Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
1872) FSM, dia 3: Brasil chamado de pais imperialista
Seminário 10 anos depois – 28.01.2010
Mesa Novo Ordenamento Mundial
Eis o que disse um dos participantes:
"Eric Toussaint, do Comitê pela Anulação da Dívida (Bélgica) fez uma colocação que gerou polêmica. Para ele, além de a crise não ter fragilizado o poderio norte-americano, ele está sendo reforçado por atitudes imperialistas dos países do BRIC. “Podemos afirmar que o modo como o Brasil está presente na Bolívia, no Peru, no Equador é um tipo de imperialismo periférico, a reprodução da logica imperialista em escala regional”. Estes países, segundo Toussaint estão, em processos internacionais importantes e centrais, como foi a COP-15, pactuando com uma política imperialista e transformando seus países e regiões em zonas de reprodução desta lógica."
Ele continuou:
"Toussaint afirma que, para se contrapor a estas lógicas, os países deveriam, em lugar de reproduzir a dinâmica imperialista em escalas regionais, adotar posturas soberanas unilaterais e promover mobilizações de massa, como grandes greve internacionais, marchas, desobediências. “Por que não fazer auditoria da dívida, como fez o Equador? Por que não nacionalizar o petróleo o gás, como fez a Bolívia? Por que mandar tropas para o Haiti?”, questiona. Uma das agendas centrais para a região segundo ele é o Banco do Sul. “Seria um banco dos países da América Latina para financiar reforma agrária, soberania alimentar, indústria farmacêutica de genéricos. Um instrumento de implementação de outro modelo para a região e não para comprar bônus do tesouro americano, como os países fazem hoje em dia, ajudando a sustentar o poderio do EUA”."
Esse belga é, obviamente, maluco, o que se percebe facilmente pelas "soluções" propostas para as debilidades da região, mas parece ter percebido que os Brics reproduzem uma velha realidade da economia mundial: toda economia dinâmica constitui a sua própria periferia, acumulando capital e exportando esse capital para suas "dependências" regionais, ou seja, investimento direto de suas empresas nas economias vizinhas, o que é a própria definição de imperialismo segundo Hobson, Lênin e Rosa Luxemburgo.
Aqueles que recusam essa realidade, como os aliados "anti-imperialistas" do Brasil, querem dourar a realidade e recusam constatar o que parece óbvio a todos, inclusive a esse belga maluco.
Ou seja, o FSM revela as mesmas contradições que existem em qualquer situação da economia real.
Bem, continuo esperando o "outro mundo possível", ou pelo menos a exposição de sua arquitetura ideal.
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