percentual de trabalhadores sem carteira assinada:
De 18 a 24 anos: 50%
De 25 a 29 anos: 30%

Transcritas essas estatísticas, eu me permitiria acrescentar o seguinte: o percentual de jovens universitários (13% apenas, da faixa etária de 18 a 24 anos, os anos "corretos", digamos) é ridículo, mas ele seria ainda mais deplorável se dependêssemos apenas das universidades públicas, posto que não se deve esquecer que mais de 80% das vagas universitárias no Brasil são oferecidas por universidades privadas, muitas das quais são desprezadas por pedagogos do MEC que as acusam de serem fábricas de diplomas.
Sem elas, o percentual de universitários no Brasil seria provavelmente inferior a 5% da correspondente faixa etária.

Acho que em algum momento o Brasil falhou, e falhou terrivelmente.
Eu coloco essa falha entre os anos 1970 e agora. O pior é que ainda não conseguimos corrigir esse problema.
No máximo colocamos 98% das crianças de sete anos no PRIMEIRO ano primário, depois essa proporção vai diminuindo até chegar a menos da metada no fundamental completo.
Isso 150 anos depois que os países mais avançados já tinha resolvido no essencial o problema quantitativo da escolarização.
Nada preciso acrescentar da qualidade da educação.
Sinto muito repetir, mas o Brasil é um país fracassado, uma nação falida no plano educacional, uma terra ingrata para os seus cidadãos...
Paulo Roberto de Almeida (20.01.2010)

4 comentários:

Vinícius Portella disse...

Paulo,

No que consistiu a falha e por que a coloca entra 1970 e agora?

Abraços!

Paulo Roberto de Almeida disse...

Os militares consideraram, erradamente, que a escola pública, de nivel basico, ja estava garantida e investiram tudo na pos-graduacao.
Deu no que deu...

Anônimo disse...

Outra, além dessa: o Estado foi convencido de que não era seu papel se debruçar sobre questões além da segurança indivíduo (entenda-se indivíduo físico e jurídico).

Eduardo R., Rio disse...

-- O retrocesso do Estatuto da Juventude --

"(v) concede o bizarro passe livre a estudantes de todos os níveis, onde jovens de boa condição financeira passarão a ter seu transporte custeado pelo imposto pago pelos pobres brasileiros;

(vi) concede meia passagem para todos os jovens que não sejam estudantes, apenas pelo fato de serem jovens, fardo este que também será pago por pobres economicamente ativos entre 30 e 60 anos; (...) A verdade é que o Estatuto da Juventude é mais um grande retrocesso, pois não inova na proteção de direitos individuais e cria uma série de novas intervenções estatais na sociedade, sem se preocupar com os custos ou a moralidade dos “direitos sociais” que cria." (BERNARDO SANTORO)

http://institutoliberal.org.br/blog/?p=4767